Parajás escrita por Casty Maat


Capítulo 8
Capítulo 8 - Abaíba


Notas iniciais do capítulo

Talvez faça algum bônus após esse, por isso a fic está em aberto.



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#08 – Abaíba

Camus despertou depois de duas semanas. Estava crente que depois daquilo ele não iria sobreviver, mas estava satisfeito em ser capaz de proteger Bella. E agora, por algum motivo, ele estava vivo, num hospital que reconheceu ser da Fundação da identidade mortal da deusa Atena.

O médico entrou, fez os exames e avaliações necessárias. Ficaria mais alguns dias até terem certeza de tudo e ele teria alta para terminar a recuperação em casa. Tudo seguiria seu ritmo habitual como sempre.

Bella certamente teria sido salva, mas lamentava não poder se despedir dela. Provavelmente naquela altura, o Santuário teria apagado a memória dela. Então, qual a surpresa do francês não foi ao ver a morena entrar no quarto, sentar-se ao seu lado.

—Que bom... Você acordou. – disse ela com um sorriso gentil.

—Como...?

—Ah, parece que Atena quis me dar um bônus pela ajuda que dei. Então ela me deu livre acesso ao Santuário e me deixou ficar pra cuidar de você. – e então apontando o dedo indicador para o nariz do ruivo e fazendo uma cara de falsa “eu sou mandona” completou. – Então tente ser um bom mocinho e nada de gracinhas.

Foi então que Camus notou Milo entrando, com seu ar maroto e leve. Ele sabia que o amigo escondia algo, mas para não ter falado aos berros era algo complicado. Bella continuava a falar daquele jeito expansivo típico dos brasileiros e com o qual se acostumara. Camus segurou a mão dela e a fez abaixar e segurou o rosto da garota.

—Você não se feriu, certo?

Bella demorou a responder, paralisada com a ação do aquariano, enquanto grego por dentro dava inúmeros pulinhos de alegria.

—Não... Só fiquei com os pulsos doloridos por ficar amarrada.

—Fico mais tranquilo...

Bella surpreendentemente simplesmente abraçou a cabeça do ruivo, o aninhando.

—Estou bem... Obrigada por me salvar. Milo me disse que ficou de escudo pra mim e por isso se machucou tanto.

—Sim... Aquele deus ia te atacar...

Camus não sabia direito o que responder, mas receber aquele carinho foi algo bom e tranquilo. Seria essa a paz que seu pupilo tinha ao recordar da própria mãe?

—Camus é um bom menino.

Sentiu um “é, talvez” entalado na garganta, que nunca saiu. Ainda nãos abia como reagir totalmente aquele jeito dela. Bella o soltou e antes de se levantar, beijou a fronte do ruivo.

—Eu vou indo, o médico disse que eu não podia ficar muito tempo. Logo estou de volta.

Somente após a saída dela que Camus fechou a cara para os risos do amigo, que se sentara onde antes estava a morena.

—Menos piada e mais verdades, Milo. Por que o procedimento padrão não foi feito?

—Ei, não está feliz dela se lembrar? – o grego ergueu as mãos em sentido de se render ao sentir o cosmo do ruivo ficar agitado. – Ok, ok... Vamos lá. Xandoré buscava uma deusa estrelar, mas como era um tapado xenófobo, achou que ela estaria entre garotas indígenas.

—Que deusa?

—Tainacam. Deusa das constelações. Xandoré queria o poder dela para nos derrubar antes de sermos capazes de agir.

Camus ficou sério.

—Quantos deuses estrelares existem?

—Boa pergunta, ruivo. Tem tantas mitologias perdidas que eu não ficaria surpreso em surgir mais.

Camus então arregalou os olhos e encarou o amigo ao constatar algo. Se Atena não fez os procedimentos padrão com Bella, então...

—É... Bella é o receptáculo de Taincam. E foi ela quem te salvou. Era pra estar morto. – respondeu Milo, numa seriedade que ele não demonstrava na frente de Camus. – Mas ela não se lembra de nada, estava dormindo enquanto a deusa controlava o corpo. Atena fez os primeiros socorros por cosmo e então te trouxeram pra cá. Tainacam é uma aliada nossa no reino de Tupã.

O aquariano se encostou aos travesseiros fofos. Ser receptáculo de um deus coloca humanos comuns numa linha de tiro perigosa e ele temia por Bella.

—Espero que não haja nenhuma guerra futura. Seria desastroso demais colocar inocentes no campo de batalha. Fora os danos que um cosmo divino pode causar. – comentou o ruivo, preocupado.

—É... e conscientemente é tarde para Bella em si aprender sobre o cosmo. Por isso de algum modo Atena liberou ela dos procedimentos padrões, pois aqui ela pode ser protegida se necessário. E também... Vocês criaram um laço forte o bastante para ser doloroso romper.

Camus não respondeu, apenas olhava o teto com ar desanimado. Ele não precisava responder o óbvio, mas temia que os resultados daquilo fossem sofríveis, afinal, bem ou mal, ele não era totalmente ausente de desejos. E também não poderia confirmar se o laço que ela tinha era de amor ou amizade.

Talvez fosse melhor que o tempo dissesse algo.

—Quantos mitos perdidos poderão reencarnar... E estão à espera do Santuário? É algo a se temer...  – comentou por fim o ruivo. – Eu espero do fundo do coração que continuem a dormir.

—Eu também... Eu também...

Xandoré teria sido apenas o primeiro dos mitos adormecidos? O que o futuro reservaria ninguém sabe, mas que novos laços foram criados e fortalecidos... Isso era uma grande certeza.


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Notas finais do capítulo

To cogitando fazer uma série em cima desse universo... Mas vamos ver se vem a inspiração, né?
por hora é o fim de Parajás.



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