Parents for our children escrita por EuSemideus


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou de volta. Eu acho q o cap está bom. Como eu disse, ele abre o andamento da fic e, de quebra, esclarece algumas coisas.
Espero q gostem!Gente, estou de volta. Eu acho q o cap está bom. Como eu disse, ele abre o andamento da fic e, de quebra, esclarece algumas coisas.
Espero q gostem!



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Annabeth 

 

Annabeth batia dos dedos de maneira ritmada nas folhas de papel em sua mesa. Fitava aquele projeto fixamente. Sua mente fervia. Estava perfeito. "Perfeito"! Bufou. Estaria perfeito se estivesse dentro do orçamento. Como alteraria aquilo para que coubesse dentro do orçamento? 

 

— Annie? - ouviu Thalia chama-la. 

 

Annabeth levantou a cabeça e encontrou a amiga fitando-a. 

 

— Sim? 

 

Thalia suspirou e se levantou, aproximando-se. Tinham se conhecido a pouco mais de um mês, mas já eram grandes amigas. Annabeth nunca pensara que pudesse se tornar tão próxima de alguém com tal rapidez. Era como se elas já se conhecessem há anos. Como se fossem melhores amigas de infância. A morena a entendia como ninguém e a loira desenvolvera um extinto protetor para com ela. 

 

— Primeiro levante a cabeça e tire esses óculos - ela ordenou - Você está encarando esse projeto desde que chegou. Acredite, ele não vai te dar a solução se ficar intimidado. 

 

Annabeth bufou, mas obedeceu. Retirou os óculos de leitura do rosto, deixando-os em cima da mesa, e levantou o corpo, ajeitando sua coluna. Suspirou de alívio. Só aquilo já fizera muito bem a ela. 

 

— De nada - a morena dissera, fazendo Annabeth abrir um sorriso discreto - Quero que você conheça uma pessoa. Ele já deve estar chegando. 

 

A loira franziu as sobrancelhas. 

 

— Quem? 

 

Antes que Thalia pudesse responder, a porta se abriu vagarosamente. Aquela era a primeira vez que Annabeth via alguém entrar no escritório sem nem mesmo bater. A pessoa que surgiu, era um homem. Ele era alto, tinha pele branca, cabelos pretos completamente bagunçados, como se nem tivesse se dado ao trabalho de arruma-los naquela manhã, e olhos que pareciam ser negros. O rapaz vestia bermudas e uma blusa, bastante despojado, e exibia um enorme sorriso no rosto. Ele lhe era bastante familiar. 

 

Annabeth viu a amiga retribuir o sorriso e andar rapidamente até o homem, abraçando-o em seguida. O moreno retribuiu com graça, apertando-a carinhosamente contra si. 

 

A loira levantou-se e deu a volta em sua mesa. Independente de quem ele fosse, tinha certeza que logo seriam apresentados e era melhor que ela já estivesse de pé a esse ponto. 

 

Thalia soltou o homem aos poucos e se pois ao lado dele, segurando sua mão. 

 

— Annie, esse é Nico Di Ângelo, meu marido - ela explicou sorrindo - Nico, essa é Annabeth Chase, a amiga que eu te falei. 

 

Annabeth teve vontade de se bater. O marido, claro! Aquele homem era exatamente igual ao da foto que jazia na mesa de sua amiga. A loira analisou-o rapidamente. Nico não parecia se importar muito com a própria aparência, mas era como se aquilo fosse seu charme, já que mesmo assim era um belo rapaz. Ela não podia julga-lo, pois não o conhecia, mas já gostava dele somente pelo sorriso radiante que colocara no rosto de Thalia, quando passou pela porta, e pelo ar sonhador com que ela falava dele. 

 

Nico deu um passo a frente e lhe estendeu mão livre.  

 

— Muito prazer, Annabeth - ele disse - Ouvi muito falar de você. 

 

A mulher riu e apertou sua mão. 

 

— O prazer é meu - ela garantiu - Acredite, eu ouvi mais de você. 

 

Nico sorriu, travesso. 

 

— Acho difícil. 

 

Thalia revirou os olhos com tudo aquilo, tirando mais algumas risadas da amiga e ganhando um selinho do marido. 

 

— Já falou com ela? - ele perguntou a esposa. 

 

Thalia negou com a cabeça. 

 

— Estava esperando você chegar - ela explicou. 

 

Annabeth franziu as sobrancelhas e fitou-os confusa. 

 

— Falar o que? 

 

Thalia sorriu para ela. 

 

— Nico e eu estamos planejando sair no sábado. Sabe, ir a algum lugar para relaxar - ela começou - E eu pensei se você não poderia ir com a gente. Ia ser muito bom para desopilar um pouco e eu estou louca para conhecer a Anna. 

 

Annabeth sorriu com o convite, achando um tanto fofo da parte da amiga abdicar de um dia a sós com seu marido, para ajuda-la a relaxar. 

 

— Eu adoraria, mas não vou poder - contou a loira - O pai do amiguinho de Anna nos convidou para sair com eles no sábado, para as crianças passarem um tempo a mais juntas. 

 

— Oh, é uma pena - murmurou Thalia, parecendo um tanto decepcionada. 

 

Porém aquilo não durou muito. Logo ela sorriu. Mas não um sorriso qualquer, e sim aquele de que estava pensando em dizer algo que deixaria a loira constrangida. 

 

Nico pareceu notar as intenções da esposa, pois suspirou baixo. Ele soltou a mão de Thalia e passou o braço por sua cintura, pousando a mão exatamente sobre o ventre, com uma elevação praticamente imperceptível, da morena. Aquele movimento foi tão natural para ele, que Annabeth segurou-se para não ficar emocionada. O gesto dele, principalmente tendo sido realizado de maneira tão simples e descomprometida, mostrava que seus instintos mais básicos eram não só proteger a mulher, mas também o filho que ela carregava. 

 

— Annie - Thalia disse, tomando a atenção da amiga para si - Esse pai que você está falando é o solteiro? 

 

Annabeth já ficou com um pé atrás. 

 

— Sim - ela respondeu cautelosa - Ao menos, que eu saiba sim. 

 

A morena abriu um grande sorriso malicioso. 

 

— Ele é bonito? - ela perguntou inquisidora - Tipo, é gato mesmo?

 

Annabeth sentiu seu rosto queimar em segundos. 

 

— Thalia! - Nico a repreendeu, fitando-a com falsa indignação. 

 

A mulher virou-se para o marido e tocou seu rosto. 

 

— Não se preocupe querido - ela pediu - Não é como se eu estivesse interessada. 

 

O moreno revirou os olhos e sorriu. Annabeth riu baixo da indiscrição da amiga, admirando, momentaneamente, as duas pessoas a sua frente. Eles, sem dúvidas, eram um casal bastante interessante. 

 

—-----------------------------–-------------

 

— Anna, já pegou sua mochila?! - gritou Annabeth da sala. 

 

— Já, mamãe! - respondeu a menina do corredor. 

 

A mulher respirou fundo e checou mentalmente. Casaco para Anna, ok. Roupa reserva para Anna caso ela se sujasse, ok. Dois pacotes de biscoitos, ok. Uma garrafinha de água, ok. Remédio para alergia, enjoo e dor, ok. Elástico para cabelo, ok. Boné, ok. Chinelo caso ela quisesse trocar, ok. Bandeide e gaze, ok. Sua bolsa com todas as outras coisas, ok. 

 

A loira suspirou e viu a filha já caminhando em sua direção, com a pequena mochila nas costas. Ela ainda não sabia como fazia tudo caber naquilo, mas sempre sentia-se orgulhosa ao notar esse, como ela chamava, dom. 

 

— Vamos, Percy já me ligou - contou ela - Ele e Peter estão lá em baixo nos esperando. 

 

Anna, ao ouvir isso, abriu um sorriso de orelha a orelha e praticamente arrastou-a para fora do apartamento. 

 

O caminho até o parque fora tranquilo. Percy as recebera com um belo sorriso, acompanhado de um Peter eufórico. Eles foram no carro do moreno e, durante toda a "viagem", o silêncio não tivera lugar. As crianças conversavam animadamente, influenciando os adultos. Sempre haviam risos por conta de uma piada, proposital ou não, e diálogos animados dentro do veículo. 

 

Annabeth se impressionou com o tamanho do parque ao vê-lo. Ele ficava um pouco fora dos limites da cidade e era grande o bastantes para que eles demorassem dois dias para aproveita-lo por inteiro. 

 

Logo na entrada, compraram pulseiras que davam acesso livre aos quatro, de maneira que não precisassem se preocupar com o número de ingressos. Mal haviam adentrado o local, Peter segurou Anna pela mão e arrastou-a para a fila do brinquedo mais próximo, o carrossel. Annabeth observou a filha em meio as grades que cercavam o brinquedo e perguntou, por sinais, se ela queria sua companhia. A pequena negou com a cabeça e sorriu, garantindo que estava tudo bem, enquanto o moreninho ao seu lado quicava de animação. 

 

— Ele é bastante animado - comentou Annabeth rindo. 

 

— Creio que isso também seja minha culpa - disse Percy sorrindo, enquanto acomodava as mochilas dos dois pequenos em suas costas. 

 

A loira fitou-o inquisidora, tentando entender o porquê daquela afirmação. 

 

— Tive TDAH toda minha infância e adolescência, as coisas só melhoraram quando cheguei a faculdade - ele explicou, dando de ombros - Acredito que o mesmo esteja acontecendo a Peter. Ele é um menino comportado e inteligente, mas não consegue prender sua atenção a praticamente nada por muito tempo e sempre precisa estar fazendo algo, nem que seja somente conversar. 

 

Annabeth fitou o homem ao seu lado. Ele não parecia muito preocupado com o fato do filho ter "herdado" seu transtorno. Provavelmente aquilo se devia ao fato de que as coisas tinham dado certo para ele, por que não dariam para o pequeno? Percy sorria, observando as crianças, que a esse ponto já subiam nos cavalos de mentira. Só de olha-lo ali, vestindo bermudas caqui, uma camiseta verde-escura, com os cabelos em completa desordem e aquele sorriso travesso no rosto, sabia que o moreno dera um bom trabalho para seus pais, quando criança. 

 

O carrossel foi só a primeira atração de muitas. Peter parecia ter uma energia inesgotável, algo que contagiou Anna de tal maneira, que esta o seguia para qualquer lugar. Quando Annabeth e Percy já tinham acompanhado os pequemos em, pelo menos, três brinquedos diferentes - sem contar os repetidos e os que seus filhos haviam ido sozinhos - eles resolveram parar um minuto para se refrescar. 

 

— Isso não é justo - Anna reclamou depois de devolver sua garrafa de água - Até o Peter consegue enxergar as coisas e eu não! 

 

Annabeth acariciou os cabelos da filha, tentando acabar de vez com a repentina indignação desta. 

 

— Logo você vai crescer e aí vai poder ver tudo - garantiu a loira mais velha. 

 

— Mas eu quero ver agora - explicou a pequena em um tom de súplica, muito diferente do de pirraça. 

 

— Ah, mas isso eu posso resolver - Percy disse.

 

Tudo que Annabeth viu nos segundos seguintes, foi o moreno levantas sua filha e coloca-la sobre seus ombros. 

 

— Tio Percy! - Anna exclamou, agarrando os cabelos negros do homem. 

 

— Ei, ei, ei - reclamou Percy - Não precisa puxar meu cabelo, não vou te deixar cair. 

 

Annabeth viu a filha afrouxar o aperto lentamente e, enfim, tomar confiança. A mulher também estava preocupada com aquela situação de início, porém, ao ver o sorriso de sua filha lá em cima, todo seu ser se alegrou. 

 

— Dá pra ver tudo daqui de cima! - exclamou Anna, soltando uma gargalhada. 

 

Percy segurou as duas pernas da menina e começou a andar. Annabeth colocou as mochilas mas costas e sentiu Peter segurar sua mão. Fitou o pequeno, surpresa, já que ele não tomara aquela atitude até aquele momento. 

 

— Só eu posso ficar no ombro do meu pai, mas vou deixar a Anna também - ele comentou sorrindo - Ela está muito feliz lá em cima. 

 

Annabeth sorriu e seguiu Percy, junto de Peter. O pequeno tinha toda razão, Anna estava mesmo feliz. A loira mais velha não podia negar, o moreno a sua frente estava se mostrando um homem incrível. 

 

Não demorou para que as crianças encontrassem outro brinquedo que lhes atraísse. Uma espécie de trem que os levava para um passeio dentro de uma "casa" bastante colorida. Os pequenos entraram na fila eufóricos, segurando com força os sorvetes que haviam acabado de ganhar. Percy encontrou um banco bem em frente a atração e sugeriu que sentassem ali para espera-los. Este também tomava um sorvete de chocolate, mas nesse ponto só a casca de biscoito restava.

 

— Muito obrigada por isso - comentou Annabeth sem aviso - Anna estava realmente precisando desse tempo fora. Acho que eu também estava. 

 

Percy sorriu abertamente e negou levemente com a cabeça. 

 

— Não precisa agradecer. Acredite, o convite foi quase mal intensionado - ele admitiu rindo - Eu estava arrumando uma desculpa para mim mesmo para fugir um pouco do trabalho. Além do mais, Peter está se divertindo muito também. 

 

A loira retribuiu o sorriso e fitou as crianças. Peter estava pendurado em uma das grades da fila, mas não de uma maneira que o fizesse correr perigo. Anna jazia parada a frente do amigo. Ela gesticulava enquanto falava algo, sem deixar de sorrir nenhum momento. 

 

— Annabeth, eu não quero ser invasivo, mas posso te perguntar uma coisa? - indagou Percy de surpresa. A loira assentiu, ainda sem entender aquela atitude do homem a sua frente - Tem algo mais do que dieta no fato de você não ter aceitado o sorvete, não é? 

 

A mulher desviou os olhos. Negara o sorvete que ele lhe oferecera quando fora comprar, porém não imaginara que isso despertaria qualquer sorte de suspeitas. Levantou o olhar e fitou Percy. Ele a fitava de forma curiosa e compreensiva, como se estivesse preparado para entender o que quer que fosse ouvir a seguir. 

 

Annabeth suspirou. Normalmente não sentiria-se confortável para falar de algo tão íntimo com um estranho como Percy. Contudo, por algum motivo, ele lhe inspirava a mesma confiança que Thalia, como se só estivesse ali com o único intuito de ajudá-la. 

 

— Antes de engravidar de Anna, eu amava sorvete de chocolate - contou Annabeth abaixando os olhos, mas sabendo que o moreno ao seu lado a ouvia atentamente - Eu e Luke, meu falecido ex-namorado, tínhamos decido morar juntos havia poucos meses e, desde então, ele adquirira o hábito de sempre comprar uma vasilha de sorvete de chocolate na volta do trabalho, quando sabia que havia acabado. Ele sempre soube que esse era meu preferido. 

 

"Era uma sexta à noite. Eu já havia saído da faculdade e esperava Luke em casa. Já estava preocupada, afinal ele nunca havia demorado tanto para chegar. E foi nesse momento, depois de já ter ligado para ele três vezes, que uma mulher, dizendo ser do hospital geral, me ligou perguntando se eu era Annabeth Chase e contando que Luke estava na emergência, em estado grave. 

 

Annabeth sentiu seus olhos marejarem. Ainda era difícil para ela relembrar aqueles momentos. O desespero, a dor, o sofrimento. Não queria ter que passar por aquilo de novo nunca mais. O toque de Percy em sua mão, seguido de um aperto, a despertou. Ela fitou-o e viu o mesmo olhar de antes. 

 

— Annie, se você não quiser... 

 

A loira nem mesmo o deixou terminar. O calor da mão do homem junto de seu olhar e seu tom carinhoso, foram o bastante para que ela seguisse em frente. 

 

— Foi um acidente de carro - ela continuou, retribuindo o aperto - Eu tinha comentado no dia anterior que o sorvete havia acabado e Luke lembrou-se disso e desviou seu caminho, passando no mercadinho. Aparentemente, depois de deixar o estabelecimento, ele parou em um sinal vermelho e esperou até o momento certo para atravessa-lo. Um caminhão desgovernado vinha na rua transversal. Luke morreu antes mesmo que eu chegasse no hospital e os policiais me disseram que encontraram um pote de sorvete de chocolate no banco de trás do carro. 

 

Annabeth apertou um pouco mais a mão de Percy e deixou algumas lágrimas caírem. 

 

— Se eu não tivesse dito nada, ele provavelmente ainda estaria vivo - murmurou a loira. 

 

A mulher sentiu uma mão levantar seu queixo e, quando se deu conta, já fitava os olhos verdes de Percy, com o rosto manchado pelas lágrimas que escaparam. 

 

— Cada um tem seu tempo, é nisso que eu acredito - disse o moreno firme, porém delicado - Já era o tempo de Luke, então não importavam as circunstâncias, ele morreria naquele dia. A culpa não foi sua, não havia nada que você pudesse fazer para mudar esse acontecimento. 

 

Percy fechou os olhos e suspirou. 

 

— Acredite, eu te entendo - ele garantiu, voltando a revelar suas íris - Minha esposa morreu no parto. Seu eu não mantivesse esse pensamento, acabaria culpando a mim mesmo ou a Peter por isso ter acontecido. 

 

Annabeth absorveu tudo aquilo com calma e, de alguma maneira, as palavras de Percy fizeram seu coração se acalmar como nunca antes. Era como se o peso dos céus estivesse sendo tirado de suas costas. 

 

O moreno levantou-se sem aviso e caminhou rapidamente, assustando Annabeth. Ela tentou segui-lo com os olhos, mas logo perdeu-o de vista. De supetão, lembrou-se das crianças e voltou seu olhar para elas. Peter caminhava para um dos carrinhos, enquanto Anna esperava para entrar no próximo, porém a pequena não parecia muito feliz com a ideia. O condutor do brinquedo falou algo com Peter, que correu na direção de Anna imediatamente, dizendo algo que a fez sorrir abertamente e o seguir, entrando, em seguida, no mesmo carrinho que ele. 

 

Só quando eles sumiram de seus olhos, Annabeth voltou sua atenção para o mundo a sua volta e imagine sua supresa ao encontrar um Percy a sua frente com um belo sorriso no rosto e uma casquinha de sorvete de chocolate em uma das mãos. 

 

— Mas o que... - ela começou, mas logo foi interrompida. 

 

— Sabe, Annie - disse Percy, sentando ao seu lado - Se esse Luke te amou tanto quanto me parece, certamente iria odiar saber que você deixou de comer seu doce preferido por causa dele. 

 

Annabeth pegou a casquinha de sorvete bastante apreensiva. Podia ver o semblante irritado de Luke a sua frente. Percy tinha toda razão, o loiro não gostaria nada nada de saber daquilo. A mulher fitou o doce aproximou-o da boca. Quando sua língua o tocou, não conseguiu segurar um gemido de prazer. Aquilo nunca deixaria de ser bom. 

 

Devorou o sorvete em menos de dois minutos, tirando um sorrido do rosto de Percy. 

 

— Acho melhor você ir lavar o rosto - ele disse - Para as crianças não verem os resquícios do choro. 

 

Annabeth assentiu e levantou-se, indo ao banheiro que tinha visto no caminho até ali. O gosto do sorvete ainda estava em sua boca. Ao contrário do que ela pensava, o sabor não lhe trouxera lembranças ruins, mas só momentos bons que tinha passado e, para sua surpresa, um desses momentos era o olhar que Percy dirigira a ela pouco antes. 

 

Quando voltou, encontrou o rapaz no mesmo lugar, mas dessa vez cercado por Peter e Anna, que falavam algo animadamente. Percy sorria, calmamente tentando acompanhar os dois, dando a eles toda sua atenção. 

 

— E então, como foi? - perguntou ela ao se aproximar, colocando as mãos sobre os ombros dos pequenos. 

 

Ambos se viraram e sorriram para ela. 

 

— Foi muito legal! A gente tinha que ir sozinho, mais eu pedi pro moço pra deixar eu ir junto com a  Anna - contou Peter, quase pulando no mesmo lugar - Aí ele disse "Pode chamar a sua irmã". 

 

Peter riu em seguida, tirando outro sorriso de Annabeth. 

 

— Onde você foi, mamãe? - perguntou Anna, claramente mais calma que o amigo. 

 

— No banheiro - revelou a loira mais velha. 

 

— Eu também quero ir no banheiro, papai - anunciou Peter. 

 

— Tudo bem, eu te levo - disse Percy levantando-se e indicando que Annabeth se sentasse, o que ela fez de imediato. 

 

— Eu também queria ir - disse Anna, meio tímida. 

 

A mulher sentiu o olhar do moreno sobre si e sorriu. 

 

— Tenho certeza que vi um banheiro família - falou ela. 

 

Percy a fitou apreensivo e ela lhe lançou o mesmo olhar pidão que ele sempre fazia. Aquele dia a estava esgotando, seus pés estavam doendo e não tinha a menor vontade de andar novamente até o banheiro. Anna não era realmente uma preocupação, sabia que a filha se viraria bem sozinha. 

 

O moreno suspirou e segurou as duas crianças pelas mãos, indo na direção que Annabeth acabara de vir. 

 

— Você tem muita sorte de tê-lo. 

 

Annabeth virou-se para o lado, só então notando a mulher ali. Ela tinha cabelos castanhos na altura dos ombros, corpo esbelto e olhos escuros. Parecia ter a idade muito próxima a da loira. 

 

— Como? - perguntou. 

 

— Você tem muita sorte de tê-lo - repetiu a mulher - Não é fácil encontrar um homem que se dê tão bem com as crianças e seja um pai tão atencioso. 

 

— Oh sim - disse Annabeth entendendo - Ele é realmente incrível. 

 

Sorriu involuntariamente. Percy era quase o homem ideal. Seus olhos verdes, cabelos negros, pelo morena e rosto bem desenhado, deixavam-lhe inegavelmente belo. Não era musculoso, na verdade, estava bem claro que fazia muito tempo que o moreno não via uma academia, mas seu corpo ainda sim era definido, exatamente como era do agrado de Annabeth. Além disso, era atencioso, carinhoso, educado, inteligente e cavalheiro. Como pai, o Jackson era maravilhoso. Sempre atento, preocupado, brincalhão e sensível para com as crianças. Por um momento, a loira pensou que ele seria um ótimo pai para Anna. 

 

Balançou a cabeça levemente, afastando aqueles pensamentos. Percy era o pai do melhor amigo de sua filha e não podia, nem devia, passar disso. Mesmo que quisesse, Annabeth não podia entrar em um relacionamento. Não podia permitir que sua filha se apegasse a um homem que não continuaria em sua vida. Afinal, quem iria querer assumir uma filha que não lhe pertencia? Além do mais, a mulher precisava estar emocionalmente estável para cuidar da filha e um relacionamento amoroso a desestabilizaria completamente. Aquilo estava completamente fora de cogitação. 

 

— Que idade tem as crianças? - indagou a mulher. 

 

— Cinco anos, as duas - respondeu Annabeth distraidamente. 

 

— Oh - a morena ao seu lado pareceu surpresa - Eles são gêmeos? 

 

Annabeth a fitou confusa. 

 

— Gêmeos? Não! - negou sem entender. 

 

— Nossa! - exclamou a mulher - Deve ter sido difícil para você ter um tão perto do outro! 

 

Só então a loira compreendeu. Aquela mulher estava pensando que Peter e Anna eram irmãos, que eram seus filhos. Ela estava pensando que Annabeth e Percy eram casados e tinham uma família. Aquele pensamento a fez corar levemente. 

 

— Não é isso que você está... 

 

Antes que Annabeth pudesse desfazer o mal entendido, uma grito de criança a interrompeu. O "mamãe", encheu seus ouvidos, fazendo-a olhar para frente, mesmo sabendo que não era a voz de sua filha. Um menino, entre dois anos e meio e três anos, andava em sua direção, seguido de um rapaz de cabelos claros e olhos escuros, que fitava a mulher ao lado de Annabeth com um olhar desesperado. O pequeno tinha o mesmo olhar. A loira segurou o riso. Os dois eram tão parecidos que chegava a ser cômico. 

 

— Acho que esse é a minha deixa - disse a mulher levantando-se e segurando um carrinho de bebê ao seu lado - Até! 

 

— Até! - retribuiu Annabeth, enquanto a via se afastar. 

 

Antes que a loira pudesse se quer absorver a conversa que acabara de ter, uma voz ecoou ao seu lado. 

 

— Mas tem que me amar muito para me seguir até aqui. 

 

Annabeth virou a cabeça e encontrou ninguém mais, ninguém menos, que Thalia. Levantou-se de imediato e abraçou a amiga. 

 

— Thalia! O que está fazendo aqui?! - perguntou surpresa. 

 

As duas se soltaram e a morena sorriu. Thalia usava sapatilhas, calças jeans e uma camiseta preta que marcava sua, ainda pequena, barriguinha de grávida. Estava mais baixa pela ausência do salto e não usava maquiagem aparente, como era de costume no escritório. Mesmo assim, continuava linda. 

 

— Eu é que te pergunto! Eu disse que sairia hoje! - exclamou ela. 

 

Annabeth riu. Como explicar tal coincidência? 

 

Só então notou Nico. Ele usava uma roupa tão despojada quanto a da primeira vez que o tinha visto e até bastante parecida. Sem falar dos cabelos bagunçados e o mesmo sorriso brincalhão. 

 

— Olá, Nico - ela cumprimentou. 

 

— Oi, Annabeth - ele retribuiu, balançando a cabeça e abraçando a esposa pela cintura. 

 

— Thalia? Nico?  

 

A loira virou-se para trás e encontrou Percy sem ação, segurando Peter com uma mão e Anna com a outra. 

 

— Tia Thalia! Tio Nico! - gritou Peter, soltando-se do pai e correndo em direção aos dois. 

 

Assim que o pequeno abraçou os dois, Annabeth sentiu Anna abraçar suas pernas, escondendo-se atrás dela. 

 

— Vocês se conhecem? - indagou Annabeth. 

 

Percy assentiu. 

 

— Nico é meu primo - explicou ele. 

 

— E melhor amigo - completou Nico - Além de que Percy é nosso padrinho. 

 

A loira olhou para os três. Qual eram as chances daquilo acontecer? 

 

— Mamãe, quem são eles? - perguntou Anna assustada. 

 

Annabeth respirou fundo e segurou a mão da filha, puxando-a para a sua frente. 

 

— Anna, essa é minha amiga, Thalia - apresentou a mulher - Esse é o marido dela, Nico. 

 

A loirinha abaixou a cabeça e sussurrou. 

 

— Muito prazer. 

 

Thalia e Nico sorriram. 

 

— Nossa, você é ainda mais fofa pessoalmente - comentou a morena - E ainda mais idêntica a sua mãe, como pode?! 

 

Anna levantou a cabeça e sorriu, bastante corada.

 

— Não é! - exclamou Peter - Eu sempre disse que elas eram parecidas! 

 

A conversa fluiu a partir daí. Peter realmente parecia bem próximo do casal e logo fez com que Anna se soltasse. Nico se mostrou bastante amigável e divertido, ganhando rapidamente a simpatia de sua pequena, assim como Thalia. Os seis estavam em um diálogo bastante animado, até as crianças insistirem para ir em outro brinquedo. Tal que Percy logo se ofereceu para levar. 

 

— Tio Nico também vai com vocês - completou Thalia. 

 

Nico a fitou inquisidor, mas logo suspirou e acompanhou o amigo e os pequenos, convencido somente pelo olhar que a esposa lhe dera. 

 

— Sabe a parte mais engraçada de tudo isso? - disse Thalia - Quando eu disse que podia te apresentar um bom partido que era pai, eu estava falando do Percy. Parece que você o encontrou sozinha. 

 

A morena riu sozinha. 

 

— Eu e o Percy não temos nada, Thalia - garantiu Annabeth - E nem podemos ter. 

 

Thalia fitou a amiga e suspirou. 

 

— Por que você fecha seu coração dessa maneira? - perguntou ela - Se fosse outro, eu até concordaria, mas eu conheço o Percy. Ele é o tipo de homem que, se se apaixonar por você, assumiria Anna como filha sem pensar duas vezes. Sem falar que ele precisa de alguém, e você também. 

 

Annabeth abaixou a cabeça. 

 

— Thalia, você sabe muito bem porque eu não posso me envolver - ela insistiu - Se não der certo, não sou só eu que vou sofrer, Anna também vai. 

 

Thalia suspirou novamente. 

 

— Ok - ela rendeu-se, por fim - Só saiba que, se ele se apaixonar por você, não vai desistir fácil. 

 

Annabeth levantou a cabeça e sorriu triste. 

 

— Por que ele se apaixonaria por mim? 

 

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Peter 

 

Peter sentiu seu corpo pesar enquanto via seu pai se afastar com Anna nos ombros. 

 

Tia Thalia e tio Nico haviam ido embora tinha algum tempo. Tio Nico dissera que, por ela estar esperando um bebê, tia Thalia não podia se cansar muito. 

 

O pequeno sentia-se cansado demais para fazer qualquer coisa. O sol se punha e já começava a escurecer. Anna ainda tinha energia e pedira para ir em uma daquelas barracas de tiro ao alvo, seu pai logo se oferecera para leva-la. Peter simplesmente não entendia como ela ainda conseguia ficar de pé. 

 

O moreninho encostou-se em tia Annabeth, que estava sentada ao seu lado, sentindo os olhos pesarem. Não queria dormir, queria brincar mais, mas seus olhos não pareciam querer ficar abertos. 

 

Aquele dia havia sido tão bom. Tinha sido uma das primeiras vezes que não sentira-se sozinho. Não que a companhia de seu pai não fosse boa, mas ele era adulto. Anna era criança, eles tinham a mesma idade. Mesmo sendo menina, ela lhe entendia muito bem e, apesar de quieta, sabia muito bem como brincar. 

 

Ainda estava lutando contra o sono, quando sentiu seu corpo se erguer. Abriu levemente os olhos quando foi colocado em um lugar fofo e notou que estava no colo de tia Annabeth. Era tão quentinho e confortável, que o menino não pode resistir a fechar os olhos e encostar-se no peito da mulher. 

 

Foi quando começou. Um leve carinho em seus cabelos. Os dedos passavam pelos fios, as pontas tocando seu couro cabeludo. Era tudo tão bom. Peter chegou a pensar que fosse o toque de um anjo, mas quando abriu uma brecha de seus olhos, só encontrou tia Annabeth fitando-o com carinho. 

 

Cerrou os olhos novamente e aconchegou-se melhor. Ronronou baixinho, apreciando aquele carinho. Que sua vovó não lhe ouvisse, mas tia Annabeth tinha acabado de lhe roubar o título de melhor cafuné do mundo. 

 

Não conseguia mais se manter acordado, era como se aquele toque chamasse seus sonhos. Sentiu os braços dela lhe envolvendo e simplesmente se entregou. Não podia mais resistir. Aos poucos os sons a sua volta foram sumindo. A brisa fresca, quase fria, que começara a sentir, simplesmente não o atingia mais. Só podia sentir o calor do colo de tia Annabeth o os dedos dela acariciando seus cabelos. E, antes que pudesse notar, já estava dormindo. 

 

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Percy 

 

Aquele início de noite estava bastante agradável. O céu estava claro por conta das luzes da cidade e sem nuvens aparentes. O outono, finalmente, começava a dar as caras com o vento levemente frio que soprava. 

 

As ruas estavam estranhamente calmas e o trânsito fluía anormalmente bem. Nova York estava excepcionalmente calma naquela noite de sábado. 

 

Pelo espelho do carro, Percy pode ver as crianças no banco de trás. O relógio estava a poucos minutos de bater 7:00 pm e eles já dormiam profundamente. Se o moreno pudesse apostar, colocaria todas as fichas no fato de que só acordariam no dia seguinte. Fitou Peter por um segundo. É, parecia que alguém ia dormir sujo. 

 

Desviou rapidamente seus olhos para Anna. Ela dormia calmamente em uma das cadeirinhas de Peter, a mais confortável por sinal, que o menino cedera de bom grado. Até ali ela era mais comportada. A cabeça escorada na almofada do assento, as mãos entrelaçadas no colo e as pernas encolhidas junto ao copo. Já o pequeno tinha as pernas completamente abertas, uma delas jogada sobre a lateral da cadeirinha. A boca estava aberta e a cabeça encostada na janela fechada, além dos braços sobre a barriga. 

 

Percy riu internamente da cena. Apesar das diferenças aparentes, aqueles dois já tinham se tornado amigos inseparáveis. O moreno poucas vezes vira seu filho ser tão atencioso e preocupado com outra criança como ele se mostrava com Anna.  

 

Outro ponto, era que Percy apaixonara-se pela menina a primeira vista, e aquele sentimento aumentava cada vez mais. Apesar da natureza calma e tom de voz baixo, Anna as vezes se irritava com Peter, franzindo as sobrancelhas e fitando-o de uma maneira que só a deixava mais fofa. Sem falar que seu rosto dedicado e cabelos loiros a faziam parecer um anjinho. Sempre que a via, o moreno tinha vontade de pegá-la nos braços e protegê-la do que fosse necessário. 

 

E também tinha Annabeth. Quando Peter dissera que ela era bonita e parecida com Anna, Percy já imaginou que ela seria um bela mulher, porém sua mente não fora capaz, nem mesmo, de chegar aos pés de sua figura verdadeira. Na opinião do moreno, ela era a mulher perfeita. Alegre, simpática,sincera, carinhosa, atenciosa, firme quando necessário, sensível, delicada, bem humorada, inteligente e, de quebra, ótima mãe. Isso sem falar na incomparável beleza. 

 

Ainda ficava em choque quando lembrava da cena que vira uma hora antes. Quando voltara da barraquinha de tiro ao alvo com Anna nos ombros e um urso de pelúcia nas mãos, não esperava encontrar Peter completamente aconchegado nos braços da loira e dormindo profundamente, enquanto esta acariciava os fios negros do menino em seu colo. Por um momento, quisera que Annaabeth fosse a mãe dele. Que seu filho tivesse a oportunidade de passar por momentos, simples como aquele, da maneira que merecia. O pequeno precisava de uma presença materna e Percy moveria mundos e fundos para que ele a tivesse. 

 

O moreno balançou a cabeça, desviando seus pensamentos, e parou o carro em frente ao prédio de Annabeth. 

 

— Muito obrigada, Percy - agradeceu ela, assim que o motor do carro desligou. 

 

Percy sorriu. 

 

— Já disse que não há motivos para isso - lembrou ele. 

 

A loira negou com a cabeça, também sorrindo. 

 

— Não é só pelo passeio, mas por tudo que aconteceu no dia de hoje - explicou ela - Isso inclui o sorvete de chocolate. 

 

Percy sentiu suas bochechas esquentarem levemente e coçou a nuca. Não quisera invadir a intimidade de Annabeth, mas simplesmente sentira-se obrigado a fazer algo. Não podia deixá-la sofrendo por algo que há muito havia passado. 

 

— Não foi nada - ele garantiu meio sem jeito. 

 

Fitou as duas crianças pelo espelho do carro e teve uma ideia. Talvez fosse um pouco de abuso, mas seria bom. Uma ótima maneira de unir o útil ao agradável. 

 

— Sabe, Annie - disse, dando-se a liberdade de chamá-la daquela maneira, já que o fizera mais cedo naquele dia e ela não o repreendera - Peter me contou que você tem alguma dificuldade para deixar Anna no horário certo na escola e, como aqui é caminho para mim, pensei em me oferecer para levá-la. Aí, como uma troca de favores, talvez você pudesse pegar o Peter na escola para mim. Não precisa ser todos os dias, dias vezes na semana é o suficiente. É que estou cansado de deixá-lo sozinho me esperando por tanto tempo. 

 

Desviou os olhos de Annabeth, com medo de sua reação. Provavelmente havia se precipitado, mas preferia confiar em seus extintos. Ela podia negar completamente a ideia ou aceitá-la de bom grado. Como sua mãe costumava dizer, o "não" ele já tinha, de nada custava buscar o "sim". 

 

— Tem certeza que não vai te atrapalhar? - perguntou a loira depois de praticamente um minuto de silêncio - Passar aqui em casa?

 

Percy se animou e voltou a fitá-la, colocando um grande sorriso nos lábios. 

 

— Não mesmo! - ele garantiu - Como eu disse, é caminho. É questão de passar por uma rua e não por outra. Não me atrapalharia em nada. 

 

Annabeth mordeu o lábio inferior, claramente ponderando a ideia. O moreno a fitava com grande expectativa. Aquela podia ser a chance de Peter saber como era ter uma mãe, mesmo que de maneira distorcida. 

 

— Bem, eu concordo - respondeu a loira por fim - Mas, com uma condição. Vou pegar o Peter todos os dias. Se é caminho para você, não será problema buscá-lo aqui em casa. Além do mais, Anna precisa de companhia. 

 

Percy assentiu e sorriu abertamente, concordando com o acordo. Aquela seria uma grande mudança na vida de seu filho. E para melhor, ele sinceramente esperava. 


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Notas finais do capítulo

E, aí? O q acharam? Pf, vcs precisam me dizer!
Aos q me cobraram o cap (se vc eh essa pessoa, sabe q estou falando com vc), eu disse q saia hj, n disse?!
Bem, novamente, peço q digam o q acharam, eh realmente importante. Ah, se sentirem vontade, favoritem!
Bjs, até!
EuSemideus



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