Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada
Um ano atrás
— Eu não acredito que você me levou pra ver o show da minha banda favorita! – exclamo extasiada. – O Sum 41 ali pertinho... Parece um sonho!
— Olha pra cá.
FLASH.
— Ficou ótima! - ele sorri.
— Eu odeio tirar fotos!
— Eu sei, por isso peguei você desprevenida.
Aproximo-me dele e espio. Na foto, estou com um sorriso feliz e meus olhos brilham de alegria. Ficou realmente linda.
— É, até que não ficou tão ruim assim...
Adam pega meu queixo com a mão e vira meu rosto para ele. De repente, me toco do quanto estamos próximos. Penso que ele vai me elogiar ou me beijar, mas...
— Eu sou lindo.
— O que? – começo a rir.
— Diga que eu sou lindo. – ele ri.
— Por que? – sorrio, inocente.
— Ah, vai, eu te levei no show da sua banda favorita, eu mereço.
— Tá, você é lindo. Feliz?
— Muito.
O sorriso dele é tão irresistível que eu me derreto por dentro, mas quando ele tenta me beijar, viro o rosto. Adam continua e me beija na bochecha. Após isso, eu inclino a cabeça e apoio minha testa na dele. Estamos tão próximos que posso sentir sua respiração quente no ar frio e ele solta um suspiro baixinho, de olhos fechados. Não sei por que, mas isso me deixa louca e eu cedo a tentação, selando nossos lábios. A sensação é tão boa que eu até me esqueço do segurança ali no fundo.
Presente
— Heróis! – Quíron anunciou. – Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados ou amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei como juiz e médico no campo de batalha. Armem-se.
Ele estendeu as mãos e as mesas subitamente se cobriram de equipamentos. Visto uma camisa de cota de malha e começo a pôr a armadura completa.
— Equipe vermelha – Trent gritou. – Para a frente!
Aplaudimos e agitamos nossas armas, seguindo-o para os bosques pelo norte. Alguns dos nossos gritavam provocando a equipe azul. Logo Juliet surgiu do meu lado.
— Eu e Trent iremos roubar a bandeira. Você é nova, fica na patrulha da fronteira.
— Não sou nova, moro aqui desde os doze anos, e só por que eu passei dois anos fora, não quer dizer que eu esteja enferrujada!
— Ah... Bem, nesse caso, me mostre seu potencial e eu deixo você ir com a gente.
Posiciono a flecha e levanto meu arco. Ao ser solta, a flecha sai pelo ar e acerta uma maçã ainda na árvore. Olho para Juliet e dou um sorriso convencido.
— Aprendi com o melhor.
— Quem? Ártemis?!
Dou risada e Trent se aproxima de nós.
— Tracy, já tem uma função?
— Vou proteger a bandeira.
— Mas... – Juliet começa a dizer, confusa.
— Sou mais valiosa nessa área. Acredite.
— Então por que você fez essa demonstração toda?!
— Só pra te impressionar mesmo. – dou de ombros. – Mas falando sério agora: eles vão reforçar a defesa, então sugiro que vocês reforcem seu ataque. E levem o outro guarda também. Eu dou conta.
Ela levanta uma sobrancelha e aperta os olhos.
— Primeiro: você não me dá ordens. Segundo: só por que você é talentosa com o arco e flecha não quer dizer que é invencível.
— Eu nunca disse que era invencível. Mas confie em mim, eles vão deixar a bandeira quase inalcançável. Vocês vão precisar de reforços.
— E por que eles fariam isso?
— Por que eles acham que eu vou atrás dela. - digo. - Wendy, Liam e metade daqueles semideuses me conhecem. Eles sabem que eu não vou perder uma oportunidade de enfrentar o chalé de Deméter.
Trent cruza os braços. — E por que eles teriam tanto medo assim de você?
— Por que me conhecem.
Ele e Juliet trocam olhares.
— Não vamos mudar o plano. – decide o filho de Ares. – E já temos duas filhas de Afrodite guardando a bandeira. Elas vão usar o charme.
— Vamos ter que ser rápidos então... Eu vou com vocês. De patrulha na fronteira eu não fico.
— Mas você seria uma ótima distração... – Juliet se lamuriou.
— Eu seria muito melhor como guarda. Mas não vou servir de saco de pancada pra você bancar a heroína.
Ela me olha um pouco surpresa, mas concorda em me deixar ir. Caminhamos pela floresta pelo o que parece ser uma eternidade até achar a maldita bandeira.
Juliet subiu numa árvore para espiar melhor.
— Wendy e Liam estão guardando a bandeira no punho de Zeus e há uns vinte semideuses no meio do caminho. – ela contou. – Não sei como vamos passar por eles.
— Eu disse que eles iriam reforçar a defesa. Aposto que os semideuses que você falou são todos do chalé de Deméter. Não são?
— São...
— Dá pra encarar. – suspiro. – Juliet, use seu charme e distraia-os. Trent vem comigo.
— O que você vai fazer?
— Pegar a maldita bandeira.
Ela concorda e corre para a vista dos semideuses.
— LARGEM ESSAS ARMAS - ela gritou. - VOCÊS NÃO PRECISAM DELAS!
Todos os semideuses obedeceram em transe, até Trent. Mas assim que toquei em seu braço, ele despertou e recolheu sua espada. Nós corremos até o punho de Zeus. Sou mais rápida. Meu pai adora correr, e faz isso como exercício físico. Também era uma forma de passarmos mais tempo juntos, e eu de continuar treinando.
Assim que Trent e eu alcançamos o punho de Zeus, ergui as mãos para as pedras e me concentrei, criando uma camada de gelo. Liam previu e agarrou Wendy pela cintura, fazendo uma viagem pelas sombras até o chão de terra.
— Sabia que você faria isso. – disse ele.
— E eu sabia que você viria atrás da bandeira. – disse Wendy. – Conheço você.
— Eu não te falei? – dou uma cotovelada em Trent. - Olha, se vocês saírem agora, prometo que não os machucarei.
— Não vou deixar você machucar a Wendy. – afirmou Liam.
Olhei bem para ele e franzi as sobrancelhas.
— Vocês...?
Minha amiga corou e fuzilou Liam com o olhar. De repente, todo o gelo que eu fiz derreteu e um sorriso se formou nos meus lábios.
— V-você tá feliz? – Liam gaguejou enquanto Wendy franzia a testa.
— Claro que estou!
Ele parecia decepcionado, e Wendy envergonhada. Então, eles subitamente caem no chão (gelo) e eu subo o punho de Zeus atrás da bandeira. Agarro o estandarte e corro com Trent atrás de mim. Wendy e Liam gritam, mas estão presos pelo gelo. Logo Juliet se junta a nós e eles me flanqueiam até o riacho. Alguns semideuses começam a nos perseguir, mas Juliet usa o charme neles.
Quando estamos perto do riacho, passo a bandeira pra ela. Não quero ser a capitã da próxima equipe, e ela parece entender que é por isso e a pega. A bandeira tremula no meio do riacho e a coruja é substituída por uma pomba branca. Todos gritam e tal, e antes que eu conseguisse fugir, fui erguida pelos campistas. Eu, Trent e Juliet.
Eles nos carregaram até a fogueira, comemorando, e Lyra vinha sorridente na minha direção quando de repente todos pararam de falar e olharam para o centro da fogueira, onde havia uma mulher com cabelos prateados presos numa trança e vestido furta-cor com as penas de pavão. Ela parecia furiosa e linda. Todo mundo começou a se ajoelhar diante dela. Fui posta no chão e me ajoelhei também.
— Eu quero uma missão agora. – disse a mulher. – Os melhores semideuses. Quem são?! E pelos céus, não me venham com nenhum bastardo de Zeus.
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