Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada


Capítulo 25
Paradas


Notas iniciais do capítulo

Hey, eu sei que eu não posto desde o dia quinze, mas andei muito desanimada nessa semana e na semana passada, então desculpem. Aliás, eu gostaria de agradecer a recomendação linda e maravilhástica da Bruna Mitsashi, que me motivou bastante! Obrigada :)
Boa leitura, pessoal!
P.S.: vou continuar colocando FanArts do Apolo e da Ártemis (que nós fingimos ser a Tracy).



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☼  ❅

— Conta de novo como conseguiu o pomo. – pediu Juliet. – Precisamos analisar isso com muito cuidado.

Eu sabia que ela tinha razão, mas cada vez que ouvia a história, mas confusa eu ficava.

— Já contei um milhão de vezes. Por que vocês não me contam o que fizeram? – disse Trent. – Por que acho que alguém aqui fez compras...

Ele olhou para as minhas roupas. Eu estava com um jeans skinny, uma camisa preta e minhas confortáveis botas austríacas. As mesmas roupas que eu tinha trago da mansão na Austrália.

Hoje faz três dias desde que saímos de Los Angeles. Estávamos viajando sempre de ônibus. Meu pescoço estava doendo por causa da posição desconfortável em que eu dormia, e o cara no banco de trás roncou a noite passada inteira. Sinto falta do Apolo, sinto falta da minha mãe e do meu pai, e sinto falta do Acampamento e de Quíron, Wendy e Lyra.

— Eu comprei essas roupas. – digo a Trent, e não estou mentindo. Eu comprei, Apolo pagou.

— E com que dinheiro? – ele insiste, me fazendo revirar os olhos.

— Meu pai. – minto. – Ele é um sujeito muito rico.

Na verdade, papai está entre os homens mais ricos do Estados Unidos numa pesquisa nacional que fizeram, mas não vou ficar esfregando isso na cara de Trent.

— O que ele faz? Atua?

Ele é vocalista de uma banda de rock lendária que quase todo mundo conhece.

— Pode-se dizer que sim.

E também não estou mentindo dessa vez. Papai já fez muitas participações em séries e filmes. Inclusive, ele tem um filme só sobre ele, além de uma porção de documentários sobre sua banda.

— Que tal pararmos de falar do meu pai e falarmos do pomo?

Ele revirou os olhos cor de chocolate e Juliet enrolou uma mecha de seu cabelo ruivo no dedo.

— É, vamos falar do pomo. – disse ela.

Trent suspirou e contou a história de novo. Como entrou na casa de uma mulher e encontrou o pomo numa cúpula de vidro, tipo a rosa de A Bela e a Fera. Em seguida a dona da casa apareceu, uma semideusa de uns quarenta anos, com cabelo preto e olhos prateados, muda, que tentou mata-lo de todas as maneiras possíveis. Só não conseguiu por que ele espirrou perfume nos olhos dela, e isso fez com que ele ganhasse tempo. Trent quebrou a perna dela, roubou o pomo e fugiu. E aqui estamos nós.

Eu já estava quase cedendo e deitando a cabeça no ombro dele, de tanto que meu pescoço doía, quando o ônibus fez uma parada num posto de gasolina, ao lado de um restaurante. Fomos todos ao banheiro e depois eu fui renovar meu estoque de Tic Tacs deixando Trent e Juliet para trás, que discutiam. Foi quando o pingente no meu pescoço começou a ficar quente.

— Raio de Sol?

Apolo surgiu do meu lado. Vestia jeans, tênis Vans e uma camisa preta sem mangas. O cabelo loiro estava charmosamente desarrumado, do tipo que você sabe que ele mesmo bagunçou, e os olhos azuis sorriam, acompanhando o sorrisinho de canto em seus lábios.

Eu devia brigar com ele por aparecer ali, mas estava com tanta saudade que fui ao seu encontro e o abracei, sentindo seu perfume gostoso exalar até mim.

— Uau... não estou acostumado com isso. – ele murmurou. – Aconteceu alguma coisa?

— Estou com dor de pescoço e não tenho dinheiro pra comprar Tic Tac.

Ele assentiu como se dissesse “já entendi tudo”, e inclinou a cabeça, dando um beijinho no meu pescoço. No mesmo instante, parou de doer.

— Ahh — suspirei, fechando os olhos e sorrindo. – Obrigada, amor.

Apolo riu e beijou minha testa.

— Conseguiram um pomo?

— Sim. O Trent conseguiu. Agora estamos partindo para a próxima amante.

— E quem é?

Franzi a testa. – Eu não lembro. A Juliet é que tá com a lista.

Apolo não deu muita importância ao assunto e pegou a cesta cheia de Tic Tacs da minha mão, enquanto passava o braço livre pela minha cintura e me conduzia até o caixa com ele.

— Você tem que parar com esse negócio – disse ele. – Está ficando viciada.

— Eu  sou viciada.

— E por isso tem que parar...

— Não tenho não!

— Tem sim.

— Não, não tenho!

Ele suspirou ao mesmo tempo em que revirava os olhos. – Por que sempre que nos encontramos, você está comprando Tic Tacs, Tracy?

Dou de ombros, sem saber o que responder. Apolo passa um cartão dourado na maquininha e pega à nota fiscal da mão da mulher, me passando a sacola com ela junto. A mulher do caixa, que estava ocupada olhando descaradamente para Apolo (tudo bem, já estou acostumada) passa a olhar nervosamente para a nota fiscal que ele me deu.

Seguindo meus instintos, desço meu olhar até a nota e encontro um número de celular. Amasso o papel, no automático.

— Hum-hum... — pigarreei. – Quer saber, não vamos precisar disso. Toma, pode ficar!

E jogo o papel amassado em cima do balcão. Apolo me olha sem entender nada, depois olha para a mulher, toda vermelha.

— Ah... – diz ele, abrindo um sorriso nervoso para mim. – Vamos?

Antes que eu responda, ele já voltou a passar um braço pela minha cintura e me conduz para fora do restaurante. Cruzo os braços, irritada.

— Então, conte-me mais sobre a sua missão. – ele pede, numa tentativa vã de me enrolar. – Como estão indo?

— Você sabe muito bem como estamos indo.

O sorriso de Apolo morre e ele suspira. – Você não vai dar um ataque de ciúmes agora, vai?

Desfaço a caranca e olho para Juliet e Trent, ainda discutindo do outro lado do estacionamento. Se me virem, com certeza vão perguntar quem é o cara comigo. Pior: podem reconhecê-lo.

— Quanto tempo nós temos até que eles venham me procurar?

— Hum... algo em torno de três minutos.

Me viro para Apolo e ele se aproxima, roçando o corpo no meu. Lentamente inclina a cabeça, com um sorrisinho metido, e aproxima o rosto do meu.

— Você sabe que eles podem se virar a qualquer momento, não sabe?

— Sei. – murmuro. – Por isso é melhor você calar a boca e me beijar lo...

Antes que eu termine, ele já está me beijando.

Apolo abraça minha cintura, colando nossos corpos, e eu deixo a sacola de compra cair no chão, levando meus braços a repousarem sobre seu peito. E quando nossas línguas se tocam, esqueço de tudo. De Juliet e Trent lá atrás, da minha mãe, do meu pai, de tudo. Ele morde meu lábio ao final do beijo, e então desce para o meu pescoço, traçando uma linha de mordidas e beijos molhados. Solto um suspiro baixinho de prazer e ele retorna para a minha boca. É nesse momento que ouvimos o grito de Trent.


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Notas finais do capítulo

A deusa que falou com a Tracy quando ela era criança foi Éris. Se criarem alguma teoria com base nisso, digam nos comentários por que eu vou adorar saber! E digam o que acham que vai acontecer agora. Será que o Trent viu os dois?



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