Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada


Capítulo 15
Fique


Notas iniciais do capítulo

Hey, consegui terminar antes do prazo. Foi meio difícil por que eu estou com outra fanfic do 5sos, e estou ecrevendo pras duas. Mas consegui. Espero que vocÊs gostem, boa leitura!
P.S.: O pijama da Tracy é uma calça xadrez vermelha e uma camisa do Ramones.



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Arregalei os olhos, mas fiquei quieta. Estava escuro no quarto.

— Muito bem – sussurrou uma voz. - Agora levante-se e siga seu namorado gostosão.

Revirei os olhos no escuro e tirei a mão dele da minha boca, mas levantei e fiz o que ele mandou. Estava com o coração acelerado de medo de alguém ter nos ouvido, mas Trent não havia parado de roncar em nenhum momento e Juliet estava na cama de cima, dormindo tranquilamente. Lancei um último olhar nervoso para os dois, peguei a mão de Apolo e o segui porta afora.

Saindo no corredor, agora na claridade, olhei bem para Apolo. Ele vestia jeans, uma camisa do Sublime with Rome¹ e All Star. Sem pensar duas vezes, soltei sua mão e pulei em seu pescoço.

— Deuses, como eu senti sua falta... – confessei, exalando seu aroma. Inebriante, suave e caloroso. Como a luz do sol.

— Você tá bem? – ele acariciou meu cabelo. – Normalmente sou eu quem fala esse tipo de coisa.

Ri e desenterrei o rosto do pescoço dele.

— É essa missão. – falei. – Ela que está me deixando assim.

— Se missões te deixam mais amorosa, então você devia participar de mais delas.

— Nem brinque com isso. – fiquei séria. – Aliás, você não devia ter vindo aqui! Já pensou se alguém descobrisse...?!

Ele fechou a cara e sustentou meu olhar. Apolo nunca foi a favor de manter nossa relação em segredo. Foi sempre eu que quis assim. Normalmente não costumo ligar pro que os outros pensam, mas além de minha mãe não aprovar e de todos me julgarem por namorar o deus mais vagabundo e vingativo do Olimpo, essa relação pode me colocar em perigo. Mesmos motivos que o Peter Park teve para terminar com a Mary Jane.

— Quer que eu vá embora?

Balancei a cabeça de um lado para o outro. Não, não queria que ele fosse embora. Mas também era orgulhosa demais pra dizer em voz alta.

— Vamos pra cima então.

Ele pegou minha mão novamente e me puxou até o elevador enquanto eu lançava olhares inseguros para a porta do quarto.

— Por que não pediu um quarto separado pra você? Poderíamos dormir juntos.

— Por que não temos muito dinheiro.

— Isso não é problema. Eu...

— Não quero seu dinheiro.

Apolo bufou e ficou me olhando. Eu fixei o olhar nas portas do elevador, e no número que mudava a cada andar que ultrapassávamos, fingindo que não percebia ele me encarando descaradamente.

— Você fica linda com esse pijama. – suspirou. – Mas tenho medo de te elogiar demais e isso te subir a cabeça.

Olho para ele e semicerro os olhos.

— Olha só quem está falando... O deus mais metido do Olimpo!

Apolo riu.

— Se não fosse você e sim outra pessoa que dissesse isso, eu a queimaria viva.

— Oh, como você é romântico! – coloquei uma mão sobre o peito. – Acho que vou me derreter!

Ele riu mais ainda.

— Você foi mesmo feita pra mim.

Revirei os olhos sem conseguir conter um sorriso. Ele embalou minha cintura e me puxou para perto, beijando minha bochecha, minha orelha e minha bochecha novamente.  Inclinei a cabeça de lado e fechei os olhos enquanto ele distribuía beijos molhados e mordidas pelo meu pescoço. Estava quase me virando e cedendo quando as portas do elevador se abriram.

— Chegamos. – abri os olhos. – Cobertura.

Ele suspirou, e eu o puxei para fora. Na cobertura só havia uma espreguiçadeira enferrujada e uma caixa d’agua coberta. Olhei para meu namorado decepcionada.

— Solzinho?

— Hã?

— Faz uma mágica aí!

Ele revirou os olhos e estalou os dedos. Uma cama box coberta por um edredom e com travesseiros surgiu na minha frente. Sorri, fiquei de costas para ela e me joguei. Apolo se jogou em seguida, só que em cima de mim.

— Que tal luzes? – pedi.

Foi só o tempo de eu piscar os olhos e de repente havia pisca-piscas nas paredes, em forma de corações. Empurrei Apolo para o lado e me sentei, olhando ao redor.

— Mais alguma coisa? – ele perguntou.

— Sim. Um tapete bem grande aqui em volta. Não quero sujar minhas pantufas de leão.

Ele estalou os dedos e o chão se cobriu de carpete azul. Me virei para ele e me inclinei sobre seu corpo.

— Você é o melhor namorado do mundo.

— Eu sei.

O deus sol acariciou meu rosto, sorrindo metidamente. Acho que essa palavra nem existe, mas dane-se. De repente ele parou de sorrir e seu olhar ficou distante, embora ele continuasse acariciando meu rosto.

— Você foi ver minha mãe?

— Fui. Por quê?

— Nada... Ela meio que comentou comigo.

— Humm... Já que você tocou nesse assunto de mãe... Eu topei com Éris esses dias.

— Não entendi o que isso tem a ver com...

— Ela disse que se eu contar pra Despina sobre nós dois, ela me dirá onde estão os pomos.

Apolo não expressou nada, apenas continuou acariciando meu rosto com o olhar distante.

— E você vai contar?

— Sim. – comecei a brincar a com a gola da camisa dele. – Quanto antes acabarmos essa missão, melhor.

— Só assim pra você tomar uma atitude...

Saí de cima dele e me deitei de costas, olhando para o céu. Estava salpicado de estrelas e a lua estava cheia. Lindo demais. Só não era mais lindo que a pessoa do meu lado.

— Ártemis deve estar caçando. – comentei.

— E logo serei eu. Faltam cinco horas pro sol nascer.

— Eu preciso voltar pro quarto... Alguém pode acordar e dar minha falta.

— Não vão. Fica aqui, eu te acordo antes de ir trabalhar.

Olhei para aqueles olhos azuis como o céu. Ele estava fazendo aquela cara triste para qual eu não conseguia dizer não.

— Tudo bem. Eu fico.

Ele sorriu. – Vem cá, quero sentir seu cheiro e quero que ele fique na minha roupa.

Obedeci e ele me abraçou. Era mais fácil dormir com ele, pois eu nunca tinha pesadelos e me sentia segura. Os braços de Apolo eram o lugar mais seguro e protegido do mundo. Apolo era meu paraíso e meu inferno ao mesmo tempo. Dormi tranquilamente e fui acordada com beijos. Nos despedimos e eu desci até meu andar, esfregando os olhos e bocejando de sono.

No quarto, Trent ainda roncava alto. Olhei para Juliet e ela estava deitada virada para mim, na cama de cima do beliche. Os lábios estavam comprimidos como se estivesse se contendo pra não falar algo, e os olhos arregalados e culposos na minha direção. Então ela se virou pro outro lado da cama, para a parede, e eu fiquei parada sem saber o que fazer.

Ela sabe.


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Notas finais do capítulo

Sublime with Rome é uma banda de raggae.



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