Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada


Capítulo 13
Interesse


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa ter ficado duas semanas sem postar. Foi mal mesmo. E desculpa esse capítulo ser pequeno. O próximo vai ser bem grande pra compensar tudo! E só pra constar, eu não tenho nada contra os Jonas Brothers!



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Sete meses atrás

— O que você quer que eu toque?

— The Doors.

Apolo me olhou com decepção. É quase fofo o modo como ele franze as sobrancelhas e me olha insatisfeito. Só com isso já sinto vontade de beijá-lo.

Doors, Tracy?! Será que você não prefere ouvir uma composição minha?

— Não. – rolei pela cama, sorrindo para ele. – Não mesmo.

Ele fez uma mistura de bufar/suspirar e dedilhou algumas notas no violão. Um sorriso maldoso surgiu em seu rosto.

Yeah, I'm a back door man (Sim, eu sou um homem da porta dos fundos)

I'm a back door man (Eu sou um homem da porta dos fundos)

The men don't know (Os homens não sabem)

But the little girl understand (Mas as garotinhas entendem)

Seu... — atirei um travesseiro nele. Apolo apenas ria. – Cretino! Eu pensei que você ia tocar Love Street!

— Toco o que você quiser. – disse sorrindo. – Conheço todas as músicas do mundo.

Hump... — bufei. – Não quero mais The Doors. Quero Beatles.

— Perfeito.

Ele me olhou sério e começou a cantar.

Oh yeah, I'll tell you something (Oh, yeah, eu direi algo a você)

I think you'll understand (Eu acho que você entenderá)

When I say that something (Quando eu digo aquela coisa)

I wanna hold your hand (Eu quero segurar a sua mão)

Franzi as sobrancelhas e dei um sorriso irônico. Sério que ele tinha escolhido essa música? Era meloso demais até pra mim.

I wanna hold your hand (Eu quero segurar a sua mão)

I wanna hold your hand (Eu quero segurar a sua mão)

Mas Apolo não estava dando seu típico sorriso presunçoso ou o malicioso. Ele estava muito sério, como se quisesse me fazer entender alguma coisa.

Oh, please! Say to me (Oh, por favor! Diga pra mim)

You'll let me be your man (Você me deixará ser seu homem?)

And, please! Say to me (E por favor, diga pra mim)

You'll let me hold your hand (Você me deixará segurar sua mão?)

Parei de sorrir e fiquei séria também. O olhar dele era tão intenso que estava me deixando desconfortável.

Now let me hold your hand (Agora, deixe-me segurar sua mão)

I wanna hold your hand (Eu quero segurar sua mão)

Seus belos olhos cor de céu me fitavam tristes e isso estava me matando por dentro. Me levantei e ficando de joelhos sobre o colchão, segurei seu rosto entre as mãos e rocei meu nariz no dele. Apolo fechou os olhos e continuou cantando baixinho.

And when I touch you I feel happy inside (E quando eu te toco, eu me sinto feliz por dentro)

It's such a feeling that my love (É como um sentimento que, meu amor)

I can't hide, I can't hide, I can't hide (Eu não consigo esconder, eu não consigo esconder)

 

Presente

Eu só queria dar uma mijada. Só isso.

Fazia cinco horas desde que tínhamos deixado o acampamento das Caçadoras de Ártemis e o maldito Trent Cooper não nos deixou fazer nenhuma parada até Juliet alegar que podia estar menstruada. Alarme falso. Mas funcionou.

Eu já tinha feito meu xixi e lavado as mãos, e agora estava armando um plano para roubar algumas latas de Coca-Cola do posto de gasolina em que paramos. Era um pouco maior do que o último que eu tinha roubado, e esse tinha duas atendentes mulheres. Mais uma vez invejei Juliet pelo seu charme que podia funcionar em qualquer um. Peitos nem sempre resolvem tudo.

Estava prestes a ir atrás dela e pedir que distraísse as vendedoras quando um garotinho me cutucou e apontou para uma mulher sentada numa mesa. Tinha o cabelo preto repicado e era cheia de piercings. Os braços, as pernas e o pescoço eram cobertos por tatuagens. Ela bebia Toddynho de canudo, e foi isso, não o visual punk, que me fez ficar com medo.

Primeira reação: procurar pelos amigos. Nada deles.

Você — disse ela. – Namorada do Solzinho.

— Presente.

Apertei os olhos e me sentei na cadeira diante dela. Minhas pernas estavam meio moles. Como ela sabia do meu relacionamento com Apolo?

— Já contou pra mamãe do romance com o deus das pragas?

— Já foi num show dos Jonas Brothers?

A mulher deu um sorriso irônico. Seu batom era preto, quase tão escuro quanto seus olhos.

— Gostei de você, Namorada do Solzinho. Mas não sei o que você viu naquele idiota presunçoso.

— Ele pode ser um idiota presunçoso sim, mas é o meu idiota presunçoso.

Ela riu e sugou um pouco do Toddynho, depois baixou o canudo e sorriu.

— Gostei. Gostei ainda mais que alguém, você, irá acabar com aquele pobre coitado outra maldita vez. Mas eu revolvi te ajudar.

Franzi a testa e ela continuou.

— Você conta pra sua mamãezinha desse namorico com o Solzinho, e eu te conto onde estão os pomos de Hera. - deu de ombros. - Simples assim.

Hesitei.

— O que você ganha se eu fizer isso?

— Assuntos meus, queridinha. Basta você saber que eu sou Éris, a deusa da discórdia.

Segunda reação: procurar os amigos. De novo. Juliet acabou de sair do banheiro, mas não está olhando para mim.

— E o que acontece se eu não fizer o que você quer?

Éris terminou de sugar o resto do Toddynho e jogou a embalagem no chão. Abri a boca pronta para dizer ultrajadamente “poluidora!”, mas ela inclinou o corpo para frente e deu um sorriso irônico.

— Tracy querida, eu só quero facilitar essa missão pra você! – ela colocou uma mão sobre peito. – Você não quer acabar com isso logo e voltar pra segurança do Acampamento? Se recusar a minha ajuda, isso pode nem chegar a acontecer! Ficará mais difícil...

Os olhos dela brilharam de malicia. Nesse momento ouvi um grito e um bater de asas. Olhei instintivamente na direção do som, a tempo de ver Trent ser arrastado para cima por um grifo. A criatura tinha cabeça e asas de águia, corpo de leão e garras enormes fincadas nos braços do meu amigo.

 

Olhei para Éris, que sorria enrolando uma mecha de cabelo no dedo, e me levantei, correndo para fora. Girei a lua do meu anel e o arco prateado surgiu em minhas mãos, mas eu não conseguia segura-lo direito. Minhas mãos tremiam e minhas flechas caiam no chão. Praguejei desistindo daquela coisa e corri atrás dele, agarrando seu pé e sendo levada junto.


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