The Híbrida escrita por Freya


Capítulo 6
Capítulo 6 ~ Vampiros que mordam a Lindsay


Notas iniciais do capítulo

~ Oiee amorzinhos, é o seguinte, pra quem ta acompanhando e mandando comentário (amo vocês), se puderem, quando deixarem o comentário, eu gostaria que dissessem pfv se a escrita ta boa, se ta facil de entender, de tem muito diálogo, se tem pouco diálogo, se ta cansativo... Tudo para que eu possa melhorar. Bjinhos ♥♥~



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— O que você quer? — Perguntei e abri usei o dom de Edward para ouvi-lo e não evitei o riso fraco. — Quer que eu suba em você? — Ele rosnou suave de novo. — Ta legal, eu vou tentar. — O contornei e subi em suas costas, a principio sem jeito, mas logo me ajustei. Então ele correu. Era estanho, diferente e maravilhoso. Sentia-o tão perto, seu cheiro e seu calor. A sensação era muito boa. Não evitei o grande sorriso que surgia em meu rosto. Era uma corrida pesada, veloz e agitada. Ele era grande, não contornava muitas arvores e trilhava um caminho em linha reta. Logo chegamos a um penhasco, que dava para o mar. A visão era linda.

— Gostou? — Perguntou-me já na forma humana, ele tinha olhos observadores e um sorriso largo nos lábios.







P.D.V. NIKITA

— Uau! — Exclamei, e ele sorriu, me virei e observei o mar, as ondas quebravam próxima a praia e o resto era uma grande imensidão azul.

— Nunca vi nada tão encantador. — Sussurrou próximo e senti os pelos de minha nuca se arrepiar, e sorri encabulada. Sua aproximação me causava certos arrepios, nunca me senti assim em relação a alguém antes, era estranho, mas terrivelmente gostoso. — Você e Emmett não deviam brincar de lutinha, pode se machucar. — Interrompeu meu pensamento mudando o assunto.

— Ah, eu jamais o machucaria Sean. — Respondi, ainda observando as ondas e sentindo a brisa do mar bagunçar meu cabelo. Ouvi um riso fraco.

— Eu não falava do Emmett.

— Eu sou mais forte do que você pensa. — Respondi um pouco grossa, o fitei nos olhos e acabei me perdendo em sua imensidão. Céus, como ele podia ser tão belo?

— Não disse que você é fraca.

— Então? — O pressionei, era obvio que ele tinha dito isso. Eu podia ver nas entrelinhas.

— Eu só. — Passou a mão pelo cabelo de forma nervosa. — Vocês nem ouviram nossa aproximação, e se fossem inimigos? — Disse ele, como se achasse a solução para o que tinha dito. Evitei uma briga e apenas sorri, logo ele sorria sem jeito para mim também. Não percebi que o encarava de forma boba, até restar somente o som dos nossos corações disparados. Eu devia tomar mais cuidado com minhas emoções.

— O que é imprinting? — Perguntei curiosa, lembrando-me quando Renesmee comentou, e cortei o clima constrangedor que se instalava. Porém, ele ficou nervoso, sério e hesitante. — Eu sei que temos isso. E nada mais pode me surpreender Sean, pode me contar, seja o que for. — Completei tentando fazer ele se sentir a vontade comigo.

— É complicado. Nós lobos temos imprinting, algo como um amor a primeira vista com sua alma gêmea. O imprinting existe para nos mostrar quem é essa pessoa. — Ele disse evitando meu olhar.

— Só? — Perguntei depois de ele ter feito silencio. Eu não ligava de ser perfeita pra ele, e ele ser perfeito pra mim. Aliás, acho que eu gostava da ideia.  Seu cheiro era delicioso, e seu corpo era sexy. Senti meu rosto esquentar com o pensamento.

— Acha pouco? — Ele respondeu um tanto ríspido. — É a coisa mais confusa que acontece com a gente. Nosso mundo gira em torno do nosso imprinting, e ela é a coisa mais importante, é o motivo de acordar e respirar todos os dias, de viver. E eu poderia morrer por você, só para vê-la sorrir. Posso me tornar o que quiser: um amigo, irmão, namorado.

— Você esta preso a mim então? — Falei num tom baixo, ele não parecia feliz com a situação.

— Eu estou. Mas não de um jeito ruim Niki. Eu só quero estar perto de você, conversar, ouvir sua voz. Isso já me basta, você não precisa me aturar se não quiser. — Falou ainda um tanto ríspido.

— Ah. Você disse namorado, isso quer dizer que a gente vai namorar? — Perguntei constrangida, parecia que ele não queria nem estar perto de mim.

— Eu já tenho uma namorada. — Falou sério, mas seu tom amenizou. De qualquer forma, aquilo tinha causado algo dentro de mim, e em milésimos de segundos imaginei sua namorada morta e ele sendo apenas meu. Ele era meu por direito não era? Tínhamos um imprinting! — Você não é obrigada a ficar comigo Niki, eu serei sempre o que precisar, sempre vou te proteger e cuidar de você. — Falou delicado e se aproximou, passou o braço por meus ombros e me abraçou. Seu toque era quente e confortável. Desejei que ele nunca me soltasse. — Eu não queria te assustar com tudo isso. Renesmee passou um mês sem ver o Jacob quando descobriu do imprinting deles, e eu jamais conseguiria ficar tão longe de você se não me aceitasse.

— Eu jamais te recusaria. — Respondi ainda o apertando. Seu cheiro era inebriante e quase fiz biquinho quando ele me soltou.

— Amigos então? — Perguntou e eu assenti concordando com uma tristeza escondida.














Já era a décima vez que eu suspirava, e o motivo estava sentado ao meu lado.

— Algum problema Niki? — Sean perguntou durante a aula. E eu apenas neguei com a cabeça.

Havia se passado um tempo desde que Sean e eu conversamos naquele penhasco. No começo não entendia minhas reações, porém agora tudo já estava claro como água cristalina. Eu estava apaixonada por Sean. O grande problema se chamava Lindsay, sua namorada. Graças ao imprinting ele ficava maior parte de seu tempo comigo, boa parte trabalhando na matilha e restava pouco para Lindsay, de qualquer forma, ela o tinha e eu não. Eu não passava da grande amiga.

O imprinting nunca foi um problema para mim. Eu sabia que era dona de meu destino, que o imprinting só nos apontava para a direção certa, e eu decidi segui-la. Mas descobri que para Sean não era a mesma coisa. Ele se sentia culpado, tentou negar no inicio nossa conexão, e mesmo que a aceite, nada passara de amizade. O que só torna tudo mais difícil para mim. Eu também daria minha vida por ele, e daria muito mais se pudesse ao menos tê-lo do meu lado.

E agora, ele estava do meu lado, prestando atenção nas minhas atitudes, enquanto eu apenas pensava no quanto queria poder beijá-lo e sentir o sabor de seus lábios. Estava se tornando difícil disfarçar toda essa explosão de sentimentos e desejo. Suspirei novamente. Aula encerrada.

— Você esta diferente Niki. — Ele comentou. Sim. Eu estava fugindo dele, desde que conclui que ele jamais me iria querer como quer a humana.

— Não é nada. — Resmunguei guardando meu material.

— Que tal irmos ao penhasco hoje? — Me convidou e eu apenas murmurei um talvez.

— Hey. — Me chamou, segurando no meu braço. — Não me ignora Niki, o que há de errado? — Questionou novamente, e evitei suspirar.

— Vamos ao penhasco hoje de tarde então. — Respondi tentando sorrir. Sua mão emanava calor, e sempre que ele me tocava era como se seu cheiro invadisse minhas narinas. Tentei não soltar tudo o que sentia e dizer o quanto estava irritada com o fato dele não gostar de mim o suficiente para largar aquela humana azeda.

Ele me soltou, parecia desconfiado e caminhei sozinha pelo corredor, indo em direção a saída.  Onde Rose já me esperava com Emmett e Nessie.

— Vai passar a tarde com o cachorro de novo? — Perguntou.

— Tia! — Nessie a repreendeu.

— Qual é! Não da pra fugir dele se ficar marcando encontro Niki. — Prosseguiu sem dar atenção a interrupção da Nessie.

— Não é mais fácil contar logo que ta apaixonada? — Emmett disse fazendo cara de nojo.

— Não Emmett não dá. Esqueceu-se que ele tem namorada? — Me irritei com eles, era sempre assim. Estava estampado na minha cara o quão afim eu estava dele, mas ele insistia em não enxergar.

Namorada humana! A gente da um jeito nela rapidinho Niki. — Rose acrescentou fazendo graça. — Um pescoço quebrado resolve. Podemos derrubar da escada, atropelar com o carro...

— Rose! — A interrompi com risadas. Ao menos, eles me divertiam.

— Não ta mais aqui quem falou. — Defendeu-se.

A tarde passou tranquila e lenta na casa dos Cullens. Conversei com Edward sobre meu dom, não havia tido alterações. E eu só usava se quisesse, não precisava de muito esforço. Edward acha que eu poderia ampliar os dons, e mesmo treinando eu não consegui. Era apenas uma clonagem, e eu tinha limites, já que nem todos os dons eu poderia ter.

Logo Sean chegou para irmos ao penhasco. Eu estava ansiosa, como sempre, e preocupada também. Não estava sendo fácil ficar perto dele ultimamente, embora ele insistisse em fazer programas comigo. Não entendia como ele podia não me querer. Eu podia ver o desejo no olhar dos homens quando me viam, podia ouvir seus corações saltarem com um olhar ou um sorriso meu. Mas parecia que nada em mim fazia efeito com ele.

— Alguma novidade? — Questionei para interromper o silencio.

— Nada. E você?

— Acho que não também. — Respondi.

— Niki eu... — Começou pensativo. — Eu queria saber mais sobre você.

— Mais? O que quer saber exatamente Sean? — Perguntei um tanto irritada, como ele podia? Céus, eu fiquei a tarde toda me arrumando para ele querer saber mais sobre mim?

— Ei estressadinha calma ai. — Disse fazendo graça e ficando sério em seguida. Sentamos a beira do riacho. Sean achou melhor só caminharmos pela floresta no fim das contas. — Eu só queria saber mais, saber sobre sua vida antes dos Cullens. Eu consigo te sentir Niki, eu sei que tem algo dentro de você, algo que você esconde e que te atormenta. — Finalizou olhando em meus olhos e logo desviei o olhar.

Respirei fundo. Enquanto estava preocupada em esconder meus sentimentos, ele estava me observando, olhando para dentro da minha alma. Porém meu passado havia morrido no dia em que pisei nesta cidade. Rosalie sabia, embora eu não tivesse lhe contado, e Edward tinha visto tudo em minha mente, porém eu tinha plena certeza que ele jamais contou a alguém. Como Sean podia ter tanta certeza sobre isso? Sobre eu esconder algo?

— Não há nada que eu queira contar Sean. — Respondi mexendo na grama descontraidamente. Seu corpo ao meu lado emanava um calor familiar e aconchegante. 

— É por isso que esta tão distante de mim? — Perguntou de forma sutil, passando a mão no meu cabelo como um carinho. Suspirei sentindo seu toque.

— Não, não tem nada a ver com meu passado. É só que, eu estou confusa. Sean eu... — Voltei meu olhar para o seu. — Eu... — Era tão difícil dizer “apaixonada por você”?

— Tudo bem se não quiser falar do seu passado. — Interveio diante da minha gagueira, e eu só conseguia pensar em quão boba eu devia estar parecendo. Observei seu corpo másculo, apoiado em uma das mãos. E um sorriso descontraído nos lábios, me passando uma segurança de que eu sempre poderia confiar nele. Sorri abaixando o olhar. Decidi lhe contar alguma coisa sobre minha vida.

— Não, eu não estava falando disso exatamente. Mas já que quer tanto saber. Eu nasci a alguns anos, não sei exatamente minha idade. Não me lembro dos meus pais. A primeira lembrança que tenho da minha vida era uma mulher simples. Ela cuidou de mim por algum tempo, mas depois me abandonou na floresta, disse que eu não podia segui-la e nem voltar para casa. Que agora eu tinha que viver sozinha. Foi quando aprendi a caçar, roubar, correr, sobreviver. Acho que se lembra da roupa que eu usava quando cheguei aqui. — Rimos um pouco.

— Aquilo era sexy. — Ele comentou e senti meu sangue ferver, o vi envergonhado com o comentário também. 

— Ta, deixa eu continuar. — Disse entre risos e ele fez um gesto para que eu voltasse a falar. —  Eu não tinha luxos, roubava o que me servia e continuava por aí, sem nenhum propósito. Tudo que eu tinha era uma corrente, com o nome Nikita gravado, aquela mulher me entregou, disse que era da minha mãe. — Suspirei, eu não podia falar o que ele queria ouvir, mas podia editar uma história com um final bonito. — Foi quando encontrei o primeiro vampiro. Não tivemos uma boa convivência. — Senti meus olhos encherem de lágrimas e meu peito apertar.

— Foi ele quem te mordeu? — Perguntou me pegando de surpresa. E ele tirou o cabelo na minha nuca, deixando uma marca de mordida fraca e quase transparente a vista. Joguei meu cabelo em cima de novo. Não gostava de me lembrar disso. 

— Sim, foi ele. — Respondi. — Sean, eu achei que fosse morrer, ele tirou a única coisa que eu tinha de lembrança da minha mãe, e quase tirou minha vida. — Seus olhos me estudavam com atenção, e sequei as lágrimas antes de caírem. — Eu perdi muita coisa para ele. Mas eu fugi para o mais longe possível. Depois descobri sobre os Cullens, e eu apenas vim para cá. Sabe como é né, eu não tinha uma agenda lotada.

— Niki, por isso você é diferente da Nessie. — Concluiu, sim eu era mais vampira que a Nessie. — Mas porque sinto que você ainda esconde algo? Eu sei que o que tem ai dentro te machuca. — Apontou para meu coração.

— Há lembranças que não queremos recordar. — Eu disse, tentando finalizar a conversa. E consegui já que Sean virou-se observando a floresta.

— É o Seth. Leia minha mente. — Murmurou para mim e correu para as arvores, mas antes de se esconder para se transformar ele disse. — Não pense que nossa conversa acabou por aqui. — Assim que ouvi a transformação fui atrás e dei de cara com o lobo cinza. Seus pelos estavam eriçados e os dentes amostra. Abri minha mente para poder ouvi-lo. Eu não fazia isso com frequência, se estivesse em um local cheio de gente, sentia fortes dores de cabeça. Só conseguia prestar atenção em uma única mente.

Niki, o Seth sentiu cheiro de vampiro enquanto fazia a ronda. Os outros estão na casa da Emily, vamos até lá avisá-los.

— E o que faremos depois? — Perguntei enquanto o seguia em uma corrida silenciosa e estratégica por entre as arvores.

Não podemos uivar e chamá-los, assim os vampiros fugiriam. Chegando lá você traduza o que eu disse e Jacob dará ordens”.

Depois disso o segui em silencio, corria agora sentindo a adrenalina em meu corpo. Fazia tempo que não sentia isso, e em exatos quatro minutos estávamos chegando a beira da floresta que dava para a casa. Sean não voltou a forma humana, e eu continuei a correr até o casebre, não havia população em volta, então não havia problema com minha velocidade. 

Assim que me aproximei os lobos estavam assustados com minha presença e o fato de eu estar correndo. Senti-me envergonhada diante dos olhares acusadores deles. Apertei meus dedos, e observei que além deles, Nessie, e outras garotas também estavam ali.

— Desculpe por isso. — Comecei nervosa. — Jacob parece que Seth encontrou um rastro na floresta. — Continuei de forma baixa, somente os ouvidos apurados iriam ouvir. — Sean esta na floresta esperando ordens suas. E parecem ser mais de um. — Finalizei.

— Certo. Vamos pegar uns sanguessugas. — Disse normalmente e os meninos se despediram das garotas. Só então entendi que todas ali sabiam o que eles eram. E provavelmente eram os imprinting dos lobos. Senti-me envergonhada. — Niki, pode ficar a vontade. — Completou e saiu. O alcancei rápido.

— Jake, eu posso ajudar. — Falei um tanto animada e ele parou de andar me olhando.

— Niki você não pode ir. — Me interrompeu e olhou para o casebre preocupado. — Preciso de você aqui. O Sam já não se transforma mais, e Renesmee não sabe lutar. Se forem mais de um e Seth não nos chamou na hora, é porque estão próximo a fronteira. Significa que se um deles passar por nós pode haver um derreamento de sangue inocente.

— Mais um motivo para eu ir. Sabe que eu posso ajudar.

— Eu sei. Mas se eles passarem por nós, quem vai proteger as meninas?

Eu não tinha argumentos. Realmente não tinha ninguém que os protegessem. E Renesmee não sabia lutar, não aguentaria um vampiro por muito tempo.

— Só, cuida do Sean pra mim. — Ele assentiu e correu, transformando-se no ar.

Adentrei a casa e fui apresentada a todos. Sam mantinha seus olhos na janela. Fiquei ao seu lado, até perceber que minha presença o perturbava.

— Porque não se senta Niki? — Emily comentou e eu neguei com a cabeça. Não tinha tempo e nem paciência para sentar-me. Estralei meus dedos e fiquei alerta assim que ouvi passos humanos em direção a casa. Renesmee também ouviu. Mas tinha um coração batendo, olhei aflita para Nessie. Humanos por aqui não seria nada bom. Nessie tocou o braço de Emily que logo foi até a porta, atender a pessoa.

— Pois não? Ah oi Lindsay. — Emily cumprimentou e voltei minha atenção para a porta. Tinha uma moça, uma humana de cabelo castanho que ia abaixo do ombro, um liso perfeito e natural. Seus olhos castanhos pareciam curiosos.

— O Sean esta ai? — Perguntou tentando espiar a casa.

— Não, mas entre. — Emily convidou e quase rosnei. Senti uma mão calorosa em meu ombro.

— Concentre-se no problema Nikita. — Sam chamou minha atenção e voltei a mirar a janela enquanto ele se afastava. Emily foi ficar com o filho no quarto e Sam a seguiu. Kim era amiga de Lindsay e a apresentou para todas na sala.

— E essa é a Nikita. — Me virei com um sorriso debochado para cumprimentá-la.

— Eu ouvi falar de você, amiguinha do Sean não é? — Ela disse séria e estendeu a mão.

— Sim, e você é? — Perguntei fingindo não saber quem ela era.

— Namorada do Sean. — Me respondeu com certa rispidez. E fiz cara de desentendida.

— Namorada? — Perguntei apertando os olhos. — Ele nunca me falou de você antes, estão namorando a pouco tempo? — Pude ver sua expressão mudar, se pudesse, ela ficaria completamente vermelha de raiva. Renesmee tinha um sorriso nos lábios e a outras fizeram um burburinho.

— Nós estamos praticamente noivos. — Respondeu-me com superioridade e senti meu sangue ferver. Um empurrão já bastava. Mas me contive.

— Uau, meus parabéns, vou adorar receber o convite do casamento. — Disse como se não me importasse e me virei para a floresta.

Embora eu quisesse muito arrancar a cabeça dela, eu tinha coisa mais importante. Sean estava lá fora, com vampiros, e eu tinha que proteger todos aqui. A verdade é que além de cuidar da floresta e dos movimentos fora da casa, me peguei criando uma cena imaginária, dois vampiros correndo em direção a casa, eu poderia até dar conta disso, mas não antes de deixar um deles sugar toda a vida de Lindsay. Se bem que, azeda do jeito que parecia o sangue nem devia ser saboroso. Quase ri com meus devaneios.

Tentei não me concentrar na conversa boba que criaram para distrair Lindsay. Então os ouvi. Eles voltavam brincando entre si. Seth e Embry não voltaram, mas pela felicidade deles, imagino que apenas ficaram de ronda.

— Eles estão voltando. — Anunciei e todas saíram disparadas para a parte de fora da casa.

Fiquei dentro da casa, observando todos, procurando por arranhões e mordidas, mas estavam todos bem. Inclusive meu Sean. Abraçaram as garotas e ficaram conversando amenidades, como se nada tivesse acontecido. Tudo isso por que Lindsay não sabia a verdade. Mas ainda dava para ver a harmonia de todos. Ela não era tão indesejada quando eu. Suspirei e Sean olhou para a janela de onde eu estava. Sorri para ele, mas inesperadamente ele foi pego por um beijo da morena. E o pior para mim, é que ele correspondeu, passando os braços por sua cintura.

Senti meus olhos marejarem e minha garganta fechar. Eu não estava afim de ser pega chorando. Será que meu sofrimento nunca teria um fim? Fui embora pelo fundo da casa, sem me despedir.

Depois de passar todo o resto do dia no meu quarto e ignorado todas as inúmeras chamadas de Sean, eu acabei caindo num sono profundo e cheio de pesadelos.


O local era escuro e cheirava a mofo. As paredes pareciam próximas, mas não tinha certeza. Tentei me mover, mas meu corpo estava parado. Olhei para frente e vi um espelho e pude me observar. Vestia preto e tinha os lábios cobertos de sangue. Um brilho fatal nos olhos e um sorrisinho cruel.

— Niki. Minha tão amada Nikita! Sentiu saudades? — Jonathan surgiu ao meu lado, tocando em meu ombro. Tentei me esquivar, mas ainda não me movia. Tentei gritar, mas não tinha voz. — Oh, logo você ficará bem. Olhe-se no espelho. Você não acha ela mais bonita que você? — Ele falou caminhando até o espelho, onde a outra eu sorria descaradamente, sem tirar os olhos de mim. Assim que ele chegou até ela a beijou. E ela nem se importou, muito pelo contrário, ela gostava.

Comecei a tentar me debater e a gritar, mesmo sem resultado. A cena a frente me causava enjôo e nojo. O que estava acontecendo comigo, aquela não podia ser eu. Tentei fechar os olhos para não ver, mas ainda assim eu via.

— Niki! — Rosalie me chacoalhou na cama. — Você esta bem?

Observei Rosalie ainda me perguntando o que era real. Senti meu corpo suado e a mão fria de Rose apertar meu braço, respirei fundo recobrando a sanidade.

— Estou bem. — Respondi com voz sôfrega.

— Tem certeza? Você estava agitada... Foi outro pesadelo? — Perguntou-me e assenti. Rose deitou-se na cama ao meu lado e me abraçou. — Seja o que e quem for, ninguém vai te machucar Niki. — Falou e voltei a pegar no sono, mais tranquila e não menos preocupada. Eu sabia que era questão de tempo, Jonathan sempre me achava, a duvida era quando isso ia acontecer.











Hoje na escola eu havia evitado Sean, não tínhamos nenhuma aula juntos, o que ajudava muito. E passei o intervalo no banheiro com uma desculpa esfarrapada. Tudo que eu queria era tirar tudo que eu sentia por ele do meu peito. Doía demais não ser o bastante, não ser a escolhida por ele. Meu imprinting devia ser estragado, ou devia-se ao fato de eu ter mudado minha genética. Com meu 70% vampira, isso podia fazer o lobo dele se repelir, e eu nunca poderia ter filhos, diferente de Renesmee. Eu era o problema, não o imprinting. Não devia estar surpresa. Só não entendia como ele era o único que parecia não me notar de verdade.

— Ei Niki. — Ouvi me chamarem, mas eu sabia exatamente de quem se tratava. Sean. Tentei caminhar rápido até o carro, Rosalie não ligaria de mandar ele dar o fora por mim. — Espera. — Gritou me alcançando.

— Ah oi Sean. — Respondi mau humorada.

— Qual o problema Niki? — Questionou tentando acompanhar meus passos até o carro.

— Nada que eu saiba, por quê? — Na realidade eu não devia agir assim, tentei suavizar minha expressão, o que eu estava pensando? Querendo que ele largue a namorada pra ficar comigo? Sério Nikita?

— Sei la, você esta esquisita, não me atende, não fala comigo, e quando fala é pra demonstrar o quanto não me suporta por perto. — Ele estava bravo, seu olhar me penetrava, e ele impediu que eu continuasse a andar, parando na minha frente de braços cruzados.

Nem havia notado o quanto ele estava bonito hoje, com uma camiseta preta que ficava colada em seus músculos. O cabelo bagunçado de um jeito charmoso. Mordi o lábio involuntariamente. Observei seu pescoço e imaginei sentir seu cheiro de perto. Quando voltei a mirar seu rosto, me surpreendi com o olhar sapeca e um sorriso bobo nos lábios.

— Ahn? — Perguntei boba. Ele não estava bravo a dois segundos atrás? Será que perdi algo enquanto o admirava?

— Gosta do que vê? — Falou irônico com um sorriso bobo nos lábios e senti meu pulso aumentar, talvez tivesse até corado. Baixei a cabeça levemente, como ele podia brincar comigo assim?

— Gosto que saia do meu caminho. — Murmurei.

— Vai, eu sei que você tava me admirando. — Completou rindo e fazendo um carinho na minha bochecha.

— Isso é algum joguinho? — Falei apertando os olhos.

— Niki! Vem logo. — Rosalie me chamou e olhei através de Sean.

— Tenho que ir. — Disse o contornando, mas parei assim que ele segurou meu braço, senti seu calor, me virei fitando-o e me perdi na imensidão dos seus olhos negros.

— Você ta linda hoje. — Falou simplesmente e me deu um beijo na bochecha, saindo em seguida.

Fui até o carro com um sorriso bobo, e pensando no quanto eu sou idiota mesmo. Eu devia avaliar a situação como Rose disse pra mim fazer. Mas burra do jeito que eu era, estava colocando os pés pelas mãos. Fazendo uma bagunça no meu coração. Hora eu o admirava, depois o odiava por não me enxergar.

— Para de sorrir assim, aquele cachorro não te merece. — Rose comentou.

— Tia, ele ta apaixonado por ela. — Renesmee comentou olhando para as unhas.

— Mas a Niki merece coisa melhor que aquele cão fedido.

— Já chega! Rose, você bem que podia me ajudar né? — Implorei pra ela enquanto íamos para casa e tudo que ouvi é um: não.




P.D.V. SEAN. (bônus)

Nikita e eu iniciamos uma amizade. Era difícil aceitar que ela podia ser tão perfeita. Mas cometi a burrada de fazer do nosso relacionamento uma mera amizade.

Eu estava vivendo uma mentira. Eu amava Nikita, mas a cada dia eu adiava o inevitável: terminar com Lindsay. Desde o dia na casa do Sam ela esta estranha, grudenta e querendo tornar nosso namoro em um casamento.

O problema maior é que Nikita também estava agindo estranho, muitas vezes ela me ignorava, e tentava se afastar de mim. Por mais que ficássemos juntos, eu sentia que ela estava distante, sempre pensando num jeito de se esquivar da minha presença. Sem contar no segredo que eu sabia que ela escondia de mim. Mas quanto a isso, eu podia esperar a hora certa.

Nossos encontros estavam sendo no estacionamento, já que ela fazia questão de me ignorar na escola, e evitar sair comigo. Então corri quando a vi indo direto para o carro e gritei.

— Ei Niki. Espera! — A alcancei, enquanto ela tentava em vão dar passos largos e fingir que não me ouvia.

— Ah oi Sean. — Respondeu mau humorada.

— Qual o problema Niki? — Perguntei a seguindo.

— Nada que eu saiba, por quê? — Disse grossa.

— Sei la, você esta esquisita, não me atende, não fala comigo, e quando fala é pra demonstrar o quanto não me suporta por perto. — Desabafei um pouco, e entrei na sua frente, impedindo-a de seguir o caminho até o carro. Cruzei os braços e a observei. Mas ao invés de me responder, ela simplesmente tirou os olhos do meu e passou por meu corpo, perdendo a feição brava para algo como: estou babando em você. Não evitei sorrir, sabia que mexia com ela, e fiquei mais feliz em constatar isso.

— Ahn? — Perguntou boba, e arrumou a postura.

— Gosta do que vê? — Falei irônico tentando mexer mais ainda com ela, e obtive bons resultados com isso. Ouvi seu coração bater forte e sorri mais ainda.

— Gosto que saia do meu caminho. — Murmurou emburrada.

— Vai, eu sei que você tava me admirando. — Completei rindo e não evitei tocá-la.

— Isso é algum joguinho? — Esbravejou ela.  

— Niki! Vem logo. — A loira gritou atrás da gente.

— Tenho que ir. — Disse me contornando, mas a segurei pelo braço.

— Você ta linda hoje. — Disse e me despedi com um beijo na bochecha.

Nikita seria minha. Eu só tinha que fazê-la ver que gosta de mim assim como eu gosto dela.


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Notas finais do capítulo

~Não se esqueçam da notas iniciais, é importante pra mim e para a história, bj ~



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