Depois da saída de Dalilah a maga ficou pensativa, tinha sido firme em sua resposta a revelação sobre o efeito colateral do plano de sua irmã, mas a verdade é que sentia medo, queria correr o mais rápido que pudesse para longe de tudo aquilo.

— Esse é o peso dos heróis – comentou Alison com um sorriso triste.

— São heróis porque mesmo com medo eles ficam e lutam – disse Shadow, na mente da jovem maga.

— Estou com medo – admitiu a maga com lagrimas nos olhos – Eu quero ir.

— É normal sentir medo, e se não tivesse seria uma tola – respondeu o dragão. – Se não quiser lutar, então vá!

— Eu não posso deixar minha irmã, ela conta comigo. Não posso decepcioná-la.

— O coração humano é cheio de contraditórias — comentou Shadow, depois de uma pausa continuou – Não fique por obrigação, não ajudará ninguém assim. Se quiser ajudar a sua irmã vá à luta, mesmo que sinta medo, só não o deixe tomá-la.

— Obrigada Shadow – agradeceu Alison

Alguns minutos se passaram quando a ruiva voltou agora acompanhada por uma mulher negra de cabelos loiros. Alison notou que a presença da desconhecida alegrava Mekare.

— Aconteceu alguma coisa em quanto estive fora? – perguntou Mekare.

Alison pensou se deveria falar sobre Dalilah, mas resolver não comentar.

— Não, fiquei extremamente entediada – respondeu – Então ela é a Fiora? – perguntou Alison – A garota que você estava desesperada para resgatar.

— Estava é? – perguntou Fiora.

— Não me olhe assim – respondeu Mekare envergonhada – É normal ficar preocupada com sua namorada em tempos de guerra.

— Namoradas? Esta explicado o porquê de tanto desespero – caçoou Alison

— Se não calar a boca agora eu mesmo calo pra você – ameaçou Mekare.

— Malvada. – comentou Alison.

— Gostei dela – comentou Fiora com um sorriso.

— Onde esta a Daisy? – perguntou Mekare notando a ausência da maga.

— Ela mandou avisar que foi de encontro com Akhaten – respondeu Alison.

***

O momento tinha chegado, o que fez as doze magas se reunirem em um único lugar com um único propósito. Dalilah reuniu os dragões caídos acima das ruínas, os mesmos cuspiam fogo, mirando nas magas, que levantavam escudos com sua magia desesperadas. Dalilah estava montada em cima de um dragão negro, ele era o maior entre eles e o mais assustador. Jeremy Argent observava a luta das magas contra os dragões de dentro de uma casa quase totalmente destruída, junto de Arkhan.

— Isso esta péssimo! – observou preocupado – Estão perdendo, e eu estou aqui escondido! – indignou-se.

— Ainda não é o momento para juntar-se a elas – disse Arkhan – A magia que precisa realizar precisa de uma maga genuína, precisa esperar pela Alison!

— Onde estão as outras?

— Atrasadas obviamente – respondeu –Mas não precise se preocupar, elas estão chegando.

— Como sabe? – pergunta

— Porque o ponto de teleporte que fiz atrás de nós esta sendo ativado nesse momento – responde Arkhan.

O médico e agora mago se virou e encarou a marca no chão, ela brilhava, quando piscou elas estão ali, a ruiva, a negra e a sua filha Alison.

— Arkhan – exclama Mekare surpresa – O que faz aqui e quem é ele? – pergunta

— Calion? O que ta fazendo aqui?

— Tinha uma vaga e ele esta a preenchendo – respondeu Arkhan – Deem boas vindas a Jeremy Argent.

— Pai? – disse a maga confusa. Seu pai estava mesmo ali?

— Como é? – disse Mekare encarando à maga mais nova.

— É uma longa história, podemos deixar pra depois? – pediu o Argent

— Eu não tenho um depois, quero respostas agora! – exigiu Alison.

O mago suspirou.

— Resumo: um homem das trevas me puxou para este mundo contra minha vontade, por isso passei a metade da minha vida em coma. Fui libertado por uma maga de olhos de prata, e graças a Arkhan só um de vocês – resumiu.

— Em Etherion, você sabia? – perguntou – Você sabia quem eu era?

— Sabia – respondeu.

Alison passou a mão no cabelo, nervosa.

— Agora que ela esta aqui podemos prosseguir – disse Arkhan para o mago.

— Certo.

— Sei que quer explicações melhores de seu pai, mas estamos sem tempo, suas amigas não aguentaram por muito tempo – disse Arkhan – Felizmente eu tenho um plano.

— Então diga! – disse Fiora nervosa.

— Uma magia de gravidade precisa ser lançada, o que esta no céu virá para a terra, é uma magia poderosa, não pode ser lançada por qualquer um.

— Quem poderá lançar? – perguntou Mekare interrompendo Arkhan.

— Os Argent – respondeu – Alison e Jeremy.

Alison bufou.

— Depois que eles tiverem em terra o que faremos? – perguntou Fiora.

Arkhan sorriu.

— Em tempos antigos eu empalava meus inimigos – comentou Arkhan – Garanta que tenha estacas em terra para empala-lós.

— Deixa com a gente – disse Mekare com um sorriso maldoso.

Mekare e Fiora deixaram a casa, deixando os Argent’s cuidarem da primeira parte do plano.

Alison esperou Arkhan explicar com iriam lançar a magia.

— Muitos acham que esse tipo de magia é complexa, mas não é tão complicado, só precisa dizer umas palavras bonitinhas, usar a dose certa de magia e não ser morta nesse meio tempo – explicou.

— Dizendo assim parece ser mamão com açúcar – comentou Alison.

— Já expliquei para o seu pai como se faz – disse Arkhan – Diga a ela o que precisa ser feito.

Nemue arfava cansada.

— Se continuarmos assim não teremos forças para enfrentar Dalilah – gritou a maga para Orianna – E nem derrotamos os dragões!

— Precisamos das outras – gritou Orianna.

Fiora pulou em cima da Argent antes que a mesma quase fosse acertada pelos escombros.

— Temos um plano! – disse – Iremos precisar conjurar estacas fortes o suficiente para perfurar a pele de um dragão.

— Ainda bem que estou aqui – disse Ageha se aproximando.

— Quem é você mesmo? – perguntou Nemue

— Ageha, caçadora de dragões – apresentou-se – Poderia acabar com um dragão conjurando um raio, mas eu não seria muito útil depois, ENTÃO, sobre as estacas...

Alison segurou a mão de seu pai, se preparava psicologicamente para lançar o feitiço.

— Você não parece bem – comentou o Argent.

— Estamos no meio de uma guerra contra dragões e uma gótica, e estamos indo a luta armados com espadas e magia. O que esperava? – disse Alison.

— Compreendo, mas não parece ser tudo, o que mais lhe preocupa? – perguntou

— Se eu lhe disser promete que não irá intervir? – pediu Alison.

— O que é? – perguntou preocupado.

— Tem que prometer – insistiu Alison.

— Eu prometo.

— Tatiana esta aqui, e o plano dela de salvar a Dalilah da escuridão irá me matar – revelou.

— Por que ela iria tão longe? – se perguntou horrorizado.

— Eu não sei, mas ela deve ser importante para ela arriscar minha vida – disse a Argent mais nova – Queria poder passar mais tempo com você pai, mas pela primeira vez eu poderei ajudar minha irmã.

Os olhos do Argent se encheram de lagrimas.

— Eu te amo minha filha.

— Eu também te amo papai – disse com a voz embargada pelo choro contido - O que estás no céu virá ao meu encontro; - começou o encantamento.

—Para seu fim encontrar; - completou o Argent.

— Desabe ATLAS! – disseram Alison e o

Dalilah via suas inimigos como pequenos pontos na terra, em quanto estava montada nas costas do dragão negro.

— Parecem insetos – comentou Dalilah fascinada.

— Agora você sabe como eu me sinto em relação a vocês – disse o dragão.

A maga estreitou os olhos, desconfiada.

— Elas estão se organizando – disse para o dragão – Estou com um mau pressentimento, mas elas não podem agir, faltam duas.

Em questão de um segundo os dragões despencaram do céu, todos os doze. A maga gritou com o susto. Em quanto se aproximava do chão descobriu o que a aguardava em terra, grandes estacas de ferro, e não conhecia nenhum feitiço que pudesse impedir as mortes dos dragões, mas sabia como salvar a sua.

Com o feitiço lançado as magas cercaram Dalilah e se prepararam para o seu movimento, como previsto a maga caída usou rajadas de vento para desviar de uma das estacas, Ageha e Iwise já tinha começado o encantamento para invocar as correntes, e quando a maga desviou antes que pudesse prever ou reagir, as correntes da tormenta a prenderam, todo o seu corpo foi imobilizado, pelas seis magas.

— NÃO MATEM MINHA FILHA! – implorou Dalilah.

As outras seis magas criaram uma esfera de luz nas pontas dos dedos, que foi lançada na direção de Daliah. Aquelas que a prenderam invocarão a luz pelas correntes.

Uma enorme explosão aconteceu quando as magias colidiram. As magas fecharam os olhos e quando abriram todo o lugar tinha sido destruído e agora estavam em pé em uma cratera.

— Alison! – gritou Calion. O médico tinha a filha nos braços.

Orianna seguiu o grito do homem e viu a irmã em seus braços, seus olhos se encheram de lagrimas.

— Ué.. – disse Ageha encarando o corpo de Dalilah.

— Que estranho – comentou Iwise ao lado de Ageha – Então essa é a verdadeira aparência de Dalilah?

Dalilah estava agora em sua verdadeira forma, uma mulher de mais ou menos trinta anos, albina.

Orianna caiu de joelhos arrasada pelo que tinha feito, mas antes que pudesse continuar a se lamentar ouviu um rugido vindo do céu, acompanhado com uma sombra que tampava o sol.

— É um dragão! – gritou Nemue.

— Qual deles? – perguntou Newen olhando para o céu.

O dragão mergulhou no ar.

— Ele ta vindo pra cá! – gritou Léeso alarmada.

As magas correram para longe do alcance do dragão, mas o Argent não abandonou sua filha.

— É serio? – perguntou-se Arkhan – Não creio que Shadow fará isso.

Para a surpresa de todos quanto mais o dragão se aproximava menor ele ficava.

— JEREMY SAIA DE PERTO DELA! – gritou Arkhan puxando o mago para longe.

— Não posso deixá-la – disse o Argent.

— Shadow vai salva-lá – garantiu Arkhan, com um sorriso largo.

Shadow agora estava em tamanho humano, quando colidiu com a maga, o dragão passou por ela como se fosse intangível. O corpo da maga ergueu uma enorme estaca de cristal, que explodiu em seguida e o corpo da maga desapareceu.

— O que acabou de acontecer aqui? - perguntou o Argent perplexo.

— Não sou mais a ultima da minha espécie – respondeu Arkhan.