A Oitava Cullen escrita por JackelineCullen


Capítulo 2
Capítulo 2




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Minha cabeça e boca latejavam, minha sobrancelha ainda sangrava. Estava com uma bolsa de gelo no rosto tentando não aumentar o inchaço e inutilmente parar o sangramento do supercílio esquerdo.

Estava olhando pro chão, porque além de estar com raiva não tinha coragem de olhar pra cima. Quando ia tirar a bolsa de gelo do rosto, a voz do diretor tirou toda a minha concentração.

- Deixe a bolsa de gelo no rosto, senão irá piorar – era uma voz bem dura e composta.
Foi nesse momento que ouvir alguém bater na porta, nem tive coragem de olhar, porque sabia exatamente quem era.
- Entre - A voz do diretor era mais uma ordem.
- Desculpe o atraso vim assim que pude – era a voz de minha mãe.

Ao escutar essa voz minha alma congelou, meus olhos se pudessem sair da órbita sairiam.

“Minha mãe, minha mãe, estou ferrada, estou morta, não sei se isso será possível, mas fácil para ela será”.

Não tive coragem de levantar os olhos, mas pude sentir o seu olhar de canto de olho pra mim. Eu sabia muito bem o significado desse olhar, porque vivendo desde quando tinha horas de vida entendia cada gesto, cada olhar de todos que me cercavam. E esse olhar era “você esta em sérios problemas mocinha”.

- Sente-se, por favor, Sra. Culllen. – o diretor dissera formalmente. Foi então que levantei a cabeça e fitei o diretor. Um velho gordo, com bigode que parece pêlo de bode, que fedia a tabaco e que estava disposto a sentenciar minha morte.
- Sei que a senhora á uma mulher ocupada, mas sua filha não me deu alternativa senão lhe chamar – ele ainda mantinha a formalidade
- Hum... - Era só isso que ela disse antes de me olhar. Tentei abaixar a bolsa de gelo, mas ela me deu outro olhar reprovador e me fez esquecer essa idéia, então tive que agüentar a dor da dormência causada pelo gelo.
- Senhora Cullen, sua filha é uma aluna muito aplicada aqui, esse dois anos que ela estuda em minha escola, nunca, mas nunca tive dor de cabeça com ela, sempre entre os melhores alunos, melhor no esporte, mas nesses últimos dois dias ela passou dos limites – ele dizia olhando seriamente pra minha mãe.
- O que foi que ela fez senhor Koch – ela disse num tom de voz que minha coluna dorsal congelou.

“estou ferrada nunca a vi tão brava assim”

- A senhorita Jackeline Cullen, desde ontem vem se envolvendo em brigas, e hoje ela partiu pra para a força bruta literalmente, estava no pátio do refeitório a murros e pontapés com os senhores Stanley,Newton e Mallory, como pode??? Uma moça de 14 anos brigar com três garotos! – ele dissera espantado.
- Se eu estou assim imagina como eles ficaram mãe. Emmett ficaria orgulhoso - Interrompi o diretor no meio da frase e minha mãe só deu aquele olhar.

“Ai minha coluna, congelou agora”

- Como ia dizendo Senhora Cullen, eu não tolero essas coisas na minha escola e não tenho outra escolha em não ser suspender sua filha por cinco dias – ele disse mostrando um papel pra minha mãe assinar.
- O QUE? SUSPENDER-ME? EU NÃO FIZ NADA, SO ME PROTEGI E TEM OUTRA, O SENHOR NÃO SUSPENDEU AQUELES CRETINOS – disse extremamente irritada.
- Jackeline ! Basta! - A voz da minha mãe estava tão severa que eu me encolhi da cadeira depois da minha explosão de raiva.
- Desculpe Cullen, mas você não me deu outra escolha senão amanhã isso aqui estará um verdadeiro ringue – ele disse num tom calmo.
Ele me olhava agora com aquela cara de velho babão, mas eu não caio nessa não. Fechei a cara e joguei a bolsa de gelo na mesa.
- Então é isso? Irei perder duas avaliações e o jogo? - Olhei pra aquele cretino com fogo nos olhos.
- Isso é conseqüência de seus atos e não se preocupe com suas notas você não terá problema algum – Ele dissera calmamente.

Eu simplesmente bufei na cadeira e cruzei os braços, esperando ele e minha mãe terminarem essa conversa sobre meus atos e blá..blá...blá....

Mas droga! Eu realmente não tive culpe, eles que começaram....

“ - Desculpe, mas não posso ir, La Push não é exatamente o local que eu gosto de frequentar – tentei ser educada, recusando o contive da Rebeca.

“Eu não posso ir para La Push, porque simplesmente minha família não pode colocar os pés lá, algo que aconteceu à alguns milhares de anos atrás e agora como tenho o sobrenome Cullen simplesmente cabe a mim também”

– Eu sei – alguém disse - alguma hora ela vai perder a cabeça - ao ouvir, me virei na direção de três rapazes. Alan Stanley, Miguel Newton e Lukas Mallory todos tem a minha idade, 14 anos, mas pareciam ter apenas 5 ou menos. Não que seja madura, mas convivendo com meus irmãos sendo que cada um tem mais décadas de anos que eu posso somar, eu também tenho uma mentalidade mais madura para minha idade.
– Veja só, eu te pago para tentar - e de novo eu olhei para eles, sabia que estavam falando de mim, estavam a semana inteira me perturbando, morar com sete vampiros tem suas vantagens e uma delas é escutar muito bem os outros mesmo estando longe.

“Você já tentou escutar uma briga ou conversa deles? Não? Então nunca tente, estou 14 anos tentando escutar”.

Fui tirada novamente de meus pensamentos quando os notei parados na minha frente.

- Cullen! – Newton disse sorrindo - Estamos nos perguntando da onde você tirou esses olhos? Verdes nhe? Sua mãe tem olhos verdes? E seu pai tem?Ou são lentes? – ele estava zombando de mim.
- Já disse que sou adotada – nem dei o trabalho de olhar para eles. Peguei um pedaço de pizza e comecei a comer.
- Adotada?! Todos vocês são né?? Dá pra perceber pelo caráter de vocês! – ele disse como estivesse cuspindo.
- Newton dá pra parar de me encher e perguntar o que você quer? – disse entre dentes.
- Bom – ele olhou pros outros e sorriu.
- Sim? – falei entre dentes.
- Seus pais têm algum tipo de promessa que adotam todos que vêem na frente? Será que eles não adotaram um errado? – ele estava sorrindo sarcasticamente.

“Respira, inspira, conta até 1000”

– Vocês ainda não pararam com essa brincadeira sem graça não? Vocês ainda não se deram conta que faz uma semana que venci vocês?? – disse zombando.
- Aquilo foi porque você trapaceou - Alan Stanley falou entre dentes.
- Eu?? Não tenho culpa que vocês são horríveis – disse me levantando, mas quando ia sair do refeitório e ir para a próxima aula, Newton segura meu braço.
- Estamos falando com você e quando um de nós falar é melhor parar e prestar atenção! – ele me olhava com fúria.

“Deus esse garoto não superou ter perdido para mim no duelo mesmo!!”

- Mesmo com o pulso quebrado eu posso vencer qualquer duelo com vocês, porque simplesmente vocês não sabem tocar e não tem talento são três pirralhos que estão fingindo que tem uma banda e que foram derrotados por uma guria novata e estranha nhe? É humilhante!! – sorri vitoriosa.

“hiii...cutuquei a ferida”.

Nesse momento o refeitório inteiro começou a rir e eu mostrei o meu melhor sorriso maléfico.

- Ora sua...

Nessa hora agradeci por todos os deuses que Emmett é um excelente professor da arte de BRIGAR!”


Estava tão concentrada em tentar ver se eu era a culpada ou não, que nem percebi que Esme tinha se levantado e estava se despedindo do diretor.

- Desculpe novamente pela minha filha, prometo que iremos tomar severas providências – ela disse num tom que nunca escutei antes.

Ela disse severas? Eu escutei bem? Severas? Sempre quando ela ou meu pai dizem severas e providências na mesma frase pode contar que estou perdida.

Haaa! Como queria tanto ser um vampiro agora, porque assim não podia morrer, estou frita, mas pensando bem, frita sim, arrependida não...

Caminhei em silêncio do lado de minha mãe. Ela ainda não falou comigo desde que saímos da sala do diretor, ao levantar a cabeça vi o carro de Carlisle na porta da escola.

- Porque o pai não entrou com a senhora? – olhei pra ela tentando sorrir, mas ela não olhou novamente pra mim.

“isso já esta me irritando, ela nunca me ignorou assim”

- Porque ele não esta comigo, tive que ir ao hospital pegar o carro, por isso que demorei, agora entre no carro! - sua voz que sempre foi angelical estava completamente diferente, nunca, mas nunca a vi tão irritada assim.
- Desculpe mãe – sussurrei.

Ela não corria como meus irmãos corriam, ela dirigia com mais cuidado, estava tão chateada com aquela situação toda que nem percebi onde estávamos indo até ela parar. Foi então que olhei pra cima e congelei.

- Porque viemos pra cá mãe?? – disse espantada.
- Porque como lhe disse, tive que vim pegar o carro do seu pai, então vim pega-lo e aproveitar para ele olhar você – ela disse friamente.
Foi então que olhei para o retrovisor e vi como estava horrível. Minha boca estava estourada, o sangue naquele local já estava estancado, mas meu supercílio esquerdo ainda estava aberto e sangrando.
- Vamos filha – ela sorriu.

“hummm me chamou de filha, a raiva esta passando, acho que não estou mais tão frita como antes”

Eu estava sentada em uma maca na enfermaria esperando minha mãe voltar junto de meu pai. Estava olhando atentamente um garoto deitado na ala do lado, ele estava dormindo, mas puder notar como ele estava branco, mais branco que minha família, será que ele é um deles?Mas se fosse porque estaria dormindo?Dei um pulo da cama e fui em sua direção. Tinha uma prancheta e como eu sempre quis seguir os passos de Carlisle, fui dar uma espiada.

”só uma olhada não faz mal”

- Sente na cama novamente Jackeline – Era a voz de Carlisle, suave, mas como esperava, num tom diferente.

“estava frita mesmo”

- Desculpe pai – disse sentando na cama. Ele de imediato colocou a mão no meu queixo e começou a examinar-me.
- Pensei que estaria mais ferida filha, pelo o que estou olhando as aulas de Emmett até que deram resultado – sua voz estava divertida, como estivesse com orgulho do que eu fiz.
- Mas – ele disse analisando.

“putz....mas...sempre tem o ,mas”

-O que eles fizeram para você perder a paciência? O que nós sempre lhe ensinamos? Não temos que ser discretos filha? – ele olhava agora meu corte no supercílio.

”vocês, eu não”

- Eles falaram mal de vocês, os insultaram e eu não consegui me controlar, sorte deles de não ser uma de vocês, senão estariam mortos – disse rindo. Nesse momento ele olhou intensamente nos meus olhos.
- É por isso que não será até ter juízo – ele disse sério.
- Sei – revirei os olhos - Só depois de acabar a faculdade, sei – virei o meu rosto pro lado.
- Jackie... Jackie....você esta mudando, você não era assim – ele suspirou,.
- Forks esta alterando meu comportamento, vocês sabem o quanto odeio isso aqui e não sou mais aquela criancinha de sete anos nhé?! – sorri forçado.
- Odeia? – ele sorriu - Pensei que estava adorando, logo agora que esta distribuindo cadeiradas e bandejas nas pessoas e você sempre será nossa criancinha – ele sorriu.
- Você deveria esta a recriminando e não elogiando Carlisle – Esme disse irritada.
Minha mãe ainda estava chateada comigo, ou só estava se fazendo de mãe durona, bom esse termo “durona” não combina com ela.
- Só estou tentando ver o motivo que fez ela atacá-los, e quanto à recriminação isso faremos em casa, agora vocês vão pro carro que irei em seguida, só irei dar altas para alguns pacientes – ele disse beijando minha testa.

Só foi nesse instante que notei que ele já tinha costurado meu supercílio, só levei dois pontos, assim a cicatriz seria pequena. Caminhamos ate o carro e minha mãe abriu a porta de traz do carro pra mim, entrei e sentei. Ela foi pra porta da frente entrou e ficou esperando meu pai.

“ela não gostava muito de dirigir, não sei por que, todos amam, ate eu”

- Filha?! – sua voz estava angelical, como sempre conheci.
- Sim mãe? – disse normalmente.
- Estou desapontada com você, não a criamos para sair brigando por ai, você é uma garota e não um menino de rua que sai distribuindo murros para todos os lados, você poderia estar mais ferida, você estava sangrando, sabe como foi difícil pra mim? – ela disse suavemente.
- Mãe – suspirei - Eu lamento, lamento mesmo, não era minha intenção, juro que não era, mas eles falaram mal de vocês, todos vocês, desculpe, foi errado eu sei, mas – eu respirei fundo – só tenho 14 anos nhé? – dei o meu sorriso que eles mais adoram.
- Ha Jackie! Às vezes me pergunto como você faz para não ficar com raiva de você – ela deu aquele sorriso que eu amava. Por impulso pulei da cadeira e a abracei forte.
- Então estou perdoada? – beijei sua bochecha.
- Não! Ainda teremos reunião! – ela sorriu.

“ haaaa não!!! Reunião de família”

Nesse momento Carlisle entra no carro e deu a partida. No caminho de volta não falamos mais nada, aliás eu não falei, mas eles estavam falando aos sussurros e muito rápido. É nessa hora que odeio ter uma família de vampiro, porque assim sempre era excluída das conversas. Chegando em casa pude notar que meus irmãos ainda não tinham chegado. Entrei correndo em casa e fui para meu quarto, mas antes de bater a porta e trancar minha mãe alertou.

- Vai descer quando eles chegarem e não quero reclamação! – ela disse num tom autoritário.

Suspirei fundo e fui tomar banho. Minha cabeça doía, doer? Eu disse doer? Doer era a palavra errada, estava mais que doendo, estava latejando, estava esquentando, estava pesada, estava estranha isso sim. Depois de um longo e demorado banho vesti qualquer roupa e deitei esperando a penitência que estava por vir.

Estava tão exausta por causa da briga, que depois da explosão de adrenalina sempre vem o cansaço né? Até os que estão no corredor da morte podem dormir um pouco. Sorri, peguei um cobertor e dormi.


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