O Deus dos Heróis escrita por isabelalina12


Capítulo 9
Eu, pronto para a eternidade




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Cap 8- Eu, pronto para a eternidade.

Olhava pela janela apreensivo, mesmo depois de descobrir o problema de Annabeth, não sabia o que fazer. Veja bem, eu sou um deus, e ela uma meio-sangue, mesmo que fiquemos juntos por um tempo não vai dar certo.

Se eu soubesse que isso iria acontecer nunca teria me tornado deus.

Yue estava sentado em meu colo, ele estava incrivelmente quieto, apenas me olhando. Tirei os olhos da janela e encarei os olhos azul-safira, meus problemas não eram dele, não deveria estar enchendo-o com isso, mas eu não tinha mais ninguém a quem me apoiar.

-Percy – pensou ele.

Essa era uma das novidades da semana. Yue começara a aprender a falar, ou melhor, a pensar palavras, além de que ele entendia quase tudo que eu falava para ele... ele só sabia dizer "Percy", mas era um começo não é? Além disso, me sentia lisonjeado com o fato de a primeira palavra que ele aprendera ser meu nome. Roda, cheia de graça como sempre, comparou isso ao fato de a primeira palavra dos bebês ser papa , não achei a menor graça.

Suspirei e pensei "desculpe te estressar com o meu mal-humor, amiguinho" me levantei disposto a levá-lo para Roda, ela seria uma companhia bem melhor que eu.

Porém, ao me virar para a porta da sala de estar do palácio, dei de cara com uma bela mulher de vestido branco em estilo Grécia antiga, encostada na porta com um olhar indecifrável.

-Senhora Amphitrite?- disse sem entender.

Ela caminhou até mim devagar e com os braços cruzados abaixo do peito.

-Aconteceu alguma coisa?- perguntou ela, era impossível dizer o que ela estava pensando, seu olhar era passivo e sua expressão não dava nenhuma pista, o que ela realmente queria comigo?

-Como assim?- perguntei

-Você anda melancólico ultimamente, com certeza aconteceu algo.

Nem preciso dizer o quanto fiquei surpreso, ela estava preocupada comigo?

-Sim, aconteceu algo- admiti, ela ficou me olhando, esperando que eu falasse logo o motivo de meu humor, resolvi finalmente desabafar com alguém que não era Yue, mesmo que esse alguém seja Amphitrite.

-Certo- disse, e então contei tudo, tudo sobre mim e Annabeth, sobre o desaparecimento dela no dia em que virei deus, sobre a nossa discussão no acampamento e sobre o bilhete de Thalia, ela apenas ficou ouvindo atentamente sem expressar nenhuma opinião, quando terminei, ela ficou um tempo calado, refletindo, enquanto eu imaginava qual seria a sua opinião, depois de um tempo, ela disse:

-Você é tão lerdo quanto o meu marido...

Não pude deixar de rir- Eu sei...- disse.

-Antes de tudo, Percy, preciso saber se você a ama de verdade- disse ela me olhando séria

-É claro que sim!- respondi.

-De verdade mesmo?- disse ela- e nunca vai traí-la?

-Nunca seria capaz de traí-la!- disse- eu quero ela, e apenas ela, nenhuma outra!

Amphitrite sorriu e disse – Sendo assim, acho que tenho a solução.

Arregalei os olhos- Tem mesmo?

-Tenho, mas que uma coisa fique clara- disse ela- não estou fazendo porque gosto de você, e sim porque Poseidon provavelmente iria me culpar pela a sua melancolia.

Segurei o riso e disse- Certamente, Senhora. Mas o que acha que eu devo fazer?

Ela sorriu e disse- você conhece a história de Teseu e o labirinto?

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Aquela escuridão e poeira já estava começando a me deixar irritado, era impossível que alguém conseguisse viver em um lugar daqueles!

Vim para o acampamento de mansinho ( acho que o meu pai nem sabe que eu saí do palácio!) e cheguei no acampamento sem falar com ninguém, fui direto para a casa grande e para o quarto onde Annabeth trabalhava.

Estava tão empoeirado e escuro quanto da última vez, vi ela debruçada na mesa cheia de papéis com desenhos complicados, me aproximei para ver melhor e vi o seus olhos fechados e seu rosto sereno, ela estava dormindo lindamente amassando os desenhos de estátuas e edifícios, me sentei ao lado dela e sussurrei- Acorda, Sabidinha.

Ela acordou de supetão.

-Percy?- disse ela em uma mistura de sono e surpresa- o que... o que você...

-E ainda pergunta? Foi você que me deu aquela condição!- disse e ela corou.

Levantei e me dirigi até a janela.

-Ei, o que você está fazendo?

A ignorei, e abri a janela deixando que o Sol e o vento entrassem no recinto.

-Esse lugar estava precisando disso...

-Por que fez isso?- disse ela, credo, eu só estava ajudando.

Ah, por favor, já ta na hora de sair desse estado lamentável, Annabeth, Rachel tem razão, você está vegetando aqui-disse- só estou cuidando do seu bem-estar, além disso, Apolo vai se ofender se souber que você está negando o brilho dele a tanto tempo...

-Urg! Se eu deixei a janela fechada, é porque eu gosto dela fechada!

Nossa... hoje ela está terrível.

-Não gosta não! Annabeth, eu te conheço, não me venha com isso...

-O que raios você veio fazer aqui?

-Você ainda não sabe?- antes que ela pudesse responder, eu a agarrei pela cintura, a puxei mais para perto, e a beijei.

Toda aquela pose de segundos atrás foi para água a baixo quando eu toquei seus lábios com os meus,ela passava as mão pelo meu cabelo enquanto minhas mão passeavam por suas costas e cintura, pudia sentir várias vezes ela se arrepiando, quando acontecia, eu esmagava seu corpo contra o meu.

Enfim, no resumo geral, foi muito bom.

Quando nos soltamos, ela não conseguia olhar em meus olhos, depois de passar uns instantes ofegante, ela explodiu de novo.

-Não!- começou a gritar, se afastando de mim

-O que foi?- perguntei

-Não, não!- ela me ignorou e começou a andar de um lado para o outro- me recuso a isso!

-Annabeth, o que houve?

-Eu sei muito bem como isso vai terminar!- disse ela- nós nos envolvemos por um tempo, e depois você some! Como todos os outros deuses!

-Annabeth...

-E para terminar, você ainda vai me deixar com um filho- disse ela- sinto muito, Oh deus, mas não vou me submeter a isso!

Me ofendi um pouco com essas acusações, mas não perdi a calma.

-Annabeth, isso não vai acontecer.

Me aproximei dela, peguei em sua cintura e olhei em seus olhos.

-Casa comigo?

Annabeth ficou completamente chocada, ficou olhando para mim provavelmente esperando que eu dissesse "Brincadeirinha!", mas ei! Eu não brinco com essas coisas!

Levou alguns minutos para ela se recompor.

-O-o que?- gaguejou ela- V-você...

-Pedi você em casamento? Sim, pedi.

-M-mas... como?- dizia ela confusa- você é...

-Um deus- respondi- e você é uma meio-sangue, certo, e daí?

Nunca na vida a havia visto tão confusa, e uma coisa eu sabia, ficar confusa a deixava irritada.

-Como assim "e daí" ?- disse Annabeth- não podemos nos casar! É impossível! Você é imortal e eu mortal! Logo eu vou virar uma vovó e...

-Não é impossível!- disse- se você ao menos me deixasse falar, saberia porque.

Foi então que ela finalmente se calou.

-Certo, Annabeth, você conhece a história de Teseu não é?

-Sim

-E sabe quem foi Ariadne, não sabe?

-Sei, a namorada de Teseu- disse ela como se estivesse respondendo quanto é 2 + 2.

-Isso é o que o mito deixa subentendido, mas não é bem assim.

-Como "não é bem assim"? É sim! Tá no mito!

-No mito diz apenas que ela o ajudou por estar apaixonada, não diz que eles ficaram juntos- disse- na verdade, Teseu a enganou, e a abandonou em um ilha na volta para casa.

-Que horror- disse ela- é por causa de homens como ele que as caçadoras existem.

-Sim- concordei- porém nessa ilha ela conheceu Dionísio, por quem se apaixonou e se casou.

-Ok, isso é novidade- disse ela- Dionísio tem uma esposa?

-Tem sim.

-E é Ariadne?

-É sim.

-Como você sabe disso?

-O próprio Dionísio me contou, há alguns anos- disse- mas o ponto, Annabeth, é que Ariadne era apenas uma humana que via através da Névoa, mas se tornou imortal por se casar com Dionísio, ela não deixou de ser humana, apenas virou imortal.

-Então...- refletia ela.

-O mesmo aconteceu com a minha madrasta, Amphitrite, que era apenas uma nereida, e também com muitas outras esposas de deuses menores, isso não é algo impossível.

Ela ficou calada, com os olhos marejados.

-Não é diferente para nós- disse afastando uma mecha de seu cabelo- você não deixará de ser meio-sangue, mas ficará ao meu lado pela eternidade.

Annabeth ainda não abria a boca, mas ficava piscando tentando reprimir as lágrimas em seus olhos.

-Você ainda não me respondeu- disse sorrindo- quer se casar comigo?

Foi o estopim para que ela começasse a derramar um rio de lágrimas.

-Sim- disse ela com aquela voz chorosa- sim, eu quero.

Ela correu e me abraçou forte como nunca e eu envolvi sua cintura, eu e ela sorríamos feito bobos, mas ninguém podia nos culpar, a felicidade quase não cabia dentro de nós.

-Oh meus deuses- disse ela ainda sem acreditar- eu vou me casar. Eu nunca imaginei que casaria com 16 anos!

-Pois é.

-Ah mas tem mais uma coisa!- disse ela apontando o dedo indicador para mim- não vou ser como Hera ou Amphitrite, ouviu senhor Percy?, não vou tolerar uma traição! Se por acaso isso acontecer você me perderá para sempre, entendeu?

-Entendi- disse meio assustado.

-E é bom que aquela chalé que os ciclopes estão construindo fique vazia, entendeu?

-Ora, então você não quer ter filhos?

Ela corou- C-como? É claro que quero!

-Você vai ser imortal, mas continuará sendo meio-humana, e esse seu lado meio-humano fará de nossos filhos...

-Meio-sangues- completou ela- não tinha pensado nisso!

-Percebi- disse

Eu continuei sorrindo vendo ela dizer coisas como aquelas, até que comecei a rir do nada, Annabeth me olhou magoada, parece que achou que eu estava rindo dela.

-Não é de você- disse ainda rindo.

-Então do que está rindo?

-Só estou pensando- disse- o que será que o meu pai vai achar disso?- pois é, ele nem sabia que eu havia saído do palácio.

Ela riu também- Bem, isso não sei, mas eu não me preocupo com o seu pai- disse ela- e sim com a minha mãe.

Fiz uma careta e ela riu da minha cara.

-E agora que você falou, o que será que o pessoal daqui do acampamento vai achar?

-Ah! para de se perguntar o que os outros vão achar!- disse Annabeth- não importa o que eles acham, estaremos juntos e felizes, isso é o que importa.

-Que coisa sábia de se dizer, filha de Atena.

-Você sabe, é algo natural meu.

Ri mais um pouco.

-Sabe- disse, e ela olhou para mim prestando atenção- você ainda precisa conhecer o Yue.

-Quem?- perguntou ela

Puxa, há quanto tempo eu não rio tanto dessa maneira? Há quanto tempo eu não sou feliz dessa maneira?

E sabe de uma coisa? Annabeth tinha razão, no futuro, eu teria que enfrentar não só a nova Grande profecia como muitas outras pela frente, mas eu podia encarar tudo numa boa, porque estava com ela.

Sendo assim, que venha a eternidade!

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Ah meus deuses, é o fim.

Acabou. Mesmo.

Vou admitir algo a vocês, estou segurando as lagrimas aqui nesse momento, foi dureza escrever a última frase, fiquei em êxtase e em lágrimas ao mesmo tempo, eu amava taaaanto essa fic!

Mas, com continuação, todo mundo fica feliz!

Sério, me empolguei tanto que já estou planejando a continuação da continuação. A parte 3 da história.

Basicamente, essa fic acabou virando uma série. Que emoção! *-*

E, preparei algo especial para o último cap.

As CURIOSIDADES sobre a fic:

-O diálogo entre Poseidon e Amphitrite ( aquele em que ela admite que gosta do Percy) foi a primeira coisa que escrevi, antes mesmo do prólogo, acreditam?

-A ideia do Percy ser o deus dos dragões surgiu porque quando eu fui escrever a fic tinha acabado de ver o filme " como treinar o seu dragão" e estava, hum... inspirada.

-Apesar da ideia dos dragões ter saído daquele filme, Yue surgiu em minha mente quando eu li o livro "Eragon", muitas cenas foram inspiradas nos "momentos de bebê" da Saphira, até mesmo deixei o Yue com os olhos cor azul-safira, como a própria.

-Porém, a aparência do Yue não surgiu da Saphira, e sim de um Pokemon. Isso mesmo, me inspirei no Pokemon Luguia ( acho q é assim q se escreve) para fazer o visual do meu dragãozinho, a única diferença é que o Yue tem quatro patas e não tem manchas azuis nas costas, mas o resto, é td igual!

-Mais uma vez falando de Yue ^^, dessa vez é sobre o nome dele, já que na verdade, não é japonês, e sim chinês, e significa "Lua"

-Vocês já devem estar cheios do Yue não é? Mas tenho que falar disso! É uma coisa que apenas 1 leitora ( e olha q eu posto em 2 sites) descobriu, o desenho que Percy pensou para dar o nome do dragãozinho é, nada mais nada menos que Sakura Card Captors! Isso mesmo! Yue é o nome da verdadeira identidade do Yukito, e um dos guardiões das cartas Clow.

-Uma coisa interessante, é que Hércules também virou deus ( o deus da força), porém ele não era um "deus médio" já que não herdou as habilidades como meio-sangue filho de Zeus. E como o Percy herdou? Tudo graças a Poseidon! Quando ele deu a Percy o domínio das navegações, preservou seus poderes com o mar já que ele precisaria deles para controlar as navegações. Esqueci de mencionar isso na fic...

-Nico só se tornou imortal porque eu achei injusto que todo mundo se desse bem menos ele ^^

-Desde que Thalia ainda era uma árvore, meu sonho era que ela chamasse o Percy de "primo", coisa que se realizou nessa fic ( mas precisamente no cap 2)

-A cena em que a Amphitrite ataca o Percy enquanto ele estava dormindo eu tive em um sonho, isso mesmo, havia sonhado com essa cena!

-A história de Anaklusmos não foi planejada, me veio na hora em que eu estava escrevendo, acontece muito isso comigo ( como na parte em que a Annabeth disse para o Percy só voltar se ele descobrisse o que havia com ela, saiu só pq eu não tinha um final bom para o diálogo...)

-Na verdade, eu queria que a Roda se casasse com o deus dos Tubarões ( sou completamente LOUCA por tubarões) mas ele não existe^^ ( tubarões são injustiçados...) porém me lembrei que existia o deus Delphin, dos golfinhos ( tubarões são melhores...), a ideia de ele ter cara de golfinho foi outra coisa momentânea que veio enquanto eu estava escrevendo.

-Por último, preciso dizer que essa é a PRIMEIRA long-fic que eu consigo finalizar ( todas as minhas outras long-fics ainda não estão terminadas ^^)

Bem, são essas as curiosidades, e, quando eu postar a continuação, vou avisar a todos que comentarem no último cap!

Kiss


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