O Deus dos Heróis escrita por isabelalina12


Capítulo 7
Eu, uma missão e um dragão




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O palácio do meu pai já estava começando a ser reconstruído, os ciclopes e os sereianos trabalhavam duro na construção, demoraria para ficar fabuloso como antes, mas ao menos logo poderemos sair do subsolo.

Quando cheguei a entrada do palácio subterrâneo, vi Roda sentada em uma pedra, bem em frente a porta, tive a ligeira impressão de que ela estava me esperando.

-Percy! Você demorou!- disse ela ao me ver

-Ainda estou no prazo, Roda- disse

-Mesmo assim...- disse ela- Bente já voltou

Bente? Ah é mesmo, Bentesicima.

- É uma pena que justo quando você chega ele tenha saído- disse ela- foi ver a namorada... e olha, acho que só volta amanhã.

Ri um pouco junto a ela

-É uma pena mesmo, bem, o verei quando ele voltar

-Duvido muito... você mal chegou e já vai embora...

-Como assim?

-Papai tem uma missão para você.

Missão?

-Vamos a sala do trono, ele vai te explicar melhor.

Ela se agarrou no meu braço e me puxou pelos corredores até a grande porta verde-safira que antecedia a sala do trono. Quando entramos, meu pai estava conversando com um sereiano... eu acho, bem, ele parecia um sereiano mas o rosto dele... ah! Vocês já estão acostumado com coisas estranhas não é? Então vou falar sem rodeios, ele tinha cara de golfinho.

E eu que achava que já tinha visto de tudo...

-Ah Percy, aquele é...- antes que Roda terminasse, Poseidon percebeu a nossa presença e disse

-Percy, finalmente chegou- o que ele quis dizer com "finalmente"?- este é o tenente Delphin, deus dos golfinhos.

Hum... apropriado.

-Ah! O salvador do Olimpo!- disse ele me estendendo a mão

-Prazer, senhor Delphin- disse

-Me chame apenas Delphin, afinal para que formalidade? Logo seremos parente não?

Arregalei os olhos e disse -Como é?!

-Ele é o meu noivo Percy- disse Roda

Olhei para ela, e depois para ele. Ok, aqui eis um casal que não tem nada a ver. Fiquei completamente chocado, minha irmã ia se casar com um... cara de golfinho?! Quer dizer, além de isso ser muito estranho, como é que ela iria beijá-lo? Ele tem um bico de pelo menos uns 30 cm! Além do mais, ele tem cauda e Roda tem pernas, como é que eles iriam... você sabe, ter filhos?!

-Bem, eu vou indo, foi um prazer conhecê-lo Percy.- Delphin acenou a cabeça e foi em embora.

Depois que ele se foi, virei para Roda ainda chocado, meu pai começou a rir, acho que da minha cara.

-Você... você vai se casar com...- disse perplexo.

-Sim, Percy, ele tem cara de golfinho- disse ela- mas entenda, depois de passar séculos no mar, vivendo entre peixes, você acaba achando normal e até atraente.

Atraente?! Ela disse atraente?!

-Deixando o tenente de lado... Roda já deve ter lhe falado sobre a missão não é?-disse meu pai.

Me virei para ele

-Ela apenas comentou- disse- do que se trata?

-Não é nada complicado, uns monstros que sobraram do ataque de Oceanus ainda estão causando problemas no norte... eu ia mandar Triton, mas achei que você gostaria de ir.

Meu pai me conhecia melhor do que eu imaginava, faz tempo que eu não luto com monstros, certo, uma semana, mas se tem algo de que eu preciso agora, é de adrenalina.

-Eu não gosto disso- disse Roda- toda vez que eu acho que vou poder te conhecer melhor, você vai embora.

-Filha deixe disso, vocês tem a eternidade- disse meu pai- Percy, você vai parti agora ou depois?

-Acho melhor partir agora....

-Mas já?- disse Roda

-Quanto antes partir, antes eu voltarei, Roda...

-Ao menos descanse um pouco, você pode ir amanhã de manhã!- insistiu ela.

-Acho que Roda tem razão, você deve estar cansado...- disse meu pai

-Isso!- comemorou ela

-Tudo bem, vou amanhã de manhã- disse- estou indo para o meu quarto então.

Me despedi do meu pai e saí da sala com Roda em meu encalço, um pouco antes de chegarmos ao meu quarto, ela disse

-Ah, só pra você saber...minha mãe gosta de você.

Ta, isso foi do nada, e me assustou totalmente.

-O que?

-Ela e o papai discutiram a semana toda...- começou ela- ele sabe que você não foi para o acampamento só para dizer a Quíron sobre as mudanças, até porque você poderia fazer isso por carta, ele sabe que você queria fugir daqui, pelo visto, nosso pai te conhece melhor do que você pensa.

Continuei calado, ouvindo atentamente.

-Ele ficou triste, Percy, e culpou a minha mãe por você não ter gostado daqui, e eu ouvi toda a discussão, escondida é claro.

"-Se ele está se sentindo mal a culpa é sua! O que custa conhecê-lo um pouco?!- disse o papai.

-Errado. Isso tudo é por causa do seu egoísmo!- Respondeu minha mãe

-Meu egoísmo?!

-Exatamente, foi você que trouxe para cá seu filho bastardo querendo que ele fosse parte da família!- disse ela- foi egoísmo seu querer que nós o aceitássemos.

-Não foi egoísmo!- revidou ele- eu só o queria por perto! Esse é o momento que ele precisa de mim! A vida de um deus é totalmente diferente que a de um semideus!

-Por que você o quer por perto agora?! Pensei que o tivesse abandonado por 12 anos!- gritou ela- Você quer é fazer algo por ele para não se sentir tão mal!

-E se for?! O que isso tem haver com egoísmo?!

-Tudo! Porque você nos envolveu nisso- disse ela- ele é o seu filho amado, não meu.

-Então esse é o problema? Você o faz sofrer porque ele é o filho de outra mulher?

-Se ele está sofrendo a culpa é sua, você sabia que ele seria tratado assim, então por que o trouxe para cá?!- disse ela- já até sei o que vai dizer " eu o queria por perto" e isso não é egoísmo?

Papai ficou calado por um tempo, até que se sentou no trono e disse.

-Tem razão, fui egoísta- começou agora mais calmo do que antes, só que bem mais triste- mas você não deixa de estar errada, tratando-o tão mal só por ele ter nascido... ele não tem culpa, Amphitrite.

-Não é o que ele tenha culpa ou não, é o que ele simboliza, ele fruto de uma traição sua!- disse ela- não é como se eu já não estivesse acostumada, mas sabe o que é ter que olhar para ele e lembrar disso?!

-Se o seu problema é comigo, desconte sua raiva em mim e não nele!- disse o papai- Percy é um ótimo garoto, não tem porque você não gostar dele.

-Tem sim! É a minha honra que está em jogo Poseidon, não vou gostar de um filho bastardo!

-Não há porque nisso... se você conhecê-lo vai mudar de ideia, é fácil gostar dele.

-E você acha que eu já não sei disso?!- disse ela- ele é gentil, talentoso, correto, leal e educado, faz ideia do quanto eu tenho que me esforçar para não gostar dele?

-Amphitrite...

-Tenho que ter muito cuidado, ou então eu vou acabar amando-o, se eu não tratá-lo mal, logo eu vou começar a achar que sou a mãe dele."

Eu estava de boca aberta, não podia acreditar no que ela havia acabado de me contar, a esta altura, já havíamos chegado a porta do meu quarto a um bom tempo, mas eu não entrei.

-Ela... realmente disse isso?- disse ainda chocado.

-Você não devia estar tão surpreso-disse Roda- nosso pai tem razão, é fácil gostar de você, acho que é por isso que ele tinha tanta certeza de que iríamos aceitá-lo mais cedo ou mais tarde..., a discussão deles não parou ai, e eles também tiveram várias outras. Mas é basicamente a mesma coisa, papai dizendo que minha mãe não te aceita e ela o chamando de egoísta... Minha mãe é malvada quando esta irritada, ela disse coisas horríveis para o papai.

-Que tipo de coisas?- perguntei

-A pior de todas, foi quando ela enumerou cada erro que ele cometeu com você, disse que você provavelmente o odiava, e por fim, disse que ele era um péssimo pai- disse Roda

-Que terrível...- murmurei

-É mesmo, e sabe o que o papai respondeu?- balancei a cabeça indicando que não- ele disse "eu sei".

"Eu sei"?!, Poseidon achava que era um péssimo pai?

-Mas apesar de tudo, minha mãe gosta de você- disse ela- ela só... não quer gostar, entende?

Minha vontade de dizer "não" é grande, gosta mas não quer gostar? Isso é ambíguo demais para mim.

-Entendo- disse suspirando, foi uma semana repleta de conversas importantes, com Annabeth, sobre a história de minha espada, e agora, sobre meu pai e minha madrasta. Deuses, eu precisava mesmo de um descanso.

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Bem ao norte, perto de algumas ilhas paradisíacas, ficava uma enorme parede de corais, cores fortes como vermelho e amarelo embelezavam o local, e a variedade de espécies vivendo lá era enorme, pena que estava sendo destruído.

Uma boa quantidade de monstros tratavam de acabar com o local, as nereidas defendiam o lugar com persistência, mas veja bem, nereidas são sábias e conselheiras, não foram feitas para o combate, sendo assim, não estavam conseguindo muito mais do que machucar a elas mesmas, porém eu admirava a coragem delas.

Se eu ainda fosse um meio-sangue seria difícil lidar com todos esses monstros sozinho,mas agora, com esse corpo imortal e forte de deus, seria apenas uma diversão.

Os monstros repararam a minha presença, deixaram as nereidas de lado, e vieram me atacar todos juntos.

-Podem vir- disse pegando Contracorrente.

Nunca me pareceu tão prazeroso lutar como agora, consigo descontar toda a agonia e a dúvida que sentia, me sentia leve, leve como nunca estive, pude distrair a minha mente de tudo o que me ocorrera, pude desfrutar do que desejei desde que virei deus, adrenalina.

Podia sentir uma enorme energia correndo dentro de mim, ela aumentava, aumentava e aumentava, sentia meu corpo palpitar, eu sequer pensava, apenas liberava tudo que havia em meu interior, logo os monstros viravam pó só de se aproximar de mim de tão forte que era o poder que eu liberava, opa! Acho que me empolguei demais, não é estranho que eu tenha liberado meus poderes enquanto a adrenalina me dominava, já que ainda não controlo meus poderes.

-Acabou.- disse guardando minha espada.

Foi bem mais rápido do que eu imaginava, foi questão de minutos, acabei com todos! Foi rápido porém empolgante, me preocupei por um momento se a liberação em massa de meus poderes tinha causado algum problema, mas depois que vi que estava tudo bem, deixei para lá.

-O Lord Poseidon disse que o senhor viria- disse uma nereida se aproximando, ela estava terrivelmente machucada- muito obrigada por derrotá-los.

-Não a de que, foi um prazer- e fora mesmo.

Outras nereidas se aproximaram de mim para me cumprimentar.

-Gostaria que nos desculpassem por sermos tão inúteis- disse uma delas- todas as outras áreas do mar conseguiram derrotar os seus monstros depois que a guerra acabou, menos nós...

-O senhor é tão poderoso... derrotou todos em menos de cinco minutos- disse outra delas- não somos nada perto do Lord Percy.- corei depois desse elogio, e também por ser chamado de Lord.

Foi assim por mais algum tempo, elas me agradeciam e diziam o quanto eu era forte, até eu ouvir um barulho estranho.

Parecia um ronco... não, um choro, um choro de animal.

Vinha detrás de algumas pedras e algas lá por perto, pedi para que as nereidas não me seguissem e fui indo para de onde o som vinha, afastei as algas para olhar o animal.

Um... um dragão, um dragão bebê.

Porém eu nunca havia visto dragão como aquele... era completamente diferente de tudo que já havia visto, e como deus deles, podia dizer com certeza que aquele tipo de dragão não existia.

Só para início de conversa, ele estava debaixo d'água, oras! Dragões não respiram debaixo d'água! Ah, mas aquele respirava, e tinha mais, dragões costumavam a ter cores escuras ou fortes, como vermelho ou bronze, mas aquele era branco feito neve, com manchas azul-marinhas ao redor dos olhos e na ponta da calda. E para terminar, dragões tinham pequenos chifres em todo o pescoço Mas aquele não possuía chifre algum, exceto pelas manchas azuis ao redor dos olhos que cresciam até virar pequeninos chifres, mas não era lá essa coisas.

Sua cabeça possuía um formato bem parecido com a de uma serpente, e os olhos eram azul-safira, com certeza era um dragão singular, que eu poderia jurar que não existia!

Mas estava lá, na minha frente, chorando incansavelmente.

Tentei ler sua mente, mas estava tudo muito confuso, imagens e sentimentos se misturavam, deve ser porque ele ainda é um bebê, não tem pensamentos muito lógicos...

Eu o peguei no meus braços e ele parou de chorar ( isso se choro for a palavra certa para o barulhinho que ele fazia, mas enfim..), ele se aconchegou em meus braços, de onde será que ele viera?

Foi então que pensei na luta contra os monstros, em que liberei meus poderem em uma enorme quantidade.

Ah não...

 

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-hahahaha!!!

Meu pai ria com gosto, e eu fiquei apenas olhando, emburrado.

-Não precisava rir tanto...- murmurei

Ele nem ligou, continuou a rir.

-Mas criar uma nova espécie de dragão só por se empolgar um pouco é realmente engraçado, otouto- disse Roda com o pequeno dragão nos braços- essas coisas só acontecem com você.

-Do que você me chamou?

-Otouto, quer dizer "irmão mais novo" em japonês- disse ela- deuses costumam se apegar muito a nomes em grego... eu não, eu gosto de variar, e japonês é uma língua interessantíssima.

Quando meu pai finalmente parou de rir, ele disse.

-Bem, mas isso tudo só mostrou que você ainda não controla seus poderes..., precisará treinar mais se quiser partir para uma missão de novo.

-Certo- disse, então me virei para Roda- me dá ele aqui

-Não... ele é tão lindinho... deixa ele dormir comigo?

-Não, ele vem comigo- disse estendendo os braços

-Mas...- reclamou ela, deuses! Ela parece uma criança

Continuei com os braços estendidos e olhando para ela, Roda acabou desistindo e me entregou o dragãozinho.

-Amanhã eu posso brincar com ele?

-Amanhã eu vou testá-lo, ver quais são as diferenças dele com os outros dragões, é uma criatura muito singular, é preciso ver do que ele é capaz. Depois disso você pode brincar com ele.

-Mas ele é um bebê... você não pode simplesmente testa-lo.

-Isso não quer dizer muita coisa para um dragão- disse Poseidon- um dragão já nasce com todos os seus poderes, a diferença é apenas na proporção deles.

Estranhei que meu pai soubesse tanto sobre dragões, mas ele tinha milênios de idade afinal...

-Bem então eu vou indo.- disse enquanto saía.

Ao chegar em meu quarto, pus aquele estranho dragão em cima da minha cama, ele deitou lá e ficou me encarando com um olhar engraçado, não sabia o que ele queria dizer, mas sua expressão foi gozada, e eu ri.

-Você precisa de um nome...

Comecei a pensar em várias possibilidades, ele era um homem, sabia disso pois era o deus dele, mas na verdade, não havia nada neles que diferenciasse fêmea e macho... mas enfim, vários nomes passaram por minha cabeça, pensei em Jura, Hírator e Fundor, eu sei, muito estranho, mas dragões costumavam ter nomes bem esquisitos, também pensei em Ohem, Gretiem, Beoran, e muitos outros, mas nenhum desses me pareceu apropriado. Foi quando lembrei de Roda, e seus nomes japoneses, dragões não tinham nomes comuns mesmo, por que não um japonês?

Pus-me a pensar, não conhecia bem a cultura japonesa e muito menos seus nomes, pensei em Tanaka, mas seria muito clichê, fiquei um tempo olhando para o dragão pensando em um nome, até que um veio a minha cabeça, sim! Esse era perfeito!

-Tenho um nome para você- disse pegando-o - sabe, quando eu era criança eu via muito desenho..., e em um deles tinha um personagem bem interessante, ele era totalmente branco, as roupas, o cabelo, os olhos... ele era quase a personificação do branco. Não sei o que significa o nome dele, mas me parece apropriado.

Olhei para aqueles olhos azuis e disse.

-O que acha de Yue?

Mesmo sendo um bebê, e ainda não sabendo palavras humanas, eu senti uma grande satisfação que vinha na mente dele, ele gostara do nome. Sorri como resposta, e Yue se enrolou em volta de si mesmo e adormeceu.

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Hey!!!!!!!

demorei, eu sei, não me matem, mas entendam, ensino médio n eh fácil...

E tbm eu só posso escrever nos fins de semana...

E tbm, esse não foi dos meus melhores caps... ms ele é bem importante.

Enfim, é terrível, mas a fic está chegando ao fim.

esse é o Anti-penúltimo capítulo.

Pois é, eu queria resolver TUDO nesse cap, mas n deu, ao menos resolvi a parada da Amphitrite, ela gosta do Percy afinal...

Estou pensando em fazer uma continuação, uma fic que se assa 50 anos depois de

"o deus dos heróis", mas OLHE LÁ! O Percy não vai ser o protagonista, isso eu já decidi. SE essa continuação realmente sair, vai ser protagonizada por uma personagem criada por mim...

e COMENTEM! Viu?

Kiss


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