Teen World escrita por Ranniely B


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura.



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Capitulo Único - Teen World

 

             Inoue estava, como de costume, comendo. Sentada no sofá da sala, vendo um programa que passava na TV. Sentia-se entediada, quase sonolenta. Seus domingos eram sempre assim, quase monótonos. Já que Tatsuki Arisawa, sua melhor amiga, estava em uma competição, ela estava só. Pelo ao menos sobra mais para mim, pensou olhando para a comida de estranha aparência.

             O que parecia ser um pão doce estava estranhamente grande. Dentro havia, como ela desejava, uma série de misturas de geléias e feijão. Ela amava. Somente ela mesmo. Abocanhou com vontade o pão e de repente fechando os olhos, deliciando-se com o resultado de sua culinária excêntrica. Quando de sua boca cheia de pão saiam um “Huuuum” de aprovação para a comida, ela voltou abrir os olhos, e quando mastigava, observava cada canto de sua humilde residência. Sentiu mais do que nunca, falta de sua melhor amiga ao seu lado, compartilhando seu lanche com sua amiga.

              O som da TV estava alto, e seus olhou devaneados se focaram com atenção no comercial multicolorido. Era algo que sempre a chamava muita atenção. Muita cor, muita mesmo.

             Teen World, começava o comercial com uma música da banda Alice Nine ao fundo. Uma série de figuras juvenis e bastante interessantes apareciam por cima de uma base branca, e na frente, chamando mais atenção que tudo, uma jovem de estilo descolado, com o celular na mão. A voz da locutora oculta soou: “Você que queira saber se seu gatinho beija bem, é só mandar uma mensagem de texto para o número 81820 com o nome de sua, ou seu, pretendente, e descubra se esse rolo é bom ou é a roubada do século”. A garota propaganda pisca de forma sapeca com um sorriso forçado nos lábios e finge mandar uma mensagem de texto, teclando em seu celular super rosa.

              Depois diz: “Viu? É muito fácil! O meu vai dar super certo”. Ela riu, “lolitamente” fofa, e depois acabou o comercial, com um último acorde da guitarra do som da banda.

              Inoue em um pulo se via em pé.

             Corria atrás de seu celular, procurando-o em todos os lugares que podia. Viu que, por mais ingênuo que fosse, o nome de Ichigo grudado em sua mente. Era utópico, tudo nela era ingenuidade. Seus olhos faiscavam cada centímetro da sala atrás de seu celular, até que o encontrou, debaixo de um travesseiro do sofá. Suspirou, aliviada.

             Sorriu para o aparelho. Via-se boba, mais do que já era. Agradeceu muito por sua amiga não estar lá, ela a repreenderia por seu ato naquele momento. Mas Inoue, não se via envergonhada, pois todos sabiam que ela era apaixonada por Ichigo. Ela riu, baixinho e limpou um pouco de sujo do canto de seus lábios rosados.

             Digitou o nome de Ichigo e o número 81820. Ficou meio dividida ao enviar, mas logo apertou o botão, decidida. Nesse meio tempo, voltou ao sofá. Sentou-se no lugar e decidiu esquecer seu lanche, colocando-o em cima da mesa de centro. Pousou os pés lá, largando-se no sofá. Esperando.

             Sorria boba, repreendendo-se por sua idéia lunática em saber se algo que nem existia ia dar certo. E se é que um dia iria existir. Negativamente, balançou a cabeça. Era tão esperançosa, muito mesmo, até mesmo depois da Batalha Final. Não que fosse natural para si conseguir algo como seu tão sonhado Ichigo, ela não tinha tudo que queria. Ela costumava perder, mas sempre superava. E nesse pensamento ela se sentia bem: nunca teve Ichigo, então nunca ia perdê-lo.

             O celular vibrou e ela rapidamente o abriu, sobressaltando-se de susto e ansiedade. Viu a mensagem: “O beijo dele deve ter o sabor de morango. Dará super certo, porém terá que dar impulso”. Ela leu e releu a mensagem por minutos, até que por fim riu. Riu alto, não tentando de controlar. Ela havia amado aquela ironia sobre o nome de seu amado Ichigo.

             Mas sempre foi assim que o imaginara, para ser mais exata, assim que sempre o imaginara beijando. Lábios doces, sabor morango, quente e junto ao seu, ela se arrepiava só de imaginar a possibilidade. Apesar de seus pensamentos não passarem disso, ela sempre corava, imaginando-se o quão ruim era em imaginar uma pessoa daquele jeito, nunca se permitindo ser mais ousada. Seus pensamentos não passavam de mãos unidas, abraços e um beijo extremamente apaixonado, que poderia definir o quão era profundo aquele sentimento que ambos sentiam e compartilhavam. Pelo ao menos era o que ela achava, seu maior sonho era ser amada por aquele que ela nutria um amor sincero e sem maldade.

             Limitou-se em passar o domingo, pensando sobre isso e relendo a mensagem. Às vezes sorria, porém corava ainda não acreditando no que havia feito. Dormiu em um sono profundo e sonhos dóceis. Qualquer um poderia julgar ser de uma criança de oito anos.

 

Na Manhã Seguinte...

             

— Orihime Inoue. – Chamou o professor. Ela se empertigou na carteira.

 

—Presente! – Respondeu, não tão prontamente, e todos ficaram desconfiados.

             Inoue continuou a ficar desatenta a aula toda, suas mãos unidas em cima de suas coxas e uma postura de extrema inferioridade. Seus olhos claros estavam vagos, como de costume, mas desta vez havia certa relutância em seu olhar, como se ela insistisse em observar o chão. Nada comum para ela, a menina risonha e jovial da turma. Tatsuki Arisawa, sua amiga, percebeu isso desde o momento que ela adentrara a classe, e se preocupou. Com rapidez, ela estava ao lado de Inoue logo quando o sinal tocou, dando sinal ao intervalo.

 

— O que aconteceu amiga? – Perguntou.

 

— Nada... – Respondeu a ruiva, evitando olhar nos olhos da amiga, aquela que sempre a conheceu direito.

 

— Ihhh... – Disse Tatsuki passando a mão nos seus cabelos negros e curtos, e depois riu, fracamente – Esse “nada” tem nome – Comentou dando ênfase a frase, o que deixou Inoue uma pimenta.

 

— Se for o que pensa Tatsuki, está enganada, não é Ichigo – Mentiu, baixinho, olhando a amiga com muito constrangimento.

 

— Eu não falei nada, você que se entrega – Ela riu – Não agüenta pressão, principalmente relacionada a ele.

 

             Inoue decidiu se manter calada, já que não conseguia achar sua voz para responder a amiga. Mas quem poderia enganar? Tatsuki? Nunca! Ela a conhecia desde quando começaram estudar juntas. E por suas grandes diferenças, era o que completava a amizade afetiva de ambas.

 

— É que ontem eu fiz uma coisa... – Começou Inoue. E explicou a sua amiga, que quando Inoue parava para tentar recompor sua voz, ela nitidamente se segurava para não cair na gargalhada. Tatsuki olhou diretamente para Ichigo, que estava conversando com Chad e Asano na frente da sala, e depois voltou observar a ruiva.

 

— Ué... Por que você simplesmente não tentar provar? – Perguntou com um tom óbvio.

 

— Tatsuki! Você sabe que seria errado. Ele me detestaria – Respondeu Inoue tentando manter a voz baixa, observando os lados, para ver se ninguém estava olhando. – Eu não quero perder a amizade dele.

 

— Ora, nunca na história alguém detestou você, e olha que você nunca ficou com ninguém – Ela riu em lembrar-se deste fato da amiga, mas vendo o olhar que Inoue lhe lançara, ela parou, séria. – Vamos lá, todos sabem dos seus sentimentos por ele, daria certo sim. Aliás, Ichigo não é disso, ele poderia até aprovar. Como eu disse, é só empinar esses seus peitos que ele ataca!

 

- TATSUKI! – Repreendeu Inoue, dividida entre o riso e a certa vontade de afundar em sua carteira, já que todos olharam para as duas amigas.

Elas não se falaram mais, e durante a aula, Inoue não pode deixar de notar os olhares de Ichigo sobre si, e se perguntava o que ele estaria pensando ou querendo.

 

             No fim da aula estava sozinha na sala, arrumando seus materiais, Inoue sentiu alguém se aproximar, deixando sua pele arrepiada. Ele olhou pro lado e sobre o ombro, sentiu uma respiração lenta mover seus fios ruivos. E viu, mas fios ruivos, porém alaranjados e espetados. Ela soltou um gritinho, de susto encolheu-se, distanciando-se dele, e caiu sentada de mau jeito em sua carteira.

 

— Ichigo! – Exclamou, levando a mão ao seu coração, que estava disparado. – O que pensa que está fazendo?

 

— Não era minha intenção fazer isso! – Respondeu ele aborrecido, coçando seus cabelos alaranjados.  – Você está diferente hoje.

 

— Diferente como? – Baixando o olhar para seus materiais e fechou sua mochila, esperando.

 

— Silenciosa, quieta e inferior – Numerou contando com os dedos e depois sorriu – Isso não é você.

 

             Inoue, pensando em sua amiga e cansada de estar de cabeça baixa, se levantou, de modo que ficasse com seu corpo perto de Ichigo. Encarou-o com certo poder, mas forçado, ela queria mesmo é sair correndo pela porta e se arrepender amargamente pelo que estava fazendo. Parou de pensar, seria melhor, e perguntou, em uma voz decidida.

 

— O que é exatamente sou eu?

 

             Ichigo a observou com certa surpresa e não se distanciou, e muito menos aparentava querer isso. Gostava se sentir a presença da ruiva e seu cheiro floral, natural, que emanava pureza.

 

— Você é simplesmente natural... – Começou sem saber o que dizer, já que não era acostumada a lidar com palavras e declarações fiéis – Tem um doce sorriso cativante e um olhar extremamente puro. Você é como um sonho de criança. Bobo e...

 

             Sem deixá-lo terminar, ela e via lançando seus braços para enlaçar no pescoço do ruivo, e ficando na ponta dos pés, encostou seus lábios no dele. Deu um leve beijo, selando apenas os lábios em um pedido de permissão, e foi atendida. E começou aquele momento mágico, que foi seu primeiro beijo.

             Inoue não conseguia dizer o quanto aquilo era impressionante. Mágica. Os seus lábios envolviam os dele em uma única forma apaixonada, como se quisesse extrair cada detalhe daquele sabor adocicado. Realmente parecia morango. E ela queria mais, e fez com que suas língua chamasse por a dele, provando pela primeira vez o que era sinceramente beijar.

             Ichigo não podia negar, estava confuso. Suas mãos desceram para a cintura dela, entrelaçando suas curvas com um cuidado extremo, unindo mais os seus corpos, sendo impedido apenas pelo atributo farto da jovem, que ia contra seu peito másculo e bem treinado depois de tantas lutas que tivera de enfrentar. Nada exagerado, simplesmente suficiente.

             Ele retribuía, com empolgação, a ponto que a levantou para a mesa, sentando-a lá. Inoue parou, buscando ar e o empurrou com as mãos delicadas.

             Eles se encararam por minutos, em silêncio, ofegando. Inoue viu nos olhos dele, ternura. Encarava-a com uma doce compaixão e rapidamente, sem se conter, a abraçou. Mesmo estando daquela forma nada boa, na sala vazia, eles continuaram assim, mantendo-se unidos de uma forma que sempre deveriam estar. Nunca deveriam se separar.

 

— Por que demorei tanto pra perceber? – Sussurrou ele perto ao ouvido dele.

 

— Perceber o quê?

 

— Que era de você que eu precisava. – Ele foi sincero, sua alegria não tão contida. Ela pode perceber que ele sorria.

 

             Inoue não sabia o que dizer, manteve-se calada. Seu coração batia frenético, e ela se afastou querendo olhá-lo nos olhos. Sua mão delicada afagou a face do rapaz com ternura, como se quisesse gravar aquele momento para sempre em sua mente. E com certeza ficaria marcado.

 

— Eu sempre amei você, Ichigo. – Declarou.

 

             Ele sorriu e deu-lhe apenas um leve beijo na testa, em respeito. E assim seria.

 

 

             Dois meses depois, quando estavam no quarto de Inoue, deitados na cama dela. Já estavam namorando e todos sabiam disso, dividiam um afeto simples, não tão complexo quanto imaginavam que iam ser, pois para realizar algo sempre há pensamentos que lhe impedem... Mas não impediu, e aí estão eles hoje. Amando, como nunca haviam amado.

 

             Ele a ouviu rir. Estavam de “concha” e ele suspirou ao ouvido dela, fazendo-lhe arrepiar os pelos dos braços.

 

— O que está pensando? – Perguntou, curioso.

 

— Como foi meu impulso para me declarar – Respondeu com sinceridade.

 

— E o que foi?

 

             Inoue parou para pensar, apesar de ter perdido muitos créditos de seu celular e ter dado boa risadas com aquilo, ela ainda tinha vergonha de dizer a verdade.

 

— Pela ajuda de Tatsuki e pela minha curiosidade em saber como era lhe beijar.

 

— Como? – Perguntou Ichigo incrédulo, rindo.

 

             Ela explicou à ele. Ele riu, e depois ambos se viam de frente um para o outro. Tentou beijá-la, mas ela ainda ria descontrolada.

 

— Então tudo aquilo foi por causa de uma mensagem de texto de um comercial de TV?

 

— Alguém tinha que tomar a iniciativa – Riu Inoue.

 

— E por causa do Teen World? – Ichigo perguntou com um tom zombeteiro.

 

— É, por causa do Teen World.

 

— Boba.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, aqui vai minha primeira Fanfic IchiHime.
Espero que tenham gostado, pois eu sinceramente amei escrevê-la. Amei muito mesmo.
Se gostarem, mandem Review
Eles me farão felizes.
 



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