Can't Be So Wrong - Versão 2.0 escrita por B Mar


Capítulo 4
Capítulo 4 – Não me importo de abdicar por você.




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Capítulo 4 – Não me importo de abdicar por você.

Hermione PDV:

A copa foi boa até certo ponto. Os comensais haviam atacado e estávamos de volta à Toca pouco tempo depois.

Aquela era uma de minhas várias madrugadas em claro e eu não queria passá-la sozinha.

– Ginny. – Chamei. – Ginny.

Na cama ao lado, a ruiva se mexeu nervosamente e se encolheu ainda mais encarando a parede oposta a mim.

– Me deixa dormir, caralho. – Reclamou.

Se a Molly ouvisse aquilo era adeus a Ginerva Weasley.

Me revirei um pouco mais na cama e andei um pouco pelo quarto, até decidir sair. Eu tinha alguma esperança de encontrar um dos gêmeos acordados. Qual não foi a minha surpresa quando trombei com os dois conversando no pé das escadas da toca?

– Hermione. – George me olhou. – Não devia estar na cama?

Neguei com a cabeça, dando de ombros.

– Não consigo dormir. – Confessei e Fred se afastou um pouco do irmão, me dando lugar entre os dois. – E vocês dois?

Eles fizeram um gesto de “Não importa”.

– Estávamos discutindo sobre o nome que deveríamos colocar no nosso novo logro.

Pela primeira vez desde que os conhecia, não revirei os olhos para os logros. A verdade é que eles realmente se dedicavam àquilo. Não era o ideal para muitos, mas funcionava para os dois.

– E o que ele faz? – Indaguei interessada.

Ambos pareceram surpresos com minha reação, mas não hesitaram.

– Alguns segundos depois da ingestão, seus olhos começam a crescer e descer do seu rosto, eles ficam mais ou menos assim. – George pegou um par de óculos mola maluca.

Fiquei surpresa. Era genial.

– Ah, e é um chocolate. – Fred me explicou, do meu lado direito. – Alguma ideia?

Pensei por alguns segundos e sorri.

– Chocolate Esbugólhos? – Eu não era exatamente criativa, mas aquela parecia uma boa ideia dentro de minha cabeça.

Eles ponderaram com atenção.

– É uma ótima ideia. – Os dois riram juntos.

Os dois se entreolharam e sorriram antes de beijar minha face, um de cada lado e um tanto mais perto dos lábios que o quê deveriam.

– Obrigado, Hermione. Você é demais.

Ficamos conversando ali por horas e, em algum momento, acabei caindo no sono em cima de minha mão dobrada.

George PDV:

– Fred. – Chamei meu irmão e apontei para Hermione.

Ela havia caído no sono em cima de si mesma, evitando cair na minha direção ou na de meu irmão.

Ele riu e se preparou para pegar a morena no colo, mas o interrompi.

Eu gostaria de ter o privilégio daquela vez.

– Eu levo ela pra cima. – Avisei. – Você a carregou da última vez.

Meu gêmeo revirou os olhos e riu, então peguei a castanha em meus braços. Ainda assim, Fred a observou com admiração. Eu sabia o quê ele estava pensado, e fui o primeiro a vocalizar.

– Ela parece tão...

– Angelical. – Ele me completou com um pequeno sorriso. – Como se estivesse alheia a toda essa confusão.

Confesso que ficamos algum tempo ali, apenas admirando Hermione quando seu sorriso se converteu numa feição de tristeza com murmúrios impossíveis de identificar.

Meu coração acelerou e encarei meu irmão.

– Acorde-a. Ela está tendo um pesadelo. Acorde-a.

Ele estendeu uma mão e a agitou levemente.

– Hermione. Hermione.

Ela abriu os olhos e, ao ver meu rosto, abraçou meu pescoço, chorando ainda mais.

– Está tudo bem. – Fred abraçou. – Estamos aqui. Não chore.

Ele secou suas lágrimas com uma das mãos.

– Teve um pesadelo?

Hermione confirmou com a cabeça, profundamente envergonhada.

– Quer ir pra cama? – Meu irmão se preocupou.

Ela balançou a cabeça negativamente, quase se remexendo para descer de meus brçoas quando tive uma ideia.

– Quer dormir no nosso quarto? – Sugeri.

A morena corou, mas balançou a cabeça positivamente, fazendo Fred me encarar em silêncio em concordância.

Não pensei no teor da situação, apenas a carreguei em direção ao nosso objetivo e depositei em minha cama. Meu irmão pegou seu cobertor e passou acima de seus ombros.

– Sabe, quando nós éramos crianças e tínhamos pesadelo, mamãe cantava uma canção. – Fred falou. Estávamos sentados um de cada lado dela na cama.

Meu pequeno Weasleyzinho. – Comecei. - Não precisa mais chorar. Você-sabe-quem se foi. Ele não vai mais voltar.

Meu pequeno Weasleyzinho. – Fred lhe olhou. – Não precisa mais chorar. Mesmo que ele volte, eu estarei neste lugar.

Mesmo que o mundo caia. Eu estarei sempre aqui.

Mesmo que o céu desabe, estarei junto de ti.

Meu pequeno Weasleyzinho. – Cantamos juntos. – Eu te amo mais e mais. Não cairás sem eu estar perto pra te levantar.

Olhei Hermione e ela dormia tranquilamente, então batemos as mãos num “high-5”. Mas ainda havia uma questão a ser resolvida.

– Par. – Pedi antes que meu irmão pedisse.

Eu não iria dormir no chão.

Ele revirou os olhos e ri.

– Ímpar.

Jogamos. Sete mais onze é igual a 18.

Comemorei com minha vitória.

– Par. Ganhei. – Esfreguei em sua cara. – Vai dormir no chão.

Meu irmão bufou de frustração.

– Não é justo. Foi você quem deu a sua cama pra ela. – Lembrou.

– Dane-se. – Ri, deitando-me no colchão e me aconchegando a seu travesseiro – Eu ganhei.

Fred fez uma careta e cruzou os braços, deitando-se no chão. Levou pouco menos de um minuto para eu revirar os olhos e pegar minha varinha.

Engorddio. – A cama se esticou e o olhei. – Suba antes que eu mude de ideia.

Ele obedeceu feliz e se deitou ao meu lado. Não exatamente. Meus pés estavam ao lado do seu rosto e vice e versa.

Olhei Hermione mais uma vez e me virei, adormecendo logo em seguida com um sorriso no rosto.

Continua...


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