Contos Yaoi escrita por Creeper


Capítulo 14
Aposta


Notas iniciais do capítulo

Oi! Então,esse capítulo foi feito a partir dos temas que vocês me deram (Cabelo e Música). Não sei exatamente se consegui escrever bem com esses temas,mas eu espero que gostem!
Boa leitura!


3.656 palavras...Eu nunca escrevi tanto na minha vida. Sério. (Eu só fui ver o tanto de palavras na hora de "Veja como ficou" quando você posta um capítulo)



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—Uma canção de amor?-Felipe riu.
—Por isso eu odeio aula de música...-revirei os olhos.
—Deixa eu ver se entendi...-Ally disse.-Como lição de casa você precisa escrever uma música romântica?
—Sim...-suspirei.
—Só pegar uma música de um dos filmes de princesas da Disney!-Felipe gargalhava.
—Eu preciso escrever...-inclinei a cabeça para trás.
Estava no salão de beleza da mãe de Ally lamentando por não ter escolhido outra aula. Felipe era meio-irmão de Ally,então de vez em quando ia lá também.
O que eu era da Ally? Alguém sem nada para fazer e que ficava perturbando ela.
—Alex!-a mãe de Ally,Paula, apareceu.-Não é nenhuma surpresa te ver aqui!-sorriu para mim.
—Eu já sou de casa,né!-sorri.
—Quando vai finalmente deixar eu fazer umas luzes no seu cabelo,em? -Paula sorriu malvada.
—Acho que nunca.-me afastei um pouco,mesmo já estando longe o bastante era bom prevenir.
—Ah...-ela desanimou.
—Ia ficar top!-Ally disse sem tirar os olhos do celular. -Eu aprovaria.
O cabelo de Ally ia até abaixo de sua coxa (sua mãe era louca para cortar,mas ela não deixava),as pontas eram vermelhas escuras e iam clareando até a nuca,depois daí era a cor natural: Preto.
—Eu também aprovo!-Felipe disse.
—E aí,Alex?-Paula me olhou.
—Eu passo...-balancei as mãos no ar negativamente.
—Que tal uma aposta?-Ally desligou o celular e jogou no sofá em que eu estava sentado.-Se você tirar nota baixa nessa música,você vai ter que pintar o cabelo de roxo!
—E fazer luzes!-Paula acrescentou.
—E falar de quem gosta!-Felipe disse.
—Aí já é demais!-reclamei.
—Está com medo de perder?-Felipe sorriu desafiador.
Engoli em seco e arregalei os olhos.
—E s-se eu tirar nota alta?-perguntei.
—Aí...-Ally pensou.
—Nós três faremos o que te desafiamos!-Felipe disse.-Por exemplo, se você ganhar a aposta,a Ally vai ter que pintar o cabelo de roxo,eu vou falar de quem gosto e assim vai...
—Hum...-pensei. Era uma aposta interessante. Mas eu tinha risco de perder.
—Topa?-Felipe me estendeu a mão.
—Ou é muito covarde?-Ally também me estendeu a mão.
—É tudo ou nada.-Paula me estendeu a mão.
—Certo...-suspirei.-Eu aceito.-apertei a mão de cada um.
—Vou adorar ver você tirar nota baixa e pintar o cabelo! - Ally sorriu colocando a mão na cintura.-E para deixar a aposta bem mais interessante...-com a outra mão segurou o queixo.-Eu corto meu cabelo do tamanho do seu! Claro,se eu perder. O que não vai acontecer,eu tenho certeza...-disse confiante.
Se ela se comprometeu a cortar o cabelo caso perdesse, significava que era algo sério.
—Ally,meu amor!-alguém gritou abrindo a porta do salão.-Vim te ver!
—O que você quer,Jason?-Ally se virou e encarou o garoto com tédio.
—Ué,não posso vim ver minha namorada?-Jason fez biquinho.
O relacionamento de Ally e Jason era algo engraçado,ninguém sabia ao certo se eles namoravam ou não, mas que eram bem próximos, eram.
—Sai pra lá!-Ally empurrou Jason que fez menção de abraça-la.
—É melhor você começar a escrever sua música...-Felipe disse sorrindo.
—Garotos,vou ir tomar banho, hoje a noite tem festa na casa de uma "miga" !-Ally disse indo em direção a uma escada que levava ao segundo andar, onde ficava sua casa.
—Posso ir?-Jason perguntou com os olhos brilhando.
—Na festa?-Ally arqueou uma sobrancelha.-É daquela "mina" que você não suporta e...
—Não.-Jason disse.-Posso ir no banheiro com você?
—Pervertido!-Ally corou e jogou uma revista que estava próxima a ela em Jason. Depois disso subiu a escada furiosa.
—É complicado...-Jason suspirou bagunçando seus cabelos.
—Aí inspiração para sua música.-Felipe disse se levantando.
Minha cabeça deu um estalo...E se eu usasse exemplos da vida real para colocar na música?
Afinal,o amor tem várias formas...Uma delas teria de se encaixar na canção!
☆☆☆
Felipe e Jason quiseram sair comigo enquanto eu procurava exemplos de amor pela vizinhança.
—O amor que eu tenho por comida não serve?-perguntei batendo o bloquinho de anotações em minha testa. Estava cansado de tanto andar e só ver coisas normais demais e entediantes.
—Aí não seria só uma música ,seria um livro!-Felipe provocou.
—Por que a Ally não me quer...-Jason choramingou.
Amor...Amor...Amor...
—O professor me odeia,só pode...-suspirei.
Olhei ao redor e vi duas criancinhas brincando,pela semelhança entre elas,deduzi serem irmãs.
—Mana,me empresta isso?-uma das meninas (a menor delas) apontou para uma panelinha de plástico cor- de-rosa.
—Não!-a maior disse pegando a panelinha.
—P-Por que?-a menor fez menção de chorar.
—Porque isso é meu,não seu!-a maior mostrou a língua.
—V-Você não me a-ama...-a pequena esfregou os olhos que já estavam molhados.
—Como eu ia amar uma chorona pidonça como você?-a grande empurrou a irmã.
A pequenina logo começou a chorar.
A maior arregalou os olhos ao perceber a maldade que fez,colocou a panelinha ao lado da irmãzinha e a abraçou.
—D-Desculpa!-a maior disse.-Eu te amo sim! Você é minha maninha!
—A-ama mesmo?-a menor fez manha.
—Isso é uma forma de amor...Certo?-sussurrei pegando a caneta e anotando em uma folha do bloco.
—Essas vivem literalmente entre tapas e beijos!-Felipe disse. Ele morava no mesmo bairro que eu,então conhecia as meninas.
—Afinal,o que vocês estão fazendo?-Jason perguntou cruzando os braços atrás da cabeça. Veio conosco sem saber o que estava fazendo.
Felipe explicou tudo, até mesmo sobre a aposta.
—Legal. Também quero entrar na aposta,posso?-Jason se animou.
—Pode.-dei de ombros.
—Você vai ter que beijar a pessoa que gosta e cantar a canção pra ela!-ele sorriu.
—Safado, você não tem nada a perder mesmo!-eu reclamei. Se ele perdesse a aposta,teria de beijar Ally,e isso não seria um problema para ele. Bom,claro que depois ele iria para o hospital, de tanto que Ally bateria nele.
—Aposta é aposta.-Jason sorriu e me estendeu a mão.
—Eu já estou ferrado mesmo...-revirei os olhos e apertei a mão dele.
—E quem será essa pessoa?-Felipe disse malicioso.
—N-Ninguém em especial.-engoli em seco e andei mais rápido, os deixando para trás.
Agora eu precisava ganhar essa aposta a qualquer custo.
☆☆☆
Após um dia inteiro de "pesquisa",cheguei em casa morto de cansaço.
A música tinha que ser entregue em dois dias,eu precisava começar a escreve-la.
Tomei um banho relaxante,comi uma simples besteirinha só para preencher o vazio em meu estômago e me preparei para escrever.
O bloco de anotações estava cheio de idéias, algumas inúteis, outras nem tanto.
Mas...A única coisa que conseguia pensar era a aposta. E se eu perdesse? Meu cabelo e vida amorosa estariam arruinadas! E por um lado...E se eu ganhasse?
—Eu tenho que me dedicar...-peguei o lápis e encarei a folha de papel na minha frente.-Para me dar bem...
Como posso escrever sobre algo que não sei? Não tenho nenhuma experiência!
O amor tem várias formas...Pude perceber isso hoje.
Algumas relações são interesseiras,outras verdadeiras...Algumas fazem bem,outras fazem mal...Algumas te fazem sorrir,outras te fazem sofrer...
—O que é o amor,afinal?-perguntei mordendo a borracha que ficava na ponta do lápis.
O amor ...Não existe certo ou errado. Você é quem decide se é bom ou ruim! Cada um de nós tem uma visão desse sentimento misterioso e estranho...
—É estranho...-suspirei.
Eu precisava falar com alguém que entendesse desse assunto...Ninguém melhor que minha avó Elisa!
Sai de meu quarto e andei apressado até a sala,vovó estava sentada em sua poltrona verde tricotando e assistindo novela.
—Vó?-perguntei me sentando no sofá.
—Oi,querido?-ela me olhou,seu olhar demonstrava cansaço,mais ainda assim era possível perceber o carinho que ela tinha por mim.
—Então...-coçei a nuca nervosamente.-E-eu...
—Você queria comer mais biscoitos depois do jantar,mas sua mãe disse que não? -vovó sugeriu.-Ora,pode comer,eu não conto pra ela!-sorriu com os dentes que lhe restavam.
—Não é isso!-eu disse.
—Você descobriu que eu uso seu copo azul para colocar minha dentadura de molho?-ela perguntou.-É por isso? Está envergonhado por admitir que sabe que eu faço isso?
—Não!-arregalei os olhos.-Espera...-registrei a frase.-Meu copo azul favorito?!-encarei o copo em minha mão,havia usado ele para beber refrigerante agora a pouco.
—Ah,meu filho...-vovó riu inocentemente.-São as coisas da vida,né...
—Bem...-respirei fundo largando o copo em cima da mesinha de centro e passando a língua pelos dentes,na tentativa de "limpa-los".-Vovó,você...Pode me explicar o que é amor?
—Ora,meu jovenzinho está apaixonado?-ela perguntou.
—Não! É uma pesquisa!-eu disse.
—Amor...-ela riu encarando o teto.-Amor é um sentimento ótimo...Quando você fica perto da pessoa que gosta,sente-se seguro,confiante e feliz...Isso é o amor. Ele tem esse "poder"...
—Amor então é só um sentimento que temos pela pessoa que gostamos romanticamente?-perguntei.
—Não...-vovó me encarou.-Eu te amo. Somos familiares,não somos?
Ah...Como as duas irmãzinhas.
—Hum...-pensei.
—Sua mãe é fruto do amor que eu e seu falecido avô tínhamos,você é fruto do amor de seus pais e assim em diante.-vovó deu outro exemplo.
Continuamos a conversar por mais algum tempo,depois disso ela disse que eu precisava finalizar a pesquisa por conta própria.
—Espera.-vovó me parou antes que eu fosse para meu quarto.- Achei essa aposta interessante...
Também havia explicado sobre a aposta para minha avó,o que pareceu ser má idéia...
—Deixa eu adivinhar...-revirei os olhos.-Quer apostar algo também?
—Acertou.-ela riu,fiz sinal para que ela prosseguisse.-Se você perder,você terá que...-pensou.-Colocar um aplique grisalho no cabelo!
Já estava até vendo...Eu ficaria ridículo.
—Ahhh...-reclamei.
—É por isso que você precisa tirar nota alta,meu bem!-vovó fez sinal de positivo com o polegar.-Para não passar vergonha!-sorriu.-Porque se você perder a aposta,vai ficar parecendo um palhaço e...-começou a rir.
—Valeu,vó!-eu disse irônico.
☆☆☆
Na manhã seguinte,praticamente não saí de meu quarto,estava a todo custo tentando compor a música.
Havia várias bolinhas de papel amassado espalhadas pelo quarto,casquinha de lápis em cima da escrivaninha,tampa de caneta mordida,dedos doendo e a cabeça a ponto de explodir.
—DROGA!-gritei largando o lápis e girando na cadeira giratória.-Por que é tão difícil? -afundei o rosto nas mãos.
Nunca havia me dedicado tanto em uma lição de casa.
—Achou que seria fácil? -ouvi o barulho da janela se abrindo,seguido da voz de...
—Felipe?-perguntei o encarando.
—Oi!-ele sorriu e sentou-se na minha cama. Havia entrado no meu quarto pela janela e já estava todo folgado.-Problemas?
—Você é um.-bufei. Odiava ser interrompido quando tentava por o cérebro para funcionar.
—Sabe...-Felipe se espreguiçou.-Estou entre te ajudar ou te ver perder...-segurou o queixo com o dedo indicador e o polegar,formando um "L".-Ver o cabelo de Ally curto e roxo não seria algo ruim...Nem ver Jason levar uma surra...Mas,eu adoraria ver você se declarar...
—Idiota.-murmurei. Minha cabeça deu um estalo.-Espera...O que é considerado nota baixa?
—4,5 ,por aí...-ele deu de ombros.
—E nota alta?
—Mais que sete no mínimo...-Felipe disse.
—E um meio termo?-arqueei a sobrancelha.
—O que você está pensando?-ele também arqueou uma sobrancelha.
—Se eu tirar uma nota média,nós dois nos damos consideravelmente bem...-eu disse.
Bem,do mesmo jeito eu ficaria ridículo e ferrado, mas nada melhor do estar ridículo e ferrado com os amigos,né? Afinal,se eu tirasse nota média, todos sofreriam as consequências da aposta.
—Não existe um meio termo...-Felipe cruzou os braços.-Ou você se ferra ou você se dá bem.
—Felipe...-fiz manha me levantando e ficando na frente dele.-Por favor,me ajuda!-implorei.
—Hum...-ele pareceu pensar.-Depende...
—Lá vem...-revirei os olhos.
—Primeiro tem me contar de quem gosta!
—Como você pode ter certeza que eu gosto de alguém?-cruzei os braços.
—Eu te conheço...-Felipe disse assentindo e sorrindo.
Quer apostar (...) quanto que ele estava apenas jogando verde para colher maduro? Felipe podia ser meu (quase) melhor amigo,mas nos conhecemos a pouco tempo (me baseando no tempo que conheço Ally e Jason),acho que não teria como ele saber que...Eu...Gosto de alguém.
—Está com medo de dizer?-Felipe me encarou.
—Não é isso...-suspirei sentando -me ao seu lado.
Na verdade era.
—Eu também já tive medo.-ele admitiu dando um riso abafado.-Eu sabia da existência de meus sentimentos por uma pessoa há algum tempo,mas tinha medo...Medo de ser rejeitado. Eu corria o risco de sofrer...Preconceito.
—Você acha?-perguntei.
—As vezes eu acho que isso só é besteira da minha cabeça,que estou inseguro...-ele olhou para o chão .-Mas as vezes parece que eu consigo visualizar perfeitamente a triste cena onde eu me declaro e a pessoa me dá um belo fora.
—Quem é essa pessoa?-estava curioso.
Felipe pareceu pensar um pouco,por fim disse:
—V...-se interrompeu.-Eu tive uma idéia! Vamos escrever a música juntos...-percebi que ele ficou um pouco envergonhado ao dizer isso.-Usando os sentimentos que temos pelas pessoas que gostamos. Quando acabarmos,confessamos um para outro qual foi nossa inspiração. Que tal?-me fitou.
Eu sentia a mesma coisa que Felipe...Medo.
Mas...Se eu nunca enfrentar esse medo,nunca vou me declarar,e se eu nunca me declarar, essa pessoa não saberá o que eu sinto por ela,e se ela não saber o que eu sinto por ela...
—Por mim tudo bem.-suspirei.
Talvez eu gostasse dessa certa pessoa...Porém nunca considerei ser amor.
Ah...Se eu tivesse me tocado antes,talvez conseguisse escrever a música!
☆☆☆
Foi uma tarde realmente divertida,eu e Felipe além de escrevermos a canção, nos divertimos muito. Pensei que seria algo estressante e chato,mas no fim foi algo incrível e legal.
Passar esse tempo ao lado dele fez as idéias fluirem em minha cabeça,admirar a folha de papel completamente cheia de estrofes e versos era uma sensação deliciosa.
Era como se eu estivesse escrevendo uma carta de amor para a pessoa que gostava,mas em forma de música.
A melodia já tinha sido preparada com a ajuda do professor no dia em que ele passou essa lição,éramos livres para muda-la ou fazer qualquer alteração,mas preferimos deixa-la como estava.
—Ufa...-Felipe sorriu e se espreguiçou.-Na próxima vez,você é quem vai me ajudar na lição de casa!
—Pode deixar...-revirei os olhos e sorri.
—Então...-ele coçou a nuca meio nervoso.-Está na hora da verdade...-me encarou. Suas bochechas estavam levemente coradas e ele demonstrava estar com vergonha.
—Pois é...-olhei para meus pés,sentindo minhas bochechas esquentarem.-V-Vamos falar de quem gostamos ao mesmo tempo...-disse cautelosamente.
Era tudo ou nada. Eu não estava certo se queria fazer aquilo ou não...Porém não tinha mais saída.
—E-Eu...-Felipe respirou fundo.-Gosto...
—De...-eu olhei em seus olhos.
—VOCÊ!-dissemos rapidamente ao mesmo tempo.
—O q-que?!-arregalei os olhos.
Felipe começou a rir nervosamente,até virou o rosto para não precisar me encarar.
—Então...-ele disse.-Eu não vou levar um belo fora e ser esculachado?
—Claro que não!-eu disse mais alto do que deveria,fazendo Felipe dar um pulinho pelo susto.
Também comecei a rir,porém não tanto como Felipe ria.
Estava nervoso,não podia acreditar...
Pelo jeito, nós dois tínhamos medo de nós mesmos...
☆☆☆
—Qual sua nota?-Ally me perguntou curiosa assim que cheguei da escola.
Ainda bem que o salão de beleza estava fechado e não tinha clientes.
Peguei lentamente a folha da música com a nota e o visto do professor e mostrei para Ally,Jason,Paula,Felipe e...Vovó.
—5?!-eles falaram surpresos com os olhos arregalados.
—Todo o meu talento só vale 5?-Felipe disse indignado.
—Então...-Ally sussurrou paralisada.-Ninguém ganhou a aposta!-gritou passando os dedos por seu cabelo desesperadamente.
—Significa que...-Paula disse engolindo em seco.
—Todos temos consequências a cumprir...-vovó sorriu.
—Não! Não ! Não! -Ally gritou correndo em círculos.-Meu cabelo...-caiu de joelhos no chão.
Rir seria errado? Sim. Mas mesmo assim eu caí na gargalhada.
☆☆☆
Depois de quase destruir o salão inteiro,Ally foi obrigada a ceder,sua mãe (com um sorriso maléfico no rosto) cortou o seu cabelo bem curtinho e tratou de tingi-lo de roxo.
—Eu perdi...-Ally sussurrou,parecia querer chorar.-Eu perdi uma aposta!-afundou o rosto nas mãos.
—Quer dar uma olhada?-Paula disse com um espelho nas mãos.
—Não!-Ally gritou.
O próximo a tingir o cabelo fui eu,confesso não gostei nem um pouco da cor,mas foi até engraçado. Tive que colocar aplique grisalho,assim como a vovó que nem se importou,ela até mesmo disse que era melhor para ela.
E por fim,Paula fez luzes no meu cabelo, ela se divertiu mais do que quando cortou o cabelo da filha, eu estava completamente ridículo,porém valeu a pena...
Paula também fez luzes, igual a vovó ela parecia não se importar.
E por fim,a parte mais "romântica".
Ally estava parada no meio do salão encarando ao longe seu reflexo no espelho (até que o cabelo dela não ficou tão mau assim),Jason silenciosamente andou até ficar atrás dela e a cutucou.
—O q...-ela se virou para ver o que era,Jason rapidamente lhe roubou um beijo.
Ally ficou com os olhos arregalados e seu rosto estava mais vermelho que tomate.
Paula riu ao ver a situação da filha,eu e Felipe aplaudimos e vovó só ficou como espectadora mesmo.
—V-Você quer morrer?!-Ally perguntou assim que Jason se separou. Ela respirava ofegante e tentava não demonstrar o quão envergonhada estava.
—Ally...-Jason se ajoelhou na frente da garota e pegou em sua mão.-Quer ser minha namorada?
Essa frase arrancou suspiros e aplausos da vovó e da Paula.
—C-Claro que não!-Ally soltou sua mão o mais rápido que pode. Ela ficava fofa corada,nem parecia aquela garota "durona".
—Ahhh...-Jason murchou e seu olhar perdeu o brilho,agora ele encarava o chão tristemente.
O local ficou em silêncio.
—Eu...-Ally finalmente falou algo.-A...-respirou fundo.-ACEITO!-falou de uma vez.
Jason levantou a cabeça e sorriu abertamente,antes de mais nada ele se levantou e a abraçou ,a tirando do chão e rodopiando pelo salão.
Eu,Felipe,vovó e Paula sorrimos aliviados e aplaudimos mais ainda ao ver Jason e Ally iniciarem outro beijo,dessa vez mais calmo e que parecia envolver mais sentimentos.
—Agora é nossa vez.-Felipe sussurrou em meu ouvido. Assenti.
Pigarrei,atraindo a atenção de todos.
—Seguinte...-suspirei e olhei Felipe que sorria.-Já que eu tenho que falar de quem eu gosto e tal...
—Deixa de enrolação!-Felipe revirou os olhos.
Ele me puxou pela gola da camiseta,nos deixando mais próximos assim colando seus lábios nos meus.
Eu esperava por aquilo,então simplesmente entrei no clima.
Para passar tranquilidade para Felipe acariciei o alto de sua cabeça e fui descendo da bochecha até seu pescoço,pousei minhas duas mãos em seus ombros e aproveitei a sensação de tê-lo só para mim.
Felipe aprofundou o beijo,o deixando um pouco mais intenso,me dando arrepios,ambos já havíamos beijado outras vezes (com outras pessoas),mas não se comparava ao que eu senti naquele momento.
Bem,lógico que também tínhamos treinado alguns beijos lá em casa após a declaração...Então...
—Foi melhor que ontem...-sussurrei quando nos separamos por falta de ar.
—Eu ainda tenho muito para te mostrar...-ele sussurrou sorrindo.
Meu coração estava muito acelerado,sentia que a qualquer momento ele pularia para fora e iria de encontro ao de Felipe para ficarem juntos.
Além da queimação em meu rosto causado pelo excesso de sangue que foi parar em minhas bochechas...
—Sério?!-Ally foi a primeira a comentar algo. Ela encarava tudo boquiaberta,estava surpresa e assustada.-Vocês...Dois?-apontou para nós.-'To chocada...-se abanou com a mão.
—Eu já suspeitava...-Jason riu e abraçou a namorada.
—Eu também!-Paula sorriu.-Vocês são assim,ó!-encostou um indicador no outro,tentando representar nossa proximidade.
—Vovó?-eu disse meio receoso.
—Ora,meu filho...-ela sorriu sincera.-Você fez uma boa escolha!
—Apoia?-Felipe perguntou me abraçando.
—Mais que apoiado...-vovó bateu palmas.-Aprovado!
Felipe e eu sorrimos,dei um beijo na bochecha dele,o deixando corado.
—Não vai me pedir em namoro também? -Felipe perguntou.
—Nem preciso pedir...-revirei os olhos.-Eu sei que você aceita!-sorri.
—Então estamos oficialmente namorando...-ele sussurrou envergonhado.
—Estamos...-sussurrei assentindo.
—Junta aqui pro abraço!-Paula abriu os braços e puxou vovó para perto de si,depois Ally e Jason também se juntaram ao ato carinhoso,por último eu e Felipe também os abraçamos.
—Olha a selfie!-Ally gritou preparando seu celular para tirar uma foto e fazendo pose.-Diga...
—Cabelo!-sugeri.
—Música! -Felipe disse.
—Ally!-Jason disse.
—Luzes!-Paula também sugeriu.
—Bff!-Ally mostrou a língua de brincadeira e fez sinal de paz e amor com as mãos.
—Paçoca!-vovó sorriu.
Demos de ombro e ao mesmo tempo todos gritamos:
—Paçoca!
Assim aquele momento maravilhoso ficou registrado.
—Ei...-Ally disse encarando a foto que havia acabado de tirar.-Como ficou essa música?
—Vocês deveriam canta-la...-Jason nos encarou.
—É melhor não...-eu e Felipe reviramos os olhos.
—Por que?-vovó perguntou.
—Estão com vergonha?-Paula riu.
Como acham que a música ficou para que eu tirasse apenas 5,quando praticamente a turma inteira tirou nota máxima?
Mas tenho que admitir...Foi um erro proposital.


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Notas finais do capítulo

Eu só fui perceber que o outro capítulo tema teve uma aposta também, porém a aposta não foi o centro do capítulo,igual a esse,certo? Acham que ficou "repetitivo"?
Bom,eu espero que vocês tenham gostado! Comentem,sempre me sinto motivada e feliz lendo seus comentários divos!
Bjs.
-☆ Creeper



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