Contos Yaoi escrita por Creeper


Capítulo 11
"Criança"


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Espero que gostem!
☆(~Leiam as notas finais~)☆



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–Mandou bem,pirralho!-meu irmão disse bagunçando meus cabelos que estavam sujos e suados. Eu havia acabado de marcar um gol no time adversário.
–Não sou pirralho!-inflei as bochechas em um ato infantil.-Tenho quase 14 anos!
–Bom jogo!-Victor disse segurando a bola de futebol debaixo do braço.
–Te humilhei!-eu ri o cumprimentado com um soquinho no ombro.
–Na próximo vez eu ganho com toda certeza!-Victor sorriu desafiador enquanto limpava o suor de sua testa com a costa da mão.
–Vai sonhando...-revirei os olhos.
–Ei,Victor.-meu irmão Pablo o chamou.-Será que você e sua irmã não querem ir lá em casa?-pediu timidamente.
Pablo não estava interessado no Victor e sim em sua irmã,que era sua paixão.
–Aposto que quer ficar de namorico com a Manuella.-Victor fez cara de tédio.
–Vai,por favor!-Pablo pediu fazendo bico. Manuella só podia ir lá em casa acompanhada de Victor.
–Depende...-Victor sorriu de canto.-Tem sobremesa?
–Moleque parece que passa fome!-eu disse rindo. Sempre que Victor ia em casa era pra devorar os doces que minha mãe fazia.
–A culpa não é minha da sua mãe ser boa cozinheira!-Victor se defendeu.
–Tem.-Pablo assentiu desesperado.
–Então...-Victor sorriu contagiante com os olhos brilhando.-MANU,LEVANTA! 'BORA CASA DO VICTOR!-gritou olhando para a irmã sentada no banco dos reservas conversando com uma amiga.
Costumávamos jogar em um campinho abandonado,Manu e Sandy sempre acompanhavam os irmãos e seus amigos,enquanto jogávamos elas ficavam jogando conversa fora. Manu tinha a idade de Pablo,17.
–Até mais tarde!-Manu disse docemente se despedindo de Sandy com um rápido abraço.
Pablo suspirou vendo sua amada vindo em nossa direção feito um anjo.
–Ele não tem chance com ela.-Victor sussurrou para mim. Eu ri e revirei os olhos.
☆☆☆
Já em casa,minha mãe disse que eu e Victor estávamos muito sujos e não podíamos entrar , a não ser que tomassemos banho de mangueira antes.
Ela permitiu que Manu e Pablo entrassem,meu irmão também não jogava,então estava limpinho.
–Odeio tomar banho!-eu reclamei fazendo cara feia enquanto Victor pegava a mangueira no quintal.
–Porco.-Victor disse molhando a cabeça.-Você acha que eles estão se pegando lá no quarto?
Olhei para o céu pensando um pouco e por fim disse:
–Que?
–Você não entendeu?
–Não.-balancei a cabeça negativamente.
–Sua mãe nunca te ensinou?-ficou de boca aberta.
–Ensinou o que?-me sentei na grama.
–Você é muito inocente mesmo...-Victor me olhou como se fosse superior.
–E daí se eu for?-perguntei olhando para o lado.
–Eu sei muito sobre a vida,posso te ensinar se quiser...-Victor sorriu.
–Não,valeu.-o encarei.-Não quero minha infância destruída.
Victor deu de ombros e sem avisar apontou a mangueira na minha cara,fazendo um esguicho de água entrar em meus olhos,os fazendo arder.
–Ei!-eu disse esfregando os olhos com as mãos.
Victor mais uma vez jogou água em mim,dessa vez no corpo inteiro,ele ria feito um idiota.
–Me dá isso aqui!-peguei a mangueira e o molhei também,porém ele parecia relaxado e não bravo.
–Aprenda a se divertir!-Victor sorriu passando a mão pelos cabelos molhados,os fazendo arrepiar.-Acha que já podemos entrar agora?-olhou para a porta.
–Nem tomamos banho direito!-eu disse me molhando,a água estava fria,mas logo me acostumei.-E além do mais, você está fedendo a terra molhada e suor de cachorro.
–Cachorro soa?-Victor perguntou.
–Me responda você!-o molhei.-Você mesmo disse que sabe muito sobre a vida!
–E-e s-sei!-ele disse pegando a mangueira e mirando em mim.
Comecei a correr em volta da casa e Victor me seguiu com a mangueira para me molhar,desesperado eu pulei a janela da sala e corri até meu quarto, sendo seguido pelo meu amigo.
Quase fui ao chão quando escorreguei enquanto subia as escadas, Victor havia trazido a mangueira para dentro de casa,por onde ele passava se via um rastro de água. Mamãe ficaria uma fera ao ver aquilo.
Corri até meu quarto,vez ou outra perdendo o equilíbrio e batendo nas paredes do corredor.
Ao entrar no cômodo completamente azul,pulei na cama e me escondi debaixo dos cobertores.
Poucos segundos depois senti o cobertor ficar úmido e frio e algo escorrer por meu corpo.
–'Tá molhando tudo,seu infeliz!-eu disse me descobrindo e encarando Victor com a mangueira.
–Tem medo de água? -Victor provocou.-O Cody tem medinho de água de mangueira!-ele fez uma voz fina como se estivesse com dózinha.
–C-Cala a boca!-eu disse o empurrando para que caísse no chão,porém ele cambaleoou e se apoiou em minha estante que balançou derrubando alguns livros e CDs.
–Toma cuidado!-eu disse ficando de pé em cima da cama e pegando a mangueira,em seguida molhei Victor que ficou ensopado.-Há!-sorri,sua camisa branca estava completamente transparente deixando seu corpo de criança que estava se transformando em garoto visível.
–O que você pensa que está fazendo,Cody?!-a voz de uma mulher furiosa ecoou pelo quarto.
Olhei para a porta e vi minha mãe com o chinelo na mão,ela estava tão brava que chegava a sair fumaça de seus ouvidos.
–Tia...-Victor fingiu estar chorando.-E-Ele me m-molhou e me empurrou!-fez manha como uma criança de cinco anos.
Mamãe nos via como crianças,então caiu fácil no papo de Victor.
☆☆☆
Levei belas chineladas de minha mãe e ainda fui obrigado a limpar meu quarto enquanto Victor se deliciava com um mousse de morango.
–Eu te odeio.-murmurei passando o rodo no chão do quarto.
–Nossa...-Victor fez cara de coitado.-Eu sou tão amável.
–Você que começou tudo e eu que apanhei!-fiz bico sentindo dor onde minha mãe havia batido.
–Oh...Vai chorar,neném?-Victor riu.
Minha vontade era acerta-lo com o rodo,mas se fizesse isso com certeza iria apanhar.
–Cody,vai no quarto do Pablo chama-lo para lanchar!-minha mãe gritou do andar debaixo.
–Ôôô PABLO,VAI LANCHAR!-gritei.
–MOLEQUE,SE FOSSE ASSIM EU MESMA FAZIA!-mamãe gritou.
Esperei alguns segundos e não vi a porta do quarto de Pablo se abrir.
Fiquei na frente da porta preta,Victor me seguiu e colocou o ouvido na parede tentando ouvir algo.
–Dane-se!-eu disse colocando a mão na maçaneta.
–Espera!-Victor me impediu.-E se eles estiverem precisando ficarem a sós?
Dei de ombros e abri uma fresta,olhei dentro do quarto curioso e quase tenho um infarto ao ver Pablo e Manu...
–O que estão fazendo?-sussurrei.
–Se beijando,oras!-Victor revirou os olhos.
–Ah...-olhei mais uma vez para ter certeza.-Mamãe e papai fazem isso as vezes e eu quase vomito...
–Eu sei.-Victor assentiu.-Meus pais também. Eca!-mostrou a língua como se tivesse nojo.
Abri a porta por inteiro fazendo um grande barulho,Pablo rapidamente se separou de Manu e me encarou assustado.
–Não sabe bater antes de entrar?!-Pablo perguntou ofegante e vermelho.
–Foi mal.-sorri inocente.
Manu retribuiu o sorriso,estava corada,quando viu Victor tratou de endireitar sua postura.
–Mamãe mandou vocês irem lanchar.-bocejei.
Pablo levantou-se,sendo seguido por Manuella.
–Eu vou contar pro papai!-Victor provocou a irmã.
Manuella ficou vermelha e pediu:
–Não,por favor!
Pablo revirou os olhos e pegou na mão da garota a guiando para o andar debaixo.
Depois de tomar banho,me juntei a Pablo,Manu e Victor para lanchar.
–Crianças,eu vou ir ver a senhora Helena,certo?-mamãe disse.
Senhora Helena era nossa vizinha idosa que estava resfriada,todo dia mamãe ia lá vê -la.
–O pai de vocês volta do trabalho logo,então comportem-se enquanto estiverem sozinhos!-minha mãe olhou eu e meu irmão.
–Certo.-eu e Pablo assentimos com tédio.
Mamãe saiu de casa levando consigo uma bandeja com alguns doces,em seu tempo livre ela era confeiteira e fazia várias coisas deliciosas.
–Ah...-Victor suspirou passando a mão na barriga. Tinha acabado de comer seu terceiro mousse.-Não vai comer,não?-olhou o mousse de Manu que estava praticamente inteiro.
–Estou sem fome.-Manu disse,parecia incomodada com algo.
–Qual o problema?-Pablo alisou os cabelos escuros de Manuella.
Manuella sussurrou algo no ouvido de Pablo que riu.
–O Victor só estava brincando quando disse que ia contar pro seu velho...-meu irmão sorriu beijando a bochecha de Manu.
O pai de Manuella não podia nem sonhar que ela fazia esse tipo de coisa com Pablo,era super protetor e não deixava garoto nenhum chegar perto dela,por isso ela e meu irmão se viam assim,com a desculpa do Victor vir aqui em casa.
–Fale por si.-Victor sorriu malvado.
Manuella com as bochechas meio rosadas e a boca tremendo se levantou e andou até a sala,acompanhada de Pablo.
–Por que faz isso com ela?-perguntei.
–Para incomoda-la.-Victor se espreguiçou.
–Maldade.-murmurei.-E se seu pai te privasse de se encontar com quem você gosta?
–Hum...-Victor pareceu pensar.-Eu namoro quem eu quiser!-disse se levantando.
–Como se você tivesse alguém pra namorar...-ri debochando e fui até o quintal.
–Não sou eu quem ainda sou BV.-Victor provocou ficando frente a frente comigo.
Senti minhas bochechas esquentaram,Victor já tinha perdido o BV há muito tempo,já eu não.
–Por que está vermelhinho,em?-ele disse apertando minha bochecha.-Em? Em?-se aproximou.-Está com vergonha por ser uma criancinha?
–Para!-resmunguei virando o rosto,Victor continuou a se aproximar e eu me afastei,sem nem olhar onde pisava acabei tropeçando na mangueira e caindo para trás. Victor sem ter onde se apoiar acabou caindo por cima de mim.
Ficamos nos olhando um tempo com os olhos arregalados,nossos rostos estavam bem próximos,nossas respirações se misturaram e meu rosto ferveu.
–H-Hã...-eu olhei para o lado. Meu coração bateu mais rápido quando eu pensei em...
Voltei a olhar Victor que permanecia imóvel,meu olhar desceu para seus lábios entre abertos.
–Victor.-sorri de canto.
–Que?-perguntou parecendo sair de uma hipnose.
Em um movimento rápido encostei minha boca na de Victor. Victor corou e pareceu falar algo,porém não deu para ouvir já que sua boca estava tampada.
Eu não sabia o que fazer,era a primeira vez que estava beijando alguém. Estava com os olhos abertos para ver o desespero de Victor.
O garoto ergueu a cabeça,fazendo nossas bocas se afastarem.
–O que está fazendo?-ele limpou a boca com a mão.-Credo!
–Perdendo o BV!-fiz manha.
–Não é assim que se beija!-ele revirou os olhos.
–Como é, então?!-fingi estar emburrado.
Ele respirou fundo e disse:
–Assim!
Victor colou seus lábios nos meus,me arrepiei quando senti sua língua entrar em minha boca. Aquilo era algo realmente nojento. Não sabia como as pessoas podiam gostar de fazer algo assim. Uma troca de salivas...
–Hum...-murmurei fechando o olhos,Victor também estava com os olhos fechados e parecia se divertir com o que estava fazendo.
Victor mexia a boca sem experiência alguma,parecia querer imitar aquelas cenas de filme,eu não fazia absolutamente nada,só permanecia parado desfrutando a sensação desconhecida.
Conforme o beijo ia se alongando,senti necessidade de respirar,empurrei Victor com toda minha força e suspirei.
–U-uau...-eu disse ofegante. Meu coração falhou uma batida quando vi Victor sorrir.
–Está me devendo uma!-ele disse se levantando.-Você é péssimo.-riu.
–Eu não sabia o que fazer!-me levantei e coloquei a mão na bochecha corada.
–Isso foi só um beijo inocente e infantil!-Victor disse olhando para o lado meio sem jeito.
–Exatamente!-sorri socando seu ombro de leve.
–Ei!-Victor me olhou.
–Quer pular a cerca e ir roubar acerola na casa do vizinho?-sorri travesso apontando com o polegar para o pé de acerola.
Victor riu e concordou.
–Sobe!-eu disse dando "pézinho" pra ele.-Pra quem come tanto,você não é muito pesado...-murmurei.
–Você não ganha peso se queimar calorias usando o cérebro.-Victor disse ficando de pé em cima da cerca.
–Já ouvi isso em algum lugar...-murmurei.-Mas você é tão burro! Ao menos você sabe usar seu cérebro?!-eu disse enquanto ele me puxava.
Victor riu irônico e acabou de me puxar,fiquei tentando me equilibrar para não cair enquanto andava até a árvore.
–Lembra a última vez?-Victor sorriu.-O seu vizinho nos pegou no flagra e jogou pasta de dente na gente!
–Eu lembro!-ri com a lembrança .-Era mais de meia-noite,você ia dormir aqui e estávamos querendo comer acerola,mas você acabou caindo da árvore...
–E quebrei um braço!-Victor riu.-Comecei a gritar de dor então chamou a atenção do Helton...
–Ele estava só de roupão e estava com a escova de dente na boca!-gargalhei.-Eu me ferrei porque ele jogou pasta bem nos meus olhos,aquilo ardeu muito!-cheguei a me arrepiar lembrando da dor.
–Éramos pequenos e nada "ninjas do Himalaia".-Victor disse.-Mas agora crescemos e somos super ultra mega inteligentes para cometer o crime perfeito!-sorriu.
–O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO?!-minha mãe gritou.
Eu e Victor a olhamos assustados,ela estava com a cinta na mão e com uma cara de poucos amigos.
–Super ninjas...-murmurei sarcástico. Olhei para frente e percebi que Victor havia sumido.-SEU INFELIZ,VOLTA AQUI!-o avistei em cima do telhado.
–SE VIRA!-Victor disse se escondendo para que minha mãe não o pegasse.
–Cody.-mamãe disse com raiva.
Bati com a mão na testa já me preparando mentalmente para a surra que levaria.


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Notas finais do capítulo

Contos Yaoi está na reta final?
( ) Verdadeiro
( ) Falso






É FALSO! Essa fic vai demorar pra acabar,vou tentar chegar (no máximo ) nos 25 capítulos.


Leitores (e leitoras),eu gostaria de saber se vocês gostariam que eu postasse um capítulo "Bônus" dizendo curiosidades sobre as personagens (de preferência as que aparecem em um conto mais de uma vez)...E...VOCÊS,podem fazer perguntas para as personagens que quiserem de qualquer conto (sejam principais ou secundárias,tanto faz),podem até mesmo fazer perguntas para mim,a autora.

Ex:
(Seu comentário)
Pergunta para o Léo: Quando você começou a gostar do Matheus?
Pergunta para a autora: Por que você decidiu escrever essa fic?

Vocês podem até mesmo deixar dicas,desafios,indiretas,falar que odeia/ama tal personagem.
Então? Gostaram da idéia? Apoiam? Se sim,não se esqueça de comentar! Vale perguntar qualquer coisa,tudo vai ser repondido! Por favor,não me deixem no vácuo,estou muito ansiosa para que essa "brincadeira" dê certo ♡ !
Para mais detalhes,entre em contato por mensagem.
Já falei demais,então tchau! Beijinhos com gosto de brigadeiro!



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