POV Damon

– Oi Bella,eu sei que você pode não acreditar em mim, e achar que eu sou louco mas... Eu sou um vampiro... – dizia arrumando a gola da minha blusa preta na frente do espelho, eu estava muito atrasado, estava criando coragem pra encarar ela, por que não saia da minha cabeça que eu tinha que contar pra ela, sobre mim, por que agora eu entendia o que o Stefan passou quando conheceu a Elena, ele não queria mentir pra ela, mas isso a colocaria em perigo. Eu tinha que contar a Bella, por que ela não era só mais um passa tempo pra mim, eu gostava dela, e não queria mentir, mas era perigoso demais, talvez não seja a hora certa

–Isso é ridículo !

–O que é ridículo ? – Stefan,deu uma de intruso e entrou no meu quarto

–Nada que seja da sua conta Stefan ! – disse com mau humor

–Está tentando arrumar uma maneira de contar pra Bella,dos Vampiros,de você ?

–Já disse que não é da sua conta ! – suspirei – Como conseguiu contar pra Elena ?

–Bom, tecnicamente ela descobriu e me confrontou, e depois contei toda a verdade por que eu amava, não queria mentir pra ela...

–Acontece que eu não amo a Bella, ela é uma humana idiota que entrou nessa casa de intrusa ! – disse tentando acreditar nas minhas palavras, e como sempre, sem sucesso.

–Você não me engana Damon, você pode até não amar a Bella,mas eu sei que ela de alguma maneira despertou humanidade em você,como a Rose...

–Não fala da Rose...

–Tudo bem eu não falo, mas se você quer contar a verdade a ela,vai achar um jeito,mas vou deixar você fazer isso .

–Sai daqui – disse ele ergueu as mãos forma de rendição.

Depois do baile dos anos 60, Bella e eu não comentamos sobre o beijo, acho que não sabia como definir bem a situação, não era um namoro, mas estávamos juntos afinal, era uma situação bem confusa, então, logo que terminei de me arrumar, fui me encontrar com ela no Grill.

POV Bella

–Ele ta atrasado ? – perguntou Matt enquanto jogávamos sinuca no Grill

–Quase uma hora – suspirei – Ele ta estranho desde o baile, mas não tem nada...

–Somos amigos Bella, se quiser conversar...

–Ta – suspirei – O que você acha do Damon ? Ele é legal ? – olhei pro rosto de Matt que parecia relutante em responder a minha simples pergunta

–Por que ? O que ele fez ?

–Nada especifico só que ele é cheio de segredos, eu acho que tem alguma coisa que ele não quer que eu saiba, Stefan também é assim às vezes...

–Como assim ? – Matt disse tentando disfarçar a feição preocupada – Como se ele fosse um assassino em serie e usasse uma fantasia de palhaço ? – ele soltou um sorriso fraco

–Não, claro que não – ri junto com ele – Mas o que a gente sabe dele ? Bom, o que Eu sei dele ? Ele e Stefan quase nunca comentam da família ou coisa do tipo

–Eles sempre foram muito reservados

–Voce acha que eu to sendo paranoica ?

–Eu acho que devia falar com ele...

–Falar com quem ? – ouvi a voz de Damon atrás do Matt – Olha, desculpa pelo atraso...

–O que aconteceu ?

–Fiquei meio enrolado...

–Ta tudo bem ?

–Tive que resolver uns problemas de ultima hora

–Não podia ter ligado pra dizer que ia chegar uma hora atrasado ?

–Ta, tudo bem, vocês se divirtam – disse Matt saindo e indo pro bar

–Desculpe, foi meio inevitável... – Damon continuou dizendo

–O que foi inevitável ? – perguntei e não tive resposta – Ta bem – soltei um riso sem humor e já ia saindo do Grill

–Bella, por favor... – Damon segurou minha mão

–Não, Damon, você não entende ? Todas as suas respostas pra minhas perguntas são vagas, e você tá assim desde o Baile... O que é tão terrível que você tem medo de me dizer ?

–Eu conheço você... – ouvi uma voz atrás de mim e me virei, um senhor idoso havia falado, não comigo, mas com o Damon

–Como é que é ? – Damon perguntou confuso

–Meu Deus, como pode ser ? – o senhor continuava falando

–Acho que se enganou de pessoa senhor

–Você não envelheceu... Nada

–Com licença, me desculpe – Damon disse e foi me conduzindo pra fora do Grill – Vamos pra casa, pra gente conversar

–Espera, o que foi isso Damon ?

–Eu não sei... Acho que nada...

–Nada ? Ta, tudo bem, eu vou pra casa, sozinha. – disse firmemente e sai.

Perguntas rodeavam a minha cabeça, o que era tão terrível que ele tinha medo de me contar ? Logo ele, que aparentava não ter medo de nada, e sempre tinha uma resposta na ponta da língua ?

Eu tentei, eu quero muito fazer a coisa certa, mas todos os extintos do meu corpo me dizem pra tomar cuidado, o que você não sabe, não pode machucar...

Depois que cheguei em casa, tomei um banho e me troquei, eu estava inquieta, então desci as escadas e fui pra cozinha afim de comer alguma coisa :

–Damon ? – disse quando cheguei na cozinha e vi o mesmo cozinhando alguma coisa – O que você tá fazendo ?

–O jantar, Stefan disse que frango a parmegiana e seu prato preferido e eu sou um bom cozinheiro, exigência da família italiana

–Por que você não fala logo o que ta querendo ? – me aproximei dele

–Quer me conhecer não é ? – acenei positivamente com a cabeça – Bom se você vai me chutar, tem que pelo menos saber quem está chutando...

–Damon...

–Sou um grande fã da Anne Rice – ele começou e continuou cozinhando, então eu fui ajuda-lo e continuei ouvindo – E acho que The seinfeld é melhor programa da TV americana nos últimos 50 anos mas, I Love Lucy é um clássico, The Loving Cup é o melhor episodio e também, tenho uma incrível habilidade de escutar Taylor Swift – ele dizia com um sorriso torto nos lábios e eu sorria pra ele.

Talvez tudo fosse mesmo uma paranoia minha, mas eu ainda tinha aquela sensação, e eu iria descobrir o por que...

Peguei uma faca pra ajudar ele a fazer o pão de alho, mas como eu sou desastrada acabei cortando meu dedo

–Ai ! – disse indo pra pia lavar o sangue

–Ta tudo bem ?

–Acho que tá – olhei através do vidro da janela, o rosto de Damon estava mudando, era a coisa mais estranha que eu já tinha visto, como se nascessem veias em baixo de seus olhos, então eu me virei pra ele e logo virou pro outro lado e abaixou o rosto – O seu rosto Damon...

–Acho que caiu alguma coisa no meu olho...

–Ei... Damon, olha pra mim – depois de alguns segundos, ele se virou pra mim, e seu rosto continuava o mesmo – Acho que a minha paranoia já virou uma alucinação completa

–Parte do seu charme – ele respondeu com aquele mesmo sorriso torto nos lábios, ele se aproximou de mim, e acariciou o meu rosto, então ele selou meus lábios cuidadosamente...

(...)

–Lava jato Caroline ? Não pode me deixar fora dessa ? – mordi o lábio, tentando convencer Caroline a me deixar fora disso, ficar de biquíni não é muito a minha praia

–Vai ser divertido – ela disse tentando me convencer enquanto pegávamos o nosso material nos armários, afinal, havia acabado os períodos na escola

–Quando vai ser ?

–Hoje à tarde – suspirei vencida

–Eu vou com uma blusa em cima do biquíni, só pra avisar

–Aii vai ser demais, eu te vejo lá então – ela respondeu animada me dando um abraço, ouvimos o sinal, então ela logo saiu pra organizar o evento

(...)

–Olha só quem apareceu aqui ! – Stefan disse quando me viu chegar a escola

–Caroline te sequestrou também ? – perguntei rindo

–Ela ordenou que eu viesse – ele riu comigo – Vai mesmo ficar de biquíni ?

–Nem pensar – disse enquanto andava com ele até os carros, tinha varias pessoas lá, e o evento mal tinha começado

–E a Caroline concordou ?

–Digamos que eu negociei a minha condição

–Oi pessoal ! Até que enfim vocês chegaram – Caroline disse vindo até nós – Stefan, tem mais carros chegando ali ta bom, e Bella, fica ali no caixa, eu tenho que pegar algumas coisas lá dentro, nada de graça hein – ela disso rápido e saiu

–Como ela consegue ? – perguntei ao Stefan ainda rindo

–Estou tentando descobrir até hoje, bom, eu vou lá ajudar eles

–Tudo bem – respondi e Stefan foi ajudar com os carros e eu fui pro caixa.

O evento ficava cada vez mais lotado, não sabia se era por ser um lava jato ou por ter varias garotas de biquíni, talvez fosse pelos dois motivos:

–São vinte dólares – disse atendendo ao senhor a minha frente – Ah, eu vi o senhor ontem à noite, estava falando com um amigo meu, lá no Grill – disse me lembrando daquela situação confusa

–Bom, eu, achei que era um conhecido meu...

–Damon Salvatore...

–Não, não pode ser, é a minha cabeça pregando peças

–De onde o senhor acha que o conhece ?

–Quando eu me mudei pra cá eu fiquei na pensão dos Salvatore, um dos Salvatores estava de passagem pra visitar o tio, quer dizer, ninguém sabia que ele estava aqui até o ataque

–Ataque ?

–O tio dele foi morto, atacado por um animal no bosque

–O tio... O Zach ? – perguntei confusa, realmente, Stefan e Damon tinham um tio, que morreu, aquela situação toda era realmente confusa

–Não, Joseph...

–Desculpe, mas a história que eu conheço é outra...

–Como poderia, isso aconteceu há muitos anos... – o senhor já ia saindo, mas eu me levantei rapidamente e fui até ele

–Senhor, com licença, tem certeza que o homem que conheceu se chamava Damon Salvatore ?

–Sim, eu me lembro do anel, esse nome não me é estranho, mas acho que conheci o irmão...

–Stefan ?

–Sim, Stefan e Damon Salvatore...

–Quando foi isso ?

–Foi no inicio de junho de 1953...

Ouvir aquilo fez a minha cabeça ficar cada vez mais confusa, era impossível, eu queria acreditar que era impossível.

Pedi pra Bonnie avisar a Caroline que não estava bem, e fui pra casa, sabia que era errado espionar, mas eu não tinha outra opção.

Fui pro quarto do Damon procurar alguma coisa que desmentisse as minhas teorias, mas a única coisa que eu achei foi uma foto, dele e do Stefan, a foto parecia antiga , muito antiga, as vestimentas dos dois eram da época, e o ano em que essa foto foi tirada estava lá... 1864.

Me levantei rapidamente, e comecei a procurar por alguma coisa que fizesse tudo aquilo parar, não podia estar acontecendo de novo, eu olhei em uma gaveta do Damon e o que eu vi me fez ficar com lagrimas nos olhos de tanto pavor... Havia uma bolsa de sangue lá.

Eu estava assustada, fui pro meu quarto e nem tinha percebido que já era noite, eu estava inquieta, e os pensamentos, as repostas pra todas aquelas coisas eram a pior parte...

As pessoas deviam ser o que dizem que são, não mentir ou esconder quem realmente são...

Não é possível, eu não sou crédula, nem posso ser, mas como posso negar o que esta bem na minha frente...

Alguém que nunca envelhece...

Nunca se machuca

Que é forte demais pra própria idade

Alguém que muda de um jeito impossível de ser explicado

E como da ultima vez eu juntei as peças do quebra cabeças, eu estava assustada, com medo, por que não era como da ultima vez, era pior, era muito pior.

Fui em direção ao quarto do Damon relutante, eu não queria ouvir o que eu achava que eu ia ouvir, mas eu precisava ter certeza, eu queria acreditar que não estava acontecendo de novo, mas eu não podia negar o que estava bem na minha frente, então quando eu ia bater na porta do quarto de Damon, que a essa altura já tinha chegado, ele abriu a porta, como se já soubesse que era eu e o que estava acontecendo

–O que voce é ?