POV Damon

O dia estava tranquilo, havia saído para tomar café fora e quando cheguei em casa um som alto invadiu meus ouvidos, lá estava Stefan ouvindo musica alta enquanto Caroline, Bella e Natalie dançavam como malucas, só me perguntava de onde eles tiravam tanta animação pela manhã.

—Damon! Vem comemorar minha décima sétima formatura no colégio! – disse Stefan, só então me lembrei que era o dia ta formatura.

Olhei para as meninas.

—Desde quando vocês são amiguinhas? – apontei para Bella e Nat.

—Natalie me ajudou com a volta da minha humanidade quando quebrou o pescoço do Matt. – Bella explicou.

—E ela sabia quem eu era naquela hora porque leu os pensamentos de Stefan quando chegamos lá. – reforçou Natalie.

—E dá pra acreditar que ela nem tinha se tocado disso até hoje cedo? Lydia explicou que isso é coisa de Herege também. – completou Caroline. Eu as observei por mais alguns segundos, mas elas não paravam de dançar.

Quanta felicidade – pensei revirando os olhos.

—Olha, acho que tem coisas mais importantes do que ficar dançando e perturbando os vizinhos com musica alta logo cedo. – disse.

—Tem razão, é muito egoísmo meu me permitir ter esses momentos preciosos com as minhas melhores amigas e com a minha irmãzinha, eu devia sacrificar a minha felicidade pelo bem dos outros não é isso? Devia estar lá em cima fazendo meu penteado de herói. – zombou Stefan um tanto zonzo.

—Você ta bêbado? – o encarei.

—Sei não mamãe, eu estou? – todos riram.

—Desde quando eu virei o irmão chato? – tomei o copo de whisky da mão de Caroline e tomei um gole – Ta bom, vamos comemorar o milagre sobrenatural que é o Stefan estar bêbado.

POV Bella

Após a agitação pela manhã, todos se dispersaram para cuidar daquele “grande momento”, mas meu ódio, minhas crises, ainda estavam ali martelando na minha mente, só queria estar em um momento mais tranquilo, com um ar mais sóbrio, mas eu continuava insistindo na minha mente que aquele não era meu momento, era o momento deles, finalmente estava acontecendo algo que não tinha a ver comigo ou simplesmente só comigo.

—Onde você está? – falava com Caroline ao telefone, eu estava em casa e ela na escola preparando tudo.

—Eu tive um probleminha...

—Probleminha? Probleminha é uma foto ruim no anuário, cadê você?

—No meio de uma crise existencial, estou tentando consertar...

—Não vou deixar você se formar no meio de uma crise, Bella.

—Acho melhor cancelar. – brinquei.

—Não! Não vamos cancelar, a formatura é o evento mais importante das nossas vidas, a última cerimônia da adolescência, é a droga do rito de passagem! O inferno congela antes de eu deixar que cancelem a formatura.

—Da pra não fazer piadas sobre o inferno congelar? Minha cabeça não está muito longe disso.

—Só me promete que hoje é um dia de amigos.

—Tudo bem... Eu prometo. Eu te amo.

—Também te amo.

Ligação encerrada. Respirei fundo.

Aquele não ia ser um dia ruim, não ia deixar isso acontecer.

POV Caroline

—Cadê todo mundo? – perguntou Bonnie enquanto eu arrumava o capelo na cabeça de Matt, estávamos esperando o resto do pessoal e a escola já estava lotada, cheio de parentes e amigos, o melhor evento familiar do ano.

—Cheguei. – Bella disse se aproximando junto com Stefan – Obrigada por hoje. – ela sorriu para nós e abraçou Bon de lado.

—Eu não acredito... – comecei – Estamos mesmo aqui, estamos aqui juntos. – estava emocionada, na verdade, todos nós estávamos – Ah Bonnie, você tá chorando. – sorri.  

—Nossa ultima festa antes de irmos pra faculdade.

—Eu perdi os prazos, também eu fui uma idiota insensível. – Bella revirou os olhos.

—Bella, a vantagem de sermos vampiras é que podemos estudar onde quisermos. – a abracei de lado – Abraço em grupo!

—É... Eu não abraço ninguém. – reclamou Stefan, mas o puxei para o abraço mesmo assim.

—Ah supera isso!

POV Bella

—Bem vindos pais, familiares e amigos, que dia lindo para uma formatura.

O prefeito começou.

—Obrigado por se juntarem a nós nesse dia tão especial para os formandos, vamos começar... – então os nomes começaram a ser chamados - Nada de favoritismo, mas eu estou especialmente orgulhoso da próxima formanda, minha linda filha Bonnie Bennet – Bonnie se levantou radiante  e com um sorriso abraçou o pai.

—Matt Donovan. – Matt subiu e pegou o cano vermelho com um sorriso lindo no rosto.

—Caroline Forbes. – minha loira subiu cumprimentando a todos do palco, sua mãe sorria estonteante. Care agradeceu e pegou o cano indo pra junto de Matt e Bonnie.

—Isabella Swan. – subi no palco – Parabéns! – sorriu o prefeito e eu retribui. Eu não estava nervosa, não estava em crise, eu estava firme no salto que insistiram que eu usasse e acima de tudo estava feliz.

—Obrigada. – olhei para o publico e sorri ainda mais quando vi no meio daquela multidão meu pai, minha mãe e Phill, e alguns dos meus amigos de Forks me aplaudindo. Me segurei pra não chorar admito.

(...)

A noite havia chegado, todos estavam na festa no ginásio da escola, eu havia acabado de me despedir dos meus pais e amigos, então resolvi tomar um ar pra focar em controlar todos aqueles sentimento.

—Tudo bem amor? – ouvi uma voz, voz que me alegrou e me afligiu ao mesmo tempo

—Klaus... Pensei que tivesse partido. – me virei e o olhei.

 -Pelo visto suas emoções voltaram. – ele me observou com um sorriso no canto dos lábios.

—É... Achei que não te veria mais tão cedo.

—Eu já estava a caminho, recebi seu convite de formatura muito sutil. – sorri.

—Em minha defesa, foi Caroline que fez.

—Mas acho que estava esperando dinheiro.

—Isso ou um frigobar.

—Eu ia oferecer uma passagem na primeira classe pra ficar comigo em Nova Orleans...  – prendi a respiração.

—Mas eu sabia qual seria a sua resposta, então eu optei por uma coisa  que sei que você vai aceitar. – ele tirou uma caixa do bolso e me entregou, quando eu abri era um desenho, um retrato meu observando um corvo voando ao longe – É uma lembrança minha, não quero que se esqueça...

—Eu nunca vou me esquecer de você Klaus Mikaelson.

 -Saiba que eu quero que tenha tudo que quiser, quero que seja livre... Com o Damon. – ele segurou minha mão.

—Ele é o seu primeiro amor e eu pretendo ser o ultimo, demore o tempo que demorar – ele me disse me dando um beijo na bochecha.

—Eu te amo Klaus...

—Você não sabe o quanto eu queria que fosse o suficiente. – ele me olhou por mais alguns poucos segundos e então partiu, voltou para a sua vida.

Eu guardei seu presente na caixa e segurei forte, meu coração havia rachado com a sua partida, mas eu sabia que aquilo era inevitável, pois o que vivemos foi como um poema: intenso, memorável, porém curto e pouco acolhedor. Foi uma aventura. 

Percebi então que minha vida também me chamava, Lydia me observava ao longe, sentada na arquibancada.