POV Bella

Assim que sai de lá senti um enorme aperto no peito, mas eu não fazia ideia do por que, eu fui para bem longe da casa dos Salvatore’s, por algum motivo desconhecido eu queria voltar, mas eu não podia. Estava com o meu carro bem na frente da fronteira da cidade, estava escuro, sentei sob o capo do meu carro com uma garrafa de Bourbon.

—Por que está tão triste senhorita?

— Klaus? Pensei que estivesse em Nova Orleans.

—E eu estava, mas resolvi deixar o problema com os meus irmãozinhos.

—E não acha que eles vão fazer besteira?

—Eu tenho certeza de que vão fazer, mas acredito que esteja tudo sob controle. – ele sorriu de lado.

—Por que esta aqui? Desculpa mas eu não quero companhia.

—Meu irmão me disse que abandonou suas emoções.

—Caroline está morta, mas eu definitivamente não me importo.

—Mas foi por isso que tomou essa decisão.

—Essa conversa por acaso tem algum fundamento? Por que o meu dia esta um porre, se não se importa, eu prefiro beber em silencio.

—Terminou com o Damon não foi? Se não tem emoções isso não devia fazer tanta diferença.

—E não faz, eu não ligo pro Damon ou pra aquele bando de idiotas, eu só estou com um desconforto muito ruim no meu peito.

—Talvez seja alguma emoção tentando entrar nesse seu coração de pedra. – disse com um sorriso irônico.

—Talvez seja alguma coisa me dizendo que eu tenho que ir embora, mas algo anda me prendendo aqui e eu não sei o que é.

—Posso dar uma sugestão?

—Tem algo em mente?

—Vem pra Nova Orleans comigo.

—Pra conhecer o seu amoroso pai? Eu dispenso.

—Você está certa, mas podemos ficar aqui, posso te mostrar o que é realmente se divertir.

—Já ouvi isso uma vez e fui arrastada pra Nova York, no final eu acabei com verbena e pescoço quebrado.

—Acredite amor, isso de desligar a humanidade é decisão sua, eu quero me divertir. 

—E o que pretende?

—Eu vou te mostrar como realmente esquecer os problemas.

POV Damon

—Chama o Stefan. – ela suspirou.

—Eu estou bem aqui. – ele apareceu atrás de nós.

—Damon isso não é importante, por favor...

—Você sabe que é Natally. – eu olhei aqueles olhos azuis que já estavam marejados, ela engoliu seco e abaixou à cabeça, logo em seguida se pôs a nossa frente.

—Tudo bem... Era 1864, se vocês tem boa memória, eu tinha 19 anos, bom, estava tudo ótimo, você e Stefan jogando bola e eu saindo de casa pra me juntar a vocês, até que após um incêndio traumático ela veio pra nossa casa... Katherine Pierce.

FlashBack on – POV Natally

“Eu tinha acordado fazia um tempo, a casa estava arrumada, mas havia um ar diferente, os meninos como sempre no jardim, talvez estivessem jogando bola ou coisa do tipo, então eu resolvi me juntar a eles, tinha um movimento estranho na sala de estar, quando eu estava prestes a sair de meu quarto vi pela janela que uma carruagem diferente havia chegado, eu então resolvi descer para saber o que estava acontecendo.

Fiquei na porta, eu estava com um vestido, muito bem arrumada, quando cheguei à porta, meu irmão do meio, Stefan, tinha logo se posicionado para a chegada dessa pessoa desconhecida, bom pelo menos era desconhecida pra mim.

Ele estava bem arrumado, então constatei que podia ser uma nova dama. Quando a porta da carruagem se abriu vi logo que meus pensamentos estavam certos, era realmente uma dama, ela saiu da carruagem e céus, como ela era linda, de dar inveja a toda mulher, Stefan logo se encantou.

—Você deve ser a senhorita Pierce.

—Por Favor, chame-me de Katherine“.

Flashback Off  

—Eu fiquei impressionada em como vocês ficaram caidinhos por ela desde o momento que ela chegou, eu esperava que nada mudasse, mas teve um momento que eu desapareci e vocês só tinham olhos pra ela, mas eu queria acreditar que eu continuava sendo a princesinha de vocês e Katherine me odiava por isso. Eu nunca troquei mais que duas ou três palavras com ela por dia, mas ela não escondia no olhar que queria vocês dois só pra ela, então você foi pra guerra Damon e ela ficou com o Stefan, mesma historia de sempre, mas eu me lembro de quando você voltou, eu estava passando pelo escritório do papai, ele estava conversando com o Sr. Gilbert, foi quando eu os ouvi falando que tinha começado de novo...

Flashback on – POV Natally

“Katherine e Stefan corriam pelo jardim, era patético, eu estava observando tudo da porta de entrada da mansão.

—Ganhei! Qual é o meu premio?

—O que gostaria que fosse? – Quando eu ouvi aquela voz, fiquei feliz de imediato, Damon tinha voltado, eu queria muito correr e abraça-lo, mas não queria interromper o momento entre os irmãos Salvatore e a Katherine Pierce.

—Concederam sua licença? – perguntou Stefan.

—Estava me divertindo muito pra voltar à batalha.

—Seu comprometimento com a confederação é inspirador. – se abraçaram.

—Isso funciona muito bem para mim. – começou Katherine.

—Como assim senhorita Pierce? – perguntou Damon.

—Agora terei os dois pra me manter entretida. – ela disse com um sorriso no rosto – Primeiramente preciso de alguém pra me levar ao baile da sua irmãzinha. – disse virando de costas, ela estava usando meus irmãos, usando a desculpa da minha festa, eles nem se importaram com a lembrança do meu aniversario.

—Com prazer. – os dois disseram ao mesmo tempo e obviamente junto como sorriso de Katherine.

—Os espertos e bons irmãos Salvatore vindo me salvar... Será uma difícil escolha. –ela não passava de uma vadia manipuladora, porém os dois pareciam estar hipnotizados por ela.

Depois da cena que eu tinha acabado de presenciar, fui pra dentro da casa passando pela porta do escritório do papai que estava entreaberta, ele falava em um tom alto como Sr. Gilbert, parecia nervoso, ambos pareciam, começaram a falar coisas estranhas. Era errado pra uma dama espionar rapazes ou o próprio pai em sua conversa particular, mas eu já não me considerava tanto, então fiquei a espreita ouvindo a sua conversa.

—Temos que estar em alerta! – disse papai.

—Como tem certeza? Ainda não houve ataques, bom, não tantos pra ser um vampiro.

—Eu tenho certeza, confie em mim amigo, os vampiros sanguessugas voltaram!

De inicio eu não entendi, mas depois de um tempo vi que ele falava das antigas lendas de criaturas sombrias que não podiam sair à luz do sol. Vampiros. Aquelas palavras eram no mínimo loucas.

Tinha se passado alguns dias e a cada um deles eu observei com cuidado Katherine Pierce. Ela falava como se soubesse todas as respostas, como se fosse de outra época, suas atitudes suspeitas e ninguém percebia o quanto ela era estranha e paranoica. Podia ela ser uma das criaturas que papai havia falado? Mas ela andava a luz do dia, tudo ficava cada vez mais confuso“.

Flashback off  

—Criaturas que não conseguem andar a luz do sol, que são vulneráveis a verbena e que matavam pessoas sugando o sangue delas, papai foi sombrio e categórico, mas naquele momento eu não sabia dizer se era mentira todas aquelas palavras ou que ele simplesmente tinha ficado louco, claro que se fosse loucura não seria uma novidade pra mim. Depois que eu ouvi aquilo comecei a juntar as peças do quebra cabeça, Katherine era boa em esconder quem ela realmente era, mas nem tanto, ela tinha um olhar paranoico, como se ela soubesse cada passo que você fosse dar ou aquela ridícula frase que diz que com um olhar ela entrava na sua alma, às vezes ela falava como se viesse de outra época, como se soubesse todas as respostas, então eu comecei a desconfiar se ela era mesmo uma daquelas criaturas... Até que em uma noite eu tive certeza.

Flashback on - POV Natally 

“Tinha se passado mais um dia, sem nada que eu pudesse fazer, meus irmãos estavam cada vez mais afastados, parte de mim tinha inveja dela por ser como é, por encantar as pessoas com facilidade, por parecer tão inteligente com poucas palavras, por não ter essa parte minha que é antissocial. Eu estava andando, era noite, perigoso pra uma dama, mas papai nem se importava e minha mãe estava morta no cemitério.

—Por favor, me ajude! É o meu marido, por favor... – ouvi a voz de Katherine, me escondi atrás de uma arvore pra não ser vista, ela parou uma carruagem pedindo ajuda, que diabos ela estava fazendo?

O bom rapaz que estava na carruagem desceu.

—O que está fazendo aqui a essa hora da noite? – ouvi a voz do rapaz, era Filipe, um dos meus melhores amigos, bondoso como sempre – Não é seguro!

—Tem razão, não é seguro. – o rosto dela se transformou como se fosse um demônio, presas surgiram em sua boca, seus olhos se tornaram negros, ela partiu para o pescoço de Filipe e de seus outros companheiros.

Eu comecei a chorar desesperada quando eu vi aquela cena e vi Damon lá com ela, soltei um grito involuntário, sai correndo e fui direto pra casa desesperada.

—Natally, o que aconteceu? Olhe as suas roupas! O que houve?

—Papai, eu... – nesse momento Katherine passou pela porta com sua face inocente e Damon parecia receoso, com medo de que falasse alguma coisa.

—Está tudo bem senhor Salvatore, estávamos brincando e ela tomou um susto...

—Nada de brincadeiras depois de escurecer, hora de se recolher. – disse papai

—Claro Senhor Salvatore. – ela respondeu já subindo as escadas“.  

Flashback off     

—Eu estava caminhando, era tarde e no meio da estrada eu a vi, ela fingiu ser outra pessoa e matou um rapaz sem qualquer tipo de remorso, doeu mais quando eu vi quem era aquele rapaz, o meu melhor amigo...

—Filipe... – constatou Stefan enquanto eu me mantinha em silencio.

—Exatamente, mas sabe o que mais doeu, foi quando eu vi que ela não tava sozinha.

—Eu estava junto... – disse baixo.

—É, então eu sai correndo, sabia que ela tinha me visto, eu ia contar tudo ao papai, mas ela chegou depressa e desfez o assunto facilmente... Mas pulando pra parte mais importante, dia do meu aniversario, 13 de setembro, baile de mascaras, mansão Lockwood, Katherine escolheu Stefan pra acompanha-la, obviamente isso não foi nada agradável pra você Damon, mas naquela manha, ela veio me dar os parabéns. Eu estava me arrumando, ela entrou no meu quarto e agarrou meu pescoço colocando contra a parede dizendo que se eu desse um piu sobre o que eu vi me mataria. Enfim, estávamos no baile, eu estava dançando com você, mas você nem olhava pra mim, falava e se questionava por que ela havia escolhido Stefan, eu tinha ficado meio triste e brava por tudo isso e fui tomar um ar, então Katherine apareceu e me tirou da festa, me arrastou pro nosso porão, ela era mais forte que eu, eu não podia fazer muita coisa. Me amarrou em uma cadeira, queria me manter lá até vocês notarem que eu sumi, ela me ameaçava, mas eu não baixava a guarda, se alimentou de mim varias vezes e... Acho que vocês já entenderam essa parte, ela estava disposta a tudo pra sobreviver e me via como uma ameaça. Depois de um tempo, ela me tirou de lá, eu estava totalmente cheia de sangue e me colocou na frente de vocês, a ultima coisa que eu ouvi foi “solta a minha Irma sua vadia!”.

—Ai ela quebrou o seu pescoço. – disse.

—Ela tinha me dado o sangue dela antes, eu acordei com uma sede de sangue tremenda, matei a primeira pessoa que vi, depois desse dia tudo começou a desmoronar, eu pedi pra serva da Katherine, a Emilly, pegar algumas roupas, naquele tempo eu não podia fazer muita coisa, então Emilly me ajudou e eu fiquei em um chalé, quando tinha passado um tempo, eu resolvi partir, peguei um navio e fui pra Amsterdã, lá era tranquilo, eu ficava em paz, mas chegou um momento em que a sede era demais, de repente eu não pensava mais em nada, então, eu fui pra Nova Orleans, vocês se lembram do Massacre de 1865...?

—Você que cousou o massacre? – eu não conseguia acreditar que aquela garota de porcelana podia fazer um estrago daquele tamanho.

—Assim que cheguei, não estava aguentando mais, eu me alimentava e a culpa enorme vinha em seguida, vocês sabem o processo, então eu desliguei a humanidade, logo em seguida eu comecei a arrancar cabeças. – ela olhou pra baixo – Eu fiquei alguns anos assim, mas ai eu liguei a humanidade de novo.

—Como você ligou? Sem ajuda? – perguntou Stefan.

—Eu arranquei a cabeça da minha melhor amiga. – eu me sentia mais culpado do que qualquer outra pessoa – Esse foi um dos piores momentos da minha vida... Se passaram anos, nesse meio tempo eu consegui a minha parte da fortuna da família e estava tentando endireitar a minha vida , era anos setenta, eu conheci uma amiga, ela me ajudou e eu ajudei ela, ela tinha passado por muitas coisas, então eu fiquei todos esses anos dizendo a mim mesma que a vadia da Katherine ia pagar pelo o que ela fez e que eu ia encontrar vocês, minha amiga disse que me ajudaria ... Ontem de manha, ela ligou pra mim dizendo que tinha achado vocês e que estavam aqui, no mesmo lugar, Mystic Falls, fim...

—Eu não sei o que dizer pequena. – disse indo pro seu lado junto com Stefan.

—Vocês não tem que dizer nada...

—Eu sinto muito... – comecei.

—Nós sentimos... – disse Stefan – Natally, sentimos muito, isso tudo é culpa nossa.

—Não Stefan, tudo bem. – ela sorriu fraco – Vocês não tem culpa, Katherine que tem.

—Nat, deixamos você sozinha, só nos importamos com nós mesmos, talvez se não tivéssemos caído no jogo da Katherine...

—Não vamos saber o que teria acontecido Damon, então por que fala? Eu sei de agora e agora eu estou com vocês, não podia estar mais feliz. – disse ela ainda com o seu sorriso abraçando a mim e ao Stefan – Só me prometam uma coisa...

—Qualquer coisa. – disse quase em um sussurro.

—Não desapareçam dessa vez.