POV  Damon

Eu só podia ter bebido demais, eu não acreditava em meus olhos, simplesmente não era possível, não tinha como ser.

—Desculpe, eu acho que te confundi com outra pessoa, eu estou um pouco alto.

—Eu não tive tanto trabalho pra te achar pra você me dizer que eu sou uma alucinação causada pela bebida. Eu estou aqui Damon, seus sentidos não estão te enganando.

Ela falava exatamente como sempre falou: calma, mas se não era alucinação o que seria? Sentia-me um completo louco. 

—Não pode ser verdade, você fala... Você parece com a minha... Com uma pessoa que eu amava muito, mas ela morreu.

—Damon. – ela me olhou e segurou minha mão – Sou eu, eu estou aqui, eu estou viva, sua irmã está viva. – ela se aproximou e tocou o meu rosto, e então sorriu. Não consegui dizer nada, nem ao menos esboçar uma reação, a olhei e foi como se uma bomba explodisse dentro de mim, como se a minha cabeça estivesse completamente perturbada.

—Não pode ser verdade. – afirmei – Você morreu na minha frente, não tem como...

—Damon, não fala nada, nem tente arrumar alguma justificativa, o fato é que eu estou viva, bem aqui na sua frente. – ela sorriu de novo e percebi que a mesma estava com os olhos marejados assim como os meus.

—Você está viva... Você voltou. – como se não controlasse mais meus sentidos, uma lagrima corriqueira desceu sobre meu rosto e eu a agarrei em um abraço, o abraço mais saudoso e caloroso que eu havia dado em alguém.

—Onde você esteve todos esses anos? Nat, eu vi você morrer.

—Tem muita coisa que você precisa saber Damon, mas agora, eu só quero ficar com os meus irmãos. – sorri pra ela ainda sem acreditar e olhei em seus olhos azuis – E Stefan? Como ele está? Eu quero muito vê-lo.

—Var ver, tem varias pessoas que quero que conheça.

—Se for a Elena, eu dispenso, não quero ver alguém com o mesmo rosto que a Katherine.

—Não, não é a Elena, mas espera, como sabe da Elena?

—Sei da história das duplicatas.

—Tem varias coisas que tem que saber, mas não é a Elena, é a minha namorada, só que eu não sei onde ela está.

—Como você não sabe onde sua namorada tá?

—Como eu vou saber onde uma vampira sem humanidade gosta de ficar?

—Ah, que azar em maninho.

—Pois é, mas nada de falar da minha vida amorosa patética, você está aqui, e ainda não me disse, como.

—Isso não é importante agora.

—Claro que é Nat.

—Olha, eu prometo que vou te contar tudo o que precisa saber...

—Vamos pra casa.

Estávamos no carro e eu olhava para o lado vendo ela não acreditando no que eu via, ela sorria olhando para frente, eu sentia vontade chorar nesse momento, eu não acreditava que a minha irmã tinha voltado, ver aquele sorriso foi a única coisa boa que tinha acontecido comigo hoje, mas tinha uma coisa diferente, como se a Natally que conheci não estivesse lá, aquela jovem inocente agora tinha um olhar duro, eu sentia que alguma coisa horrível tinha acontecido com ela, mas que ela bloqueava todas as formas de sentimentos, como uma barreira, era alguém mais fechada do que eu mesmo.

Eu dirigi até em casa e saímos do carro, quando íamos finamente entrar, ela parou e olhou ao redor.

—Tudo bem?

—Tudo só... Eu não acredito que voltei, que eu estou aqui de novo, em Mystic Falls. – ela mordeu o lábio e olhou pra cima tentando segurar o choro e soltou um sorriso, ela finalmente se virou pra mim e respirou fundo. Abri a porta e logo ouvi a voz de Stefan.

— Pensei que ia beber até cair e eu ia ter que te buscar.

—Esse era o plano, mas eu tive um imprevisto.

—Que imprevisto? – quando ele olhou paralisou.

—Esse imprevisto.

—Natally?

—É bom te vê irmão, senti saudade.

—Mas como... Você morreu.

—Eu voltei, pra cuidar de vocês. – ele nada disse apenas a olhou e puxou pra um abraço, acho que nem ele estava acreditando no que estava.

Resolvi deixar os dois sozinhos para conversarem, aquele dia tinha sido péssimo, então eu fui pra varanda da casa e sentei na escada com uma garrafa de whisky, depois de um certo tempo, ouvi alguém vindo.

—O que você ta fazendo? – Natally perguntou.

—Olhando as estrelas e ouvindo o universo rir da minha cara.

—Hoje não foi um dia bom não é.

—Nem um pouco.

—O que houve?

—O amor da minha vida foi embora e esta em não sei aonde, fazendo besteira provavelmente.

—Bom então, será que eu posso beber também?

—Claro. – ela se sentou ao meu lado e eu dei a garrafa pra ela, continuei olhando para frente.

—Sabe, eu esperava mais de hoje...

—A vida é um porre, você sendo um vampiro ou não.

—É, você ta certo.

—Mas sabe o que esta mais confuso na minha cabeça? Você. Você na minha frente e na do Stefan, é agora está aqui viva.

—Damon... Não é importante.

—É importante sim. – ela olhou pra baixo depois olhou pra mim – Nat, o que aconteceu com você?