POV  3ª Pessoa

—Alo?

—Oi Anna, sou eu.

—Oi, está no avião?

—Estou, estou indo pra lá agora. Obrigada por ter ligado, devo muito a você.

—Claro que não, eu devo muito mais, mas e então... O que pretende fazer quando acha-los?

—Bom, não é tão simples, aconteceu muita coisa que eles não sabem, eu realmente não tenho um plano pela primeira vez.

—Você sempre resolveu tudo com um estalar de dedos, é uma das melhores vampiras que conheço.

—A melhor que conhece!

—E a mais convencida. Quando chegar me avisa.

—Okay.

—Não se preocupe Natally, você é a melhor, sabe que vai ser mais fácil do que imagina.

—Você me conhece Anna, eu sobrevivo.

POV Damon

—Que bom que está acordada, hora de tomar um solzinho. – a tirei da cela e coloquei amarrada em uma cadeira na frente das cortinas na sala de estar, ela acordou com o barulho que fiz colocando o extintor no chão. Confusa, não fez muitos movimentos, mas quando viu o que estava acontecendo, começou a procurar o anel de luz do sol que não estava mais em seu dedo – Ah, procurando isso? Esqueceu-se das regras? Meninas más não ganham joias.

—Tiraram meu anel? Estou arrasada, e entediada, posso voltar pra solitária agora?

—Não, eu gosto de você ai. Quando estiver pronto irmão.

—É pra eu sentir medo?

—Vai sentir. – respondeu Stefan colocando as mãos na cortina – E quando sentir, se concentre no medo, é a chave pra retomar sua humanidade.

—Vocês não vão me queimar. – ela soltou um riso fraco e incrédulo.

—Acha que não?

—Não, e mesmo que vocês consigam fazer voltar minhas emoções, eu vou me lembrar disso e odiar vocês dois.

—Vale o risco. – dei o sinal para Stefan e ele abriu devagar a cortina, um raio de sol veio sobre a mão dela começando de imediato a queimar, e então, seus gritos de dor começaram a ecoar pela sala. O braço dela começou a pegar fogo e depois de um tempinho queimando no sol, apaguei as chamas com o extintor.

—Aposto que melhorou, que tal um pouco de gratidão? Ou qualquer emoção humana que seja pra gente parar com isso!

—Eu vou matar você! – ela esbravejou louco para pular em meu pescoço.

—Muito bom! Viu, olha a raiva ai, eu devia saber que seria a primeira emoção que demonstraria, eu provoco isso nas pessoas.

—Bella... – começou Stefan aproximando-se dela – Olha pra mim, não queremos fazer isso, a escolha é sua.

—Me deixa adivinhar, “Vai doer mais em mim do que em você“.

—Olhe, eu sei o que esta passando. – ele voltou para a cortina – Depois de tudo que fez esta com medo de encarar a culpa que vai sentir quando ligar suas emoções, o único jeito de ajudarmos você é escolhendo a pior opção. – mais uma risada irônica saiu da sua boca e então ela simplesmente fechou os olhos esperando a dor vir, então Stefan abriu a cortina novamente, o Sol foi de encontro com o se rosto, uma dor instantânea veio assim como o seu grito.

Quando as cordas estavam quase se desfazendo, Stefan fechou a cortina.

—Vai me agradecer por isso. – comecei – Depois que religar e descobrir que a vida sem emoção é péssima.

—Sabe o que mais era péssimo? Estar junto com você, passar todos os dias acreditando que eu estava apaixonada por você. Eu me lembro de como cada momento era horrível, e você sempre com medo de não ser real e quer saber? Não era. Tem razão, tente me fazer voltar a ser quem eu era, quem sabe Klaus e eu possamos ter uma chance.

Fechei os olhos por um momento tentando calar em mim a dor e a raiva que aquelas palavras me causaram, foi quando Bella se levantou soltando-se das cordas que ficaram fracas depois de serem queimadas. Com a sua velocidade, ela arrancou as cortinas indo para frente da janela, queimando de imediato e soltando um grito agudo, mas nós a pegamos tirando-a de lá e trazendo para sombra apagando o fogo, e de novo, aquela risada irônica que eu tanto odiava saiu da sua boca.

—Eu sou a garota que vocês amam, vocês nunca fariam nada pra me machucar, acabaram de provar. Então por que eu deveria sentir medo?

(...)

—Essa foi boa!

—Qualquer outro vampiro ligaria, sem problemas. – disse tomando um gole de whisky – Você mata, se alimenta, faz coisas horríveis que um vampiro faz, e quando acaba você simplesmente liga. Por que ela esta sendo tão teimosa?!

—Simplesmente por que ela não tem por que voltar. A família dela esta longe, perdeu a melhor amiga, afastou os amigos, destruiu todas as relações.

—Não, ela quer voltar, matar ela de medo teria funcionado, mas ela é inteligente, sabe que não vamos machuca-la.

—Okay, precisamos de outra pessoa, alguém que realmente a machucaria.

—Quem Stefan? – o olhei, e como se adivinhasse seus pensamentos – A Katherine?

—Pensa bem, por causa dela Caroline esta morta, então se tem alguém que realmente pode causar emoção é ela.

—Então, simplesmente a chamamos e pedimos ajuda pela bondade do coração?

—Katherine acabou de ser abandonada pelo Elijah, ela não tem nada, não tem ninguém, a convidamos pra vir pra a nossa casa torturar a Bella, não tem como ela recusar isso.

—É, tem razão. – ouvi a voz da Bella atrás de nós – Qual é? Deveriam ter checado a cela primeiro antes de me deixar perto de um porão com um estoque de sangue.

Eu a olhei, eu realmente estava cansando daquele joguinho, mas algo nela estava diferente, então a analise e parei meus olhos em sua mão.

—Cadê o anel?

—Esta falando daquele anel que você me deu quando me pediu em casamento? Você acha mesmo que depois de tudo isso a gente tem alguma relação? Francamente Damon.

—Eu não desisti. – me aproximei – Nós não desistimos. Eu amo você e quero acreditar que ainda está ai por debaixo dessa fachada sem humanidade que você ta agora.

—Bom, se eu fosse você eu desistia por que eu cansei de ser a cobaia do seu joguinho. –ela seu um passo a frente e penetrou a mão no meu coração, veio instantaneamente uma dor insuportável – Chega de se enganar Damon, acabou. – ela então me soltou e eu cai no chão, não havia sentimento algum em seus olhos naquele momento, então em minha mão ela depositou o anel de noivado – Olha, eu vou ser sincera, em algum estagio da minha vida eu realmente te amei Damon, mas acabou, e não vai ter volta. Não venham atrás de mim ou isso vai ser bem pior. Vejo vocês no inferno. – com um sorriso no canto de seus lábios, ela saiu com sua velocidade em ar de vitoriosa.

Stefan me ajudou a levantar.

—Damon...

—Ela ta certa, acabou.

—Não Damon, tente pensar...

—Ela acabou de me dar o anel Stefan! Acabou! A gota de sentimentos esperançosa que ela podia ter não existe mais, ela não está lá!

—Não é ela Damon! Escute-me, não é ela. Você já viu esse filme, sabe com é e ela esta com raiva, não liga pra mais nada, mas não podemos desistir dela. – suspirei cansado.

—Pra todos os efeitos, ela ainda faz parte das nossas vidas, mas eu preciso de um tempo, de uma folga.

—Okay e pra onde vai agora? Já vai anoitecer e ela fugiu.

—Eu? Eu vou ficar bêbado, se ela quer ser livre deixa-a ir. Eu vou sair daqui, e não quero ouvir mais nada sobre isso hoje.

(...)

— Garçom! – eu chamei – Mas uma! Ainda não to bêbado o suficiente! – gritei para o homem aparentemente surdo atrás da bancada.

—Sabe, um homem só bebe assim por três razões, quando quer beijar alguma garota ou  matar um homem. – disse uma garota que estava sentada ao meu lado.

—Na verdade eu quero pegar essa garota e por incrível que pareça quero matar todo mundo, mas você disse três, qual é a terceira razão?

—Bom, a terceira é quando você é um vampiro com problemas que nem a imortalidade pode resolver.

—Espera ai, o que... – assim que me virei e a olhei  não acreditei nos meus próprios olhos, uma onda de lembranças veio ao meu encontro quando vi novamente aquele par de olhos azuis – Natally...?          

—Olá irmão.