POV Bella

Eu podia sentir de longe os calafrios que aquele lugar me trazia, a noite fazia ruídos tão estapafúrdios quanto aquela situação e de todos os lugares que Katherine podia ter escolhido pra me encontrar, ela escolheu o pior e mais patético deles, a quadra, a sala e os corredores daquela escola iam ser o cenário de talvez o mais violento dos espetáculos.

Meus pensamentos estavam uma bagunça, eu queria me concentrar no que estava fazendo mas só pensava nos efeitos colaterais daquilo, das possíveis mortes, das mudanças que iriam ocorrer. Eu sabia que não iria ser uma conversa pacífica, seria como um encontro entre o gelo e o fogo, que sempre se consomem alguma hora, levando tudo em volta.

Segurando apreensiva a estaca que escondia no casaco, eu entrei na escola indo de cara com aqueles corredores mal iluminados, não parecia o lugar que eu frequentava todos dias, o clima estava extremamente pesado, e as paredes parecia que iam se fechando pouco a pouco e então eu a vi, com a mesma aparência cínica de sempre, com a mesma pompa sobre os ombros e as mesmas roupas de vadia e uma pergunta pairou na minha cabeça

Quem vem pra uma briga de salto ?

—Katherine

—Isabella.

POV Damon

Stefan se moveu ao meu lado acordando olhando pra todos os lados :

—Estamos na quadra da escola presos por cordas cheias de verbena em cadeiras extremamente desconfortáveis e tem um cara idiota guardando a porta – disse assim que ele me olhou, aquela situação apesar de preocupante não me espantava nem um pouco.

—Eu ouvi ! – o capacho da Katherine disse e veio até nós – Então as mocinhas acordaram, bom, quase todas as mocinhas – ele foi a frente da Caroline e começou a analisa-la, ela que estava de cabeça baixa, com uma cabeçada derrubou o grandalhão que caiu desmaiado no chão, e então ela nos olhou

—Vão ficar parados me olhando ou vão tirar essas amarras? – após alguns minutos de muito esforço consegui tirar as minhas, assim como Stefan e Caroline, então começamos a ouvir.

POV Bella

—Antes que você comece com o seu discurso patético dizendo o quanto você é boa e o quanto nós fomos burros me diz, eu quero entender o porquê – disse

—Eu vou te dizer minha querida – ela sorriu e se aproximou – Era uma vez uma garota que não servia pra nada a não ser ficar chorando pelo ex chamada Isabella Swan, ela apareceu do nada na minha cidade, conquistou o coração dos dois irmãos Salvatore e do híbrido mais temido do mundo

—Parece uma história bem interessante, sente inveja?

—Inveja ? Claro que não – ela soltou um riso de deboche – Você Isabella já se perguntou como conquistou tudo isso em menos de sei lá, 3 anos ? Você tem algo que é meu

—E o que seria ?

—A minha liberdade, minha esperança. Sabe por que eu não tive uma vida, amigos ou família? Porquê roubaram de mim, mas você teve tudo isso sem ao menos pedir, então acho que é justo te usar como moeda de troca pro seu híbrido favorito me dar a liberdade

—Espera, você esta se ouvindo Katherine? Você diz que eu roubei a sua vida, vida que nunca fez por merecer, e além de manipuladora e mentirosa ainda se acha no direito de simplesmente me usar pra chantagear o Klaus ?

—Exatamente, é bom que tenha entendido de primeira, nos poupa tempo, imagino que vai fazer a burrice de brigar com uma vampira de mais de 500 anos

—Katherine, eu estou em desvantagem, você esta com a minha família, é mais forte e tem tudo pra vencer e conseguir o que quer, só não tem vergonha na cara. Eu não fujo de uma briga, não sou covarde como você, então vamos acabar logo com isso, quero te colocar em um caixão preto ainda hoje.

Nesse momento, só vi um vulto e segundos antes um olhar de raiva, Katherine veio pra cima de mim me agarrando pelo pescoço, me colocando contra a parede :

— Você esqueceu de um detalhe, eu sobrevivo ! – ela disse

—Hoje não Katherine ! – eu sai da parede a empurrando pra mesma e seu pescoço estava nas minhas mãos, mas ela saiu das minhas e me chutou com força, força que me fez bater na parede do outro lado do corredor, rápido me levantei mas ela me pegou pelo pescoço me colocando contra o armário, a empurrei e ela novamente me jogou contra o outro lado.

A olhei e a raiva estremeceu dentro de mim, corri a jogando no chão, com um soco fiz sua boca sangrar, coloquei minhas mãos em seu pescoço mas ela conseguiu inverter me colocando debaixo dela enquanto ela agarrava meu pescoço :

—Hoje não Bella ! – foi quando ela tirou a estaca que estava em seu casaco.

Vadia.

Alguma coisa a jogou pro outro lado, tirando ela de cima de mim, quando olhei Damon, Stefan e Caroline estavam na porta mas Damon ainda estava fraco e aconteceu o que eu mais tive medo.

Tínhamos tempo suficiente, mesmo que pouco pra arrancar o coração de Katherine, mas ficamos vulneráveis, eu não conseguia olhar pra ele e vê-lo machucado, e olhar pra Caroline e pro Stefan e ver eles detonados, foi como uma bomba relógio que ia se autodestruir, então Katherine sem dar importância pro Damon, simplesmente colocou sua estaca em seu abdômen pra deixa-lo fraco e depois a tirou vindo pra cima de mim ,eu estava paralisada.

Talvez a minha morte seja a solução pra vida de todos

O que você faria pra Salvar alguém que ama ?

Jamais tive tanta certeza, se pra salvar aqueles que eu amo eu tivesse que partir, então eu tinha a absoluta certeza naquele momento que já tinha vivido bastante :

—Tenha uma boa morte docinho – disse Katherine vindo até mim, ela não esperou, me pegou pelo pescoço e eu fechei os olhos esperando a morte inevitável mas tive que abri-los novamente pois o baque que levei foi profundo e intenso, eu não senti nenhuma estaca em mim, nem sequer uma dor... Quando abri os olhos, eu estava no chão, o corredor em silencio e os olhares apenas em uma cena, quando olhei pra lá, Katherine olhava firme nos olhos dela, no seu coração havia uma estaca, meus olhos se encheram de lagrimas, Caroline estava lá, com a estaca que era pra mim em seu peito

—Acho que seu destino foi pior do que o meu afinal – Katherine disse e partiu e eu, a deixei ir, nada mais importava naquele momento

—Care... – ajoelhei e coloquei sua cabeça apoiada em meu colo – Me desculpe...

—Teria feito o mesmo por mim... – o rubor rotineiro de seu rosto foi substituído por um cinza opaco e com um suspiro ela partiu.

Um grito saiu da minha boca despejando toda a minha agonia e um rio de lagrimas inundou o meu rosto.

Tudo estava em silêncio...