Escola de Guardiões - Recrutamento escrita por Tynn


Capítulo 9
Capítulo 7 - Dinossauro


Notas iniciais do capítulo

Grifo Violeta (Arthur, Lana e Ezmia)
Missão: Impedir o atentado ao One World Trade Center



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Ezmia se lembrava muito bem do dia em que o pai foi embora. Caia uma chuva fina do céu da Itália; Ezmia tinha apenas 8 anos e tentava acalmar os soluços da mãe, que tinha os mesmos cabelos ruivos da pequena. Ezmia abraçava a saia da mulher, sem entender o porquê dela derramar tantas lágrimas. O pai desceu as escadas carregando duas malas: uma com roupas, outra com os infinitos materiais de laboratório que ele passava o dia mexendo, como se fosse um cientista louco.

— Para aonde você vai, papai? – Ezmia perguntou de súbito, percebendo a realidade tão evidente. O homem não olhou para trás.

— Eu preciso sair dessa casa. – Seth respondeu simplesmente.

Ezmia tentou correr para abraça-lo, mas a sua mãe a segurou pela cintura, impedindo que se movesse. Mesmo com os soluços da filha, Seth nem ao menos olhou para trás. Ele abriu a porta da sala e ajeitou o chapéu preto, sumindo na garoa fina da noite. Essa tinha sido a última vez que Ezmia vira seu pai, até aquele dia no One World Trade Center.

A garota demorou para processar toda a informação nova que invadia os seus olhos assim que o elevador chegou ao 103º andar. Ela viu Lana arrastando uma mulher machucada pelo braço, usando os seus poderes de curandeira para amenizar as feridas mais graves. Arthur carregava uma, duas, três pessoas no ombro, colocando-as em um lugar mais afastado do tumulto. A manipuladora saiu do seu torpor aos poucos, captando cada imagem como uma fotografia.

Um homem preso embaixo de um balcão de bebidas – click!

Pedaços de cachorro-quente, batata fritas e coca-cola espalhados pelo chão próximos a uma criança chorona – click!

A sombra de um monstro caminhando pelo refeitório, estraçalhando uma poltrona vazia – click!

E então sentiu a mão de Lana balançando o seu braço.

— Ezmia, precisamos de você! – A japonesa disse, alarmada. – Eu sei que você viu alguma coisa que mexeu contigo lá em baixo, mas agora não é hora para isso. Por favor, Ezmia, a última vez que eu vi tanta coisa bagunçada foi quando entrei sem querer no dormitório dos meninos. E juro que foi realmente sem querer.

— Tu-tudo bem... – Ezmia balançou a cabeça, jogando para trás os conflitos psicológicos e andando junto com a oriental até Arthur.

O bárbaro tinha empilhado um monte de cadeiras e mesas quebradas, formando uma espécie de barreira para proteger os feridos. Ele, de instante em instante, encarava a sombra da criatura que se projetava na parede à frente, atento a qualquer movimento.

— Acho que quase todo mundo já está dentro da barreira. – O jovem falou. – Nós só vamos precisar agora destruir esse monstro.

— Será que o terrorista virou um Digimon? – Lana indagou aflita. – Meu Deus, eu nunca ganhei um Digivice!

— Ainda tem uma pessoa presa... – Ezmia apontou para o balcão de bebidas que agora estava vazio. – Essa não! O monstro levou o bêbado!

Ela apontou para a sombra na parede, reparando que a criatura parecia carregar alguém pela boca.

Como ela fez isso tão rápido? Arthur estava constantemente encarando aquela sombra e, por um segundo que a perdeu de vista, não acompanhou seu ataque.

— Fiquem aqui. Eu vou dar um jeito nesse nojento. – Ele correu em direção à sombra, desviando das coisas derrubadas no chão. Lana e Ezmia nem tiveram tempo de argumentar, pois ele disparou assim que terminou a frase.

O bárbaro estava acostumado a lidar com criaturas ferozes. No mundo onde ele nasceu,Vandal, era comum haver briga entre tribos e as coisas nunca terminavam bem. Arthur estava aliviado por ter que lutar contra uma fera. Os humanos são bastante malvados quando querem, enganando e dissimulando as outras pessoas. Os animais, pelo contrário, agem por instinto. Eles não são violentos, pois suas intenções nunca são ferir o outro para causar dor, fazem isso por necessidade.

Com mais um salto, o bárbaro conseguiu chegar onde a criatura estava. Ele arregalou os olhos quando a viu de perto. Mesmo diante da enormidade de criaturas que já enfrentou na vida, o bárbaro de cabelo castanho-avermelhado e bermuda militar nunca esperou encontrar um dinossauro ao vivo e em cores.

A criatura tinha a pele áspera e cinza, com um focinho enorme que poderia engolir um homem com uma só mordida. Era um velociraptor, Arthur sabia bem disso. Apesar de não ser muito fã de cinema, ele já assistiu Jurassic Park (não o filme novo que tem o dinossauro mutante, esse ele não teve vintade de ver). O jovem balançou o machado, dando alguns passos tímidos em direção ao monstro.

Arthur não precisava de tanta cautela, o dinossauro estava nem aí. Ele jogou o seu lanchinho da tarde contra um armário de pratos, o homem ferido batendo debilmente a cabeça no objeto. De repente, outros passos surgiram, seguidos de dois velociraptors menores. Ótimo, a mãe e seus filhotes. Arthur queria pensar em alguma coisa, bolar um plano que encaixasse “ficar vivo” e “salvar o bêbado” na mesma frase, só que isso era impossível. Ele fez então a coisa mais estúpida para se fazer diante de três feras pré-históricas.

— Ei! – Gritou, batendo o machado no chão. – Eu tenho mais músculos que ele! Por que vocês não correm atrás de mim?

Os três dinossauros moveram seus pescoços em direção ao bárbaro. Arthur imaginou-se ser bastante apetitoso, porque na mesma hora as três feras começaram a correr em direção ao garoto, fazendo-o se arrepender amargamente do plano e disparando na direção oposta, em busca de uma salvação.

Lana nunca iria deixar um aliado sozinho. Por isso, quando Arthur disse que iria matar a criatura por conta própria, a curandeira oriental tratou logo de usar uma de suas mais nobres artes ninjas: seguir os amiguinhos. Ela foi atrás do bárbaro assim que ele saiu correndo e observou toda a cena de boca aberta: Digimons em formato de dinossauro! Só então sacou que eles não eram Digimons, mas apenas dinossauros de verdade. Como isso era possível? Ela não sabia, se fossem personagens digitais até que seria mais fácil encontrar uma explicação.

Não demorou muito para ela sacar o plano “genial” do bárbaro. Antes mesmo dele fazer a loucura de chamar a atenção dos dinossauros, Lana correu até uma máquina de refrigerantes, que ficava na rota de fuga do companheiro de time. Ele com certeza iria passar embaixo daquela máquina. E os dinossauros também. Dando uma olhada geral no andar 103, aquele local já foi uma ótima praça de alimentação um dia. Mas não agora, com tudo sujo, fedorento e com dinossauros andando por aí.

A menina apoiou-se atrás da máquina de refrigerante, torcendo para que sua ideia desse certo. Bem, com certeza seria melhor do que o plano de Arthur. Ela encostou as mãos no topo da máquina (o máximo que conseguiu alcançar com seus dedinhos) e esperou o momento certo para começar a empurrar. O bárbaro passou e então, força! Ela sentiu os pés escapulirem do chão, tentando se mover contra o solo e escorregando a cada passo quando começou a empurrar. Ela precisava ser mais forte, mais forte... O dinossauro-mãe passou, o segundo filhinho também e ela derrubou a máquina, bem em cima do terceiro dinossauro. O animal guinchou e fez caretas e mais caretas de dor. Lana ficou morrendo de pena dele, mas sabia que era isso ou virar sushi-humano.

Arthur continuou a correr como louco. Ele saltou mais um lance de cadeiras quebradas e viu um amontoado de pratos, bandejas e lixeiras que poderia ser útil para alguma coisa. O bárbaro saltou sobre os pratos, pulando até a lixeira e apoiando o pé no armário a sua frente. Ele então deu um giro no ar, passando por cima dos dinossauros e caindo atrás deles. Ótima manobra, se ele não tivesse caído sob de um saco de Mac Lanche Feliz e agora deslizasse para o chão como um daqueles caras de vídeo de humor. O rapaz fez uma careta quando viu a boca do dinossauro-filho abrir para devorá-lo. Demoraria apenas meio-segundo para isso acontecer, se não fosse uma adaga que passou por cima do rapaz e entrou na boca aberta do dinossauro, alojando-se em sua garganta.

O monstro caiu no chão em desespero, chiando desesperadamente. A mãe-dinossauro, por mais cruel que pareça, simplesmente ignorou os gritos do filho e atacou Arthur sem dó nem piedade. O rapaz esticou a mão e defendeu-se com o machado, encaixando-o na mordida do dinossauro. Arthur sabia que Ezmia tinha apenas uma adaga e não teria como ajuda-lo dessa vez; ele contava apenas com a própria sorte.

A boca do dinossauro se fechou mais um pouco, o machado parecia ferir levemente as suas gengivas. Arthur precisava pensar em alguma coisa, deveria ser rápido para sair vivo daquela situação. Ele então não viu outra alternativa a não ser tentar fazer o impossível. O garoto soltou o machado e embolou para a direita, vendo o dinossauro bater com força a cara no chão. O jovem ergueu-se rapidamente e correu em direção a calda do animal, usando toda a sua força para segurá-la e arremessar o dinossauro contra a parede. O monstro era pesado, bem mais do que Arthur imaginava, mas a adrenalina da situação e o medo de ser devorado o deram uma força extra aos seus músculos, fazendo com que o garoto conseguisse girar o corpo do dinossauro e batê-lo contra  a parede.

O prédio todo tremeu com o impacto. Ele mesmo havia se esquecido que estava no prédio mais alto dos Estados Unidos. Mesmo assim, não era tempo de preocupação. Arthur saltou para perto do seu machado e o pegou no chão, escapando das garras do dinossauro que tentavam mata-lo. Ele percebeu que quando dinossauros são derrubados por presas fáceis, eles ficam meio frustrados e aturdidos. Arthur aproveitou para cravar o machado no pescoço do monstro, que chiou e balançou a cabeça em prantos. O bárbaro deu outro golpe, tão forte quanto o primeiro, e observou o monstro... Murchar?!

Ele olhou para o lado assustado, vendo se era o único com a imaginação fértil. As feições de espanto de Lana e de Ezmia mostraram que elas também viram o dinossauro diminuir de tamanho como se fosse uma bexiga de festa. Os outros dois velociraptors agiram da mesma forma. De repente, restavam apenas miniaturas de dinossauro murchas.

— O que aconteceu aqui? – Ezmia perguntou para seus companheiros, tão perplexos quanto ela. – Lana, você sabe de algo?

— Nunca vi isso na minha vida, nem nos animes. – Ela parecia tristonha. – Será que eles sofreram?

— Eu espero que sim. – Arthur falou friamente. – E onde está aquele terrorista?

Essa era uma boa pergunta. Os três passaram a olhar para o caos ao redor, procurando qualquer elemento suspeito. Eles sabiam que o terrorista estava usando um casaco preto com capuz, talvez estivesse parecido com o Darth Vader. Lana procurou perto dos hambúrgueres queimados e Arthur arremessou várias cadeiras para o alto – como se o terrorista estivesse se escondendo como uma criança de 5 anos. Ezmia encarou o grupo de sobreviventes, que estava dentro do cercado feito de cadeiras e mesas quebradas por Arthur, quando percebeu um homem tentando sair de mansinho de lá. Ele deu passos lentos em direção à saída e depois correu para as escadas. Ela disparou em direção a ele, sendo seguida pelos seus aliados.

O homem desceu de 3 em 3 degraus, dando vários saltos até o final da escadaria. Ezmia estava logo atrás e viu que tanto Arthur quanto Lana já a acompanhavam na perseguição.

— Para aonde ele está indo? – O bárbaro perguntou.

— Para o observatório. O 103º andar é um restaurante, depois as pessoas descem para o observatório, no 102º andar, onde têm uma visão panorâmica de toda a cidade de Nova York. – Lana informou rapidamente, tentando decifrar um panfleto que pegou no térreo.

— Santa paciência! Isso não é hora de ler panfleto. – Arthur berrou, descendo as escadas.

— Pessoal, é melhor a gente não dar nem mais um passo! – Ezmia parou assim que terminou o lance de escadas. Ela olhou para frente, perplexa, e seus companheiros se deram conta do perigo.

Diante dos três, existia uma infinidade de dinossauros em miniatura. Eram velociraptors, tiranossauros rex, plateossauros (àqueles do pescoção), pterossauros e várias outras espécies que eles não conheciam. Atrás dessa infinidade de criaturas, um homem colocava um par de luvas na mão, sorridente.

— Que coisa boa! Que coisa boa! Agora, meus queridos, você vão dominar o planeta Terra! Isso tudo será só de vocês, só de vocês! - Ele dizia, a voz rouca como um cantor de Rock. O homem tinha três brincos em cada orelha e sua pele era esverdeada, com narinas de Voldmort na cara. Parecia mais um lagarto que tinha alongado e andava de duas pernas.

— Isso tudo será de ninguém! – Arthur berrou furioso, os punhos cerrados no machado. – Meninas, acho que eu consigo acertar o machado no meio da fuça dele se eu arremessar direito.

— Se você fizer isso, meus irmãozinhos vão devorar vocês! – E o homem esquisito deu uma risada maléfica. – Eles vão te devorar de todo jeito, é claro. Mas se você tentar me atacar agora, a morte será mais rápida.

— O que você quer? – Ezmia perguntou. Os seus olhos tremiam de nervosismo, ela precisava ter contato direto com o inimigo.

— O que eu quero? Boa pergunta... – O homem deu alguns passos para frente, passando entre as miniaturas. Suas luvas pretas tocavam na ponta de alguns dinossauros, que ganhavam vida após o toque. – Eu quero que esse planeta valorize os mais inteligentes! Dinossauros extintos, onde já se viu? De onde eu vim, eles evoluíram! Eu sou um dinossauro e posso dizer o quão superior sou de vocês. Agora que o planeta está morrendo (aquecimento, poluição, terrorismo), devo entrega-lo aos donos que irão cuidar dele com muito mais esperteza.

Contato direto, ótimo!

— Fique parado! – A manipuladora gritou assim que o rival encarou seus olhos. O terrorista tentou mover os pés e viu que era impossível. – Você está me ouvindo? Agora me responda: quem te mandou para cá?

— Foi o Rei Mael e a sua nova rainha! Eles que fizeram essa proposta quando eu ainda era um fracassado do Universo Jurássico! Disseram-me que as luvas Chapman traria as melhores miniaturas de volta à vida e me mandaram para cá, o prédio mais alto dos Estados Unidos, onde eu poderia espalhar meus irmãozinhos por todo o planeta! – Ele falou num sopro, contra a própria vontade. – Eles também me falaram de seus truques. Por isso, não irei mais ficar bancando o idiota. Acordem, meus irmãozinhos! A hora da diversão começou.

As mãos do terrorista se agitaram rapidamente. A cada movimento, um dinossauro ganhava vida. Em poucos instantes, o observatório se encheu de ruídos e animais ferozes berrando e gritando. Ezmia entendeu a estratégia: ele não era mais capaz de escutar os seus comandos com tantos dinossauros fazendo barulho. Ela gritou para que o homem virasse uma estátua, que dançasse “É o Tchan” e que parasse de querer dominar o mundo. Mas ele não escutou e continuou movendo as mãos. Depois de despertos, as miniaturas começaram a crescer.

O machado de Arthur atingiu a cabeça de um Tiranossauro Rex do tamanho de um poodle. Ele girou a arma mais algumas vezes, destruindo o maior número de dinossauros que podia. Sabia que isso não iria adiantar, mas já tinha percebido a esperteza de Lana. Ela corria como uma raposa entre as feras pré-históricas, esquivando de todos os golpes com maestria. Ela sabia como ser rápida e passar de fininho entre os monstros. Em poucos segundos, a moça chegou onde o terrorista estava – afinal, ele não podia sair do canto.

Ela puxou suas luvas e as miniaturas explodiram como balões de festa, murchando até ficarem pequenas e sem vida novamente. Ela achava aquele efeito bastante engraçado, mas achou incoerente rir na cara do sujeito.

— Você vai aprender a não mexer mais com os humanos. – A oriental disse, virando-se para seus companheiros. – Ezmia, mande-o assistir Branca de Neve e o Caçador! E faça-o comer... – Ela fez uma careta de nojo só com a ideia. – 5 maçãs vermelhas!

O próximo passo de Lana foi fazer uma risada maléfica digna de bruxa dos contos de fadas. A risada durou pelo menos 3 minutos, até Ezmia e Arthur saírem de lá carregando o terrorista e a japonesa perceber que estava sozinha.

— Pessoal? Para aonde vocês foram? – A menina gritou desesperada, seguindo os companheiros.

Ezmia usou a sua manipulação para fazer com que as vítimas do ataque achassem que tudo não passou de um mal entendido. Ela falou que um chihuahua atacou todo mundo, sendo transportado para lá por uma velhinha por engano. Quando perguntaram sobre o chihuahua, ela apenas abaixou a cabeça e disse que o cachorro descansava em paz. Várias crianças choraram. Até que Lana teve a brilhante ideia de dizer que o chihuahua saiu voando com super-poderes. Algumas crianças até que acreditaram.

— E você, fique parado e sem se mexer até que a polícia ou o pessoal da Escola de Guardiões chegue, ouviu? – Ezmia falou para o terrorista, que pareceu decepcionado. – Não fale nada até isso. Muito bem!

Ela respirou fundo e olhou para seus companheiros, que pareciam impacientes. Lana estava querendo ir embora o mais rápido possível e dizer a todos como a sua missão foi um sucesso, enquanto Arthur conservava uma expressão sombria no rosto.

Ele sabia que essa hora ia chegar, mais cedo ou mais tarde. Tinha arquitetado todo o plano no caminho para o One World Trade Center, que consistia basicamente em bater em todo mundo que aparecesse na frente caso não deixasse descobrir o paradeiro da sua mãe. Agora que a missão deles tinha acabado, estava livre para ir em busca do seu objetivo maior.

— Essa é a hora em que nós nos despedimos. Peço que não me atrapalhem. – Ele disse, caminhando até o elevador. – Preciso saber onde está a minha mãe e essa informação é confidencial demais para o diretor Franklin descobrir sozinho.

— E o que você vai fazer? – Lana perguntou, aflita. A tensão aflorou entre os três membros da equipe.

— Vou invadir o sistema da Escola de Guardiões. – Ele apertou o botão do elevador. – Não me impeçam.

— O diretor falou que existe uma sede da escola nesse prédio. Andares 72 ao 77. – Ezmia comentou, mais para si mesma. – Lá devem estar contida todas as informações da escola, sobre nossa situação acadêmica, nossos inimigos e os nossos pais...

— Sim, e daí? Isso é errado, gente! Vocês não podem simplesmente invadir o sistema da escola, vocês serão expulsos, ou presos ou coisa pior! – Lana estava em desespero. – A Escola de Guardiões é o único lugar seguro para nós!

— Não mais... – A manipuladora fez uma careta. – Antes da missão, eu fui atacada pelo professor Hector Moore. Ele e Clementine White disseram que o Rei Mael está recrutando guardiões para o lado deles. Estamos em guerra, Lana. – Ela respirou fundo. – Além disso, eu vi meu pai por aqui. Ele desapareceu há anos e acho que não é coincidência ele surgir no meio dessa confusão e logo no prédio onde tem uma sede da escola. Ele era um brilhante cientista...

— Ezmia... – Os olhos de Lana marejaram.

O sinal sonoro do elevador avisou que já estava pronto para o embarque. Arthur foi o primeiro a entrar seguido da manipuladora ruiva.

— Eu entendo se você não quiser vir, Lana. Mas peço para compreender nossa situação.

Arthur continuava calado, encarando o horizonte. A única coisa que ele pensava era na mãe e o que estaria disposto para encontra-la.

A porta do elevador se fechou aos poucos, trazendo uma sensação de claustrofobia para Ezmia. Ela não sabia por que, mas achava importante que a equipe continuasse unida naquela situação. Por mais que fosse difícil isso acontecer. Ela encostou-se na parede do elevador e viu duas mãos frágeis impedindo a porta de fechar. Lana sorriu ao entrar no elevador, depois de alguns segundos de reflexão.

— Então é aqui o expresso para a loucura total? – Ela piscou para Ezmia e deu uma tapinha no ombro de Arthur, imitando sua postura: braços cruzados, cara fechada, pernas levemente abertas.

— Você veio! – Ezmia gritou de súbito. Ela abraçou a amiga. – Por quê?

— Ora, nós somos uma equipe e eu nunca ia deixar vocês na mão. Por mais que o grandalhão não queira admitir, eu posso ser muito útil nessa missão suicida.

— Você é muito útil nessa missão suicida. – Arthur falou com seriedade. – Agora podemos nos concentrar em invadir o sistema da Escola de Guardiões?

— Sim, senhor! – Lana gritou, batendo continência.        

E o elevador parou no andar 72º.


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Notas finais do capítulo

Saiu a Trilha Sonora de Escola de Guardiões! Saca só a playlist!

Trilha Sonora
Escola de Guardiões - Recrutamento

Música Tema: Heroes (We Coudl Be) - Alesso

Ezmia Mauntravani: Love Bites (so do I) - Halestorm
Lana Mizuki Kuroba: Blessing - Vocaloid
Scott Leon Blake: His World - Ali Tabatabaee & Marty Lewis
Ali Hastings: Can't blame a gir for trying - Sabrina Carpenter
Kitty Hudson: Dollhouse - Melanie Martinez
Ann Cathalÿn Levynsck: Maps - Maroon 5
Matheus Antony: Carry on my wayward son - Kansas
Ryan: Battle Scars - Nightcore
Deborah Quinn: Elements - Lindsey Stirling
Arthur Bone: Skrillex - Bangarang feat. Sirah
Aleka Savalas: Happy Together - Turtles
Alwaid Draconis: Demons - Imagine Dragons
Sarah Watson: Mr. Brightside - The Killers

Link para download: http://www.4shared.com/rar/qrPbdImcce/Trilha_Sonora_-_Escola_de_Guar.html

Infelizmente, os criadores de Galina Strosvisck, Oktavia Kadnikov e Pietro Del Mar não mandaram suas músicas e eu não pude adicionar à Trilha Sonora. Mas, se mandarem, eu posso atualizar!

PS: Peço milhares de desculpa pela demora eterna para sair o capítulo novo. Tudo juntou: faculdade, bloqueio criativo e só AHUAHAUUHUHUA Mas foi os suficiente para me deixar afastado durante esses dias. Desculpa mesmo! Optei por focar em só uma equipe por capítulo, acho que assim a história vai fluir melhor. Espero que gostem! E comenta o que acharam do capítulo, vai! E da Trilha Sonora? Posso garantir que está incrível! Descobri muita música boa, hein! Até mais! :D