Escola de Guardiões - Recrutamento escrita por Tynn


Capítulo 2
Capítulo 1 - Boatos




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Os pássaros cantavam alegremente, despertando a garota sonolenta. Lana espreguiçou-se, arrumou a cama e cantarolou uma canção. Ela abriu as janelas para apreciar os animais da floresta que acenavam ao ver a garota feliz. Lana virou-se, pegando os pratos e colocando sobre a mesa, somando oito lugares.

— Que dia maravilhoso! – Ela suspirou, encantada.

Pegou a vassoura, pequena demais para a sua coluna, e varreu o chão, como se aquela fosse a melhor coisa para fazer em uma manhã ensolarada. Ela escutou alguém batendo na porta de madeira. Por isso, deixou a vassoura apoiada na mesa e puxou a maçaneta da porta. Existia uma simpática velhinha do outro lado com um sorriso desdentado. A velhinha segurava uma cesta; ofereceu-a a Lana.

— Muito obrigada, senhora linda e bondosa! – A menina pegou a cesta, mas quando a abriu, sacudiu o objeto no chão. A cesta estava repleta da pior coisa que poderia existir na face da Terra, tão terrível que fez a pele clara de Lana ficar ainda mais pálida. Na cesta tinham várias maçãs!

As frutas vermelhas se espalharam no chão. A moça correu para o seu quarto, dando-se conta do horror. No espelho, via-se usando um longo vestido com uma saia amarela e o dorso azul claro: ela era a própria Branca Neve. O coração de Lana ficou acelerado, a garota começou a arfar e as maçãs se multiplicaram, enchendo o cômodo até sufoca-la. Ela fechou os olhos e gritou.

— MAÇÃS NÃO! – A menina acordou do pesadelo soando frio. Perto dela, uma garota de cabelos ruivos olhava-a irritada.

— Qual o seu problema?

Só então Lana se deu conta. Ela estava dentro do dormitório feminino na Escola de Guardiões. O local era espaçoso, com dois beliches, dois guarda-roupas e um par de mesas para que as estudantes pudessem ler nas horas vagas. A menina ruiva, que usava uma roupa para praticar exercícios, fitava Lana como se encarasse uma perturbada.

— Da próxima vez, grita mais alto porque o pessoal do dormitório masculino ainda não acordou. – A ruiva foi até o guarda-roupa e puxou duas adagas, guardando-as nas costas.

— Desculpa, é que eu sonhei que eu estava em um quarto muito bonito, e aí apareceram uns animais fofos e legais. Só que veio uma velhinha com maçãs! Dá para imaginar? Quando me dei conta, eu era a Branca de Neve! – A menina falou tudo como se descrevesse uma história de terror. – Além disso, sou Lana Mizuki.

— Ann. – A moça das adagas respondeu. – Você deveria dormir, ainda são 5 horas da manhã.

— Para aonde você vai tão cedo?

— Não interessa. – Ann saiu em seguida, deixando a garota sozinha com as outras duas meninas que ainda dormiam no quarto.

Lana levantou-se e olhou nos espelhos. As franjas negras continuavam lá, assim como o seu pijama. Por sorte, não tinha se transformado na Branca de Neve. A moça sentou-se na cama para voltar aos seus desenhos (que tanto amava).

Assim era a sua vida na Escola de Guardiões: uma aventura atrás da outra. Com alguns foras para variar. A moça era japonesa, o que explicava os seus olhos puxados e o nome incomum. Encolheu as pernas para servir de apoio para a sua prancheta com um papel, ao qual resolveu desenhar um corvo, uma das suas aves favoritas. Ela escutava o ronco da menina na cama à frente, e existia outra que adormecia no beliche, logo em cima de Lana. Foi a última que surtou:

— Alwaid, temos que ir! – A menina pulou do beliche e olhou para os lados, pegando uma pena e ameaçando usá-la da forma mais cruel possível. – Acho que foi só um pesadelo. – Sussurrou.

— Encontrou Branca de Neve? – Lana quis saber, mas a jovem com a pena assassina balançou a cabeça. – Ah, deixa para lá.

— Quem teria um pesadelo com Branca de Neve? – A garota perguntou. Ela era albina, com cabelos brancos; guardou a pena no bolso finalmente. – Isso foi alguma piada?

— Não, me desculpe! – A menina sorriu, desconcertada. – É porque eu não gosto da Branca de Neve. Todos costumam me comparar a ela, além disso, eu odeio maçãs.

— Tudo bem, cada um com seus problemas. Sou Oktavia.

— Prazer, Lana.

As duas se cumprimentaram. Todo o ano era a mesma coisa na Escola de Guardiões: os alunos precisavam conhecer seus novos colegas de dormitório. O diretor Franklin fazia questão de trocar os lugares quando um ano letivo começava para que os alunos tivessem uma interação melhor. Isso também acontecia com as equipes, que eram reagrupadas para facilitar a interação dos alunos. Como aquele era o primeiro dia letivo do ano, o anúncio das novas equipes ocorreria à tarde, quando o diretor Franklin faria uma palestra de boas-vindas.

Oktavia abriu o guarda-roupa e procurou a roupa que usaria para vestir. Os pesadelos de perseguição estavam ocorrendo com mais frequência, o que causava certa perturbação na menina. Ela tentou se distrair com a busca de uma camisa amarela, mas sua mente vagava longe. Ela só voltou a si quando Lana perguntou:

— Quem é Alwaid? – A menina estava na cama, fazendo um lindo desenho de um pássaro. – Digo, é uma pessoa?

— Sim, meu namorado. – Oktavia por fim pegou uma camisa bege e uma calça jeans. – Ele também é aluno da Escola de Guardiões.

— Que bonitinho! Vocês devem formar um lindo casal!

— Obrigada. - A garota albina respirou fundo. Aquele assunto era delicado para ela. Não queria que as pessoas soubessem o passado dos dois. Pensou em sair para tomar um banho quando viu o desenho de Lana. – Isso é um corvo?

— Sim. Sabe, eu me chamo Lana Mizuki Kuroba e Kuroba significa Pena Negra. Qual o primeiro animal que lhe vem à cabeça quando eu falo em penas negras?

— O corvo. Mas você não está pitando-o de preto.

— É porque o meu corvo é branco. Segundo a mitologia Grega, o corvo é uma ave branca. E para nós, japoneses, ele simboliza gratidão, amor familiar e é um mensageiro divino.

— Mensageiro divino... – Oktavia falou para si mesma. Ela escutou toda a história com bastante atenção, analisando os olhos puxados de Lana com cuidado. – Acho que você vai gostar disso.

A garota albina colocou a roupa que pegou em cima de uma das mesas. Ela virou-se e começou a fitar um ponto qualquer no quarto, como se quisesse livrar a mente de qualquer pensamento. Lana permaneceu sentada na cama onde conseguia ver a quarta integrante do quarto, que dormia silenciosamente. Oktavia abriu os braços e passou a batê-los, como se fosse um pássaro, e algo mágico aconteceu: dos seus braços, penas brancas começaram a se formar. O nariz dela ficou alongado, até aparecer um bico. O corpo da menina encolheu e, em poucos instantes, existia um corvo branco batendo as asas e voando pelo quarto. Lana olhou para tudo maravilhada, observando o animal raro sobrevoar o cômodo. Ela encarou o seu desenho, depois o corvo branco, e percebeu a semelhança entre ambos. Oktavia, na forma de ave, pousou no ombro da oriental e aceitou receber o carinho da nova amiga.

As duas pareciam contentes, até a menina que dormia abrir os seus imensos olhos azuis. Ela levantou-se de súbito e segurou o travesseiro.

— Não se mexe... – Sussurrou. Quando Lana e Oktavia se deram conta do que a menina ia fazer, era tarde demais.

A ex-dorminhoca atacou Lana impiedosamente com o seu travesseiro. Ela bateu quinhentas vezes na cara de Lana, que não conseguia respirar, ou falar, ou tomar qualquer atitude sensata. Oktavia voou antes de ser atingida pela maníaca do parque, que parecia enfurecida ao atacar Lana e seu suposto corvo do mal.

— Calma... Ela... Oktavia... Amiga... – Lana dizia entre uma travesseirada e outra.

Oktavia pousou no chão e tornou-se humana novamente. A menina de olhos azuis quase teve um enfarte ao ver a transformação do corvo em garota albina.

— Cruz-credo! – Disse, de olhos arregalados e paralisada. – Mas, como? Você? Corvo?

Oktavia tentou manter-se séria, mas acabou caindo na gargalhada, assim como Lana. A terceira menina sentiu o cérebro entrar em curto-circuito tentando compreender a situação, até que desistiu e entrou na gargalhada também.

— Essa daí é Oktavia, a menina-corvo! Eu me chamo Lana e estava morrendo sufocada.

— Me desculpem, meninas! Eu não sabia que o corvo no seu ombro seria uma pessoa. Sou Aleka. – Ela respondeu e as três se sentaram em uma cama. – Então você é mutante? – Oktavia assentiu. – Eu sou curandeira.

— Que legal! Eu também. – Lana falou divertida. – Estou doida para saber qual vai ser meu time e minha primeira missão.

— Eu não. – Aleka assumiu. – Estão rolando boatos que a Escola de Guardiões passa por um momento complicado. – Oktavia remexeu-se na cama.

— Como assim?

— Não sei muito bem, mas parece que estamos sendo alvos de perseguição. Eles querem alguma coisa aqui da escola.

Oktavia ficou mais inquieta. Ela lembrou-se de Alwaid e torceu para que aquilo fosse apenas boato. Se realmente existia um grupo de inimigos querendo invadir a escola, talvez lá não seja mais seguro para ela e o namorado. As meninas perceberam o desconforto de Oktavia, que logo colocou um sorriso na cara e começou a falar sobre coisas divertidas, para tentar esconder o pavor que começava a surgir dentro do seu peito.

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A porta da diretoria abriu-se silenciosamente, para o incômodo do diretor Franklin. Ele estava sentado em sua poltrona de couro, girando-a pacientemente de um lado ao outro. Na mesa, algumas fotos de familiares ficavam dispostas ao lado do seu computador pessoal e a papelada que precisava colocar em dia. O aluno que entrou tinha cabelos castanhos meio avermelhados e estatura mediana, mas era corpulento, com cicatrizes nos braços expostos.

— Bom dia, Arthur. – O diretor cumprimentou, cordialmente. – O que o trás tão cedo? – Ele indicou uma cadeira para que Arthur pudesse se sentar. O jovem assim o fez.

— Quero notícias da minha mãe. – Falou, em tom sério. – Desde que cheguei à escola, não recebo uma mensagem diretamente da minha mãe, sempre são e-mail do governo ou cartas impressas. Eu quero telefonar para ela.

— Infelizmente, você sabe que eu não tenho acesso aos seus familiares nem aos de ninguém daqui do instituto. O governo apenas me entrega os jovens para que eu os insira em aulas teóricas e práticas para se tornarem brilhantes guardiões.

— Se você não pode me dar respostas, quem eu devo intimidar? – Arthur não suportava o jeito sereno com que o diretor falava, como se tudo na vida fosse perfeito. Se o apocalipse ocorresse agora, Arthur poderia apostar que o diretor sorriria e diria palavras de consolo enquanto jogava cartas. – Eu preciso saber.

— Assim você não chegará a canto nenhum, jovem bárbaro.

— Eu estou farto disso! – Arthur bateu os dois punhos na mesa, amassando a madeira no formato de seus dedos. – Eu estou fazendo tudo certo aqui. Não matei ninguém, participo das missões e obedeço (quase) todas as regras da escola. A única coisa que eu peço é um telefonema para a minha mãe e você não pode me dar? Eu não sou tão paciente assim.

Arthur reparou que a porta atrás de si abriu, provavelmente os puxa-sacos do diretor escutaram o barulho e resolveram ver o que acontecia, mas Franklin apenas abanou as mãos e a porta voltou a se fechar.

— Arthur, o que eu estou falando é verdade. Eu me preocupo bastante com os meus alunos, mas não tenho poder para vasculhar a situação atual de todos os pais das crianças. Possuo sim a ficha de cada um, com informações atualizadas mensalmente. Entretanto, eu não controlo as informações que chegam aqui; tudo o que eu recebo você também recebe. Isso está além da minha capacidade como diretor. A não ser que eu infrinja as leis, eu não conseguirei respostas. Minha função é cuidar das crianças e das atividades da escola, nada mais que isso.

Arthur bufou, nitidamente insatisfeito com o rumo da conversa. Tudo o que ele queria era pular em cima daquele diretor e amassar seus óculos redondos, para ver se assim ele conseguia enxergar melhor a situação a sua frente. O bárbaro conteve a fúria, pois ainda era racional o suficiente para saber que precisava continuar na escola. Ele não tinha para onde ir: o paradeiro de sua mãe Amyla continuava um mistério e o pai provavelmente estava morto, vítima das guerras constantes de seu mundo de origem, Vandal.

— Diretor, o senhor sabe que eu preciso falar com a minha mãe. Essa situação não ficará assim por muito tempo. – Arthur levantou-se bruscamente e caminhou até a porta.

— Arthur Bone! – O bárbaro parou, sem olhar para trás. – Saiba escolher bem os seus aliados na busca por Amyla. Você pode não acreditar, mas eu estou me esforçando ao máximo para encontra-la. E você precisará de mim se quiser revê-la.

Aquilo era uma ameaça? Arthur deu de ombros e continuou seu caminho para a porta, fechando-a com um estouro. O diretor respirou fundo e remexeu os cabelos grisalhos.

— Ai, ai... – Ele levantou-se, reparando nos danos causados em sua mesa. – Tão cedo e já tenho mais um prejuízo? Preciso parar de receber alunos a qualquer hora.

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Ann saiu pelo prédio principal da escola. Ela costumava não levar armas quando fazia as suas corridas matinais, mas havia boatos de que a escola não estava mais tão segura quanto antes. A moça, com sua pele clara e os cabelos ruivos que desciam até a cintura, parou diante do portão de saída, pois o mesmo ainda estava fechado impedindo a sua passagem. Ela bateu três vezes na cabine do porteiro.

— Com licença, o senhor não está vendo que eu preciso passar? – Ela perguntou, estressada.

— Para onde vai a essa hora? – O porteiro perguntou. Ele era baixinho, com olhos quase fechando de sono.

— Quero caminhar. Ou será que estou vivendo em um presídio?

— O diretor Franklin sabe disso?

— Céus! Eu corro TODO dia há anos. Ele sabe sim, não sairei do quarteirão da escola. Vocês têm câmeras em cada esquina desse muro, não haverá problema se o senhor ficar acordado e me observar.

— Certo. – O porteiro apertou um botão e o portão se abriu. – Volte antes das 7 horas para o café-da-manhã.

A garota o ignorou e começou a correr do lado de fora. Ela escondeu as adagas por baixo da blusa, deixando a lâmina dentro do cinto da calça. Respirou fundo, porque precisava continuar no seu ritmo disciplinado de treino. Os seus pais tinham sido excelentes alunos da Escola de Guardiões e ela seguia o exemplo deles. Já com seus 15 anos, conseguira tirar notas boas e realizava todas as aulas práticas com maestria. Tinha uma postura séria, pois era focada nos seus objetivos. Ela deu a primeira volta na escola, reparando que o porteiro voltara a dormir dentro da sua cabine. Babaca.

A segunda volta ocorria sem problemas, ela estava mantendo o ritmo. Olhou uma vez para o seu relógio, ao qual cronometrava o tempo que levava para dar a volta no quarteirão. Ao olhar para frente, entretanto, reparou em uma menina caída do outro lado da rua. A garotinha fazia uma careta de desespero, estendendo os braços em busca de socorro. Só então Ann viu a figura de um homem portando uma arma em caminho da pequena. A aluna não pensou duas vezes: correu até a perigosa cena.

Ela já chegou chutando o braço do homem, que tinha o rosto coberto por uma máscara. Continuou com outro chute na barriga e um soco no rosto do rapaz. Ele gemeu, parecia não saber muito de arte marciais. Ela, por fim, empurrou o bandido contra a parede e o viu cambalear.

— Você está bem? – Ann virou-se para a menina, que estava sentada no chão. – Ele fez algo contra você?

— Não. – A garotinha sorriu, um sorriso maligno. – Mas fará contra você!

Ela puxou um spray de pimenta e ativou no rosto da aluna. Ann contorceu-se com os olhos ardendo e tentou puxar as suas adagas, mas era tarde demais; uma dor aguda atingiu sua coluna. Ela caiu no chão com o homem de máscara apontando a arma recém-usada.

— Vou poder ganhar brinquedos novos hoje, papai? – A menina perguntou docemente, levantando-se com um salto.

— Claro que vai... – O homem colocou Ann sobre os ombros e andou calmamente com a filha pequena.

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Deborah, a mutante adolescente, estava sentada na frente da porta do professor Victor Quinn. Ela esperava o homem sair enquanto brincava com um isqueiro. A moça movimentou as mãos e o fogo se transformou em uma bola perfeita, em seguida virou um cavalinho que corria sem sair do canto. O próximo passo foi fazer uma fada em chamas, que voou até a altura dos seus olhos e desapareceu quando o professor saiu da sala.

— Deborah, o que você faz aqui?

— Pai, eu preciso falar com o senhor. – Ela levantou-se, ficando na frente do homem de 40 anos.

— Já disse que eu estou bastante ocupado com o início das aulas. Não tem outra hora que nós possamos conversar? – Ele tentou andar, mas a adolescente impediu sua passagem. – Fala logo quanto você quer.

— Não é sobre dinheiro, pai. Estão rolando boatos de que a Escola de Guardiões não é mais segura. – O homem ficou aflito. – Você está sabendo de alguma coisa!

— Não, eu não estou sabendo de nada.

— Aquilo não foi uma pergunta, foi uma afirmação. O senhor saber de algo. Por favor, eu também sou uma aluna daqui. Se eu preciso ficar mais atenta quando estou indo para o dormitório ou se corro o risco de um trasgo aparecer no banheiro feminino enquanto eu choro por alguma desilusão amorosa, eu preciso saber!

O homem encarou os olhos azul-claros da filha e percebeu que não teria outra opção a não ser conversar sobre o assunto. Sempre que a menina colocava algo na cabeça, ela iria até o fim. E se Victor não contasse logo, Deborah procuraria outras formas de descobrir a verdade. O professor segurou a filha pelos braços e forçou-a a se sentar na cadeira.

— Olha aqui, mocinha, é melhor você não falar isso com outros alunos.

— Eu juro. – Ela beijou os próprios dedos cruzados.

— Estamos passando por uma situação turbulenta. Estão havendo investidas contra a escola nesses últimos dias, o próprio Diretor Franklin pensou em adiar o início das aulas, mas não podemos deixar as crianças soltas nesse mundo violento. Existe uma ligeira possibilidade dos caras malvados estarem recebendo ajuda daqui de dentro. – Deborah arregalou os olhos.

— Um traidor? Aqui, na escola?

— Sim, agora silêncio! Não espalhe essa notícia para ninguém, entendeu? Precisamos... – O celular de Victor começou a tocar “Prepara”, de Anitta. – Você trocou o toque do meu celular de novo? – Deborah segurou o riso e o pai se afastou, conversando no celular em segredo. Não demorou muito até o pai desligar e fitar a filha, nervoso. – Você conhece alguma Ann?

— Sim, ela é uma mutante. Por quê?

— Parece que foi sequestrada. Ainda não sei muitos detalhes, o porteiro dormia na hora do crime.

— Está na cara que ele é o traidor!

— Certo... – Victor guardou o celular no bolso depois de ver a hora. – Olha, já são 6:40. O café-da-manhã começa às 7, você precisa se apressar. E lembre-se: boca fechada.

Deborah beijou novamente os próprios dedos e saiu de lá em silêncio. Ela ainda precisava aprender a controlar os seus poderes, apesar de já conseguir fazer bastante coisa. Além disso, tinha esse problema do sequestro! Deborah não era a favor da violência, sempre achou que uma boa conversa poderia evitar muita briga desnecessária, mas se fosse preciso usar a força para salvar sua amiga, não pouparia esforços.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram? Eu apresentei parte dos personagens agora. No próximo capítulo mostro os outros (não se preocupem!).

Também quero pedir uma coisa:

Quero que as pessoas que criaram Arthur, Alwaid, Ryan, Scott e Matheus digam um nome de um animal.

As pessoas que criaram Ezmia, Oktavia, Galina, Ali e Pietro, quero que digam uma cor.

Olhem nos comentários anteriores para não se repetirem. Podem ser animais místicos, extintos, exóticos, qualquer coisa.
Em breve, vocês saberão para quê isso.