The lady of Casterly Rock escrita por BeaR


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Sabe quando você simplesmente esquece de que uma fic existe?
Pois é!
;(



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    Many people said that Lord Tywin Lannister ruled the Seven Kingdons, but Lady Joanna ruled Lord Tywin”.

 

   O casamento de um Lannister era sempre algo comentado, mas o seu casamento fizera todos os Sete Reinos se virarem para o Septo de Baelor. Foi uma cerimônia linda, e exatamente como ela tinha sonhado em seus sonhos de criança, com todo o luxo e pompa que um grande casamento importante deveria ter.

    Mas como ela já tinha aprendido da pior maneira, nenhuma felicidade vem de graça, e o pagamento pelo seu casamento era aturar Aerys. Ele permaneceu lá por toda a cerimônia, e por mais que Joanna tentasse simplesmente ignorá-lo, o Rei fazia questão de fazer piadas e comentários maldosos e nojentos sobre ela em alto e bom som. Respirar fundo e fingir que não havia escutado era a melhor opção, porém quando Aerys lamentou sobre o ato da Primeira Noite ter sido banido, ela viu o maxilar e os punhos de Tywin se fecharem, os olhos verdes e dourados transbordando raiva. Ela temeu que algo acontecesse, mas em seu íntimo sabia que Ty era inteligente demais para fazer alguma coisa.

   Durante o ritual de despir e levar os noivos para a cama, era claro que Aerys tentou se aproveitar dela. Sentir as mãos asquerosas dele pelo seu corpo a fizeram ficar enjoada, mas o pior foi o olhar chocado dos outros homens pelas liberdades incomuns que Joanna sabia que ele estava tomando, mas que era incapaz de tentar pará-lo. O maldito era o Rei, ela sussurrava para si mesma, ela não podia lhe esbofetear como há muito tempo desejava. Simplesmente engoliu o orgulho e fingiu que nada havia acontecido.

    Porém os senhores que presenciaram não pareceram capazes de segurar as próprias línguas. Como velhas fofoqueiras, eles sussurravam sobre como Aerys parecia mais íntimo que o normal com a esposa de Tywin Lannister, e não demorou muito tempo para que as pessoas também notassem os olhares de cobiça que ele dirigia a ela quando entrava na sala do trono ou se encontravam pelos corredores.

    Os sussurros logo chegaram a Rainha, e Rhaella, que geralmente não se importava com as traições do marido, teve uma conversa curta e definitiva com a sua dama de companhia, e Joanna foi dispensada de seus serviços. Sentiu-se traída e injustiçada, principalmente por saber que todo o reino pensaria que ela era uma concubina do Rei. Ty e ela decidiram que seria muito melhor voltar a Casterly Rock, longe de todos os sussurros e olhares depravados de Aerys, e então ela agradeceu aos deuses pela oportunidade de estar longe daquele homem.

    No Oeste as fofocas e apostas eram sobre seu matrimônio. A incredulidade sobre seu casamento ser por amor entretinham os senhores e vassalos e a divertiam. Joanna podia ver a mesma pergunta em centenas de olhares diferentes: Tywin Lannister realmente sorriu?

    Ah, ele sorriu. Também sorriu quando um tempo depois, ela deu à luz a lindos gêmeos dourados como eles dois. Quando Genna a entregou dois bebês rechonchudos e iguais, ela sentiu que os deuses estavam sendo bons demais para ela. Um menino e uma menina, Jaime e Cersei, um leão e uma leoa de Casterly Rock. E ela não poderia ter pedido uma família mais perfeita.

    Joanna podia passar mais tempo com Tywin e as crianças, já que agora Aerys parecia muito entretido com o Oeste e governava lá. Ela sempre evitava encontrar o Rei, e por benção dos deuses ela não o viu mais que o necessário. Ty parecia lidar muito bem com o trabalho duplo de ser o Senhor do Rochedo e ainda Mão do Rei, ela sempre o ajudava, é claro. Ele tinha confiança o suficiente nela para deixa-la tomar decisões importantes e governar enquanto ele estava resolvendo assuntos do reino. Por um bom tempo eles foram felizes, bem ali, onde ela sentia que eles deveriam estar. Porém o Rei decidiu voltar à Fortaleza Vermelha, e com ele foi Tywin e metade da sua felicidade.

    O tempo passou tão rápido que ela tomou um susto quando recebeu uma carta de Ty a chamando para apresentar os filhos em Porto Real. Já era hora? Aliás, era uma boa hora? Ela sabia que a relação entre Tywin e o Rei não andavam nada boas, por isso sentiu uma pontada de preocupação de levar os gêmeos para aquele lugar fedorento e hostil.

   Olhou para os filhos, brincando juntos no chão do quarto, e pensou no orgulho que sentia das suas crianças. Tinham apenas seis anos de idade, e pareciam ser perfeitos. Tão iguais que ela mal conseguia diferenciar quem era Jaime e quem era Cersei, e ela sabia que eles usavam disso para enganar e brincar com os criados. Até mesmo Tywin tinha dificuldade saber com qual dos dois ele estava falando, mas ele nunca admitiria isso em voz alta, ela tinha certeza.

    Durante toda a viagem até Porto Real ela engoliu o medo, mas quando apresentou para toda a Corte, Jaime e Cersei, todos olharam maravilhados, menos o Rei. E mais do que o olhar de cobiça que ela já estava acostumada, ela viu a inveja se acumulando em seus olhos, e em alto e bom som, ele proferiu palavras que ela nunca iria esquecer:

    − Os seus seios foram arruinados pela amamentação? – Ela piscou algumas vezes até conseguir entender que ele se dirigia a ela. – Seria uma pena, me lembro de serem empinados e orgulhosos.

   Toda Corte pareceu chocada. Joanna estava chocada. Tywin parecia estar se controlando para não matar Aerys, e foi então que ela percebeu alguns risos, discretos, mas ainda sim risos zombeteiros. Ela não falou mais nada enquanto saia da sala do trono, tão humilhada que sequer conseguia responder a Cersei o porquê de estar chorando. Chorou por muitas horas até que Ty chegasse ao seu quarto, os olhos ainda raivosos e o maxilar trincado, mas ele não disse nada enquanto deitava na cama e a abraçava, e em silêncio ela sabia que ele estava dizendo que tudo ficaria bem.

   Mas não ficou, a partir daquele dia, tudo só tendeu a piorar.

   Em seu leito de morte, olhou para o bebê mais uma vez. Soube pelas parteiras que era um menino, e o olhar horrorizado delas era completamente compreensível, porém ela não sentiu asco. A cabeça era muito grande para o corpo, o nariz era largo e fundo no rosto, os fios ralos na cabeça eram de um loiro quase branco.

   É tão feio quanto o monstro que te fez, coisinha. Pensou com um sorriso amargo no rosto, até se sentir culpada por ser tão cruel. Mas a vida era cruel, não era? Se perguntou se ele seria tão louco e cruel como o pai. Odiou o bebê asqueroso por um momento, sabia que estava morrendo, os olhares nervosos e penosos do meistre eram claros. Tudo era culpa do pequeno monstro que ela acabara de parir. Morreria parindo o bastardo de um homem que ela sempre odiou. Riu-se mais uma vez pela ironia dos deuses, e as parteiras a olharam como se fosse louca.

    Lembrou-se de Cersei e Jaime, provavelmente aflitos pela demora do parto. Crianças tão lindas e promissoras. Tinha certeza que eles seriam importantes, e sentiu-se culpada por não estar orientando-os no futuro. Amava-os mais que tudo na vida, e era injusto a qualquer criança ser tirada da mãe tão brutalmente. Tywin tomaria conta deles, sem tanto carinho quanto ela fazia, mas ela sabia que ele os amava. Ele a amava também, e provavelmente sofreria em muito a morte dela. Sentiu pena do pobre meistre, ele com certeza descontaria sua fúria em alguém.

   Desejou que Tywin contasse uma história mais honrosa sobre a sua morte, e logo pensou no que Ty faria com o anãozinho. O jogaria do rochedo? Mataria o bebê enquanto todos dormiam? Ela sabia que ele não o aceitaria, jamais. Então notou que não queria que o monstrinho sofresse. Olhou-o novamente, sentiu sua vista escurecer e a morte a tomar, e a última coisa a ver foi o pequeno a encarando de forma quase desafiadora, um olho negro e outro verde, e por um segundo sentiu-se orgulhosa.

   Odeio-o, mas a sina de uma mãe é amar seus filhos.

 


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Notas finais do capítulo

Adorei escrever essa oneshot (?), sério!
Sinto muita falta de ler coisas sobre essa pessoa maravilhosa que era a Joanna, e então aqui está uma pequena homenagem para essa personagem, que para mim, foi uma das mais importantes e deveria ter mais reconhecimento!
E é claro, desculpem pela hiper demora...
Beijos people!



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