A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 19
Capítulo 19 - Saudades Sanadas


Notas iniciais do capítulo

Então pessoas, eu acho que eu tenho que me desculpar – para caramba – com vocês e também agradecer bastante aos que permanecem comigo.
Eu sei que sou uma escritora chata e trabalhosa, que fica meses sem postar e que só faz merda, mas, entendam, eu nunca vou abandonar essa história, mesmo que ninguém leia, eu vou continuar a escrevê-la no meu PC, porque eu sou apaixonada por ela, pelo Asher e pelas novas formas que tomaram o Maxon, a America e os outros personagens.
Eu sei como é chato ficar esperando a idiota da Liz postar capítulo, mas é que eu tô com um bloqueio e tudo o mais, além da rotina da escola, que tava mais pesada do que eu esperava – prova toda semana, tnc –, a coisa chegou num nível que eu tava desconfortável até em pegar o note.
...
Esse capítulo... então, eu tinha esse capítulo semi acabado há algum tempo, mas não sabia exatamente onde acabar. Eu queria que ficasse um pouco maior, para tentar compensar, sei lá, as cagadas que eu faço demorando um século para postar, mas eu não saberia onde terminar senão aí.
Como eu entrei de férias e acho que não vou ter que ficar estudando tanto assim pro vestibular, vou poder postar mais frequentemente, inclusive, pretendo postar outro capítulo antes de domingo e já estou trabalhando nele. (Sou desorganizada mesmo, mas quem me ama, me ama assim – seria uma pena se ninguém me amasse .-. (mentira, meus pais me amam).
Beijinhoos,
Até a próxima.



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P.O.V America

No dia seguinte, agi como uma selecionada normal, como eu em qualquer outro dia, mas me mantive distante e com os pensamentos preocupados, até fui para a biblioteca em algum momento do dia, mas quando percebi que não estava de fato lendo o livro, apenas repetindo milhares de vezes o mesmo parágrafo por não conseguir me concentrar, voltei para o Salão das Selecionadas.

Celeste, que havia ficado sumida desde a manhã, voltou pouco tempo depois de mim, e nos mandou “lembranças de Maxon”.

Fiquei lá até o jantar, quando comi sem muito vigor – o que é quase um crime, levando em conta a comida maravilhosa da mansão – e depois me recolhi para o meu quarto, onde dormi um sono no qual nem pude aproveitar o aconchego daquela cama maravilhosa na qual me deitava todos os dias.

Assim os dias transcorreram: lenta e tediosamente.

Na manhã posterior àquela, assistimos pela janela Asher tentando ensinar Kriss a atirar com arco e flecha. Teve um momento, o ápice do mal jeito de Kriss, que Natalie me perguntou o que ela estava fazendo de errado. Só porque eu era filha de Apolo – na verdade, justamente por isso –, eu não era obrigada a saber.

Durante a tarde, Annabeth e Silvia ficaram conosco, tentando nos auxiliar na escolha do cardápio da festa, mas eu estava aérea demais para desfrutar aquele pequeno banquete ou ficar feliz por, no final daquele encontro, estar tão empanturrada quanto eu sempre desejo ficar após os jantares.

Marlee tentou algumas aproximações, mas minha cabeça estava tão cheia que acabei a ignorando algumas vezes e ela por fim desistiu.

Numa daquelas tardes, havia encontrado Christian em frente a minha porta, fazendo vigília, ele parecia perceber o meu humor.

— Fique um pouco alegre. – ele pediu.

Senti-me melhor instantaneamente.

— Não use seu Charme em mim. Por favor.

— Vamos, Meri. O que há de errado com você?

O encaro, depois olho para baixo.

— Nada.

— É algo com Maxon? Asher? Aqueles deuses idiotas... – ele pragueja, como costumava fazer quando algum garoto que eu gostava fazia algo que me magoava. Não é como se a situação fosse muito diferente agora.

— Não que eu esteja torcendo por eles ou alguma coisa do tipo, mas se nenhum deles percebe como você é maravilhosa, são dois idiota.

Sorri, com os olhos ainda cravados no chão. Ele sempre tentava me colocar para cima. É bom saber que, mesmo com o tempo que se passou, não mudou muita coisa entre nós.

— E se você não ganhar essa maldita Seleção, qual o problema? Você não vai ser menos incrível por isso. E você sabe... você sabe...

Olho para ele, sem entender. Levanto os olhos e sua expressão é conflituosa e levemente emocionada.

— O que há, Christian? – me aproximo dele e o abraço, sem me importar que alguém perceba. Provavelmente, aos olhos de alguém que não nos conhece, esse poderia parecer um envolvimento a mais do que de apenas amigos.

— Você nunca percebeu, mesmo? – franzo o cenho. É estranho como sua voz soa dolorida. – Eu gosto de você, America, desde sempre.

Me afasto e o encaro.

— Você... gostava de m-mim? – minha voz sai tremida.

Ele começa a responder, mas eu apenas levanto minha mão, pedindo o seu silêncio e me apoio na parede.

Pensando bem, olhando por esse ângulo agora, todo o meu envolvimento com Christian jogado a outra luz, posso ver que sim, os sinais sempre estiveram bastante claros e eu, apenas eu, por não querer ver, ou por apenas ser tapada demais para enxergá-los, nunca os havia percebido.

Suspiro.

Lembro-me de uma vez em que estava triste por causa de um namorado e ele mencionou o fato que ele estava ali para mim se eu precisasse, que ele podia ser o que eu quisesse. Eu sempre havia pensado que ele queria dizer que estava disposto a fazer de tudo para me consolar, servir de um ombro amigo, comprar sorvete, assistir um filme bobo, se submeter às compras... nunca pensei que ele estivesse se referindo a me namorar.

Eu nunca sequer enxerguei Christian com esses olhos.

Lembro de uma vez em que Nicoletta disse que ele gostava de mim, que podia ver no jeito que ele me olhava, mas eu desconsiderei aquilo instantaneamente, afinal, quantos caras já não haviam gostado dela e ela não havia percebido? Aquilo era viagem.

E quando Olive disse que uma irmã dele tinha tentado jogar Charme nela para ela nos unir? Eu achei que ela tivesse tirando uma com a minha cara.

Ou quando ele se afastou quando eu e Noah começamos a namorar. Eu achei que ele apenas tinha cansado dos meus dramas, ou que achava que eu era boa demais para Noah, como ele sempre insistia em dizer, e apenas tinha cansado de me ver sofrer... Jamais poderia imaginar que ele é que estava cansado de sofrer.

Nunca eu diria que ele gostava de mim, mas agora tudo parecia tão claro.

— America, eu... eu tentei superar, mas... eu apenas...

— Não.

Não olho para ele. Não consigo. Sinto vergonha de tê-lo feito sofrer por tanto tempo e mesmo assim ele ainda ter conseguido juntar forças para sempre tentar me fazer me sentir feliz, mesmo que eu fosse sem ele.

Sinto tanta vergonha por nunca tê-lo dado atenção o suficiente, por nunca perceber que quando ele reclamava de minhas paixonites, ele também estava reclamando por seu coração dolorido, por nunca ter percebido o modo como ele me olhava ou ter visto através das descrições de suas supostas crushes.

Era eu. Sempre fui eu.

E eu nunca vi.

— Eu tenho que pensar um pouco. Desculpe.

Antes que ele respondesse qualquer coisa, corri para dentro de meu quarto e fechei a porta, agradecendo a qualquer um que estivesse lá em cima, por minhas criadas não estarem lá.

O resto do dia foi passado em extrema autopiedade e condenação, sentindo-me mal por o que eu tinha feito Christian passar, mas, nem de longe, conseguindo sentir por ele algo mais forte do que amizade.

Então o dia da festa chegou, e meu ânimo parecia estar voltando, apesar de tudo. Isso era bom, porque minha família estava chegando e eu não queria que eles pensassem que eu estava infeliz ali. Eu não estava. Não de todo, pelo menos.

Apesar de todas as crises recentes – eu quero realmente tudo isso? Chirstian me ama? O que eu estaria disposta a sacrificar por Maxon? Qual é o problema entre ele e Asher? E Olive e sua mãe? –, eu estava determinada a parecer uma adolescente feliz vivendo seus sonhos, durante aquela festa. Tudo o que eu mais queria era que minha irmã também viesse, mas como ela é totalmente alheia a toda essa minha realidade maluca, meus pais preferiram deixá-la em casa, o que me deixou um pouco triste. Eu sentia falta de May.

As minha criadas haviam me arrumado com um lindo vestido azul royal frente única que ia até os joelhos e era mais longo atrás. Meu cabelo estava solto e minha pele mais brilhante do que tudo. Elas haviam pintado minhas unhas com chapeis de bruxa e os dedos anelares com uma abóbora sorridente. Eu tinha achado o máximo – e tenho certeza que minha irmã também acharia se ela viesse me ver. Minha maquiagem era leve e devia refletir uma menina tranquila e feliz.

Suspirei. Por que eles estão demorando tanto?

Estamos todas enfileiradas no lobby da Mansão, esperando nossos familiares, umas parecendo mais felizes que outras. Incrivelmente, Celeste é a que parece mais infeliz. Talvez ela só esteja contrariada porque alguém colocou açúcar em seu café, pela manhã – acredite, ela já fez um escândalo por isso. Aparentemente, sua dieta é zero açúcar. Será que ela sabe que o macarrão que ela come se transforma em açúcar, em seu organismo?

— Senhorita America. – ouço Silvia dizer, seu tom reprovador no máximo, enquanto ela fuzila meus pés se mexendo constantemente no ladrilho.

Paro. Ela deveria saber que é difícil ficar parada quando se é uma semideusa. A verdade é que eu invejo a ela e a todos os empregados e guardas, por poderem se mover livremente sem que Silvia ficassem enchendo seus sacos. Suspiro.

Talvez, se Maxon ou Asher estivessem aqui, as coisas fossem mais tranquilas. Maxon ficaria tentando me acalmar e as outras meninas, e talvez entrasse em colapso se alguma de nós chorasse de alegria por rever nossos familiares. Asher certamente faria gracinhas até que todas nós estivéssemos calmas. Eu ainda estava chateada por nenhum dos dois ter tido tempo para mim nessas semanas.

— Eles chegaram! – uma voz grita das portas, interrompendo meus pensamentos e percebo que não sou a única a soltar um suspiro de alívio.

— Muito bem, senhoritas. Sejam boas meninas. Mordomos e criadas, nas paredes, por favor.

Tentamos ser as jovens adoráveis e nobres que Silvia desejava, mas tudo acaba no instante em que as mães de Kriss e – eu acho – Natalie entram pela porta. Uma criança negra vem logo nos calcanhares da mãe de Natalie, segurando sua saia. Eu sabia que todas éramos apenas crianças querendo colo dos pais, e era óbvio que suas famílias estavam com saudades demais para se importarem com o decoro. Eles correram aos berros, e Natalie saiu da fila sem parar para pensar.

A tia e o pai de Marlee foram mais comedidos, porém Marlee, emocionada ao vê-los saiu da fila, também correndo, para abraçá-los. Kriss saiu da fila de um jeito um pouco mais civilizado do que as duas primeiras e foi abraçar sua mãe. Sequer notei os pais de Celeste ou Elise, porque vi uma figura de cabelos vagamente brancos nas laterais e ruivos no topo, me observando com um sorriso da porta.

— Pai!

Ele ouve meu chamado e abre os braços, para eu ir abraçá-lo, enquanto minha mãe acena comedidamente trás dele, sorrindo também. Eu estava com tanta saudade deles.

Vou até seu encontro e me jogo em seus braços, ele me rodopia no ar.

— Gatinha. – ouço-o sussurrar contra meu cabelo, feliz. – Senti tantas saudades suas. – ele se afasta um pouco e olha para mim. – Você está tão linda!

Não consigo falar algo em resposta. Comecei a chorar, mas podia enxergá-lo através das lágrimas.

Minha mãe, alguns momentos depois, envolveu-nos com um abraço sem jeito e nós ficamos ali, aquele sanduichinho de gente feliz e com saudade.

Ouço alguém bufando e sei que é Silvia, mas nem me importo mais com ela a essa altura.

— Estou tão feliz de vocês estarem aqui. – digo, quando me recupero.

— Também estamos, gatinha. – responde meu pai. – Não dá para dizer o quanto sentimos sua falta. – Ele conclui suas palavras com um beijo em minha cabeça.

Me viro para olhá-lo melhor. Até esse momento, ainda não tinha percebido o quanto eu precisava vê-los.

Então eu abracei minha mãe. Eu estava chocada por ela estar tão quieta; era incrível que ainda não tivesse exigido um relatório detalhado do meu progresso com Maxon. Mas quando nos afastamos, notei as lágrimas em seus olhos.

— Você está tão linda, querida. Parece uma princesa.

Sorrio. Era bom não ouvir somente perguntas e ordens dela – ou cartas esbravejadoras – pelo menos uma vez. Naquele momento, ela estava apenas feliz. E isso significava muito para mim, porque eu também estava.

Reparo ela está olhando para alguma coisa por cima do meu ombro.

— É ele. – ela sussurra com algo entre devoção e surpresa em sua voz.

— Hein? – pergunto, me inclinando para ela. Quando viro-me para trás, vejo que Maxon está nos observando detrás da grande escadaria. Com um sorriso maravilhado, ele abre caminho para onde estamos. Meu pai se endireita rapidamente.

Pela visão periférica, vejo Asher, todo alegre conversando – e conquistando – os familiares de Marlee.

Meu pai fica calado, certamente por não saber como tratar um deus grego todo poderoso e tudo o mais, mas sua postura e o olhar que ele lança ao rapaz denotam uma profunda admiração.

Maxon vai ao seu encontro com a mão esticada.

— Senhor Singer, é uma honra. Ouvi tanto a seu respeito. E é uma honra conhecê-la também, senhora Singer. – continua Maxon, dirigindo-se à minha mãe, que também se aprumou e ajeitou o cabelo.

— Alteza. – ela desafina, um pouco atarantada. Não sei de onde ela tirou a ideia de que chamar um deus de “alteza” era o tratamento correto, mas como é o vigente, não discuto, apesar de querer saber de onde surgiu isso.

Maxon para e olha para o pequeno grupo de meus familiares, depois volta seu olhar para mim.

— Sua irmã não veio? – ele faz uma pausa, antes de ponderar, com um sorriso. – Parece que terei de esperar um pouco mais para agradecê-la por não ter chorado.

Tento ignorar o significado implícito naquelas palavras, que ele e May algum dia ainda vão se falar, que May será apresentada a nosso mundo, mas para isso, algo realmente importante deveria acontecer...

Como um casamento.

Afasto esses pensamentos e foco na conversa de Maxon com meus pais.

Maxon põe as mãos atrás das costas, como se sua formalidade tivesse voltado.

— Receio ter que conhecer os outros, mas, por favor, aguardem aqui por um momento. Farei um breve pronunciamento ao grupo. Espero conseguir falar mais com vocês logo. Estou muito feliz por terem vindo.

— Ele é ainda mais bonito pessoalmente. – mamãe cochichou para mim, quando ele se afastou um pouco. Apesar disso, pude notar que Maxon ouviu, pelo leve chacoalhar de sua cabeça. Essas devem ser as desvantagens de conviver com um deus grego.

 


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Notas finais do capítulo

Alguém já assistiu Animais Fantásticos e Onde Habitam? Só eu que não curti o que rolou com o Ezra Miller no final? Pois é. Comentem.