A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 16
Capítulo 16 - Encontros Frustrados, Livros e Crises Existenciais


Notas iniciais do capítulo

Oi. Não tenho muito o que falar a não ser que a minha net está enfrentando problemas, então, talvez eu fique um tempo sem postar, ou não. Tudo depende da boa vontade da Oi.



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P.O.V America

Minhas criadas ficaram meio chocadas, na manhã seguinte, quando voltaram ao meu quarto para me acordar, ao saberem que, apesar delas terem me deixado com Maxon no quarto, hoje eu tinha um encontro com Asher.

— É, garotas, aqui as coisas são rápidas. – eu brinquei, bastante constrangida e com as bochechas coradas.

  – Então temos que lhe arrumar rapidamente, senhorita. Como será o encontro? – pergunta Anne.

— Eu... eu não faço ideia. – admito com um careta.

— Isso é bom, eu acho. Quer dizer que ele quer lhe surpreender. – diz Lucy.

— Mas ela gosta do Príncipe Maxon! – argumentou Mary como se eu não tivesse ali.

— Mary! – repreendeu Anna. – Não seja indiscreta!

Mary olhou para mim e fez uma careta.

— Desculpe, senhorita.

— Não tem nada... – murmurei baixinho.

Eu não sabia que era tão transparente. Ainda assim, a companhia de Asher podia ser agradável... quando ele queria. Foi o que lhes disse, sem a última parte.

— Que bom, senhorita. E que vestido planeja usar? – pergunta Mary.

— Qualquer um. – digo, sem muito interesse.

— Senhorita... – Anne me repreende fracamente.

— Ele já me viu com a maioria dos meus vestidos mesmo. – replico.

— Isso não significa que precisa ser displicente com sua vestimenta. – diz.

— Tá. Quais são as minhas opções?

Mary dá pulinhos animados antes de correr até o closet. Ela volta, minutos depois com algumas peças.

— O azul. – digo.

— Tem certeza? – pergunta Lucy. – Acho que o marrom fica melhor com seu tom de pele durante a tarde.

— Então o marrom.

 – Mas o azul tem um caimento melhor. – diz Anne.

— E o vermelho fica mais sexy. – diz Mary.

— Meninas, meninas, calma. Tá difícil escolher assim, cada uma com um. Por que vocês não escolhem um só e me dizem?

— Mas quem tem que escolher é a senhorita. – rebate Lucy.

— Mas eu confio em vocês.

— Bem, eu prefiro o vermelho. – diz Mary.

— E Anne o azul e Lucy o marrom. – completo. – Que tal assim: cada uma pode votar em um vestido que não seja o seu.

— Marrom. – diz Mary, enquanto Lucy e Anne dizem, respectivamente.

— Azul.

— Marrom.

— Pronto, está decidido. – digo, por fim, feliz por aquela confusão ter acabado.

— E com qual você vai para o almoço? – pergunta Anne.

— Com o marrom, ué.

— Não, você vai com o marrom para o encontro.— corrige Mary.

— Eu não posso ir com o mesmo vestido para as duas coisas não? – choramingo.

— Não. – dizem as três ao mesmo tempo em graus diferentes de animação.

— Tá, o azul, então.

— Mas e o meu vermelho? – é a vez de Mary choramingar.

Suspiro.

— Eu uso no jantar.

— Eba! – ela comemora, e eu acho fofo.

— Okay, agora vamos arrumar a senhorita.

No almoço, tudo ocorre mais normal do que poderia ser esperado. No entanto, antes deste terminar, Maxon comunica oficialmente do baile que vai haver e Annabeth fala que amanhã à tarde, fotógrafos virão para fotografar-nos posando ao lado dos desenhos de nossas criadas para fantasias. É muita bobeira mesmo.

Todos começam a sair, mas antes que eu saísse, Asher me alcançou.

— America... oi. – ele dá um sorrisinho, mas parece cansado. – Desculpe, tenho que desmarcar nosso encontro de hoje. Maxon pediu uma audiência com Zeus para ver os detalhes da festa com o Olimpo e a dinamização da chegada da família. Acho que ele fez de propósito... – resmunga. – De qualquer modo, também não poderá ser amanhã. Que tal depois? – ele me dá um sorrisinho e não espera uma resposta, já está correndo. – Obrigado, você é demais, America! – ele grita, correndo de costas, então se vira e some no corredor.

Não sei por que, mas sinto um pouco de decepção.

Volto ao quarto e minhas criadas já estão com o vestido a postos para me arrumarem. Mary para por um instante, me encarando, como se percebesse algo errado na minha fisionomia.

— O que houve, senhorita? – ela pergunta, franzindo seu cenho e parecendo preocupada.

— Asher cancelou.

— O quê? – as três exclamam em graus diferentes de confusão, frustração e decepção.

Eu não sabia por que, mas também estava confusa, frustrada e decepcionada. Decepcionada e frustrada pelo encontro, confusa pelos meus sentimentos. Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo com aquele pequeno e poderoso músculo que eu chamava de coração.

Será que Afrodite estava brincando comigo? Será que era por causa de sua filhinha detestável, Celeste?

Suspiro.

Lucy, parecendo querer me animar, muda de assunto:

— Teremos um baile, senhorita! De Halloween!

— Sim, teremos. Mas eu já sabia.

— Ah, então foi isso que o Sr. Maxon veio falar ontem à noite? – pergunta Mary.

— Yeah... – respondo meio desanimada, enquanto Anne a repreende como sempre acontece quando Mary ou Lucy são supostamente “indiscretas”.

— Mas já estamos começando a fazer sua fantasia, senhorita! – continua Lucy, se negando a desistir de me animar.

— Sério? – finjo falsa animação. Acho que elas não percebem.

— Aham. O que a senhorita está pensando? – pergunta Mary.

— Qual fantasia quero usar, você quer dizer?

— É... – confirma ela, de cenho franzido, como se fosse óbvio. Talvez fosse.

— Qualquer uma.

— Sério? A senhorita não tem nenhuma preferência? – pergunta Lucy.

Observo que Anne está estranhamente calada hoje, apenas falou uma vez, e foi para repreender Mary, mas nem foi com muito entusiasmo. O que será que ela tem? Prefiro não ferir sua privacidade, então apenas observo sua distância e a relevo.

— Não.

A Cultura Pop que me perdoe.

— Certo, então vamos começar a trabalhar, meninas. – diz Anne, seu tom distante, como se tivesse acabado de despertar de um transe. – A senhorita quer que alguma de nós fique aqui?

— Não. Eu acho que vou para a biblioteca ler um pouco. – digo.

— Certo, vamos. – diz Anne, já as enxotando do meu quarto.

Troco de roupa e visto um vestido mais curto e mais fresco, marrom, e até mesmo simples em comparação aos outros que estão em meu armário. A verdade é que tudo aqui é extravagante, chique, sofisticado e caro, até mesmo as coisas mais “simples”, como esse vestido, mesmo que tudo seja feito à mão pelas meninas, acredito que também tenham algumas peças de grife misturadas às de autoria de Anne, Mary e Lucy, como as calças que Maxon me deu.

Vou para a biblioteca e procuro algum título interessante. Eu sempre lia muito no período escolar, mas todas as vezes que entrava de férias e ia pro Acampamento... não é como se nós tivéssemos muito tempo para ler, sabe? Nem mesmo os filhos de Atena.

Enquanto olho pelas estantes, me pergunto quando chegarão novas cartas de minha família, Nicoletta e Georgia. Quando Aspen vai finalmente me escrever e quando Georgia vai me chamar para outra Mensagem de Íris. É quase como se eles não sentissem a minha falta e isso é muito angustiante.

Será que meus irmãos não acham estranho o fato de eu ainda não ter voltado para a casa, mesmo depois da volta às aulas? E Nicoletta ou Georgia? Será que eles não me conhecem bem o suficiente para saber que eu não faria isso em condições normais ou será que apenas não se importam? O que diabos poderia ser tão importante para me tirar das aulas? Certamente não arranjar um marido aos dezessete anos.

Suspiro, observando as lombadas dos livros. Orgulho e Preconceito e Zumbis. Bem, parece interessante. Eu já havia lido o Orgulho e Preconceito original uma vez para a escola e visto um filme com esse título, o dos zumbis, mas nunca havia passado pela minha cabeça que fosse uma adaptação de um livro. Eu gostara do filme, o livro também deve ser legal.

Sento-me em uma das mesas e começo minha leitura solitária.

Depois do terceiro ou quarto capítulo, vejo Kriss entrando na biblioteca. Ela não me vê, apesar de tudo, e vai até uma estante. Paro de ler por um momento, marcando a página do livro com a mão, para observá-la. Sei que xeretar é feio, mas minha curiosidade fala mais alto e quando vejo, já estou indo sorrateiramente atrás dela.

Ela pega um livro grande e grosso. Não consigo ver a capa, mas quando ela se vira, despreocupadamente, totalmente alheia à minha observação, consigo ler mais ou menos o título. Algo sobre pegadinhas e armadilhas, um livro que provavelmente os irmãos Weasley teriam e que é bem mais provável ser de algum filho de Hermes. Franzo o cenho.

O que Kriss, uma filha de Hefesto, iria querer com um livro de armadilhas e pegadinhas?

Talvez, comecei a conjecturar, Ela, como filha de Hefesto, queira entender as geringonças para, talvez, frustrar as trollages das crias de Hermes. Franzi o cenho. Talvez, mas aquilo era bobeira, então voltei para meu livro, antes que aquela bobeira que sempre acontece nos filmes – quando uma pessoa está observando outra e algum objeto cai, atraindo a atenção dessa segunda e colocando a primeira em apuros –, acontecesse comigo.

Volto à leitura do livro e só paro quando a biblioteca avisa que a hora do jantar se aproxima, Kriss já foi embora há muito tempo.


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