A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 12
Capítulo 12 – Uma Viagem Normal com Pessoas Normais


Notas iniciais do capítulo

"Sorry, personas, não ter postado domingo, mas eu tava estudando para uma - várias, na verdade - prova(s) que teve(tiveram) hoje, então só deu para postar agora, mas como eu vou viajar, provavelmente não poderei postar no domingo, visto que eu tenho prova de novo na próxima quarta, então é mais provável que eu poste na quarta ou no domingo posterior a ela, okay? Espero que entendam. Odeio atrasar os capítulos '-' "



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P.O.V America

Quando eu abro os olhos, está um breu em meu quarto, e não apenas porque as grossas cortinas black-out estão cobrindo as janelas, mas também porque nem sequer amanheceu.

Eu faço isso às vezes quando estou nervosa, eu acordo cedo demais. As meninas nem sequer apareceram por aqui para me ajudar a me arrumar. Talvez, nesse meio tempo, eu devesse escrever cartas com notícias aos meus pais e irmãos.

Falo na carta dos meus pais o que realmente está acontecendo e para eles não se preocuparem, não que o fato de eu estar saindo numa viagem internacional sozinha com dois rapazes – mesmo que esses dois rapazes sejam deuses e um destes um cavalheiro – seja algo para se preocupar, longe disso, apenas... bem, você entendeu minha ironia, não é?

E para os meus irmãos? Bem, eu não sei mais o que inventar. Talvez devesse dizer que estou doente, mas isso apenas os preocuparia. A verdade é que estou cansada de dormir, seria tão mais fácil se minha família estivesse familiarizada com o mundo divino Greco-romano...

Suspiro, enquanto começo nas primeiras linhas.

Querida May,...

As meninas chegaram bastante cedo, acho que havia acabado de amanhecer – elas devem estar tão nervosas quanto eu – e acho que nem preciso dizer que elas fizeram a maior – e mais escabrosa – cara de espanto ao perceber que eu já estava acordada. Mas claro, foi momentâneo e passou rapidamente. Apesar de serem minhas amigas, elas são profissionais. Bem, Anne é, e ela é o suficiente por todas as três.

Elas me vestem para uma viagem longa e cansativa num avião frio. Aparentemente poderei usar calças. Apenas acho que não seria muito normal sair por aí num vestido de princesa como se fosse uma atração de algum parque da Disney, se bem que eu faria uma ótima cosplay de Ariel...

Enquanto Lucy penteia meu cabelo, penso em Apolo e em minha mãe e em meu pai e em como tudo isso é complicado. Me pergunto o que Apolo tem de tão especial que a fez trair um homem tão maravilhoso quanto meu pai. Realmente é algo que nunca entenderei.

Acho que nem são sete horas ainda e há uma batida na porta, é Silvia, está conferindo se tudo está certo e se eu já tinha me acordado – okay, aí já é deboche, né? Eu nem sou tão preguiçosa assim! Meu sono até que é leve... na parte da noite, de manhã eu pareço um chumbo jogado sobre o colchão em posições deveras estranhas.

Com o passar das horas – ou quartos de hora, se preferir –, vou ficando mais e mais nervosa e meu nervosismo parece contagiar as minhas criadas. Mary parece a ponto de bater a cabeça no espelho da penteadeira até sua cabeça sangrar, enquanto Lucy está mais transparente do que eu achava ser possível e Anne está roendo as unhas. Eu nunca vi Anne morder suas unhas. Mas por que estamos tão ansiosas, afinal? É uma viagem, meus deuses!

Então há outra batida na porta e acho que dou um pequeno pulinho em minha cama. Mary vai atender.

— Alteza. – ouço Mary cumprimentar e me pergunto se é Maxon ou Asher na porta.

— Vim saber só se estava tudo certo por aqui, sabe... já que temos que sair já já.

— Maxon?

Uma cabeça de cabelos castanhos aparece.

— Asher... – ele parece levemente chateado.

— Oh, oi, Asher! – digo, pulando da cama e indo abraçá-lo, mas parando no meio do caminho, lembrando-me da noite anterior, lembrança esta que empurro para o fundo de minha cabeça e tento ignorar.

Daquele seu jeito nada discreto de sempre, Asher observa-me e sinto minha face se esquentar. Passo a mão nervosamente na minha blusa abarrotada.

— Está muito linda hoje, America. Na verdade, está linda sempre, mas especialmente hoje. – ele me dá um sorriso tão quente quanto o sol, e acredite em mim, como filha – mesmo que a contragosto – do Deus Sol, sei como é um sorriso quente como o sol.

Esse sorriso tão aquecedor faz minha bochechas ficarem ainda mais quentes.

— Obrigada. – olho-o. Ele está mais bonito que o habitual em suas roupas normais de gente normal, calça jeans meio usada, camisa cinza e moletom azul. – Você também não está nada mal.

Ele me dá um sorriso torto deslumbrante e vejo Anne, Lucy e Mary saindo sorrateiramente pela porta.

— Ei! Para onde vocês estão indo?

Mary, a única que ainda passava pela porta, parou e me olhou desconfiada, apesar de um sorriso malicioso brincar em seus lábios.

— Sim, senhorita?

— Para onde vocês estão indo? Fiquem aqui! – digo, constrangida, na minha melhor voz autoritária.

Ao meu lado, ouço Asher segurar uma risada.

— Mas vocês não preferem ficar a só... Ai! — e já até sei que Anne deve ter dado um pisão no pé de Mary por sua indiscrição. Pela primeira vez, agradeço a Anne por isso, apesar do sentido da frase já ter sido captado.

— Claro que não. – digo, enquanto Asher diz:

— Não seria má ideia.

Eu me volto para ele, com o que eu espero que seja uma grande cara de “Ué” e ele para mim. Nos encaramos por algum tempo antes de eu desviar o olhar.

— Bem, como já vi que a senhorita está bem, acho que podemos ir.

— Ahn...

Não tenho tempo de discutir, porque Asher simplesmente “desbrota” dali.

— Deuses... – resmungo, revirando os olhos antes de me jogar na cama.

Silvia vem me chamar vinte minutos depois e fico meio magoada por Maxon não ter vindo me ver. Pego minhas malas e me despeço de minhas criadas.

Descemos juntas e ela me encaminha a um carro que parece com o que eu vim para a Mansão. Silvia suspira de exasperação quando percebe que nem Maxon e nem Asher estão lá e ela xinga em alguma língua que não conheço – quem sabe búlgaro? – antes de se virar nos próprios calcanhares e vai em direção às escadas pisando duro.

Me pergunto de quem ela é filha.

E, espera aí... ela vai conosco?

Sento-me no banco de lado, voltada para a porta da mansão, a porta do carro aberta.

Fico batendo os pés no chão de maneira nervosa, frenética e ritmada.

— Está nervosa? – alguém pergunta e dou um pulo, batendo na borracha da porta.

— Aii! – choramingo.

— Desculpe, America! – Christian se apressa em me ajudar. – Quero dizer... – ele pigarreia. – Desculpe, senhorita America! – ele para e passa a mão na parte de meus cabelos onde acertei minha cabeça. – Você está bem?

Tenho vontade de dizer algo bastante ignorante, como: “Você acha que eu estou bem?” ou similares, mas o tom gentil de sua voz me impede de fazê-lo.

— Estou... vou ficar. – suspiro e afasto sua mão.

Fico acariciando o topo de minha cabeça e o observo, ele está com roupas normais, talvez para, se for viajar conosco, não chamar atenção.

— Você vai? – o observo.

— Yeah. Vou no outro carro com a senhorita Silvia e alguns guardas. – diz, apontando para um outro carro preto logo atrás da gente. – Vocês precisam de guardas, sabe?

— Na verdade não, né? São dois deuses e uma filha de Apolo mega inútil, modéstia à parte, não precisamos de tanta proteção assim.

— Não se subestime, America. – ele coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e isso me parece tão absurdamente errado e íntimo que me parece errado achar isso errado. Isso me deixava estranha.

Novamente, o afasto suavemente.

Ele percebe, é claro. É um estereótipos ridículo achar que os filhos e filhas de Afrodite são burros, por favor. Christian era o melhor em diversas matérias tanto na escola quando no Acampamento e sempre foi muito perspicaz. É claro que ele percebeu.

Ele se afasta, mas não tão sutilmente quanto eu tentei fazer.

— Olhe, parece que a Realeza chegou. – é impossível não notar o tom de amargura, ressentimento e ironia em sua voz antes dele ir para longe.

Olho para a escadaria e vejo Asher descendo sorridente enquanto como numa perfeita antítese, Maxon vem logo atrás dele com uma cara amarrada e chateada e Silvia vai atrás dos dois como se quisesse incinerá-los com o olhar.

Essa mulher é realmente rigorosa.

Eles se aproximam com suas expressões sorridente e emburrada, respectivamente, e me pergunto  por que Maxon está tão fulo da vida com nada em especial, ele parecia ansioso para essa viagem...

— Pequena Ames! – diz Asher antes de me envolver em seus braços, apertando minha cabeça contra seu peito largo e musculoso, quase cortando meu ar. – Está preparada?

— Não é como se eu pudesse não estar, né? – reviro os olhos, porém meu tom é brincalhão.

— Se você quiser desistir, America. O prêmio é seu. – Maxon diz, quase esperançoso e me pergunto o motivo de toda essa merda.

Tudo que envolvia Maxon e Asher – principalmente quando se tratava dos dois juntos – era uma merda muito difícil de entender.

— Vamos, entrem, entrem logo. Já estamos atrasados, nós só temos... – Silvia confere seu relógio. – Trinta e três minutos para chegar na hora que dizia no site. Lembrando, o voo é às 12:13.

Arregalo meus olhos e miro o meu próprio relógio. Como assim 12:13? Ainda nem são oito horas direito. Essa mulher é louca?

Mas é claro que eu já devia ter percebido que eu estava viajando com uma neurótica, um deus egocêntrico e outro que parecia estar a beira de um ataque de pânico, além de uma legião particular – ou nem tão particular, visto que eles não servem a mim, mas aos Príncipes – de guardas de descendência divina. Nada como uma viagem normal com pessoas normais.


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Notas finais do capítulo

AI, GENTE, FINALMENTE A VIAGEM, QUE EMOSSAUM ♥



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