The Most Wonderful Time escrita por red hood


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Parte II da Rose! ♥



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Rose estava inquieta, queria encontrar com seus pais logo.

Sua inquietude era tamanha que tinha quase meia hora que estava na mesma página de seu livro. As letras se embaralhavam com seus pensamentos, deixando tudo sem sentido, obrigando-a começar a ler tudo novamente.

O silêncio da cabine também a estava enlouquecendo.

Scorpius não parava de encarar a janela, estava mais distraído que ela e um tanto calado – por um segundo Rose quis saber o que ele tanto pensava.

Ah, e tinha Albus, que dormia desde sentara no banco.

Ao comtemplar sua situação, sentiu raiva de não ter ido com Dominique ou com as colegas de quarto. Depois que foram para Hogwarts, era difícil ter Al como melhor amigo, pois teria que aguentar o Malfoy o tempo todo. E tê-los calados daquela forma era pior do que quando tagarelavam sobre quadribol.

Voltou-se para seu livro numa última tentativa de se concentrar. Ela sabia que sua parte preferida estava por chegar e que não teria tempo de ler mais nada n’A Toca.

— Já tem gente te esperando lá fora — ouviu Scorpius falar com ela. — Mas acho que — ele abaixou-se para checar o nome do livro. — “Orgulho e Preconceito” parece mais interessante, certo?

Mas já?!, ela pensou. Rose olhou para ele, que tinha um sorriso forçado no rosto, e fechou o livro. Recusou-se a responder, e percebeu que Albus já não estava mais ali. Ele devia estar com tantas saudades da família quanto ela.

Então, ela e Scorpius saíram do trem.

Rose observou ele seguir seu caminho até os pais, que o receberam com um abraço caloroso. Passou os olhos por toda aquela multidão e identificou rapidamente os cabelos ruivos de seu pai e sua mãe sorridente – ela a aguardava com o mesmo sorriso e emoção com os quais a deixara na King Cross. Hugo estava tão entretido com James e Albus que nem percebeu quando a irmã se aproximou.

Os Malfoy até que são bem calorosos, ela pensou, enquanto sua mãe quase a sufocava de tanto abraçá-la. Cumprimentou tio Hary e tia Gina, deixando de lado tio Bill e tia Fleur, que não pareciam muito felizes com alguma coisa que Dominique havia feito. Rose sabia exatamente o que era, mas nunca se intrometeria – apenas se fosse para dizer que Domi tinha a melhor das intenções ao azarar a língua de Freesia Parkinson, por ela ter insultado sua banda trouxa favorita.

***

A volta para casa foi um despejar de acontecimentos, Rose contava todos os detalhes sobre seus meses em Hogwarts.

Ela havia feito tudo para seus pais se orgulharem dela. Havia sido sorteada para Grifinória, suas notas eram tão boas quanto as de sua mãe quando ela estudara lá, e não havia feito nada errado, então só via a diretora McGonagall para receber elogios.

Okay, nem tudo ela poderia contar, mas isso não afetava muita coisa. Nunca fora descoberta enquanto era cúmplice de alguma artimanha de seus amigos e primos.

Hugo não parava de tagarelar que estava muito ansioso para chegar sua hora de entrar em Hogwarts.

— Lá não é um parque de diversões, Hugo — falou Rose, enquanto entravam dentro de casa. — Você tem que estudar também!

O irmão fez uma careta e saiu correndo.

Rose não pode esconder a surpresa ao notar como a casa estava enfeitada. O vermelho e verde não predominavam mais, e sim um dourado que fazia a casa parecer ser de ouro. As meias na lareira continuavam, os enfeites de seu pai e as flores de sua mãe também. Os pisca-piscas por todo lado entristeceram um pouco Rose. Era a primeira vez que eles arrumavam a casa sem ela.

— Eu deixei a estrela para você — disse Hugo.

Ele entregou a estrela à Rose, que dividiu um sorriso alegre com o irmão. Não teve nem tempo de se sentir triste por não ter participado da arrumação esse ano. Afinal, se esperassem por ela nem iriam aproveitar a linda decoração.

Rose abraçou o irmão com força, enquanto o pai trazia a escada para ela colocar a estrela.

— Obrigada — Rose sussurrou para Hugo. — Às vezes você é um bom irmão.

— Ei! Eu sou sempre maravilhoso.

***

Naquele ano, foram direto para A Toca, já que vovô e vovó Granger haviam resolvido viajar. Iam passar o Natal em um lugar que fosse verão, pois, de acordo com a vovó, o frio estava fazendo mal para seus ossos.

O clima entre os Weasley estava um tanto estranho. Tudo isso porque, dos pequenos bruxinhos que foram para Hogwarts naquele ano, não um, mas dois haviam sido selecionados para Sonserina, Albus e Dominique. Todos tentavam parecer bem, porém, Rose via nos olhos dos familiares que aquilo era preocupante. Ela esperava que todos superassem aquilo, assim como superaram Teddy ser da Lufa-lufa.

Ron sem dúvidas era o mais tenso com tudo isso.

Para quebrar o gelo, Fleur começou a contar sobre os planos de Victoire em trabalhar com o pai assim que terminar os estudos em Hogwarts.

Só que a paz não durou muito.

— Fico muito feliz em saber disso! Vic se dará muito bem, ela realmente é uma menina brilhante! — Gina falou, observando a sobrinha que corava com o elogio. — Mas acabei de lembrar uma notícia um tanto... — ela fez uma pausa e olhou para os filhos — marota que recebi.

Os olhos de tio Jorge se iluminaram com as palavras da irmã. James Sirius tinha um sorriso presunçoso no rosto, como se lembrasse da façanha cometida.

Já Albus havia começado a suar e ficar inquieto em sua cadeira. Rose, ao perceber isso, segurou forte a mão do primo, numa fula tentativa de acalmá-lo.

— Uma certa diretora me mandou uma carta dizendo que estava pensando em se aposentar, pois não aguentaria mais uma mistura de Weasley com Potter naquela escola. — Gina completou, bebericando seu suco.

Rose teve vontade de rir, pois lembrava muito bem da última artimanha em que se envolveram e que havia resultado em um Albus com a bunda queimada e Scorpius Malfoy na sala da diretora McGonagall.

Era uma noite normal, e Rose havia esperado todos dormirem para ir escondida na sessão restrita da biblioteca. Estava louca para ler um romance que ouvira umas meninas do último ano comentando. Achava tão ridículo essa restrição, pois acreditava ser capaz de ler qualquer coisa, dos mais complexos livros de magia até as filosofias trouxas.

Pensou em se gabar disso depois, afinal, estava em uma missão proibida, para ler um livro que era mais restrito ainda. Dominique com certeza ficaria impressionada com sua transgressão.

Contudo, ela viu com os próprios olhos que o tão comentado livro não era muito aconselhado para uma garota de onze anos. E só lá pela centésima página viu que, definitivamente, não valia a pena continuar lendo.

Quando estava se levantando, ouviu um barulho, um rangido na mesa próxima a ela. Seus olhos se arregalaram e ela sentiu sua pulsação ficar descontrolada. Depois, vieram vozes que murmuravam e soltavam xingamentos, além de alguém reclamando de ter esquecido os óculos.

Rose, você está maluca!, ela pensou. Porém aqueles timbres eram muito familiares.

Olhou a redor e não viu ninguém, o que a fez reconsiderar a ideia de ter pirado. Ao menos até sentir uma mão cutucando suas costelas, provocando-lhe cócegas. Soltou um grito, que logo foi abafado.

— Calma, priminha!

Ela olhou para trás e se deparou com James Sirius, seu primo. Como se não bastasse, logo depois Albus e Scorpius saíram da capa da invisibilidade. Surpreendeu-se principalmente ao ver o Malfoy, com seus cabelos bagunçados e cara de limão azedo.

— Minha vontade é de matar vocês! — Rose exclamou irritada, enquanto batia em James.

— Weasley, seja menos escandalosa — disse Scorpius, observando-a com nojo. Aquele era o tipo de olhar que Rose mais odiava. — Estamos em uma missão importantíssima... e o que a senhorita faz aqui?

James olhou para o Malfoy e riu.

— Querido, você nem era para estar aqui — ele pontuou. — Mas o albino aqui tem razão, o que você faz aqui priminha?

Entretanto, antes que ela pudesse responder qualquer coisa, Albus soltou um grito tão alto que a assustou.

— Oh, Merlim! — Foi a última coisa que Albus falou antes sair voando e batendo em cada canto da biblioteca.

— Lá se vão meus fogos de artifício — James choramingou. — Vou ter que me vender para pagar tio Jorge.

Quando Rose olhou Scorpius, ele estava estático, com os olhos cinzas arregalados, vendo o amigo com o traseiro explodindo em cores. Al chegou a atingir o teto e desceu quicando entre as prateleiras de livros, que foram praticamente todas derrubadas.

Foi então que um barulho ainda mais assustador ecoou no local.

Era madame Nora, acompanhada de Filch, que gritava e corria em direção a eles.

— Acho melhor a gente sair daqui — Rose sugeriu um tanto aflita.

James, que antes gargalhava, engoliu em seco e concordou. O Potter envolveu a prima com a capa da invisibilidade e saiu dali o mais rápido que pôde.

Rose chegou a pedir para ele esperar por Albus e Scorpius, mas o primo não ouviu.

— É melhor dois salvos do que quadro ferrados — ele disse.

— Estava demorando! — vovó Molly exclamou, tirando Rose de suas memórias — Mas esperava que isso viesse de James e Fred, não de você, Al.

— Mas a ideia foi totalmente minha! — James rebateu ofendido. — Os foguetes eram pro professor Longbottom, só que o Malfoy enxerido mexeu no bolso do Al e acabou explodindo tudo pelo corredor, foi muito melhor do que eu planejava.

— Como assim James?! —Gina perguntou, um tanto irritada, e Rose pôde ver a pontada de arrependimento nos olhos do primo. Para completar, tio Harry e seu pai, Ron, estavam vermelhos de tanto segurar o riso. — Aí você ainda deixou seu irmão sozinho para levar a culpa?! Isso não está certo! Diga isso a ele, Harry.

— Não está certo — tio Harry falou com uma voz quase robótica. Não tinha coragem de dar uma bronca no filho por causa disso.

— É que — James começou a falar, mas foi incapaz de terminar.

— Eu estava doente, James precisava de alguém pra ir na ala restrita da biblioteca com ele, para pegar um livro de feitiços — despejou Fred II.

— Foi só isso — assegurou James. —Ai eu tive que desafiar Al, pois só assim ele me ajudaria. E meu plano era perfeito, até o amiguinho enxerido do meu irmão aparecer.

Todos encararam Albus, que apertou mais ainda a mão de Rose.

— Que amigo? — tio Harry perguntou. Claro que ele sabia quem era, e até gostava da amizade dos garotos, mas queria ver a reação de todos ali na mesa.

— Scorpius — Albus respondeu com um sorriso. — Eu fiquei sem poder me sentar por duas semanas! Mas o melhor foi a McGonagall surpresa em saber que nós éramos melhores amigos.

Vovô Arthur engasgou com a comida e Ron quase cuspiu todo seu suco. A reação da família foi melhor do que Rose esperava, mas ela ainda se sentia traída com essa amizade que nem tinha um ano direito.

— Melhor irmos direto para sobremesa — sugeriu Vovó Molly, fugindo do assunto “Malfoy”.

— Aparentemente, a quietinha da família, por enquanto, é Rose Weasley — tio Bill comentou.

— A Rose? — Dominique indagou entre risadas. — Ela sempre está metida em tudo, mas sempre sai de fininho quando dá merda.

Rose riu encarando o restante de comida que havia em seu prato. Aquilo era a mais pura verdade, mas ela nunca admitiria.

— Acho que devíamos ouvir a vovó e servir a sobremesa, certo? — Rose falou, incapaz de controlar o sorriso que surgia em seus lábios.

***

Mais tarde naquela mesma noite, Rose ouviu tia Gina brigar com James mais uma vez por ter deixado seu irmão sozinho na noite do incidente da biblioteca.

— E-eu — James gaguejou — tinha um jogo de quadribol no dia seguinte e não podia deixar de jogar!

Os olhos de Gina se estreitaram, tentando filtrar a mentira, mas depois assumiram um olhar de pura compreensão. Quadribol era muito importante para todos os Potter. Rose sabia que ela havia sido uma grande jogadora e havia deixado a carreira de lado para curtir os três filhos.

— Dessa vez eu deixo passar, mas da próxima não será assim — ela advertiu, ainda o abraçando.

— Ele estava te protegendo, não é? — Hermione subitamente disse, o que assustou a pequena ruiva, que não percebera a aproximação da mãe.

— Talvez — foi tudo que ela respondeu, sem conter um sorriso orgulhoso.


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