— Largue minha irmã, Malfoy — gritou Zachary, puxando Hermione para ficar em pé, junto ao seu corpo.

— Por quê? — perguntou Draco — Acredito que estamos empatados. Eu tenho algo que você quer e você, algo que eu quero, então, para não ficarmos em desigualdade soltarei nossa querida Astrid no momento em que Granger ficar livre.

Zachary apertou mais o braço de Hermione, que soluçou, onde estava aquela menina guerreira que lutou na linha de frente da Guerra? Aquela menina que enfrentou pessoalmente diversos Comensais da Morte? Porque ela não sabia, se encontrava fraca no momento.

— Você se acha muito esperto, não é Lloyd? — cuspiu Draco — Querendo ser o próximo Lorde das Trevas, soltando criaturas impossíveis de controlar no castelo e matando inocentes! Mas você não passa de um adolescente sem perspectiva, querendo vingança por algo merecido.

— Meus pais não mereciam morrer! — berrou Lloyd.

— Mereciam! Assim como todos os outros comensais que morreram, assim como eu e você deveríamos também!

Hermione choramingou. Tudo tinha sido culpa dela afinal, mas como poderia saber? Enfrentou tantas pessoas na Guerra que não saberia dizer quem tinham sido e ela nem conhecia os pais de Zachary!

— Solte a Hermione — mandou Draco apertando ainda mais a varinha no pescoço da irmã de Zachary — Ou Astrid pagará.

A garota soluçou, o desespero tão aparente como o de Hermione.

— Zachary, por favor — ela chorou, implorando.

A mão de Zachary se firmou mais sobre Hermione.

— Tenho que admitir,  Malfoy — cedeu o rapaz — Usando minha fraqueza contra mim assim como estou fazendo com você, mas se esconder atrás de minha irmã não prova nada além de você ser um covarde para salvar sua garota.

— Digo o mesmo de você, Lloyd.

— Hermione é mais do que capaz de se defender sozinha! Afinal ela é uma brilhante integrante do Trio de Ouro,  não é? Mas Astrid não tem nada a ver com isso, então solte-a!

— Largue Hermione, Lloyd, e nós iremos duelar como deve ser feito.

As duas meninas choraram mais um pouco, ambas preocupadas com os rapazes que tanto amavam.

Zachary riu.

— Se você quer assim, Malfoy, mas não pense que você será capaz de ganhar, sou um mestre de feitiços.

Draco riu.

— Boa sorte com isso — falou soltando Astrid que correu para longe.

Zachary seguiu o exemplo do sonserino e soltou Hermione, jogando-a para o lado.

A grifinória caiu no chão, o corpo ainda muito dolorido para ser capaz de aguentar seu peso.

— Expelliarmus! — berrou Draco ao qual Zachary devolveu: Protego! Ora Malfoy, não nos decepcione usando esses feitiços, você é um ex-comensal e não o queridinho Harry Potter.

— Estupefaça!

— Everte Statum!

— Impedimenta!

— Incarcerous! — o feitiço quase acertou Draco, as cordas caindo no chão ao não atingir seu alvo — Vamos Malfoy, não estamos mais no segundo ano, duele como o homem que você é.

— Levicorpus — comandou Draco.

Zachary foi erguido pelo tornozelo, a cabeça virada para baixo.

— Realmente Malfoy? Liberacorpus! — Lloyd despencou no ar, o corpo atingindo o chão de terra bruscamente — Seus pais teriam vergonha dos feitiços que você está usando.

Hermione também não entendia porque Malfoy usava feitiços tão fracos, especialmente quando ele conhecia tantos outros, mas ela tinha uma suspeita. Draco não queria que ela o visse como ele realmente era: perigoso. Um ex comensal. Entretanto ela não poderia estar se importando menos com isso.

— Mas se você quer assim, vamos lá. Petrificus Totalus!

Malfoy petrificou, seu corpo duro e sem movimentos pendendo para trás por conta do peso excessivo.

Zachary riu loucamente.

— Parece que nosso querido Malfoy está fora de combate — falou para Hermione andando alguns passos para frente, afastando-se do local onde estava, revelando a varinha de Hermione caída no chão —  Quem diria que algum dia ele estaria aqui para defender a sangue-ruim da Granger?

Hermione se colocou sobre as mãos e joelhos, engatinhando em direção a varinha alguns metros longe, torcendo para que Zach não olhasse para trás e a notasse.

— Acho que agora posso alertar a todos no castelo que as trevas não morreram. Afinal, quando chegarem aqui você já estará morta, Malfoy também, e eu serei reconhecido por meu poder. Morsmodre! — luz saiu da varinha de Zachary quando a Marca Negra, símbolo de Voldemort e seus seguidores, foi conjurada no céu.

Hermione, enfim, alcançou sua varinha e a levantou, viu Astrid observá-la com os olhos arregalados balançando a cabeça, implorando para ela não fazer nada, porém, por mais que Granger sentisse pena da menina, ela não poderia ficar quieta e esperar Zachary matá-la e a Draco.

— Finite incantatem — exclamou a garota.

Zachary virou, os olhos arregalados e cheios de ódio, mas já era tarde, Draco foi libertado do feitiço e se levantou, entretanto Lloyd atacou Hermione: — Estupefaça! — Que, ao ser atingida, caiu desacordada.

— Sectumsempra — bradou Draco, usando o mesmo feitiço que Harry Potter usara contra ele no sexto ano.

Zachary não teve chances, pois grandes cortes, como feitos com facas invisíveis, apareceram em seu corpo, o sangue carmim brotando para fora e manchando suas vestes lufanas.

— Crucio — disse Draco novamente, deleitando-se com o corpo de seu inimigo despencando enquanto tinha espasmos com uma dor muda.

Ele não se importava com mais nada, aquele bastardo atacara a garota que ele gostava e ao próprio Malfoy! Zachary Lloyd merecia pagar!

— Avada Ked…

— Não! — gritou a outra garota, irmã de Lloyd, levantando-se do canto em que estava — Ele vai pagar pelo que fez, mas, por favor, não mate meu irmão!

— O que te faz pensar que eu deveria deixá-lo viver? — indagou Draco sarcástico.

— Zachary é a única família que eu tenho, não sei o quê o fez agir assim, mas ele é meu irmão. Eu o amo e tenho certeza que Granger não gostaria que você fizesse algo assim.

Draco suspirou, sabendo bem que a garota tinha razão, e abaixou a varinha, se afastando ambos e indo conferir uma Hermione ainda desmaiada.

Por um segundo, enquanto ele ainda estava petrificado, acreditou que seria forçado a assistir seu fim e isso foi tão assustador quanto descobrir que Hermione havia sumido mais cedo.

Ele alisou os cabelos da garota, admirando-se como ela poderia ser tão bonita, mesmo machucada e ferida, e sentiu seu coração se encher de algo que ele não conhecia.

Agora tudo estava bem.