Ele a viu caminhando sorrateiramente pela biblioteca, ela estava muito quieta, mas os olhos dele simplesmente eram atraídos para sua presença.
 Eles discutiram também, para Draco era impossível não fazer isso, ela ficava... diferente quando estava com raiva e ele achava fascinante suas reações.
 Draco a achava fascinante.
 Ele não conseguiu se controlar, ele até tentou, tentou desesperadamente por sinal, mas não conseguiu quando viu a Granger mordendo o lábio inferior, ela ficou tentadora daquele jeito e ele fez a única coisa que pôde pensar:
 A beijou.
 E ele tinha que admitir que aquele beijo foi bem melhor do que ele tinha imaginado, os lábios dela eram macios e se moviam perfeitamente contra os seus como se tivessem sido feitos exatamente para isso e talvez fossem.
 Ele estava no paraíso e não sabia o por que de não ter feito isso antes, uma voz lá no fundo de sua cabeça gritou dizendo que era porque ela era uma sangue-ruim, não era digna de ser o objeto de desejo dele, mas era e ele rapidamente espantou essa voz enquanto puxava a garota para mais perto dele enroscando seus braços na cintura dela e aprofundando o beijo.
*-*
 Hermione já não conseguia mais puxar oxigênio suficiente para suprir suas necessidades e não se importava nem um pouco com isso, aquele beijo conseguia fazer com que todo o seu cérebro se desligasse, mas infelizmente acabou cedo demais. Malfoy se separou ofegante, em uma busca desesperada por ar, ele respirou fundo algumas vezes antes de unir seus lábios outra vez. Hermione não pode conter um suspiro, aquilo era bom, terrivelmente bom.
— Quem está aí? – a voz de Argo Filch os interrompeu trazendo-os de volta a realidade não desejada – Onde eles estão, minha querida?
 Draco e Hermione se afastaram olhando preocupados ao redor, Filch estava na porta da biblioteca, sua voz denunciava sua distância, mas ambos sabiam que não demoraria para ele adentrar mais o local seguindo sua gata.
 Malfoy levou a mão até os lábios fazendo um sinal claro para Hermione manter-se em silêncio, ela bufou, irritada com sua obviedade, mas se manteve quieta mesmo assim.
 Passos foram ouvidos por todo o silêncio da biblioteca seguidos por um miado.
 Os dois adolescentes se afastaram, se escondendo atrás da estante em que se encontravam anteriormente.
— O que vamos fazer? – perguntou Hermione.
— Esperar – respondeu Draco.
— O quê?
— Esperar – o garoto olhou para ela – Filch virá por um lado da biblioteca seguindo a gata, nós iremos esperar e seguir na outra direção e sair daqui.
 A garota pressionou os lábios para não sorrir, Malfoy era muito inteligente afinal.  Ele... ele poderia ajudá-la!
“Veja bem Granger, eu não ganho nada ao te ajudar”
 Ou talvez não.
— Vamos logo Granger – um meio sussurro, meio grito, de Malfoy penetrou os pensamentos de Hermione a trazendo para a realidade.
 Ele pegou sua mão a puxando para o lado contrário em que Filch era ouvido, eles passaram por diversas prateleiras com Malfoy sempre a puxando, sua mão formigava de um jeito diferente, o mesmo tipo de arrepio que ela sentiu quando ele a beijou.
 Juntos eles romperam porta.
— Eu sei que vocês estão aí! – Filch gritou, sua voz muito próxima da porta.
— Ele deveria estar no fim da biblioteca – guinchou Hermione.
— Continue correndo – Malfoy retorquiu.
 E eles correram, correram até encontrar uma porta no caminho e adentrarem por ela. Era um armário de vassouras.
— Eu mereço isso – resmungou Hermione.
— Calada!
 A garota mordeu o lábio inferior e imediatamente se lembrou do beijo de Malfoy e eles estavam ali, tão perto e sozinhos, ela balançou a cabeça.
— Granger, qual é o seu problema?!
— Eu não tenho problema nenhum.
— Não é o que parece.
— Não se meta!
 Vozes foram ouvidas do lado de fora e os dois prenderam as respirações.
—... Agoureiro é muito perigoso e pelo que tudo indica é ele quem está causando todas as mortes.
— Eu ouvi o mesmo do chefe do Aurores.
— Você acha que é verdade?
— As histórias parecem bater, mas a criatura está quase extinta e vive muito longe daqui.
— Você tem razão e também não existem muitos bruxos poderosos o suficiente para controlá-la.
— E ninguém a viu, é impossível uma criatura daquelas não ser vista voando por aí.
 O silêncio se seguiu e o som de passos se afastou, enfim eles puderam respirar em paz.
 Agoureiro? Por que esse nome não lhe era estranho?
 Draco a olhava fixamente, ele parecia saber exatamente o que ela pensava .
— Eu preciso de ajuda... – ela sussurrou – Draco.
 Malfoy arregalou seus olhos, satisfação relampejou neles. Ele respirou fundo e se aproximou dela rapidamente, as bocas se encostaram novamente, do mesmo jeito voraz de antes.
— Eu lhe ajudarei – ele prometeu quando se afastou.
 Hermione sorriu, um sorriso que ela nunca imaginou que destinaria a Draco Malfoy.