Flor Vermelha escrita por magalud


Capítulo 9
Capítulo 9 - Ineditismos


Notas iniciais do capítulo

Para tudo tem uma primeira vez



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- Você perdeu a cabeça?


- Do que está falando?


- Você foi até Madame Puddifoot? Com a Snivella?


- Eu já pedi para não chamar a Srta. Prince assim, Sirius.


- Então agora é Srta. Prince?


- Ela é minha amiga.


- Por isso pergunto de novo: você perdeu a cabeça, Moony? O que está pensando, fazendo amizade com aquela Slytherin?


- Eu não quero brigar com você, Sirius. Agradeceria se ficasse fora dos meus assuntos.


- Mas nós somos amigos, Moony. Não somos?


- Claro que sim. Mas algumas de suas atitudes, Sirius, não são nada diferentes do que você acusa os Slytherins. Você os discrimina por causa de sua casa. Já pensou que, se tentássemos nos dar bem com eles, talvez tudo pudesse ser diferente?


- Não acredito nisso! Agora você está defendendo aquelas cobras?


- Não estou defendendo ninguém. Só estou dizendo que você pode discriminar Slytherins, tanto quanto eles discriminam quem não tem sangue puro. No caso específico da Srta. Prince, acho bom avisá-lo que eu pedi que ela fosse minha namorada.


- Você o quê?


- Você ouviu muito bem. Portanto, saiba que, se ela aceitar, eu vou passar ainda mais tempo com ela.


- Mas... Moony, ela não é seu tipo! Droga, ela não é nem do seu sexo!


Ele abriu um sorrisinho:


- Por ela, eu estou disposto a fazer algumas concessões.


- Oh, bom, uma vagina é uma concessão e tanto.


- Você precisa ser tão grosseiro? Mencionar partes íntimas de uma dama não é educado.


- Quer saber? Você pode fazer o que quiser. Não vou mais me preocupar com você. Nem quero saber se isso é um plano daquela casa para humilhar você. Aliás, eles podem estar rindo de você agora mesmo! E eu não vou me preocupar com isso.


- Ótimo. Assim é melhor para todo mundo, eu acho.


- Argh!


Com mais uma fileira de palavrões, Sirius deixou Remus em paz. O rapaz sorriu para si mesmo, olhando seu amigo animago sair.


No mesmo dia, Remus teve sua resposta. Ele e Proserpina eram um casal. A revelação veio após o jantar. Ela estava esperando por ele na porta do Salão Principal, onde, impossivelmente vermelha, revelou sua decisão. Sem jeito, ela tentou pegar a mão dele. Com carinho, Remus a aceitou e, de mãos dadas, os dois rumaram à Torre de Astronomia, sob os cochichos de praticamente todo o corpo estudantil.



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Dizer que estava nervosa era minimizar os sentimentos de Proserpina Prince. Lá estava ela, na Torre de Astronomia, o lugar preferido para amassos e encontros românticos de todos os alunos e Hogwarts, na companhia de Remus Lupin. E ele parecia especialmente predador, notou ela, num misto de frisson e terror.


- Eu... - A voz dela estava toda estranha - Eu... preciso dizer que não sei muito dessas coisas...


- Está tentando me dizer que ninguém em Durmstrang esteve interessado na sua beleza rara e extraordinária?


- Não precisa mentir, Remus. - Ela abaixou a cabeça. - Eu sei que não sou bonita.


Ele usou um dedo para erguer-lhe o queixo:


- Eu falei que sua beleza é rara. Não é uma beleza que se encontra com facilidade, como a dessas moças com feitiços de glamour e de cosmética. A gente nota que é diferente. Foi isso que me atraiu em você.


Proserpina sorriu, tímida, e voltou a baixar a cabeça. Remus quis saber:


- Posso perguntar se você tinha algum namorado em Durmstrang?


- Não.


- Ninguém? Nem mesmo um amigo especial?


- Bom... - Uma imagem de Lily se formou na mente de Severus. - Havia alguém... Mas nós nos afastamos.


- Ah, que pena. Ele é quem saiu perdendo. - Remus a abraçou e sentiu que ela tremia ligeiramente. - Está com frio?


Sem falar nada, ela abanou a cabeça, negando. Remus a encarou, os olhos pretos profundos mirando diretamente nos dele.


- Proserpina, você confia em mim? Sabe que eu não faria nada para magoá-la, não?


Ela assentiu, e ele sentou-se ainda mais perto dela.


- Então... Você se importaria se eu beijasse você?


- Não...


O coração de Proserpina acelerou-se ainda mais quando Remus se virou para ela e, suavemente, aproximou-se de seu rosto. Seus lábios se encostaram, e era um toque doce e suave, a princípio. Só que aquilo foi provocando sensações incríveis naquele corpo desconhecido. Não era só isso, notou Proserpina. Aquele corpo também era traiçoeiro.


Pois logo, por sua própria vontade, os braços dela o envolveram, e os lábios se entreabriram e uma língua curiosa apareceu para levá-la a uma dimensão inteiramente nova. Seu corpo experimentava níveis intensos de adrenalina, uma energia que parecia permear todas as suas células.


Ela abriu os olhos quando seus lábios se separaram, e Remus sorria para ela. Era mais com os olhos do que com os lábios.


- Foi muito melhor do que eu imaginava.


- Você imaginava?


- Ah, sim. Muitas vezes imaginei como seria beijar seus lábios, cheirar seus cabelos. Sabe que seus cabelos é que me atraíram?


- Cabelos?


- Sim. Eles são naturais, não usam muitos cosméticos. Só o shampoo, um cremezinho e esse prendedor com uma flor.


Ela arregalou os olhos:


- Como você sabe tudo isso?


Ele deu de ombros:


- Tenho alguns sentidos aguçados. Mas a flor tem algum feitiço preservativo, não tem?


- Sim. Ela não se manteria por tanto tempo. Eu ia colher outra, mas... fiquei distraída.


Remus acariciou o rosto dela. Proserpina sorriu, as faces enrubescendo.


- Como eu disse, sem feitiços de glamour. Você também não usa muitos cosméticos ou maquiagem.


Ela tinha a resposta pronta:


- Em Durmstrang, não ligamos muito para aparência. Ainda bem que a prima Narcissa me orientou para algumas coisas que são valorizadas em Hogwarts.


- Bom, eu tenho certeza de que foram apenas uns conselhos pequenos. Você não precisa dessas coisas, eu lhe disse.


Proserpina sentiu um calorzinho gostoso ouvindo aquelas palavras. Eram aceitação pura. Ela se sentia segura e acarinhada com Remus. Nunca, em toda a sua vida, ela tinha se sentido assim, não com essa intensidade.


Erguendo a cabeça, olhou para ele, observando os cabelos castanhos, mais escuros assim de perto do que pareciam de longe. Ela sorriu, ele respondeu.


Um novo beijo, um que confortou Proserpina. Mas Severus chorou por dentro. Aquele homem podia ser a rocha e um apoio para Proserpina, mas Severus não tinha sequer aquele conforto. Ele era sozinho.


Naquele momento Severus sentia essa solidão de maneira mais intensa do que nunca.



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