Flor Vermelha escrita por magalud


Capítulo 8
Capítulo 8 - Uma perguntinha


Notas iniciais do capítulo

Emoções no passeio a Hogsmeade



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- Então, o que era tão importante que você queria falar comigo?


- Bom, er... É que tem uma coisa engraçada acontecendo.


"Engraçado é pouco", pensou Proserpina, olhando em volta.


Ali estava ela, sentada em frente a Remus Lupin no salão de chá de Madame Puddifoot, apreciando um lanche na tarde de sábado. Eles estavam rodeados por alunos de Hogwarts, todos aproveitando o passeio a Hogsmeade. Mais especificamente, eles estavam rodeados de casais de Hogwarts.


- Se você queria discrição, não podia ter escolhido algum lugar menos óbvio? Metade de Hogwarts está aqui.


- Esqueça os outros. Eu precisava falar com você que... Bom, você sabe que eu sou gay, e prefiro meninos, não?


- Sim, você deixou isso bem claro.


- Então... eu não entendo. - Ele suspirou e encarou-a. - Por que eu estou pensando em você o tempo todo? Por que é tão difícil ficar longe de você, Proserpina?


Ela arregalou os olhos, assustada. Remus continuou, um sorriso nervoso:


- Ah, está vendo! Eu sabia que você ia reagir assim. Porque eu também estou um pouco assustado. E surpreso. Droga. Eu não consigo ser gay com você.


Ela ainda não conseguia encontrar palavras. Tentou tomar um pouco do chá, mas descobriu que as mãos tremiam tanto que não conseguiria erguer a xícara sem derramar.


Remus continuava, os olhos fixos nelas, a voz suave:


- Por isso eu queria falar com você. Eu não quero trair sua confiança em mim. Eu lhe disse que podia ficar segura comigo, porque eu não tinha interesse sexual em garotas. Mas agora parece que eu tenho interesse. Quero dizer, meu interesse é em apenas uma garota, mas aparentemente eu não sou tão gay quanto achava. Ao menos com você.


- E... - A voz de Proserpina falhou, então ela tossiu para clarear a garganta. - Hum, o que você pretende fazer?


- Deixo a decisão em suas mãos. Se você quiser continuar minha amiga, eu adorarei. Mas vou entender se você não quiser. Só que, se você não quiser ser minha amiga, eu tenho uma proposta para você.


- Proposta?


- Sim. Porque eu não quero mais ser seu amigo.


- Não?


- Não. Eu quero ser seu namorado.


Agora sim, os olhos negros se arregalaram.


- Você quer... ?


- Sim, por favor.


- Mas... Eu vou embora de Hogwarts daqui a pouco!... Não tem muito futuro se eu vou embora, não é?


- Isso não impede que tenhamos um namoro durante algum tempo. Pode não ser muito, mas pelo menos teremos um tempo só nosso. Melhor isso do que nada. Eu gostaria muito disso, Proserpina. Mas se você não quiser, eu vou respeitar sua vontade e tentar me contentar em ser apenas seu amigo.


Agora Proserpina estava vermelha. Ela jamais poderia imaginar algo como aquilo. Estava completamente surpresa.


- Eu... Posso pensar na sua... proposta?


- Oh. - Ele pareceu decepcionado. - Bem... Acho que sim. Isso deve tê-la surpreendido.


- Admito que sim, me surpreendeu. Preciso...  explorar meus sentimentos. - Ela se ergueu. - Não é só isso. Narcissa e seu noivo me aguardam. Eu prometi que os veria.


- Claro. Deixe-me acompanhá-la.


Sabiamente, Remus evitou encontrar-se com Narcissa e Lucius ao acompanhar Proserpina. O elegante casal e sua protegida foram se sentar numa das mesas das Três Vassouras.


- Então, Proserpina, - Lucius mal conseguia esconder o sorrisinho sarcástico -, ouvi dizer que você anda congraçando com alunos de Gryffindor.


- Com um aluno de Gryffindor em especial - corrigiu Narcissa, também sorrindo.


- Remus Lupin é o nome dele - esclareceu Proserpina, esforçando-se para não parecer constrangida. - Ele tem me ajudado nas matérias.


- Pelo que Narcissa me disse, vocês têm passado tempo juntos - observou Lucius.


- Ele tem sido bastante solícito.


Narcissa explicou para Lucius:


- Aparentemente, querido, ele é gay. Que infelicidade.


- Para Proserpina, talvez. Já Severus pode ficar feliz com a informação. - Proserpina ficou vermelha. - Oh, mas espere. Seu Gryffindor não sabe que Severus também é gay. Na verdade, ele é amigo de Proserpina, mas jamais será amigo de Severus. Estou certo?


As palavras de Lucius - ferinas, mas verdadeiras - causaram uma dorzinha incômoda no coração de Proserpina. Ela, porém, tentou superar:


- Em essência, sim. Mas devo dizer que houve ... avanços.


Uma elegante sobrancelha se ergueu:


- Verdade? Gostaria de ouvir mais sobre isso.


- Descobri hoje que meu amigo aparentemente não é gay no que se refere a Proserpina. Recebi uma proposta para namorar Remus Lupin.


Lucius abriu um sorriso e Narcissa ergueu as duas sobrancelhas.


- Ora, ora, ora - divertiu-se o herdeiro dos Malfoy. - Nossa garota aqui está se revelando uma sedutora de mão cheia...


A moça loura mal podia conter sua admiração:


- Eu pensei que trazer a tia Walburga para obrigar o nojento do meu primo Sirius a pedir desculpas a você na frente da escola inteira fosse esperto, mas essa foi uma jogada de mestre, querida. Eu tiro meu chapéu para você, Proserpina. Você deixa seu primo orgulhoso.


- Então qual é o plano? - quis saber Lucius. - Vai enlouquecê-lo com seus poderes de sedução e depois abandoná-lo, Proserpina?


Ela deu de ombros e sorveu um pouco da Butterbeer, lembrando:


- Ele vai terminar sendo abandonado de qualquer jeito. Tudo indica que Primo Severus vai voltar em breve.


Lucius tomou um longo gole de vinho, sorrindo:


- De qualquer jeito, a vingança será servida. E você se mostrou extremamente hábil, estrategicamente esperando a hora de atacar e sabendo quando recuar. Definitivamente, você é alguém que merece ser acompanhado depois de Hogwarts, Severus.


A moça com a flor vermelha na cabeça sibilou:


- Eu sou Proserpina. Severus não está aqui.


- Desculpe, o erro foi meu. Sua atitude é correta. Desse jeito, você jamais perde a perspectiva. Cada vez você me agrada mais... Proserpina. - Ele voltou a atenção para o vinho e indagou, casualmente: - Quando será?


- O quê?


- Seu primo. Quando ele volta?


- Não se sabe exatamente. Prof. Slughorn acredita que será em breve.


- Mantenha-me informado - pediu Lucius. - Será uma pena quando se for, Proserpina. Sentirei saudades. Tente ensinar uma coisinha ou duas a seu primo. Será definitivamente uma melhoria.


Narcisa ainda não parara de rir.


- Querida, ainda estou pasma com seu plano. Quero dizer, Lucius teve que acionar o nome Malfoy e ameaçar o casamento para fazer tia Walburga vir até Hogwarts. Imagine o que isso vai fazer com seu Romeu!... - Ela jogou a cabeça para trás e soltou um gorjeio leve, a título de risada. - O pobretão vai ficar arrasado. Acho até que vai desistir da bissexualidade e se ater a perseguir apenas membros de seu próprio sexo.


- Boa sorte para ele - zombou Lucius.


Proserpina juntou-se às risadas. Por dentro, porém, sua vontade era de correr daquele lugar o mais rápido possível. Por mais que fosse uma mentira e que ela não tivesse a mínima intenção de enganar Remus daquele jeito, a mera menção da armadilha fazia Severus se sentir doente consigo mesmo.



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