Flor Vermelha escrita por magalud


Capítulo 7
Capítulo 7 - Decisões


Notas iniciais do capítulo

Remus toma a iniciativa



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Nas próximas semanas, Remus Lupin esperou todas as oportunidades possíveis para se aproximar de Proserpina. Ele passou a procurar a moça naquele local no lago, a esperá-la na biblioteca, e também a  freqüentar os corredores que davam para as masmorras, onde ficavam os dormitórios de Slytherin.


Ele não podia evitar os olhares gélidos de Narcissa Black, mas os olhos pretos de Proserpina sempre pareciam conter algo mais do que desconfiança. Ao menos era o que Remus sempre achava.


- Você conhece muito sobre Poções - comentou Remus. - Como seu primo.


Proserpina empalideceu ligeiramente antes de responder:


- Acho que alguns talentos são herdados na família. Você também tem jeito com Defesa Contra as Artes das Trevas.


Ele deu de ombros:


- Não sei se é herdado. Talvez seja instintivo.


Os dois estavam na biblioteca, e Madame Pince fez um "Shh" geral para todos que estavam no local. Os dois ficaram quietos por alguns minutos.


- Nessa semana tem visita a Hogsmeade - cochichou Remus.


- Isso mesmo.


- Gostaria de ir comigo?


Proserpina o encarou, e Remus viu a desconfiança em seus olhos pretos.


- Eu prometi ir com Narcissa Black falar com Lucius Malfoy. Ele me ajudou muito, ela também.


- Mas você precisa ficar o tempo todo com eles? Podemos nos encontrar mais tarde, então. Pode ser?


Ela abaixou a cabeça.


- Falarei com Narcissa. Vamos ver o que é possível fazer.


- Bom, eu nem perguntei se você quer ir a Hogsmeade comigo. Quer?


- Eu quero, sim. Você não parece ser tão ruim como meu primo dizia. - Ela viu que ele ia contra-argumentar e concluiu: - Mas, como você disse, Severus não conhecia você muito bem.


- Espero que você possa ajudar a corrigir essas noções que ele tem a meu respeito.


De repente, ela ficou vermelha, e as sobrancelhas se fecharam:


- Então é isso que eu sou? Uma fonte de informações e uma ponte para chegar até meu primo?


- Não! - Remus pareceu horrorizado. - Não, não é nada disso!


Madame Pince chegou perto dos dois:


- Silêncio, vocês dois! Ou vou ter que pedir que saiam da biblioteca.


Proserpina recolheu seus livros e saiu, dizendo numa voz gelada:


- Eu já estava de saída mesmo.


- Não! - Remus recolheu seus livros e foi atrás dela. - Proserpina, espere!


Madame Pince ainda estava reclamando quando Remus a alcançou, no corredor:


- Proserpina, por favor! Eu não quis dar essa impressão. Na verdade, não é essa minha intenção.


Ela parecia ainda muito irritada:


- É por isso que você me convidou? Para continuar a me interrogar e supri-lo de informações sobre Severus?


- Não, não! - Remus começou a se angustiar. - Eu queria falar com você. Conversar num lugar sossegado, sem sermos interrompidos.


Ela pareceu ficar intrigada:


- Conversar sobre o quê?


- Você saberá se aceitar meu convite. Mas eu vou esperar sua resposta.


Foi a vez de Remus sair, tentando disfarçar o coração acelerado. Ao menos ele não tinha sido rejeitado logo de cara!


Por sua vez, Proserpina ficou acompanhando a figura de Remus se afastando no corredor, pensativa. Ela não se irritava com a presença dele, em si, mas era o seu lado Severus que estava achando tudo aquilo estranho.


Na verdade, desde que Sirius Black revelara o que ele tinha usado contra Severus, as chances de que aquela confusão toda ser desfeita rapidamente aumentaram muito. Ele estava esperançoso por isso, claro, mas no seu coração havia uma pequena dorzinha. Severus não queria admitir que essa dorzinha estivesse relacionada à volta da relação antiga que mantinha com Remus Lupin. Naquelas semanas em que Remus se tornara amigo de Proserpina, Severus conhecera um lado diferente do rapaz.


Aliás, ele conhecera um lado de Remus Lupin que muito agradara à sua incipiente homossexualidade. Talvez por isso ele tivesse ficado tão irritado. Porque ele sabia que, quando Proserpina se fosse, Remus Lupin também iria embora da vida de Severus. Não haveria chance para mais nada: nem amizade, muito menos algo mais.


- Você precisa se decidir, querida - comentou Narcissa, quando elas conversaram mais tarde.


Proserpina não acreditou no que estava fazendo: fofocando de novo! Mas ela não conseguia resistir à tentação de comentar o que Remus dissera, o que Remus fizera.


Esse negócio de ser adolescente, e mulher, ainda por cima, era muito complicado. Mas ele não resistia à compulsão de falar sobre o que estava sentindo. Bem coisa de mulher.


- A companhia dele não me é desagradável - admitiu Proserpina. - Mas fico pensando no meu primo. Não acho que ele aprovaria nossa amizade.


- Ouso dizer que está certa, minha amiga.


- Seria muito bom se meu primo pudesse ser amigo dele também.


- Aliás, sobre isso, você sabe quando Severus vai voltar? Ouvi dizer que isso poderia ser mais cedo do que pensávamos inicialmente.


- Sim, talvez. Ainda não tem nada certo.


- Vai ser uma pena quando você se for, Proserpina. Gostei muito de sua companhia.


- Eu também. Gostaria que as coisas mudassem quando meu primo voltar. Ele não me disse que você era uma pessoa tão legal.


Narcissa ergueu uma sobrancelha e disse:


- Ainda bem. Caso contrário, eu ia parecer uma Hufflepuff.


Proserpina deu um pequeno sorriso e disse:


- Bem, até mais tarde. Vou ajudar o Prof. Slughorn naquele projeto.


- Está bem.


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- Proserpina! Proserpina!


Ela se virou, intrigada por ver a moça de Gryffindor correndo em sua direção.


- Sim?


- Olá! Você não me conhece, meu nome é Lily Evans.


Proserpina ergueu uma sobrancelhas. Lily disse:


- Talvez seu primo tenha comentado a meu respeito. Éramos amigos.


- Sim, ele comentou. Ele comentou precisamente que a amizade foi terminada.


A moça de cabelos ruivos enrubesceu.


- É verdade, mas eu me preocupo com ele. Como ele está? Você tem notícias?


- Temos nos comunicado regularmente, sim - confirmou Proserpina, um tom malicioso na voz. - Por que o interesse?


- Como eu disse, eu me preocupo com ele.


- Você é amiga daqueles arruaceiros de quem meu primo tanto falou.


Lily ficou ainda mais vermelha:


- Olhe quem fala. Você tem andado muito com Remus.


Ao contrário do que Lily imaginou, Proserpina não perdeu a pose. Ergueu o nariz e lembrou, numa voz sedosa:


- Se tivesse prestado atenção, teria visto que o seu amigo é quem anda correndo atrás de mim.


- Olhe, Proserpina, eu não quero discutir com você. Só queria notícias de meu amigo.


- Ex-amigo - frisou ela, friamente. - Severus está melhorando rapidamente, se isso realmente lhe interessa.


- E o que ele tem?


- Essa informação, lamento dizer, seu amigo Black só disse ao Prof. Dumbledore. Nem eu mesma sei o que ele tem. Só sei que foi grave o suficiente para ficar longe de Hogwarts, talvez até internado em St. Mungo\'s. Espero que seus amigos estejam satisfeitos.


- Proserpina, eu não concordo com as ações deles. Também não concordo com a escolha que Sev fez de seus amigos, e foi por isso que nós deixamos de nos falar. Não tenho nada contra você.


Proserpina suspirou e suavizou a voz:


- Você era amiga de meu primo. Ele era muito afeiçoado a você. Vivia falando: "Lily isso, Lily aquilo". Ficou muito decepcionado quando você não o perdoou pelo que ele disse. - A moça ia se justificar, mas Proserpina ergueu a mão. - Não precisa me dizer nada. Isso não me diz respeito. É entre vocês dois. Mas espero que entenda que vou apoiar meu primo.


Lily assentiu:


- Está bem, então.


Ela ia saindo quando Proserpina chamou:


- Ei, Evans! - Lily se virou e Proserpina disse, com um sorriso tímido: - Ele vai gostar de saber que você perguntou por ele.


Lily devolveu o sorriso. Dentro de Proserpina, Severus sentiu o coração bem mais leve.



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