Feliz Natal, Sam. escrita por Bee


Capítulo 1
CAPÍTULO ÚNICO - All I want for Xtmas is you.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas que por acaso viram essa história e acharam que parecia legal, talvez não seja, talvez seja, você tem que se arriscar.
É um ideia boba que tive faz uns dois anos, mas né, só agora que desenvolvi mesmo.
Espero que alguém leia e goste.



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- Vai mesmo ficar aqui, Sam? – a voz docemente irritante de Cat soava levemente preocupada – É Natal, e não é legal passar essa data sozinha.

- Eu me viro. – Sam sorriu, ela sentia falta de Seattle, tinha chamado sua mãe para vir visita-la, mas ela preferiu passar com Melanie em New York. Mas não era isso que ela mais sentia falta em Seattle. Ela sentia falta do frio que fazia com que seus ossos tremessem mesmo quando ela estava em um lugar quente. Ela sentia falta de sentir a neve caindo em seu cabelo e ombros. Ela sentia falta de ver Freddie lá na saída da escola com o cabelo todo branco de neve.

- Tudo bem. – Cat sorriu e saiu pulando de encontro a Robbie. Isso era ainda pior para Sam, sua melhor amiga atual estava lá de namorado para cima e para baixo. E ela se sentia uma tiazona eternamente solteira.

Sam estava mexendo no celular, passando as fotos de seus amigos, e encontrou uma de Freddie. Comemorando com a família toda, e ela desejou fortemente estar ao lado dele. Desde que ele havia vindo “salvá-la” porque Cat havia chamado, eles haviam se aproximado mais. Mas aquela promessa de saírem terminou por não acontecer. Ela queria, ela chegou a pensar que eles poderiam voltar a ficar juntos. Mas a realidade não era assim, certo?

Se a realidade fosse como nos sonhos da loira, Freddie apareceria ali, com neve falsa salpicada pelos cabelos castanhos, com um buquê de presunto e um sorriso idiota no rosto. E sussurraria para ela o quanto ele sentiu falta dela. Eles tomariam chocolate quente e dariam risada.

E talvez, como nos mais belos sonhos de Sam, ele daria um beijo nela no final da noite. Mas a realidade era dura demais. Freddie não chegaria, ela passaria a noite sozinha, e o único presunto que ela teria era aquela linda peça que ela comprou para se deliciar a noite toda.

Ligou a tv, e tentou achar alguma coisa que não fosse natalina, ou melodramática, ela não estava no clima. Não para filmes românticos, não para músicas românticas de Natal. “All I want for Christmas is yooooou, babe” estava tocando em uma das suas milhares versões.

- Tudo que eu quero de Natal, é que essa música saia da minha cabeça. – Sam resmungou ao deixar no canal de lutas. Nada menos romântico e menos natalino. Mas mesmo assim só conseguia pensar em o quanto ela queria que seus sonhos acontecessem, e ele chegasse, com muito presunto para que Sam aproveitasse.

Presunto, presunto. Sam estava com fome. Ela preparou um jantar típico naquela casa, quando elas não pediam algo, e estava pronta para devorar o seu sanduiche de almondegas.

Almondegas, almondegas. Sam não sabia porque toda comida lembrava ela de Freddie. Almondega tinha o gosto do primeiro beijo. Ela sabia que estava se torturando, mas o que faria? A campainha soou atrapalhando Sam de comer seu delicioso sanduiche. Ela se levantou e contra a vontade, com a maior cara de poucos amigos abriu a porta.

- Ei. – Sam viu aquele lindo sorriso de lado, tão canalha. Viu aqueles olhos cor de almondegas, ridiculamente brilhantes. Viu aquele cabelo babaca, penteado com aquele topete incrivelmente babaca. A loira fechou a porta na cara dele. – Sam?

- Eu tenho um sanduiche de almondegas me esperando. – Sam gritou, e ouviu o moreno bufando do outro lado da porta. – E além do mais, cadê meu presunto?

- Presunto? Que presunto? – ele gritou sem entender do que ela falava.

- Exatamente.

- Que presunto, diaba loira? – Freddie gritou, mas não obteve resposta. Ele permaneceu lá, batendo na porta constantemente, e Sam estava louca para abrir a porta e abraça-lo. Mas ela não queria ser fácil, fácil é chato.

Ele pareceu ter desistido, exatamente quando ela havia desistido de tortura-lo. Não havia mais batidas na porta. Sam foi até lá e quando abriu a porta, nada. Ele não estava mais ali. Ou ela havia sonhado que Freddie havia aparecido, ou ele havia mesmo ido embora.

Sam se sentiu frustrada, por que ela tinha que tortura-lo? Ela deitou-se no sofá da maneira mais largada que ela conseguiu. Estava cansada. Era quase meia noite, era quase Natal, e tudo que ela queria de presente era Fredward Karl Benson. Não ligava se Cat estava lhe dando um capacete retrô muito legal, o que ela estava fazendo, pois Sam havia olhado dentro do pacote. Ou se Dice ia dar um coturno super legal.

Se ela tivesse Freddie ao seu lado ela seria feliz pelos próximos trezentos e sessenta e cinco dias. Ela estava quase dormindo quando ouviu a campainha de volta. Se perguntou se Cat havia levado sua chave, e chegou a única conclusão possível quando se tratava da ruiva: não.

Não ia se levantar, estava com preguiça.

- Não tem ninguém. – ela gritou.

- Tem sim. – aquela voz rouca. Ela estava ficando louca. Ele não devia estar lá mesmo, era mais um sonho e ela devia estar dormindo e não havia percebido. – Sam, tá meio frio aqui fora, sabia?

- Nem tá, você gosta de reclamar.

- Samantha Joy Puckett, se você não abrir essa porta eu vou embora comer todo o presunto que eu te comprei.

- Como vou saber se você tá ai?

- Sam, eu estou com frio, dá pra parar de ser boba, diaba loira? – a frustração na voz dele era grande. Sam com um sorriso enorme abriu a porta, e ele estava ali mesmo.

- Você jura que não estou sonhando? – ela perguntou baixinho olhando aqueles olhos, e a barba que estava por fazer.

- Você tem sonhado muito comigo? – Freddie perguntou arqueando a sobrancelha esquerda em desafio.

- Não, por sorte não tenho pesadelos assim.

- Pesadelos? Eu diria que são os melhores sonhos. – ele sorriu convencido e estendeu um buquê de bacon e presunto para a loira, ela encarava aquele pedaço enorme e delicioso de bacon e presunto.

- Você é uma pessoa estranha. – Sam disse pegando o buquê. – Rosas teriam funcionado.

- Não, não teriam. – Freddie a conhecia tão bem.

- Não teriam mesmo. – Sam riu levando seu buquê único até a cozinha. – Pode entrar, só não liga a bagunça. Eu não queria limpar.

Ele sabia. Ele conhecia a Sam. E ela continuava a mesma. Ele se sentou e não se importava com a bagunça ou com o fato de parecer solto demais ali naquele sofá que não o pertencia.

Freddie não tinha mais a postura de filhinho nerd da mamãe. Ele estava muito parecido com a Sam e isso era muito legal.

- O que você veio fazer aqui, nerd?

- Além de ver você morrendo de amores por mim? – Freddie sussurrou enquanto se levantava rapidamente e seguia em direção à loira.

- Eu não morro de amores por você, convencido. – Sam retrucou – Você morre por mim.

- Nunca neguei isso. – ele riu – Mas vim para buscar meu presente.

- Teu presente? Veio em vão, então.

- Eu tenho certeza que não. – Freddie disse com aquele sorriso canalha que lhe pertencia. – Posso pegar meu presente?

- Claro. – Sam deu de ombros. E o moreno se aproximou dela, e com uma forte pegada na cintura dela ele a puxou para perto. Aquela proximidade fez o coração de Sam acelerar como há muito não fazia. Ela respirava com dificuldade, parecia não saber como respirar naquele momento. Ela esperava por um beijo, um beijo doce, um beijo cheio de memórias, um beijo cheio de desejo e saudade. Mas tudo que ela teve foi um abraço.

Um longo, demorado e deliciosamente cheiroso abraço. Ela o apertou com uma força que há muito não usava para abraçar ninguém, uma força pura e doce. Aquele foi o melhor abraço que ela já havia recebido.

- Eu senti a sua falta. – Freddie sussurrou com a cabeça enfiada nos cabelos loiros da menina. – Eu senti a sua falta cada dia desse ultimo ano mais que nunca, Sam.

- Eu senti sua falta também. – ela sussurrou, aquelas palavras pertenceriam a apenas eles dois, pertenceriam a aquele momento. Só Freddie deveria ouvir, pois aquelas palavras guiariam todo o resto.

Eles permaneceram naquele momento mágico, somente abraçados, em silêncio, ouvindo a respiração do outro, sentindo o tato leve das peles nas regiões em que se sentia a pele, sentindo o palpitar do coração como uma massagem relaxante no seu peito. Palavras eram desnecessárias, nada precisava ser dito, tudo poderia ser sentido.

Quando se separaram, eles se viam diferentes. Mais leves, mais felizes. Estar juntos, realmente juntos significa muito. Esse era com certeza o maior presente que Sam poderia ganhar. Eles passaram a noite juntos, mas como amigos, não como namoradinhos. E isso machucava Sam. Ela achava que ele não a desejava, era irreal pensar que ele voltaria, a beijaria, pediria em namoro e falaria que ela era a única na vida dele.

Era irreal pensar que eles voltariam a serem namorados, eles era um casal torto com um amor tão torto quanto, e Pam sempre disse que amores tortos nunca poderão ser ajeitados. Amores tortos devem permanecer tortos, nunca serão uma reta, por que Sam acreditava que poderia transformar aquela curva em uma reta?

- Está com fome? – Freddie perguntou. Sam sentiu a vibração da voz dele percorrer o peito no qual ela estava encostada, apenas sentindo as batidas regulares daquele moreno que ela tanto amava.

- Talvez. – a loira o olhou, ele deveria saber quando ela estava com fome, não deveria? Então ele apenas se levantou e seguiu até a cozinha. Ele sabia.

- Freddie, o que você veio fazer aqui? – Sam perguntou o encarando enquanto ele fritava bacon e cortava umas tiras de presunto.

- Não sei, Sam. Eu só tive saudade e só quis te ver. Ver esses lindos olhos azuis e esse sorriso ai. Não adianta desfazer ele agora. – Freddie brincou a encarando – Eu tive um sonho, Sam. Eu sonhei que vinha até você e você dizia com todas as letras que ainda me amava e me queria de volta. Seria só um sonho bobo?

- Sim, eu acho que seria. – Sam mentiu o olhando nos olhos. Ele saberia que era mentira, ele tinha que saber que era mentira.

- Você anda mentindo muito mal, diaba loira. – Sam corou, era incrível como ele a conhecia. – Eu sei que você me queria aqui, eu consigo ler no seu semblante, por que você não admite?

- Pois eu sei o que vai acontecer se eu admitir. – Sam perguntou – Eu vou ficar toda animada, nós nos beijaremos, ou não, e você voltará para Seattle e eu vou ficar aqui. Vou ficar triste por não te ter e vamos ficar assim.

- E se isso não acontecer? – Freddie se sentou no sofá e a encarou. – E se eu ficar?

- Você não ficaria. – a loira disse triste o encarando.

- Por você eu iria ao inferno e voltaria, loira. – o garoto sorriu acariciando o queixo liso da menina, e com um movimento agiu e inesperado ele a puxou e a beijou. Não um beijo longo, apenas um selinho, como o primeiro deles. Era só o que eles precisavam no momento. Mas Sam não estava contente com apenas um selinho, então aprofundou o beijo.

Quando se separaram daquele delicioso embate de línguas, Sam estava corada e com os lábios vermelhos. Freddie a olhava nos olhos intensamente, aquele azul estava enfeitiçando o moreno. Ele amava ficar preso naquele azul, era como olhar o céu em um dia ensolarado, era como viajar no domingo, era maravilhoso e sempre o deixava perplexo.

- Você vai ficar? – Sam perguntou temendo pela resposta, ela temia que ele fosse embora depois daquele beijo e a deixasse ali novamente louca por o odiar e o amor, por querer ele por perto e não o ter. Era como desejar o sol e só ter chuva, era como esperar que nevasse em Hollywood.

- Você quer que eu fique?

- Mais que tudo. – ela respondeu simplesmente, era a verdade, a mais doce e aterrorizadora verdade.

- Ah, então Feliz Natal. – Freddie sorriu, e a loira ficou confusa. – Feliz Natal porque isso vai se realizar, eu estou cursando a faculdade aqui, na UCLA, vou ficar muito tempo ao seu lado, sendo chato e sendo o cara que você vai amar para sempre.

- Quem disse que eu te amo? – Sam desafiou, ela estava feliz em saber que ele ficaria por anos ali com ela.

- Não preciso que ninguém me diga isso, eu sinto. Eu te amo, e eu sei que ainda me ama.

- Bom, você terá alguns anos para descobrir se te amo mesmo. – a loira sorriu, o puxando para outro beijo – Eu ainda te amo. – ela sussurrou quando eles pararam o beijo e Freddie nada disse, apenas sorriu, sorriu como se quisesse gritar ao mundo que ela o amava, como se quisesse mostrar a todos que a garota que ele ama o ama da mesma forma.

E aquele natal, que não prometia nada, foi simplesmente o melhor e mais brilhante Natal da vida da loira até aquele dia. Freddie permaneceu ali até o dia clarear, apenas a abraçando e dizendo, afirmando e reafirmando que a amava mais que tudo. E ela sabia, simplesmente sabia, da mesma forma que sabia respirar.


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Notas finais do capítulo

E ai seres da Terra? Gostaram? Odiaram? Eu falei que tava terrível :( Sorry for that.



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