- Pyter- disse eu.

Ele sorria.

- Tá sozinha...- murmurou Pyter.- Quer compania?

- Claro- disse eu.

Começamos a andar pela praia, o quê me lembrou a primeira vez que eu realmente conversara com Nico... o dia em que Dérick me pedira em namoro. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto de me lembrar de Dérick, mas eu a sequei antes que Pyter pudesse ver.

- Entãão...- murmurou ele.- O quê gosta de fazer?

- Sei lá...- disse eu.- Dormir- eu dei uma risadinha.- Brincadeira, gosto de... hum...- eu hesitei.- Essa pergunta foi muito boa- disse eu, pensando em dizer que eu gostava de ficar com Nico, sempre, há todo momento, mas seria estranho falar desse jeito de um irmão.

- Estranho- disse ele.- Ninguem nunca me disse que não sabia o quê gostava de fazer.

- Na verdade, eu sei- as palavras pularam de minha boca.

- Não quer dizer?- Disse ele.- Li numa revista que desabafar faz bem... quer dizer..., eu... eu não leio revistas, uma amiga minha filha de... hã... afrodite me contou.

Eu olhei para ele desconfiada.

- É segredo- disse eu mostrando-lhe a língua.

Ele riu.

- Certo, certo- disse ele.

Chegamos até o final da praia, na cabana de Hades.

- Hã...- murmurei.- Quer entrar?

Ele deu de ombros e eu abri a porta, ele entrou e seu queixo caíu.

- Uau...- murmurou ele.

- O quê foi?

- Meu chalé nunca que vai ser organizado assim- disse ele.

- Bem, são só duas pessoas aqui... já no seu chalé...- murmurei.

- Muitas- disse ele de cabeça baixa.

- Não gosta dos seus irmãos?- Perguntei.

- Não é isso...- murmurou ele.- Sei la, eles são muito, hã... agressivos.

Eu olhei em volta no quarto, sem ter nada a dizer, eu nunca conhecera um filho de Ares tão... sensível.

Ele se sentou na cama de Nico e ficou olhando a foto do criado-mudo dele.

- Quem é essa?- Perguntou ele apontando para Bianca na foto.

- Ela se chama Bianca...- disse eu andando até ele, mas tropecei no meio do caminho, caíndo em seu colo, ele corou.

Do lado de fora da cabana eu pûde ouvir Mariana falar:

- Eai vão ter vários Nicozinhos e Alyzinhas e...- mesmo com ela tagarelando eu fiquei paralizada.

A porta se abriu.

- Chega Mari...- murmurou Nico entrando no quarto.- Hã... Aly... Pyter- murmurou ele.

Eu me levantei e desviei o olhar do de Nico.

- Oi...- murmurei.

- Eai...- disse Pyter sem jeito.

Quando a noite caiu Nico foi dormir, era cedo, mas ele dissera que estava com sono, eu deixei ele ir e fiquei treinando na arena sozinha.

- Ei, Aly- disse alguem atrás de mim.

Eu me virei e dei de cara com Pyter, ele estava com o rosto a centímetros do meu, o que me fez corar, e ele também.

- Eu... eu precisava falar com você- disse ele mordendo o lábio.

- Pode... pode falar- murmurei.

Ele se aproximou mais de mim e me beijou.