Nico me abraçou enquanto eu chorava, eu havia matado Dérick, que por tempos, fora meu melhor amigo, e ele estava ali, caído no chão, sangrando... morto.

- Temos que tirar ele daqui- disse Mari.- Se sua mãe acordar...

- É- disse Nico me soltando.- Podem deixar, eu tiro.

Ele não fez absolutamente nada, mas o corpo de Dérick caíu por uma fenda que se abriu no chão, o mundo inferior.

- Papai vai ficar louco- disse Nico.- Mais espíritos para ele tomar conta.

Eu dei uma risadinha, mas ainda chorava.

- Calma Aly- disse Nico.

- Deixa ela- disse Mari.- Ela precisa ficar sozinha.

Eu assenti e fui pro meu quarto. Me sentei na cama e comecei a chorar, sozinha, me deitei e adormeci.

Sonhei com Dérick, eu e ele estavamos numa sala escura, um breu total, ele olhou para mim com pena.

- Não fique assim Aly- disse ele.- Era meu destino.

- Eu não queria!- Gritei.

- Eu sei- murmurou ele e deu um passo em minha direção, ele hesitou, e então andou até mim.

- Eu sinto muito- disse ele.

Eu queria chorar, mas não conseguia, me senti forte por não chorar, mas ao mesmo tempo fraca, por querer, e não conseguir. Ele colocou meu cabelo para trás da minha orelha e sorriu.

- Obrigado por tudo Aly- disse ele, e meus sonhos se tornaram negros.

Eu acordei ainda sozinha em meu quarto, já era de noite, me levantei e quase morri de susto quando vi Nico sentado no canto do meu quarto dormindo. Eu me sentei ao seu lado e encostei a cabeça em seu ombro.

- Por que diabos você adora me acordar?- Perguntou Nico.

- Eu não queria, você que tem um sono leve dos infernos- murmurei.

Ele deu uma risadinha e encostou a cabeça na minha. Eu segurei a mão dele.

- Eu queria tanto não ser sua irmã- murmurei.

- Quem sabe papai te deserda e você e nós podemos ficar juntos.

Eu ri.

- Só você para me fazer rir numa hora dessas- disse eu.

Eu tirei a cabeça do ombro dele e o olhei nos olhos, ele me encarou.

- Já disse que você é estranha?- Murmurou Nico.

- Já- disse eu sorrindo.

Ele virou o rosto, e abaixou a cabeça.

- O que foi?- Perguntei.

- Eu não consigo ficar perto de você Aly...

- Mas você está perto de mim...

- Sim, mas... não consigo ficar perto de você sem te beijar, eu ja te disse isso.

- Você não precisa não me beijar- disse eu.- Eu também ja te disse isso.

Ele olhou para mim com a expressão triste, aproximou o rosto do meu e sussurou:

- Não devo...

Eu aproximei mais a minha cabeça da dele e o beijei, pra minha surpresa, ele não recuou, e continuou a me beijar, pela primeira vez em 5 meses, eu estava realmente feliz. Ele se deitou no chão me puxando pra cima dele, eu levei as mãos a seu pescoço e ele colocou as dele em minha cintura. Eu continuei beijando-o e ele não reuou em nenhum momento, até eu tentar tirar sua camisa. Quando eu o fiz ele hesitou e virou o rosto. Eu suspirei.

- Desculpe- murmurei.

- Você não tem porque pedir desculpas Aly- disse ele.- Eu sou fraco.

Eu virei sua cabeça fazendo-o olhar para mim.

- Nós não podemos viver assim Nico- murmurei.

- Por isso que você não deveria ter trancado a janela aquele dia.

Eu revirei os olhos.

- Eu não quiz dizer isso...- murmurei.- Quiz dizer que nos temos de ficar juntos!

- Não Aly- disse ele, e eu o beijei, mas ele nos separou, me tirou de cima dele e se sentou, eu me sentei também.

- Se eu não fosse tão fraca quanto você- disse eu.- Você não teria de ser forte.

- Eu gosto de ser fraco- confessou Nico se aproximando de mim.- Meus momentos de fraquesa são os mesmos momentos de felicidade.