Bakuhatsu - Chakura Konemasu escrita por Daisuke


Capítulo 6
Trabalho em equipe


Notas iniciais do capítulo

- Como o último capitulo foi bem recebido por todos, com mais comentário do que esperava, está aqui mais um capítulo escrito até meus dedos sangrarem.
— Dito isso, aproveitem!!!!



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Eu olhava fixamente para o meu adversário, com os olhos estreitados, só que ele parecia me ignorar descaradamente, tudo indicava que a razão era o livro de romance, encarcerado em sua mão esquerda.

– Idiota. – Suspirei, não havia sombra de dúvidas, de que ele acha que sou o mesmo garoto tapado da academia, é um grande erro definir a personalidade de alguém, devido a um velho historial da academia.

Fiquei tão irritado pela sua ignorância, que parti imediatamente para o ataque, usando o Taijutsu ensinado por Deidara da melhor forma possível, para dar inicio ao combate.

Mas constatei que não me servia de nada, porque a cada golpe que dava ele apenas desviava e quando podia, defendia com o seu único braço disponível, e sem ao menos se esforçar em dar uma olhada nos meus movimentos. Era como se soubesse tudo o que eu faria a seguir, outra, outra e outra vez.

O mais estranho é que, apesar do meu grande esforço em tentar acertá-lo, ele não se dava ao trabalho de contra-atacar, mesmo sendo visível várias aberturas em cada ataque meu descoordenado.

E tudo indicava, que estava enfrentando um dos melhores ninjas em combate corpo a corpo da vila, a quem eu não ganharia mesmo ele estando com as mãos atadas ou de olhos vendados.

– Por quê você não contra-ataca? – Gritei, tentando ganhar alguma atenção.

No mesmo instante, Kakashi elevou o seu pé direito em direcção ao meu rosto, me fazendo cambalear até cair para trás.

– Por nada, simplesmente está me apetecendo terminar este capítulo. – Falou olhando para o livro, como se estivesse entediando de todas as minhas tentativas falhadas de o acertar.

Fiquei completamente passado, e lancei uma onda de shurikens em sua direcção, enquanto tirava uma bomba de fumaça roxa do meu compartimento ninja. Antes de eu a jogar no chão, Kakashi apertou forte o meu pulso, após sua aproximação em uma velocidade que me atrevo a dizer fora do normal.

– Esqueci de ti dizer que é quase impossível me concentrar direito na minha leitura, quando tem alguém perto de mim que não consegue ficar quieto, nem por um segundo. - Disse apertando ainda mais o meu pulso e o pressionando contra a minha nuca, me obrigando assim a soltar a bomba de fumaça.

Quando a bomba de fumaça chegou ao chão, uma cortina de fumaça começou cobrindo a gente. Aproveitei a ocasião para sacar rapidamente uma kunai e em movimento giratório tentei desferir um corte em seu braço. Mas ele soltou momentos antes, e tirei proveito da situação pulando para trás umas três vezes.

Suspirei pelo meu golpe de sorte, já fora da cortina de fumaça, e olhei para o meu pulso todo dorido. Quando retirei a luva, havia sinais de hematoma em meu pulso direito. Parece que é impossível vencê-lo sozinho, o que me fez recorrer a uma ajuda inesperada.

Perguntei a Kyuubi se ele ainda se encontrava dentro da fumaça, e ela confirmou que sim.

Tirei a outra luva que estava em minha mão esquerda e comecei a fazer os selos de mão, e apareceu quatro kage bunshin, o número que eu necessitava mesmo nesse momento.

Quando a fumaça estava começando a se dissipar, lançamos Kunais simultaneamente em direcção ao Kakashi-sensei como uma distracção. E enquanto ele estava ocupado em desviar e em se defender delas, mandei dois Kage bushin para cima dele, começando assim um combate corpo a corpo mais apertado.

Mas foi em vão, os dois clones estavam com grandes dificuldades em derrubá-lo, o que considerei simplesmente incrível, como ele não demonstrava sinais de esforço.

Tive um inesperado momento de luz, enquanto acompanhava vagarosamente os movimentos do Kakashi Sensei. Percebi que até agora, ele apenas está exibindo a mínima supremacia do seu poder, mas eu vim aqui para enfrentar o melhor dele, não o menor.

Fiz um Jibaku bunshin, que em movimentos sincronizados com os outros dois clones das sombras ao meu lado, foi arremessado, como uma kunai, em direcção do meu adversário.

Quando ele estava há um metro do meu adversário, com um simples selo o fiz explodir, jogando o meu adversário uns bons metros afora.

A explosão foi grande demais, que gerou fumaça suficiente para mandar os outros dois Kage bushin, terem uma conversa com os meus companheiros de equipe, para os informar do meu plano.

Eu não sabia qual era o verdadeiro objectivo desse teste, mas com a ajuda deles as coisas seriam bem mais fáceis para mim. Se nós despacharmos o Sensei, certamente teremos tempo suficiente para decidir quem fica de fora do time.

Infelizmente… os dois se recusaram a fazer parte do plano, porque eles disseram que seria melhor trabalharem sozinho, para também ganharem o mérito sozinho. Até parece que aguentariam uns minutos a sós num combate com o Sensei, talvez o Sasuke conseguiria dar um pouco de trabalho, agora a rosada… fala sério...

Mas mesmo assim, eu disse que contava com a ajuda deles no momento certo, como pude ver incerteza em suas respostas. Talvez quem sabe mudassem de ideias até o momento que eu precisar da ajuda deles.

Quando a fumaça se dissipou, Kakashi Sensei estava com uma parte de sua roupa chamuscada, principalmente no seu antebraço, o que usou como uma espécie de escudo. Agora em seu rosto, apenas era visível um olhar de dúvida, como se estivesse perguntando a si mesmo, em que momento é que usei uma folha explosiva ou algo do género que distorceu completamente a sua visão no campo de treinamento.

Sorri, ao ver que já não carregava o livro em sua mão. Parece que finalmente, o tinha chamado a razão, o que demorou quase uma eternidade para mim, mas é pena ser um pouco tarde.

Desta vez, nos encarávamos friamente, era olho por olho e dente por dente. Pelo seu olhar, eu até poderia afirmar que ele conseguiria ficar nisso durante minutos… horas… e talvez até dias…

Mas eu não. Eu sou do tipo que fica desconfortável ao ser fitado por muito tempo, e também não sou muito paciente.

E foi por causa dessa minha impaciência, que coloquei as minhas mãos dentro da minha bolsa que continha argila, sem perder de vista por um segundo o meu adversário.

Comecei a amassar lentamente argila, e quando tirei as mãos da bolsa, na palma da minha direita estava um pequeno pássaro de argila. Lancei-o para o ar e em uma rápida sequência de selos, em uma explosão de fumaça, surgiu um pássaro de argila grande o suficiente para estar por cima dele.

– Para um gennin, você guarda muitos truques interessantes. –

Enquanto falava, vi ele colocando suas mãos na bolsa ninja, tirando dela várias shurikens.

A única coisa que fiz, foi sorrir enigmaticamente. - Isso foi apenas o aquecimento. – Falei, enquanto subia em cima do pássaro.

Mal o pássaro levantou voo, o jounnin lançou uma chuva de shurikens, para o impedir de voar. Mas o pássaro não é a criação preferida do meu senpai por nada, com um bater de asas precisos e flexíveis, ele se desvio de todas elas.

Só que Kakashi Sensei desconhecia, que enquanto ele realizava o seu ataque, eu já estava amassando argila discretamente. Depois de terminar os selos de mão, apareceu uma revoada de pássaros de argilas, os seus tamanhos eram semelhantes à de um pássaro real. Com uma ordem minha, foram em direcção ao meu adversário.

Ele esteve imóvel durante a aproximação dos pássaros, e em um rápido salto se desviou delas. Ele continuou se desviando velozmente de todos os pássaros, depois de ver um deles explodir quando alcançou o solo.

Utilizei esse jutsu umas duas vezes, para o impedir de visualizar direito onde se dirigia em sua fuga, até a ocasião em que fiz um sinal para o Sasuke, como o Kakashi Sensei se encontrava próximo do local onde ele havia se escondido.

– Para um Baka, você é mesmo irritante. – Pronunciou Sasuke, indo em direcção ao nosso adversário.

O jounnin ao ouvir as palavras do moreno, virou o olhar para o seu novo adversário, que rapidamente o alcançou.

Achei que Sasuke usaria uma das técnicas secretas do seu clã ou coisa parecida, mas em vez disso, ele decidiu enfrentá-lo em um combate corpo a corpo. Tanto os seus golpes e movimentos eram mais rápidos e precisos que os meus, o que forçou o jounnin há não baixar a guarda nem por um segundo.

Eu lançava alguns pássaros explosivos, para facilitar mais a conclusão dos ataques do último Uchiha, que estava funcionando na perfeição. Todavia um deslize meu, desencadeou uma explosão que acabou separando os dois.

Sasuke o menos afetado, foi o primeiro que conseguiu despertar do transe, e vendo o jounnin levantando ainda atordoado pela explosão, fez rapidamente uma sequência de selos e pronunciou qualquer coisa que não compreendi direito, e o resultado foi que tal como um lança-chamas, saiu uma enorme bola de fogo de sua boca indo em direcção ao jounnin.

Kakashi-sensei já despertado do transe, olhou espantado enquanto via os selos de mão que o Uchiha fazia, e logo que reconheceu fez também rapidamente uma sequência de selos, que ao colocar suas mãos sobre o solo, surgiu uma muralha de terra que o protegeu do ataque do Sasuke.

Pude visualizar lentamente a colisão dos dois jutsus e era o momento ideal para a Sakura -chan entrar na cena. Ela vinha correndo bem atrás do Sensei.

Lançou uma rajada de shurikens em sua direcção pronunciando – Shuriken bunshin no jutsu. –

O número de Shurikens aumentou consideravelmente, mesmo eu sabendo que a maioria não passava de miragens. As shurikens reais acertaram em cheio no Kakashi -Sensei, como ele ainda tinha as suas mãos no solo. O que nos fez sorrir por uns segundos, devido ao trabalho em equipe improvisado.

Vi Sakura se aproximando calmamente do corpo do Kakashi-sensei, para pegar os guizos, mas subitamente gritou para que estejamos atentos, o que para nós não fazia sentido algum.

Sasuke não satisfeito com o grito da rosada, deu meia volta para visualizar o nosso Sensei, mas acabou ficando alerta também, ao ver que ele já não estava onde devia estar.

– Como é que ele nos enganou com o Kawarimi no… - Dizia Sasuke, que acabou saltando ao ver lentamente a saída do Sensei do subsolo, com os seus braços estendidos, como se quisesse agarrar os pés do moreno.

O bom é que Sasuke foi rápido o suficiente, para sacar e lançar uma kunai ainda em pleno ar, em direcção a uma armadilha, que ele havia preparado a momentos atrás.

Agora era apenas visível a imagem do jounnin, com várias shurikens que trespassaram o seu corpo. Sakura ao ver, o corpo do Sensei todo desfeito segurou seu vómito ao cobrir a boca com as mãos. Sasuke apenas cobriu suas narinas, por causa do cheiro de entranhas fora do lugar.

É impressão minha ou foi fácil demais. – Disse a Kyuubi.

– Com certeza, tudo graças ao meu plano genial. – Me idolatrei.

Idiota, olha para tua retaguarda. – Alertou a Kyuubi.

Me virei e lá estava o nosso adversário, lançando várias Kunais com folhas explosivas em minha direcção. Por quê eu? Seria uma boa escolha começar pela rosada ou talvez pelo moreno. Como não dariam muita luta.

Infelizmente… o pássaro conseguiu desviar a maioria das Kunais, mas ainda estavam algumas presas em suas asas. E explodiu quando eu estava tentando sair borda fora dela.

Enquanto eu estava caindo, fui alertado pela Kyuubi da aproximação do meu adversário. Mas não podia fazer nada em pleno ar desequilibrado pelo impacto da explosão, a não ser esperar pelo seu ataque.

Ungi de dor, ao ser golpeado pelo meu adversário, o que me jogou distante de si. Rolei várias vezes sobre o solo, onde a momentos atrás havia um lindo gramado e que me levou para perto dos meus colegas.

– Afinal, ele é mais forte do que eu imaginava. – Bufei, enquanto me levantava com dificuldade e com a ajuda dos meus colegas de time.

Vimos lentamente, enquanto Kakashi Sensei pairava graciosamente a uns dez metros a nossa frente, e nos fitando com o seu único olho visível.

Nos entreolhamos para ver se alguém falaria alguma coisa, mas nada. E entre nós os três a única que ainda possuía tanto a roupa como o rosto limpo e sem sinal de cansaço era a rosada, já estou a começar a detestar ela, é sempre a que menos se esforça.

Sasuke grudou os braços.

– Então, você tem mais algum brilhante plano… falhado. – Sakura ao ouvir a fala do seu amado, olhou para mim esperançosa.

Eu no entanto não parava de pensar, como é que mesmo eu estando a lhes ajudar, continuam a me chamar nomes, isso é completamente imperdoável.

Coloquei a minha mão sobre o queixo, e acariciava-a lentamente.

– Bem, ainda tenho dois planos em mente… o primeiro nós chutamos a bunda da Sakura -chan para bem perto do Kakashi Sensei que vai acabar com ela rapidamente, eliminando assim a concorrência no teste… – Parei ao ver gotas de água em suas cabeças.

– Esse plano é uma bosta, qual é o outro? – Questionou Sasuke irritado.

Mantive a minha compostura e disse.

– Eu sei, eu sei que… o primeiro não presta mas o segundo é genial. E tal se gente pega na Sakura -chan e a amarrarmos para negociar com Sensei, para ver se deixa a gente passar no teste. –

– O quê? Por quê eu sou sempre o isco? – Reclamou Sakura.

– Mas que droga de plano é esse. – Gritou Sasuke.

– É brincadeira estou apenas zoando, para tornar o clima mais amigável. Falando seriamente, apenas esperem pelo meu sinal e depois atacam o Sensei da forma que vocês bem entenderem. – Falei colocando as mãos no bolso e amassando argila.

Estava preparando o Kibaku Kugutsu (Marioneta de argila explosiva) e quando o terminei joguei uma boa quantidade de argila bem ao pé de mim, e eles começaram a tomar forma de marionetas, mas conectadas a um fio de argila que saia das bocas em minhas mãos.

– Eca!! – Exclamou a rosada.

– O que foi? – Questionei.

– Isso é boca na palma das tuas mãos? –

– Sim, é. – Confirmei.

– Eu sabia, ele é mesmo uma aberração. – Zombou Sakura.

– Que nome é ideal para ele? – Perguntou Sasuke.

– Bocarudo?! Linguarudo?! – Se perguntava Sakura.

– Hey, eu estou aqui. –

– Desculpa. – Falaram simultaneamente.

Por outro lado, o nosso adversário só observava aborrecido e sem fazer ideia do que estávamos fazendo ou planeando.

Lentamente as marionetas se levantaram, e partiram para cima do Kakashi -Sensei.

Quanto mais próximas se aproximavam dele, mais ele também se afastava, era como se temesse a aproximação delas. Não me admira nada, como ele é Jounnin já deve ter percebido que são argilas explosivas, e se aproximar dela sem pensar é suicídio.

O Kakashi-sensei fez um Kage bunshin e juntos lutavam com as marionetas, rasgavam-nas e cortavam-nas sem piedade. A sua súbita decisão de lutar com as marionetas não me inspirou confiança, mas não liguei.

Os pedaços de marionetas que eram cortados, se ligavam novamente ao fio de argila que saia em minha boca, que era alimentado pelo meu chakra. E dei sinal para Sasuke e Sakura irem lutar com eles.

Por momentos, a Kyuubi me recomendou a rebentar com os três, mas não teria piada nenhuma. Afinal o que eu diria ao velhote hokage, acidente é o que ele não acreditaria.

Vi que as marionetas de argilas eram suficientes, e mandei elas se colarem ao corpo do jounnin e explodi logo de seguida. Que na verdade era o seu clone, o que alertou Kakashi do que eu estava tramando.

Sasuke e Sakura recuaram e apenas assistiam.

O Kakashi Sensei corria entre as árvores desesperado tentando escapar ao seu inevitável destino, mas as marionetas eram a maioria e também mais rápidas.

É meio sem graça ver alguém batendo uma fugidinha pela sua vida. Mas indo ao que interessa, quando peguei ele o fiz ir pelos ares.

A explosão foi tão intensa, que provocou um grande arrepio em meu corpo, como se a explosão havia me dado prazer, um prazer diferente do normal, um prazer que segundo o meu senpai "somente aqueles que entendem o verdadeiro sentido da arte explosiva o sentem."

Julguei que tinha terminado com o combate, mas em vez disso, no lugar do Kakashi Sensei estava um tronco todo queimado.

– Outra vez o Kawarimi. Isso já está a se tornar chato. – Falei.

Hey, moleque se queres ganhar, tens que pensar duas vezes mais rápido que ele. – Disse a Kyuubi.

– Obrigado pela dica, mas é o que estou a tentar fazer desde o princípio. –

Pelo menos aprendemos algo juntos.

– Do que você está falando? – Questionei.

Você é péssimo a liderar. – Zombou a Kyuubi.

– Péssimo a liderar mas é o tanas. – Pensei. Se o Kakashi Sensei fosse um dos nossos inimigos de verdade, eu não hesitaria um segundo em usar jutsus… excessivamente mortais, mas fazer o quê ele parece ser um cara bem legal.

Estivemos atentos a qualquer aparição ou coisa fora do normal, no campo de treinamento.

– Pessoal! Não baixem a guarda. – Alertei.

– Falar é fácil. – Resmungou Sakura.

– Hey, estão a fazer o quê? Parem com essas tretas e ficam é atent... – Dizia Sasuke, que desta vez foi pego de surpresa pelo Kakashi Sensei, que saiu do subsolo outra vez e prendendo o moreno nele.

A rosada ao ver o seu amado preso, foi em sua direcção sem pensar duas vezes, que nem ligou a rápida aproximação do nosso adversário, que a prendeu em uma genjutsu, sem mais demora.

Fiquei completamente incrédulo, ao ver os dois sendo derrotados pelo Kakashi Sensei sem darem muita luta, o que de algum modo deu cabo da minha moral.

– Parece que de momento sou o único que está em condições de lutar. – Pensei, ao ver o moreno se debatendo preso no solo, e a rosada deitada no chão como se estivesse tendo pesadelos.

Aproveitei o momento para dar uma olhadela ao meu redor.

O gramado juntamente com algumas árvores, haviam completamente sumido em algumas partes do local em que nos encontrávamos. O único sítio, onde ainda não nos havíamos aconchegado, era no pequeno riacho que lá estava, com suas águas escorrendo sem perturbação alguma.

Não sei em que momento é que me distrai, mas lentamente o homem que estava a minha frente se desfazia, o que não era um bom sinal para mim.

As minhas suspeitas estavam certas, porque ele saiu de um arbusto bem atrás de mim, mas graças a Kyuubi, preparei uma contra medida há tempo, que era um Nendo bunshin.

Quando o meu adversário me alcançou, eu me virei para tentar visualizar o que ele estava tramando.

Cuspi sangue pela boca, ao sentir o pé do meu adversário alcançar o meu estômago. O que me levou a pensar que, ele apenas não quer se esforçar muito para me derrotar ou talvez algo o está impedindo de levar o combate a sério.

Porque na maioria das vezes que ele tem a oportunidade de acabar comigo ele faz o inverso. Mas é uma pena que… apesar da grande sova que estou levando hoje, não me apeteci perder esse confronto.

Vi claramente a sua cara de espanto ao ver o seu pé preso no meu clone de argila.

– Caíste que nem um patinho, Sensei. – Gritei, correndo e preparando um pássaro de argila enorme, que depois de o terminar o lancei em direcção ao clone de argila, em que ele estava preso.

Ele lutava para retirar o seu pé preso, o que era quase impossível de se conseguir.

– Esta é a verdadeira arte Sensei, a explosiva… "Katsu". – Pronunciei fazendo explodir o pássaro.

Acabei caindo de costas para o chão e rolando várias vezes, pelo efeito colateral da explosão. Eu já estava muito cansado e exausto, que pesava até ficar em pé. Parece que é uma das consequências de usar excessivamente o kinjutsu, como não possuo uma Kekkai Genkai.

Achei que talvez havia exagerado na explosão, mas fui tirado de meus pensamentos ao ver os guizos caírem no chão, há uns quatro metros distante de mim, na sombra de uma árvore.

Parece que finalmente a sorte sorria para mim. Mas terrivelmente a Kyuubi acabou por gerar um impasse em minha mente, quando me perguntou se eu pegava primeiro os guizos e depois soltava os meus colegas de time, ou se eu fazia completamente o oposto.

Mas se eu tiro primeiramente os guizos, é claramente garantindo a minha passagem no teste e eles decidiriam entre si quem ficaria de fora.

Só que não sou muito fã de egoísmo, já que o encaro como um atalho que os covardes adoram seguir, somente para escaparem as duras atrocidades que viriam por surgir em sua jornada de vida.

Então decidi primeiro ir soltar meus colegas, que lamentavelmente não se conseguiam soltar de forma alguma.

Quando os soltei, decidi os revelar a localização dos guizos. Fiquei espantando com o brilho que havia em seus olhos quando os contei, e foi nesse momento que as coisas se tornaram completamente esquisitas.

Nos entreolhávamos timidamente, como se esperássemos que alguém tivesse a covarde ideia de correr para ir pegá-la primeira, incentivando assim os outros a fazerem o mesmo. Sinceramente, admito que sou a pessoa mais idiota do mundo shinobi, por quê não segui a dica da Kyuubi de pegar antes uma delas.

A Kyuubi me avisou, que provavelmente as coisas ficariam estranhas depois de lhes contar e eu nem liguei.

Caminhamos coordenadamente para perto da árvore, onde se encontravam os guizos e quando estávamos a três metros paramos, ao ver o Kakashi Sensei por cima da árvore. Mas desta vez, ele parecia nem ligar a gente, como se havia desistido da ideia de nos travar ao pegar os guizos.

– Como conseguiram, chegar tão longe com o vosso trabalho em equipe improvisado, têm diante de vós a grande oportunidade de concretização do vosso sonho… – Se recostou para olhar directamente para nós.

– Muitas das vezes nós os ninjas, em uma missão nos deparamos com uma difícil escolha, quando as coisas ficam pretas alguém tem de se sacrificar para o bem de todos, alguém tem de mostrar por meio de suas acções que, o mais importante é proteger aquilo que lhe é mais precioso, alguém tem de mostrar que mesmo morrendo o seu objectivo será concluído pelos seus colegas. Então o que vocês fariam nesse momento? E quem pensariam em sacrificar? – Questionou Kakashi.

Quanto aos meus colegas não sei, mas para mim… as suas palavras, vaguearam no mais íntimo da minha consciência.

Me fazendo recordar do grande feito do Yondaime Hokage, o meu pai. Que morreu protegendo, aquilo que era mais importante para ele, acreditando que depois desse seu ato heróico, acenderia a chama do país de fogo dentro do coração das futuras gerações, que haveriam de existir na vila.

Desde que eu descobri a verdadeira razão do seu sacrifício, desejo ao máximo fazer parte dessa geração, que sem sombra de dúvidas mudará o percurso das coisas no mundo ninja.

Por isso, olhei para o rosto dos meus companheiros, vi que apesar de estar completamente sujo e poeirado. Anseiam tal como eu, concluir um propósito em suas vidas, mesmo sabendo que arriscam a se perder no meio dele. Eles acreditam que um dia irão chegar a concluí-lo nem que percam os seus pés, braços, cabeça ou até mesmo o corpo.

Normalmente são poucas as pessoas no mundo ninja, que sacrificariam a sua vida pelo bem dos seus companheiros.

Dei um passo para trás meio trémulo, e todos os olhares agora convergiam para mim. Se nesse momento me perguntassem para citar uma das lições que o meu senpai não me havia ensinado, essa com certeza é a mais adequada a responder.

Dei mais um passo para atrás e desta vez, apenas ouvia a voz da Kyuubi que berrava forte em minha mente, o que me impossibilitava de raciocinar devidamente.

O meu corpo de uma certa forma, estava tremendo demais, a respiração estava pesada demais, a visão distorcida demais, como se escorresse lágrimas em meu rosto. Pensei que talvez era o efeito secundário do kinjutsu ou talvez não…

Coloquei a minha mão sobre o peito, depois de sentir um forte aperto em meu coração.

– Naruto?! Estás bem? Não estás a sofrer um ataque cardíaco pois não? – Questionou Kakashi, como se desejasse que eu recuperasse a minha compostura.

Olhei para as minhas duas mãos. E disse – Se for para sacrificar alguém do meu time, prefiro que seja eu e se for para deixar alguém para trás prefiro que também seja eu, porque eu não suporto a ideia de perder um companheiro, ainda mais sabendo que podia morrer em seu lugar. –

Depois de relatar essas minhas breves palavras, a ideia de ter um precipício bem ao pé de mim pareceu a mais ideal de todas, talvez assim quem sabe eles chorariam no meu funeral.

Levantei o meu olhar para os meus companheiros – Sasuke… Sakura?! Força ai, vocês merecem isso mais do que eu, é melhor o fazerem agora antes que mude de ideia. – Falei com a voz trémula.

Sasuke e Sakura estiveram imóveis por um tempo, que até já estava pensando em pegar os guizos como estavam distraídos, mas subitamente os dois se olharam como se estivessem conversando com os olhos.

E em conjunto os dois deram dois passos para atrás, estando assim do meu lado – Achamos que entre nós os três quem mais merece é você. – Falaram em conjunto.

– Não conseguiríamos sequer fazer um arranhão no Kakashi, se não tivesses aqueles teus planos que apesar de estúpidos, funcionaram em alguns momentos. -

As suas palavras, pareceram me livrar da angústia e arrependimento que sentia em meu coração. Nunca pensei que algum dia eles fariam algo assim por mim.

– Mas… como não desejas os guizos, será um prazer tomar o seu lugar. – Falaram novamente em conjunto, e correndo em direcção a árvore onde se encontrava os guizos.

– O quê? Esperem por mim. – Gritei desesperado.


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Notas finais do capítulo

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