Quando o amor é grande demais, pode sufocar. O que Ethel e Allen sentiam um pelo outro era intenso. Magnético. Estavam juntos há um ano e quatro meses. O relacionamento mais duradouro de ambos e o primeiro de Allen. Ethel é aquele tipo de garota misteriosa e alegre, convidativa. Desde suas roupas excêntricas até os cabelos coloridos, ela é puramente única.

Todos sabiam que Ethel não gostava de ser controlada. Seu ex-namorado, Dylan, quis prendê-la. Terminou solteiro e de coração partido. A garota se entregava a tudo o que fazia, depositava coração e alma, incluindo seus relacionamentos. E algo dentro dela explodia quando desconfiavam de sua conduta ou seus sentimentos. E foi por isso que ela terminou com Dylan, depois da acusação de traição. Ethel pensou que, se ela precisaria deixar a vida de lado para continuar com alguém que não confiava nela, melhor seria cortar os laços.

Ficou seis meses sozinha. Totalmente. E quando encontrou Allen, se jogou. Mergulhou de cabeça, pois enxergava nele o que não via em outros: confiança.

Allen sempre esteve à procura de alguém que despertasse nele aquele algo diferente. Mas não tinha pressa. E talvez porque não procurava ou se preocupava muito com isso, encontrou Ethel. Seus cabelos coloridos, sua pele macia e suas palavras enigmáticas. Ele amava cada parte da garota.

Depois de um ano juntos, Allen já tinha certeza de que não se importaria em passar o resto de sua vida com Ethel. E sabia que eram jovens, que tinham muito a viver. Mas queria viver ao lado dela.

Amaram-se incondicionalmente. Foram os primeiros várias coisas um do outro.

Ethel sempre gostou muito de como Allen a fazia se sentir especial. Não que ela precisasse, pois sempre foi muito confiante e com uma ótima autoestima. Mas Ethel sentia que, para Allen, ela era a única.

E o amor deles, bem, foi amor. E continuou sendo amor, mesmo depois de separados. Talvez tenha sido o modo como eles acabaram.

“Me desculpe, mas preciso de mais que isso”

Foi o que Ethel disse naquele dia. Era esse o problema de Allen: a comodidade. O rapaz não tinha perspectivas, planos ou aspirações. Se conformava com o que lhe era oferecido e não buscava mais. E Ethel queria o mundo. E foi para buscá-lo que ela o deixou na noite do dia 31 de dezembro de 2014, com muita esperança e coragem na mala.

Algo eles continuaram tendo em comum.

Seus corações partidos.