O Testamento escrita por Cecília Mellark


Capítulo 14
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

Bem amores, promessa é divida então segue ai a versão da Kat sobre os fatos

;)



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Um mundo azul me invade no momento que em que eu coloco meus olhos no novo aluno da sala. Ele se apresenta como Peeta Mellark. Sinto minhas bochechas queimarem ao cantar e nota-lo me olhando. As meninas da sala dizem que ele é lindo, que elas querem ser a namorada dele. Mas eu não! Gale diz que esse negócio de namorar é para menininhas maricas, oras! E eu não sou uma menininha. Bem, mas ele pode ser seu amigo, como Gale é. No fim da aula Gale me espera no portão para voltarmos juntos para casa. Ele já tem 8 anos e mamãe deixa que eu volte para casa com ele sempre. Quando estamos há uns 3 quarteirões da escola, Peeta nos alcança andando apressado, sem olhar para nós. Então eu o chamo pelo nome, me apresento, apresento Gale e descobrimos que moramos pertinho. Ali nasceu o trio que durou anos e anos.

Quando eu comecei a ficar mocinha, minha mãe implicava de me ver sempre com os dois. Madge vivia me dizendo que eu tinha sorte, que os dois eram lindos. Eu comecei então a reparar nos dois. Gale era mais velho, mais alto e forte, me tratava como se eu fosse um menino sem frescuras e eu gostava disso. Eu gostava muito disso. Da liberdade que ele me dava pra comer de boca aberta, ele me ensinou a arrotar coca cola e juntos fazíamos coisas de meninos. Quando Peeta se juntava a nós, as brincadeiras tinham uma dinâmica diferente. Peeta sempre queria me proteger, preocupava-se se eu não iria machucar, estava sempre vendo além de mim. Apesar de adorar a companhia de Gale, era Peeta que sempre estava comigo nos momentos mais delicados, com ele eu podia contar sempre pra me ajudar no que quer que fosse. Peeta, Peeta, Peeta. Eu tinha uns 11 anos quando sonhei com ele a primeira vez. Ele estava me beijando como eu tinha visto Gale fazer com uma outra garota. E eu vivia me perguntando como seria beija-lo. Um dia Madge veio que me contar que havia beijado Gale, ele descreveu o beijo de uma forma tão intensa que eu me peguei querendo beija-lo também. Aos 13 anos eu vivia na presença dos meus dois melhores amigos me convencendo de que eu não podia desejar beija-los porque isso era errado! Não me lembro quando foi que Gale começou a desdenhar de Peeta e de mim por nunca termos beijado alguém. E olha que no caso do Peeta não era por falta de candidatas.

Um dia eu estava sentada com Gale na porta de casa quando surgiu o assunto do beijo. Bem, ele tinha muita experiência, eu pedi pra que ele me beijasse. Ele riu!! Eu morri de vergonha! – “Não Catnip, eu até que tenho muita vontade de te beijar, mas não assim, não porque você está curiosa. Não é assim que esse tipo de coisa acontece sabe?”. Eu disse que sabia, mas na verdade eu não fazia ideia, eu acreditava que tinha apenas vontade de beijar um tanto quanto o outro, e enquanto Gale era aquele que me incitava nas mais diversas aventuras, Peeta era meu porto seguro. E um belo dia, quando eu tinha 15 anos, eu vi Gale beijando Delly, uma menina que se achava a melhor amiga do Peeta, e eu sabia que ela também nunca tinha beijado, ela mesma me disse dias antes. O problema de Gale era eu! Ele não queria me beijar! Eu não era bonita o bastante? Passei a tarde remoendo isso, cheguei até chorar. E quando mais tarde naquele dia Peeta sugeriu que nos beijássemos meu sangue ferveu. Passou por mim todo tipo de emoção e eu entendi que não era simplesmente colar sua boca na boca da pessoa e pronto. Tinha que ter emoção. Tentei explicar tudo isso para ele, mas saiu um tanto raivoso, omiti a parte de ter visto Gale com outra menina. Não sei bem o motivo, mas eu não me sentia à vontade de contar para Peeta que eu tinha vontade de beijar o Gale.

Nos próximos dias eu não conseguia falar com Peeta, era como se o pedido do beijo tivesse rompido uma barreira entre nós, somei isso ao fato do quanto ele ficou triste com meu afastamento, e com os boatos que surgiram a seguir. E não foi até uma menina topar comigo no banheiro que eu entendi.

– Olha só Everdeen, você fica ai cozinhando o Peeta em fogo baixo, coitado do moleque!

– Cozinhando? – Juro que não entendi

– Ahrg! Qual é, não me diga que você não percebe que menino é completamente apaixonado por você?

Ai sim, eu senti aquele arrepio, um frio na barriga, mil borboletas no estomago. Ele era apaixonado por mim? Era? O menino mais lindo da escola? O meu melhor amigo... Fico nas nuvens, faço planos, imagino-me casado com ele, imagino nossos filhos. Quando me dou conta estou tomada de saudades dele. Corro até a padaria, arranco ele de lá, caminhamos pela praia, tento de toda maneira contar-lhe que eu acho que estou apaixonada por ele, mas ele está cauteloso comigo. Então não me resta alternativas a não ser voltar ao ponto onde paramos.

O beijo.

Eu imaginava que conhecia Peeta em todos os detalhes. A textura do seu cabelo, a maciez da sua pele, a firmeza das suas mãos, o seus longos cílios dourados ou sua boca que sempre tinha um sorriso fácil. Mas nenhum conhecimento poderia me preparar para aquele beijo.

Seus lábios eram doces e macios, suas mãos me prenderam tão facilmente pela cintura. E sem ninguém nos ensinar deixamos nossas línguas explorar a boca um do outro. Ao infinito e além. Era onde eu estava.

Se eu soubesse que era tão bom... eu o teria beijado antes!

Fui para casa naquele dia flutuando pelo caminho. A noite eu mal dormi, pensando em como seria agora. Iriamos namorar? Noivar, e casar? Ter filhos. No dia seguinte eu mal podia esconder o sorriso bobo que eu tinha, era um sábado, ele estaria trabalhando só o veria no fim do dia. Foi ai que topei com Gale me observando.

– O que aconteceu Catnip, nunca te vi assim! – ele chega me dando um soquinho no ombro, sinal de camaradem.

– Eu beijei Peeta ontem! – Por mais absurdo que possa ser, eu me senti a vontade para contar isso para Gale, afinal ele sempre me contava quando ficava com alguma menina.

– O que? – ele pareceu com raiva

– Ué, foi isso, eu o beijei. – eu ainda estava sorrindo para ele, quando senti suas mãos prendendo no meu rosto e me puxando para um beijo.

Outro beijo

O segundo em menos de 24 horas. Este era diferente, não um diferente ruim, mas um diferente bom, muito bom. Gale era experiente e me fez ficar sem folego, com o coração disparado. Mãos tremendo. Mas não, não podia ser. Era do Peeta que eu gostava até dois minutos atrás.

E por fim, quando eu encontrei Peeta mais tarde dia eu tentei agir normalmente até eu descobrir afinal de contas o que sentia. Não poderia correr o risco de magoa-lo. O clima entre nós ficou estranho por algumas semanas, mas depois voltou ao normal, como se o beijo nunca tivesse existido. Talvez seja melhor assim, eu repetia para mim mesma.

E pouco tempo depois Gale estava na porta da minha casa anunciando que tinha sido aceito na universidade. Ele estava tão feliz! E ai eu percebi que não o teria mais. Um desespero me tomou, uma dor. Eu o beijei. De repente aquele foi o jeito que eu encontrei de expressar que eu sentiria sua falta. E até o dia da sua partida rolaram muitos beijos. Gale era o que posso chamar de “quente”. Sempre tentando colocar suas mãos em todos os lugares em mim.

Até que de repente ele se foi deixando Peeta e eu para trás. Nós e a nossa amizade que permanecia, forte, inabalável. Tínhamos agora dois anos juntos para curtir a nossa vida tranquila. Por alguns meses eu senti um alivio na ausência de Gale, eu percebi que nos últimos meses ter ele e Peeta por perto me deixava ansiosa, Peeta não sabia que eu já havia beijado Gale, e este por sua vez vivia provocando como se fosse contar.

Então a vida começou a parecer normal para mim, por insistência da minha mãe eu comecei a sair mais com garotas, não que Peeta deixasse de me encontrar no fim da noite, mas eu aprendi que ter amigas era ótimo. Confidenciar coisas em comum, como por exemplo Madge quando perdeu a virgindade com Cato e me contou tudo, nos mínimos detalhes. Coisas de meninas. Um dia eu contei pra ela sobre sobre o fato de ter beijado os dois. Nós passamos dias e dias analisando conversas antigas que tivemos, momentos, e chegamos a conclusão de que ambos sentiam alguma coisa por mim, mas não se declaravam por medo de me perder.

E eu? Sentia qualquer coisa pelos dois. Mas até quando esperariam para eu me decidir? Toda essa ideia foi me corroendo por dentro, até que num feriado Gale veio para casa, faltava poucos meses para a minha formatura, e ele chegou numa hora que eu estava sozinha em casa. Abri a porta e me joguei nos seus braços. Não de um jeito apaixonado ou romântico, eu estava morrendo de saudades do meu amigo. Mas ele não entendeu bem assim, e foi logo me beijando, o calor do beijo dele me incendiou e eu deixei de lutar com as mãos dele sentindo curiosidade de sentir o que a Madge havia me contado que sentiu com Cato.

Ele estava sem camisa já, me alisando por cima do short mesmo enquanto lambia meu pescoço descendo para os seios quando parou de repente. Levantou e sentou no sofá me encarando sem folego.

– Não posso fazer isso com você Catnip. Você já fez isso antes? – Neguei com a cabeça sentindo-me envergonhada e infantil. – É eu imaginei. Não fique triste querida, quando você for pra faculdade eu prometo que vamos transar muito, mas aqui na casa dos seus pais e sem nenhuma experiência da sua parte, não vai dar.

Raiva. Muita raiva, um ódio mortal me corroeu no momento, e mal podia esperar o feriado acabar pra ele ir embora. Porém antes de ir embora, ele voltou em casa, me chamou lá fora, me deu um beijo calmo, carinhoso, coisa que até então eu não havia experimentado com ele.

– Catnip, eu sinto muito sua falta, acho que sempre fui apaixonado por você de alguma forma, mas você é mais nova, e eu não quero ser a pessoa que irá tirar sua inocência.

Me permito ficar deprimida uns dias por conta de Gale, a ideia de que ele me quer, mas não se aproxima só por ser inexperiente me consome. Quando conto para Madge ela me dá a brilhante ideia:

– Katniss, você e o Peeta vão para faculdades bem distantes, não é?

– Sim, - eu pergunto querendo entender onde ela quer chegar.

– Bem, você sabe, a noite de formatura é daqui algumas semanas, porque você não sai com o Peeta?

– Isso seria usa-lo! – eu protesto. Mas meus lábios formigam ao lembrar do beijo dele. Eu quis tanto beija-lo de novo depois daquele dia, mas nunca surgiu uma oportunidade.

– Ah deixe de ser boba, o menino passou a vida inteira tendo olhos só para você, enquanto a escola toda caia aos pés dele. Eu aposto que ele adoraria ser usado desta maneira.

A duas ideias me corroeram ao ponto do estresse. Eu queria fazer isso com os dois! Isso é promiscuo eu sei, mas era exatamente o que eu queria. Porém a ideia me fez ver o quão perto eu estava de perder Peeta. E isso me deixava colada nele praticamente cada minuto livre que tínhamos, em duas ocasiões eu consegui beija-lo. E céus! Não, não era possível alguém se encaixar em você desta forma. Peeta não tinha um fogo selvagem como Gale, seu fogo era brando, mas queimava mais, muito mais.

No dia do aniversário do Peeta eu decidi que queria sim fazer isso com ele, cheguei cedo na sua casa e subi sem nem dar bom dia pra Sra. Mellark, corri para seu quarto me jogando na sua cama. Essa era nossa tradição. Acordar um ao outro no dia do aniversário para ser a primeira pessoa a dar os parabéns. Mas naquele dia eu me dei conta que este seria o último ano que poderíamos fazer isso. E eu rompi a barreira natural de timidez que havia entre nós e o beijei.

Como eu poderia deixar de ter ele na minha vida? Como? Enquanto seus lábios traçavam um caminho novo da minha orelha até meu pescoço eu resolvi que sim! Era com Peeta que eu deveria ter minha primeira vez. Mesmo que no meu coração eu havia escolhido Gale.

E tudo transcorreu exatamente como o planejado, no dia do baile minha campanhia tocou eu corri esperando que fosse Peeta mas era Gale, segurando um grande buquê de rosas.

– É aqui que reside a bixete mais linda que haverá na universidade?

Eu sorri, o sorriso mais largo que havia! Eu nunca havia ganhado flores, e junto com ela havia um cartão:

Catnip,

Conto os minutos para te-la comigo.

Prometo que a partir de amanhã, seremos só nós dois e muitas festas! ;D

Acho que nunca lhe disse antes, mas eu te amo.

Oh isso me tirou o folego!

– E então? – Ele está parado na minha frente esperando uma resposta. Eu o amo? Penso em Peeta, no seu carinho, penso no que planejei para esta noite.

– Eu sei - Digo.

Ele ri pelo nariz. Ele não espera que eu diga que o amo também.

– Quando formos só nós dois eu acho que poderei te dizer a mesma a coisa. – Sorrio, deixo as flores na mesa e seguimos para fora. Ele muda de assunto me diz que está voltando no final de semana pra faculdade e que seu quiser e minha mãe permitir posso ir para conhecer o alojamento.

É neste instante que Peeta chega. Lembro-me do quanto ele estava lindo, gentil, como sempre. Nos divertimos no baile, dançamos, comemos e no fim da noite estávamos naturalmente nos beijando na nossa casinha da arvore. Não houve um momento de indecisão enquanto eu permitia que ele tirasse meu vestido e descobrisse cada parte do meu corpo com suas mãos e com seus lábios. Não havia vergonha, era tão natural. Peeta foi atencioso e apaixonado. Dando-me o tempo necessário para me acostumar com ele dentro de mim, eu diria que sou uma daquelas sortudas que conseguem sentir prazer na primeira vez. No fim, quando ele adormeceu eu continuei ali no seu peito como já estive tantas outras vezes antes de conhece-lo assim tão intimamente. E então minha mente começa a vagar nos motivos que me levaram até este momento.

Um desespero me invadiu. Como eu poderia deixa-lo na manhã seguinte? Como explicar a ele que eu nunca me decidi entre ele ou Gale? Perto do amanhecer eu ainda não consegui dormir. Meu corpo dói um pouco, sento ao seu lado e fico observando ele dormir. Tão lindo! Mas não posso prende-lo a mim. Todo mundo sempre teve razão, ele sempre fora apaixonado por mim. E eu egoísta e medrosa como sou, com medo de cruzar a linha e perde-lo para sempre, deixei pra resolver neste momento. Ele se mexe um pouco. Ele vai acordar! Eu me apavoro, vou pra janelo, observo de longe. Peeta tem um futuro brilhante. Ele é inteligente e sagaz. Se eu levar adiante nosso amor juvenil vou acabar presa aqui para sempre, assim como ele. E daqui alguns anos seremos infelizes? Não, minha mente viaja num futuro com Peeta, uma casa cheia de filhos. É um pensamento doce. Mas isso não me pertence, eu não posso fazer isso. Eu terei que afasta-lo. Isso vai doer. Penso em Gale, bem não vai doer tanto assim. Posso ir embora com Gale, depois de um beijo ou dois terei deixado Peeta aqui guardado só nas memórias felizes da adolescência. Não há mais tempo. Ele acorda e me olha, meu estado não é o que ele espera depois de uma noite como a de ontem.

Kat? Tudo bem? O que houve você está com dor? – Ele pergunta, e eu olho quase com raiva por ter que fazer o que vou fazer. A dor que sentiremos vai nos separa para sempre, minha mente grita pra mim. Então eu reúno forças e respondo.

– Eu sempre pensei que minha primeira vez fosse ser com alguém que eu amava! Não com você Peeta! Não com você! Eu não deveria ter dado ouvidos ao Gale!

Não com você para te abandonar depois... será que ele vai acreditar nisso? Ele sempre disse que eu era uma péssima mentirosa... mas ele está confuso. Quero retratar e dizer que só imaginava isso com ele.

– O que você disse? Eu amo você Kat, sempre amei... e você ontem demonstrou tanto amor?

– Amor Peeta? Não! Carinho, medo de perder você. Mas não amor. Eu só fiz isso porque Gale me disse que ele nunca namoraria uma virgem e eu...- Oh eu vou desistir de tudo isso, de ir pra faculdade e ficar aqui com você... para sempre. Não! Ele tem um futuro brilhante.

– Você o ama? – ele me pergunta duvidando realmente, e eu penso sobre isso. Sim, não da mesma forma como amo você, mas não posso responder isso... porque seria pior, por que é cruel. Porque isso que estou fazendo certamente é imperdoável. Meu choro torna-se incontrolável. Mas eu me forço a dizer as palavras que irão nos separar...

– Sim, eu queria te contar mas eu não sabia como e agora acho que fiz da pior forma possível.

Ele não crê, veste-se e sai, ferido, furioso. Quebrado, assim como meu coração. Permito-me chorar o dia todo por ele. Mas a noite me recomponho, preciso seguir a vida

Nos dias seguintes eu vou embora da cidade, me instalo no alojamento, Gale me leva a todas as festas possíveis porque com certeza ele nota meu estado de espirito. Uma noite, ele me leva pro apartamento dele pra me ensinar a beber tequila. Eu gosto da sensação quente da bebida nas minhas veias, é possível esquecer Peeta por alguns momentos. Ah é por isso que as pessoas bebem para esquecer. E Gale contribui ainda mais quando me beija, seus beijos são quentes e eu sinto-me consolada. Sem pensar em mais nada entrego-me ao calor que Gale proporciona. Sexo ardente! Oh sim, é isso que passo semanas e semanas fazendo até que as aulas comecem. Até que eu deixo de ser uma novidade e Gale permanece me apresentando como sua amiga. Os dias são corridos, movidos a novidades. Mas a noite quando deito mesmo ao lado de Gale, eu penso em Peeta, penso onde ele está, se o inicio da faculdade para ele está sendo assim também, há uma garota na cama dele?

Fico doente e Johanna minha amiga de quarto cuida de mim, quando completa uma semana de vômitos mesmo sem ter bebido ela me joga uma bomba nas mãos.

– Querida, faça um teste de gravidez.

Eu rio diante da sugestão absurda, mas por via das dúvidas compro um teste e levo pra faculdade. Faço o teste e meu mundo desmorona quando vejo o resultado. Não é possível! Eu corro para encontrar Gale. Odeio quando chego próximo ao bloco dele e ele está reunido com três ou garotas em volta. Mas quando ele me vê vem correndo, expressão preocupada.

– Catnip, o que aconteceu? Você está péssima! – Oh sim, o choro e o susto. Mas não há tempo para competir com as quatro garotas lindas paradas olhando para mim. Então eu apenas despejo.

– Eu estou grávida!

Imaginava Gale chorando de felicidade, me abraçando, dizendo para mim que ficaria tudo bem. Poderíamos nos casar, ter este filho, talvez voltar para casa. Bem não, ele não está reagindo assim, ele contina parado na minha frente expressão séria.

– Merda eim Katniss! Você não toma remédio não? – O que?? Seu rosto fica vermelho, ele está furioso – Vamos hoje a tarde procurar uma clínica para tirar essa criança.

O que ele sugere me deixa em estado de choque. Por um momento eu revejo toda minha vida com Gale e Peeta e não consigo deixar de comprar que o que eu pensei primeiro, o choro e o abraço e o casamento seria uma coisa que Peeta faria, não ele! Eu não controlo minha língua, e quando vejo já falei.

– Peeta nunca faria isso comigo! Porque mesmo eu estou aqui com você? Porque eu estou grávida de você?

Fúria.

– Peeta... sempre ele...sabe Katniss, você fala o nome dele dormindo! – Assusto-me com isso, na verdade evito pensar nele e no que fiz mas parece que meu subconsciente não consegue esquece-lo. – Quer saber, faça o que você quiser, volte para os braços dele! Ah é mesmo, você não pode, não é? Fez merda com ele também. Assim como está fazendo comigo agora...

É tudo tão triste depois disso, mais e mais discussões, sempre com Peeta no centro delas. E eu percebo que cometi um grande erro nas minhas escolhas, e sinto-me quase feliz por Peeta estar longe e livre. Ele não precisa ver o quão ruim eu sou, e conforme a minha barriga cresce, eu aceito dia após dia que a vida é a lei da recompensa, eu nunca mais teria nenhum dos dois na minha vida. Nem Peeta, nem Gale.

O tempo voa, no dia do aniversário do Peeta eu dou à luz a uma pequena e encantadora menina. A vida enfim fez sentido novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e entendido um pouco dessa cabeça dura que a nossa querida.

Conforme eu havia dito antes, vai rolar uns dias sem postagem.

Eu amei cada um dos comentários que recebi essa semana, durante todos estes dias. Prometo que responderei com carinho cada um deles.

Até loguinho.

Beijokas



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