O Testamento escrita por Cecília Mellark


Capítulo 13
Capitulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!

Eu tenho algumas noticias:
1. Está muito corrido pra mim e eu tenho a Fic escrita só mais um capitulo, então embora eu ame postar todos os dias, nos próximos não será exatamente possivel.
2. Fiz um bonus com a versão da Kat sobre a infancia e adolescencia dela e os motivos que a levaram a tudo isso. Ficou enoooorme. Mais de 3.400 palavras. A questão é: Preferem de uma vez só ou divido em dois?



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Há uma espécie de reunião na sala da minha casa, como se todos estivessem aqui para testemunharem minha ruina. Peeta sobe com Cecilie para colocá-la na cama e Gale o segue com um olhar indecifrável. Sinto-me nervosa, mãos suando, quanto tempo faz que não me encontro na presença dos dois?

Há uma pequena confusão no andar de cima, e logo Cecilie desce as escadas sendo seguida por Peeta que apenas me olha e lavanta as mãos rendendo-se.

– Vô Hay...- ela começa e então repara em Gale. É o momento de apresenta-la.

– Filha, este é Gale, um amigo da mamãe. Venha dizer um “oi”. – Minha voz sai falhada, devido as emoções, e eu torço muito, muito para que Gale compreenda que é preciso ir devagar.

– Oi Gale! – Ela diz tímida, porém firme – Porque você estava brigando com a mamãe e o tio Peeta?

– Oh querida, não estávamos brigando não! – Ele diz analisando-a, procurando seus traços ali.

– Ela se parece muito com Prim – Eu me adianto, e Peeta ri. O encaro furiosa, num momento ele decide que estaria do meu lado e em outro está rindo de mim. Mas suas mãos estão na minha cintura enquanto vemos Gale, fazer um carinho na bochecha de Cecilie.

– Eu gostaria que você fosse jantar comigo, o que acha? – Ele pergunta, me pegando de surpresa.

– Não! - Eu digo um pouco desesperada demais – Claro que não, vocês acabaram de se conhecer e...- eu vejo Gale pegando Cecilie no colo, enquanto ela tenta se soltar resmungando que ele a coloque no chão.

– Eu quero passar um tempo com ela Katniss. Tenho esse direito, você não a fez sozinha! – Ele diz tentando controlar a voz enquanto Haymitch segue para a porta, deliberadamente bloqueando-a. - O que está acontecendo aqui? – Ele grita!

– Gale, solte a Cecilie! – Peeta pede com autoridade

– Para que Peeta? Você quer brincar de casinha com a Katnis? Vai envolver a minha filha nisso? Pois eu não vou permitir! Se você quiser ficar comendo a Katniss, para mim tanto faz, mas ela – ele aponta para Ceci – não vai fazer parte disso!

– Olha Gale, vamos discutir como adultos? Deixe que a Clara leve Ceci lá para cima, e ai conversamos, o que acha? – Sinto que Peeta está tentando manter o controle da situação, de modo que posso sentir seus músculos tensos.

O que Gale esperava? Que eu fosse aceitar essa cena ridícula na minha casa, ele falando sobre a minha vida pessoal com Peeta sem nenhuma reação.

– Gale, solte a menina, e vá embora, vamos conversar em outro lugar. – Eu peço tentando ainda crer que vamos conseguir ter uma conversa.

– Não, eu não vou soltar a minha filha, porque eu tenho direito nela tanto quanto você!

– Você é meu papai? – Pergunta Cecilie, incrédula, desistindo de querer ir para o chão como ela estava tentando até 2 segundos atrás e é ai que Peeta surta.

– Não Cecilie – Ele avança e a arranca dos braços de Gale – Ele não é seu papai. Mais tarde eu prometo que te conto toda a verdade, que tal? – Ele diz com paciência, eu acho, porque diante desta reação de Peeta eu sinceramente deixo de compreender a realidade.

– Eu não quero que você brigue com o meu papai, tio Peeta! – Ela choraminga olhando de relance para mim e Gale.

– Está vendo Mellark? Ela quer vir comigo. – Como céus, Gale se transformou nisso?

Peeta finge não ouvir, e então vira para mim e sussurra “Desculpe por isso...” e em seguida entrega Cecilie para minha mãe. Eles trocam um olhar cúmplice, minha mãe acena com a cabeça como se concordasse com o que quer que seja que Peeta fosse fazer, e eu me sinto excluída da bolha deles.

– Gale... – ele começa, o encara chegando próximo até ficar ao alcance e de um braço – Você sempre tão prepotente, não é? Diga-me, você tem depositado corretamente a pensão da sua filha? – Gale empalidece um pouco, mas não perde a postura quando responde.

– Não! Katniss nunca foi atrás de mim, até ontem mesmo eu mal sabia se a gravidez tinha vingado...

– Mentiroso! – Eu protesto – Você me via na faculdade, grávida, viu-me depois durante muitos meses sair correndo para conseguir pegar o turno de trabalhar! – A lembrança me atinge, os primeiros meses com a minha filha, quão sofrido foi.

– Oh querida, pobre de você, não é? Sente-se forte e poderosa agora que o Peeta está do seu lado, lambendo os seus pés como um cachorro, pois você sabe o que fez com ele! E ainda assim você seu cretino está aqui – Ele diz olhando para Peeta com tanta raiva que imaginei que partiriam para uma agressão, mas Peeta mantem-se alheio.

– Diga mais Gale, abre essa merda de boa que você tem e diga tudo o que pensa. Deixe que todos aqui o conheçam, inclusive sua suposta filha.

– Peeta, não diz isso! – Eu reclamo o mais baixo que posso, pois, a vergonha de admitir em voz alta para Cecilie que esta pessoa dentro da nossa sala brigando é o pai dela me atinge. Mas Peeta apenas me olha com ressentimento. – Eu... vocês sabem que é verdade.

Há um silencio, sinto minha mãe se aproximando de mim, esticando suas mãos para me alcançar, mas Peeta se adianta e ele está diante de mim.

– Katniss, não surte, não julgue, por favor, neste momento não diga nada, mais tarde sua mãe e eu explicaremos tudo.

Eu concordo eu acho devido ao poder que Peeta tem nas palavras, se ele tivesse me pedido para sair dali eu teria saído, mas ele não pediu. Me fez ficar e terminar de ouvir a sua sentença para Gale, que se manteve imóvel apenas esperando, como se estivesse se preparando para o golpe que viria seguir.

– Gale, aqui – Peeta estendeu para ele um envelope – Cecilie é minha filha, e não sua.

Não. Nada poderia nos preparar para este golpe. Volto no tempo, refaço contas. Vejo Gale ruir, sendo torturado porque creio que parte dele queria estar ligado a mim de alguma forma, enquanto outra parte parece comemorar a libertação do fardo de ter uma filha com alguém que ele não ama. Fico estática, tentando juntar as palavras, Gale lê o documento que Peeta lhe entregou e o estende para mim questionando até quando eu esconderia isso dele. Mas eu não consigo falar, eu não consigo reagir. Até que minha mãe me declara em estado de choque.

Alguém me ajuda a sentar e eu consigo ver e ouvir todos ao meu redor. Vejo Haymitch abrir a porta e colocar Gale para fora enquanto ele desfere tentativas de socos em Peeta e muitos palavrões direcionados a mim. Então ele se vai. Há um silencio enquanto Peeta me olha de relance e se ajoelha ao lado de Ceci que está assustada no colo da minha mãe. Ele diz para ela que descobriu algumas cartas nos documentos do vovô Evans e nestas cartas estava escrito que ele era o papai dela. Ela me olha buscando por confirmações, mas eu não consigo. E então minha mãe lhe diz que é verdade, que o Peeta é mesmo seu papai. Bastou isso para faze-la pular no pescoço dele dizendo que era isso que ela desejou no aniversário dela.

É esta frase que me faz soltar o primeiro soluço. E minha mãe corre para mim, me abraçando enquanto eu choro toda dor que sinto por nunca, jamais, em nenhum momento ter considerado isso pelo menos. Entre meus soluços ela me conta como tudo foi descoberto por Elise, comparando as suas fotos com as de Ceci quando eram pequenas, depois a mancha, depois o DNA. Eles planejavam me contar em breve, mas Gale apareceu e a verdade foi adiantada.

Eu tento interagir, mas no momento não me parece possível. Minha mãe me declara em choque oficialmente, e me entrega umas pílulas com agua que eu faço um esforço enorme para engolir. Uma vez no meu sistema, elas me proporcionam um entorpecimento do tipo que se leva ao sono, e logo Peeta está me levando para a cama.

Mas ele não vai embora, ele tira seus sapatos, terno e deita seminu ao meu lado, coloca minha cabeça no seu peito enquanto eu dou os últimos suspiros consciente. Nos meus sonhos, eu revejo cada detalhe da nossa primeira noite de amor, eu vejo Ceci nascendo no dia do aniversário dele, eu me vejo olhando para ela buscando Gale e muitas vezes encontrando Prim, ou a família do Peeta, ou o próprio Peeta quando ela está nervosa e puxa os cabelos, em todas estas vezes que a vida me deu um sinal e eu apenas empurrei tudo para dentro da porta onde morava meus sonhos. Sim, hoje eu sei que aquele meu desejo de menina de ter uma casa com Peeta cheia de filhos não era apenas um sonho, poderia ter sido tudo verdade se eu não tivesse ouvido a voz de Gale me dizendo que tudo isso era bobagem, que Peeta era um tolo romântico que nunca ao lado dele a vida seria emocionante. Vê a mãe dele? Vive ali, cercada naquela padaria, criando os filhos. É isso que você quer? – Ele ria, desdenhava da vida pacata da nossa cidade – Você merece ser como Glimmer, vista e lembrada, como uma mulher forte, que saiu daqui e conquistou o mundo! E qual adolescente escolheria a primeira opção? Nenhuma. Mas hoje eu sei, que se eu a tivesse escolhido teria sido tudo mais fácil.


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Notas finais do capítulo

É isso por hoje meu amores.

Aguardo a resposta de vocês.

Beijokas



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