Capítulo 7 - She Will be Loved

“Procure a garota com o sorriso partido
Pergunte a ela se ela quer ficar por um tempo
E ela será amada”

She will be loved, Maroon 5.

Eu imediatamente desviei o olhar do de Edmundo, ignorando a todo custo o olhar curioso do moreno sobre ela. Nós dois eramos amigos, talvez o primeiro amigo de verdade que eu já tinha feito, e eu já estava pensando em algo a mais...Isso sem falar que ele era meu futuro cunhado. Não conseguia evitar o sentimento de desprezo sobre a minha pessoa. Eu me distanciei de onde Edmundo estava,e logo fui cercada por seus irmãos.

– Princesa Angela. – Rei Pedro pegou minha mão e lhe depositou um beijo suave, senti minha face corar por completo, talvez nunca fosse me acostumar a ser tratada como alguém da realeza.

– É um prazer finalmente encontra-la. – Susana sorriu falando em um tom formal.

– Estávamos ansiosos para este momento. – Lúcia deu um sorriso sincero.

– Faço das minhas palavras as de vocês. – Falei sentindo meu rosto esquentar.

Era muito difícil olhar para Susana e não se sentir intimidada, ela era estonteante, seus cabelos eram lisos brilhantes e macios e que ao chegar no fim de suas pontas castanhas, se ondulavam em cachos delicados. A Rainha sempre tinha um sorriso em seu rosto, e sempre demonstrava ser alguém gentil.

Lúcia por outro lado era sempre agradável, tinha um sorriso puro e inocente.

Já o Grande Rei Pedro, talvez fosse o mais intimidador dentre os irmãos. Ele era alto, loiro e esbelto.

– De fato, você e Louise são incrivelmente parecidas. – Susana comentou, e naquele momento eu poderia jurar que Louise e Susana eram gêmeas.

Era complicado ter que aceitar ser a gêmea de Louise, e ainda por cima só ter a aparência da minha mãe, tirando isso eu e minha irmã não tínhamos praticamente nada em comum.

– Oh, obrigado. – Sorri torto para Susana.

Então Lúcia olhou significativamente para os irmãos, e ambos ficaram tensos.

– Bem Angie. – Lúcia sorriu amavelmente para mim enquanto olhava um Pedro desconfortável pelo canto do olho.

– Sim, Rainha Lúcia? – Me surpreendi por ela não ter me chamado pelo nome real.

– Acho que falta apenas um Pervensie para você conhecer. – Naquele momento os três irmãos me encararam e eu senti meu rosto esquentar. Pelo amor de Aslan, Edmundo ia de casar com Louise. Ponto. Ele já estava comprometido.

– Creio que não. – Sorri torto e olhei para os lados procurando alguém para me ajudar a escapar.

Foi como se um milagre tivesse acontecido.

– Rainha Angela, me concederia esta dança? – Bruce, o alfaiate de Louise sorriu e suspirei aliviada.

– Claro. – Forcei um sorriso e me afastei dos Pervensie.

– Louise pediu para que eu a tirasse de lá, ela percebeu teu desconforto. – Bruce comentou enquanto passava a mão sobre a minha cintura.

– Ah Bruce, muito obrigado. – Falei suspirando. – Eles estavam me questionando sobre o Rei Edmundo.

Bruce arregalou os olhos, então se recompôs levantando a sobrancelha.

– Você gosta dele princesa?

Eu senti meu rosto queimar, por quê diabos ele tinha que ser tão direto?

– Somos apenas amigos. – Falei tentando disfarçar (sem muito sucesso) o rubor.

– Parece algo a mais que isso. – Um brilho de esperança brilhou nos olhos do garoto e eu dei risada, queria amenizar o clima tenso.

– Ele vai se casar em breve. Não a nada que eu possa fazer. – Admiti com indiferença.

– Algo me diz que a senhorita está muito animada com tal feito. – Ele disse enquanto me girava em seus braços.

– Devo admitir que não. – Falei finalmente admitindo isto para não somente a minha pessoa como também para alguém.

Bruce sorriu misteriosamente como se soubesse de algo que eu não sabia.

– Posso roubar a Princesa? – Uma voz masculina surgiu atrás de mim e eu gelei da cabeça aos pés.

Bruce sorriu um tanto malicioso e piscou discretamente para mim.

– Claro vossa alteza. – Ele fez um reverência e se retirou.

Edmundo sorriu aparecendo na minha frente, eu não conseguia descreve-lo mentalmente, ele estava lindo.

O garoto posicionou suas mãos sobre a minha cintura me dando calafrios, de algum modo seu toque era diferente do de Bruce. O alfaiate não sorria para mim a cada dois segundos ou me dava calafrios...Angie tire isto da sua cabeça! – Me repreendi mentalmente.

– Está se adaptando? – Ele perguntou e eu senti meu coração palpitar e praticamente pular do meu peito.

– Um pouco. – Admiti passando os seus braços em volta do do pescoço dele, talvez fosse impressão, mas os pelos da nuca de Edmundo se arrepiaram.

Eu não sabia o que falar com ele, sentia que as coisas tinham mudado, e a minha proximidade com ele naquele momento não estava me fazendo bem. Para falar a verdade eu estava me sentindo culpada.

– Eu conversei com os seus irmãos. – Comentei tímida, estava sentindo que eu estar ali totalmente próxima dele não estava fazendo bem para a minha cabeça.

– Eles falaram alguma coisa? – Edmundo pareceu preocupado.

– Nada demais. – Dei de ombros.

– Você está linda. – Ele sussurrou afastando uma mecha de cabelo dos meus olhos e a colocando atrás da minha orelha.

Senti meu corpo se arrepiar e meu rosto inteiro esquentar.

– Obrigado Eddie. – Eu sorri tímida, não queria comentar também o quão bonito ele estava, porque eu certamente falaria demais. – Você também está apresentável. – Pisquei para ele dando risada.

– Ei. – Ele resmungou enquanto me abraçava por trás conforme a dança. – É só isso que tem a dizer sobre a minha aparência? – Ele sussurrou no meu ouvido, e por um instante, as minhas pernas bambearam. – Ah não.

– O quê foi? – Perguntei.

– Minhas irmãs estão vindo, vamos dar o fora. – Ele pegou a minha mão e me puxou para os corredores do castelo.

– Por quê esta fazendo isso Eddie? – Arregalei os olhos seguindo o garoto.

Edmundo ignorou o que eu falava e me puxou para a sacada de um cômodo.

– Não me odeie por isso. – Ele murmurou ofegante.

– Por causa do quê? Eu não estou enten…

Fui calada pelo moreno, ele me prensou na parede e selou nossos lábios em um selinho. Demorei alguns instantes para perceber o que estava acontecendo, parte de mim dizia que “isso era errado”, e a outra parte dizia “que se dane”.

Não queria pensar em Louise, ou nos meus pais, ou no fato de ele estar noivo. Apenas queria pensar no fato de que eu estava apaixonada por ele, apenas isso.

Assim que eu abri a boca permitindo Eddie aprofundar o beijo, o único sentimento que eu sentia, era a vontade de mante-lo mais perto de mim. O puxei pelo colarinho da camisa, não havia mais nada entre nós. O moreno já não se controlava mais, assim que paramos para respirar ele passou a distribuir beijos e mais beijos pela minha clavícula.

– Eddie. – Suspirei o seu apelido enquanto acariciava a sua nuca.

Assim que ele voltou a me beijar ele parecia estar mais necessitado de mim, eu sentia toda a urgência possível naquele beijo.

Mas quando paramos, um choque de realidade nos atingiu, e finalmente percebemos o erro que quase acabamos por cometer.