And I Love Her - Capítulo Bônus

“Brilham as estrelas

Escurece o céu

Eu sei que este meu amor

Nunca morrerá

E eu a amo”

Beatles

Amar - Amor

a.mor

sm (lat amore) 1 Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso. 2 Grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário. 3 Afeição, grande amizade, ligação espiritual

Angela morreu em uma guerra aos seu dezoito anos, a garota não viveu muita coisa, assim que os irmãos Pevensie abandonaram Narnia, uma guerra foi travada e ela acabou por morrer. Houve muito luto após sua morte, e quando Edmundo finalmente retornou a Nárnia para ajudar Caspian junto de Lúcia, não a encontrou mais. O rapaz teve seu coração partido ao saber que a garota que ele amava tinha morrido, teve raiva de si mesmo por muito tempo, raiva por ter deixado a garota para ir em busca de um estúpido veado branco. Raiva por não ter dado tanta atenção a ela, raiva por ter percebido tarde demais que a amava. Mas ao mesmo momento que ele sentia raiva, ele podia sentir o sentimento amenizar pelo amor que ela o fazia sentir. Angie podia ter tido uma vida difícil, e todos os motivos possíveis para desistir ou para ser uma pessoa ruim, mas era exatamente o contrário. Angie era o amor na forma mais pura e inocente possível, era a garota que você chamaria de amante e de melhor amiga, a garota que tinha o sorriso que podia iluminar o mundo, a garota que quando chorava entristecia as pessoas ao seu redor.

Ele não sabia o que o amor podia significar, não sabia o quão forte esse sentimento era, e jamais se imaginaria amando alguém. E foi apenas o tempo que o fez entender, que amar significa deixar alguém ir querendo o seu bem. Significa apoiar a pessoa, ajuda-la, compreende-la. Amar não era apenas beijos e carícias, não era nada daquilo que ele realmente pensava que fosse, e nunca foi algo que ele procurou.

Foi Angie que o ensinou que o amor talvez fosse a coisa mais bela e simples que ele já tinha visto,  e que não existia uma fórmula ou explicação para o amor, ele apenas existia.

O tempo fez o garoto perceber que estar longe dela fazia com que ele a amasse mais ainda, porque sabia que ela estaria pensando sobre e amando ele aonde quer que ela estivesse. Fez com que ele percebesse que aquele sentimento ia muito além de momentos no escuro, ia muito além do prazer. Ia muito além de tudo que ele um dia pudesse imaginar.

Era puro, simples e sincero.

Eddie andava com as mãos no bolso da calça, já fazia alguns dias que ele tinha chegado na verdadeira Nárnia, embora estivesse feliz, ele sentia que algo estava faltando. Um vazio continuava no seu peito desde que ele fora embora, todas as noites se lembrava da sua despedida e de como poderia ter feito tudo diferente, de como poderia ter abraçado ela, e a girado em seus braços enquanto ela tinha uma crise de riso. Poderia beija-la intensamente uma última vez, fazer tudo que ele deveria ter feito.

Apesar daquele vazio imenso, ele tinha certeza de uma coisa, ele a amava e continuaria amando-a.

Era com esses pensamentos que ele andava distraído pelo castelo, sem nem reparar o quanto o ambiente era familiar e agradável ou de como ele tinha sentido falta de estar em Nárnia, ou de ser um rei. De como era segurar uma espada, de como era governar um rei.

— Alguém parece estar distraído. —uma voz distante disse o chamando para a realidade.

Parecia que todos os seus sonhos tinham se realizado naquele momento, parecia que aquele momento era um sonho e não algo real. Teve de se beliscar para poder acreditar. Angie, ela estava ali, de volta, viva. Em cores, a mesma garota dos seus sonhos e de suas memórias.

Sem pensar muito ele a puxou para um abraço, fazendo com que a garota risse em seus braços como anos atrás. Céus, fazia quanto tempo que eles não se viam? Quanto tempo que ele não dizia que a amava?

— Eu senti sua falta. — ele disse afundando o nariz em seu pescoço, procurando sentir o seu cheiro viciante. Não queria esquecer como era o seu abraço, o seu beijo, o seu cheiro, não queria esquecer ela  — Por Aslan, eu te amo.

O garoto a puxou para um beijo intenso enquanto ela não sabia como se expressar diante daquela declaração, apenas sorria com o seu sorriso que poderia iluminar o mundo. Cada toque, cada carícia, cada suspiro era tudo tão real. Todas aquelas dificuldades, tudo pelo que tinham passado valia a pena naquele momento. As fugas, o casamento, a distância, tudo aquilo para que eles finalmente pudessem ficar juntos sem que ninguém nunca mais os interrompessem.

— Eu também te amo Eddie. — ela suspirou enquanto o moreno deixava sua clavícula.

Era tão bonito, tão simples e tão sincero. Eles simplesmente se amavam e continuariam se amando apesar das presente dificuldades, porque ele a amava, e ela o amava.

“Eu dou a ela todo o meu amor

É tudo o que eu faço

E se você visse meu amor

Você a amaria também

Eu a amo.”