Depois da esperança - Peeta Mellark escrita por Nicoly Faustino


Capítulo 12
Capítulo 12




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É difícil ter apenas duas opções, e uma ser tão terrível quanto a outra. Estou plenamente tentado a optar pelo veneno. Porque não consigo suportar nem o pensamento de tocar nessa mulher. Mas, por outro lado, tem toda a dor de um telessequestro, e as enormes chances de o veneno me vencer para sempre. Será que eu esqueceria Katniss? Prim? Meu pequeno Finnick? Ou pior, será que eu passaria a odiá-los? Céus, eu não posso correr esse risco.

— Não precisa me levar a lugar algum – eu digo, e Sunny faz um gesto para os guardas, que me soltam imediatamente e se retiram do quarto.

— Eu sabia que você não ia precisar de veneno para me querer – ela diz, e retira seu robe, ficando novamente praticamente nua.

Com seus dedos finos e gélidos, ela me conduz até sua enorme cama novamente. O cheiro que exala de sua pele, misturado ao de sangue que exala por debaixo de seus curativos, me deixa enjoado. E se eu fechar os olhos e imaginar que é Katniss quem está aqui comigo? Será que tornaria isso mais fácil? Decido tentar, pois não tenho muita opção. Sunny se deita sobre mim, seus seios encostando em mim. Ela me beija, avidamente. Eu tento corresponder, mas me sinto sufocado em meu próprio desespero. Eu não posso fazer isso! Eu não posso! Tenho vontade de gritar, de chorar, de golpear Sunny até que todos os miolos dela estejam espalhados por esse quarto. E com esse ultimo pensamento, eu me dou conta de que toda essa aversão á Sunny, está alimentando meu lado ruim, despertando meus mais profundos desejos de violência. Se continuar assim, talvez eu possa matá-la. Sunny guia minhas mãos pelo seu corpo, eu me retraio, e nem consigo segurar as lágrimas que escorrem de meus olhos firmemente fechados. Não dá pra fingir que é Katniss. De repente, Sunny para de me beijar. Eu abro os olhos, e com ela ainda em cima de mim, vejo seus olhos frios focados em mim.

— Porque você não pode simplesmente me amar como eu te amo? Porque você não pode me desejar? – ela pergunta, e seu lábio inferior treme.

— Porque não é assim que as coisas funcionam. Você não pode exigir que alguém te ame – eu replico, temendo sua reação, mas não tendo alternativa a não ser sincero.

— Você também nem consegue me desejar? Olhe bem para meu corpo – ela grita. – Não é bom o suficiente pra você? Quer que tenha um monte de cicatrizes como Katniss?

— Katniss não tem nada a ver com isso – eu grito. – Como você espera conseguir algo de mim, machucando meus filhos? Mantendo Prim presa aqui?

— Como? É muito simples. Se eu mandar alguém, nesse exato momento ir até o quarto da garota, e chicoteá-la até fazer seus gritos ficarem audíveis para nós aqui, aposto que você conseguiria fazer qualquer coisa que eu pedisse certo? – Sunny diz, e se levanta, caminhando lentamente até o transmissor.

Me levanto, sentindo tanto ódio como nunca senti na vida. Jogo Sunny na parede, e começo a beijá-la. Afasto todo e qualquer pensamento de minha cabeça, apenas me foco em não deixar que nada de ruim aconteça a Sunny. E para isso eu definitivamente terei fazer o que essa maldita quer. Sunny, parecendo satisfeita, rasga minha camisa, e arranha meu peito com suas longas unhas. Eu a toco, a beijo, mas não consigo ter uma ereção. E Prim, minha inocente filha, pode pagar muito caro, caso eu não consiga satisfazer os desejos dessa psicopata. Sua mão desse pela minha barriga. Tenho vontade de me encolher, para que ela pare de me tocar, e para que ela não perceba, que nem meu corpo responde da maneira que ela quer.

E é neste momento que alguém bate na porta. Sunny parece estar a beira de um colapso, com relutância se afasta de mim, e coloca seu robe novamente antes de abrir a porta.

— Como você ousa me interromper? – ela grita. – O que é tão urgente assim?

Espio por detrás de Sunny, e vejo que Tommy foi meu salvador, quem nos interrompeu.

— Me desculpe – ele diz e faz uma breve reverência. Eles a temem tanto assim?

— Diga logo para que eu possa voltar a assuntos mais interessantes – ela diz, e se vira para sorrir para mim. Eu até tento sorrir de volta, para quem sabe ela acreditar que estou no joguinho dela, mas o sorriso não sai.

— É sobre a garota. Ela fugiu – Tommy diz, e eu tenho que me escorar na parede, para ficar em pé. A garota.... Só pode ser Prim. Mas como assim, ela fugiu? Para onde ela foi? Sunny dá voz ás minhas perguntas.

— Como assim ela fugiu? – ela grita. Tremendo, ela pega um casaco que cobre até seu joelho, que esta pendurado ao lado da porta, e o veste. – Você, fique aqui.

Faço menção em falar algo, em protestar visto que é minha filha que está desaparecida, vagando por aí sabe-se lá onde. Mas sei que será inútil. Estremeço só de pensar em quais serão as conseqüências para Prim, se ela for encontrada pelos guardas de Sunny. Fixo meus olhos suplicantes em Tommy, na tentativa de obter alguma resposta. Ele pisca para mim, antes de sair atrás de Sunny. Será que Prim na verdade foi resgatada? E se sim, será que também irão me resgatar? Eu espero que sim. Pois quanto mais tempo eu ficar aqui, mais serão as chances de eu ser submetido ao veneno de novo, pois ter relações com Sunny, é algo que eu nunca conseguirei fazer. Me sento no chão, encolhido, temendo a hora que Sunny irá voltar. Temendo por Prim, e pensando em como Katniss e todos devem estar sofrendo. Para meu espanto, a porta é escancarada, e Gale adentra o quarto, ofegante.

— Aí está você – ele murmura. E de repente, um fio de esperança se acende dentro de mim. Será que Gale veio me ajudar?

 


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