Cependant, Je t'aime escrita por Dreaming Girl


Capítulo 2
La Tristesse d'un Coeur


Notas iniciais do capítulo

Bem, como muitas pessoas me pediram e como eu acabei vendo um possível "futuro" nessa fanfic, ela não é mais uma Two Shots....
É isso, joguem os confetes, me flodem no Mp, façam a festa!
Quero realmente agradecer por todos os comentários que eu tive no primeiro capíutlo (vcs são d+ gnt ♥ ), por tds os favoritos e acompanhamentos, estou muuuito feliz ♥
Sem mais delongas, aproveitem ♥



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O dia amanheceu belíssimo na cidade de Paris. Diferente de outros dias, não havia quase nenhuma nuvem no céu azul, mas já eram em torno das dez da manha quando Juleka desceu as escadas da sua grande casa vitoriana.

Ela chegou na cozinha com os cabelos bicolores desgrenhados, mas com um sorriso no rosto. Ela viu sua mãe e seu sorriso se expandiu. Jule esperava um café da manha como em outros aniversários, com os funcionários cozinhando enquanto ela conversava com eles, mas ver que sua mãe havia preparado um tempo para fazer especificamente as suas deliciosas waffles a deixou especialmente feliz.

— Feliz aniversário Jule — a mulher pronuncia com um sorriso, subindo o olhar para a filha.

— Oi mama — a gótica se sentou na cadeira da ilha do balcão, se deliciando com o aroma doce da calda de chocolate que tanto ama. — Onde estão todos?

— Você sabe, arrumando o local de seu aniversário, preparando a comida, mas não se preocupe, já está tudo planejado...

— Papai... Ele virá? — perguntou cortando-a.

— Ele... recebeu uma ligação do trabalho de última hora — o sorriso desapareceu do rosto de Juleka, e seus olhos ficaram opacos. —, parece que... tiveram que antecipar a viagem...

Mas — ela exclamou, se levantando da cadeira. —, mas ele prometeu! Há anos, eu espero por esse dia há anos! Ele disse que definitivamente estaria aqui, ele me diz isso desde os dez anos, ele não pode simplesmente...

—Ju, você sabe como o trabalho dele funciona... — a mulher tentava dar alguma explicação, mas foi novamente cortada:

— Por que o trabalho dele tem sempre que ser uma prioridade? — murmurou para si mesma, mas sua mãe conseguiu escutar.

A máquina de waffles apitou. — Filha... — a mulher mais velha disse, retirando a comida e colocando-a num prato.

— Deixa mãe, não estou mais com fome... — completou. Ela saiu lentamente pela porta da cozinha e subiu as escadas para seu quarto. Depois de entrar no local iluminado pela luz solar, fechou a porta atrás de si e puxou as arroxeadas cortinas de seda, impedindo que a luz permanecesse. Com a pouca iluminação, ela olhou para o vestido pendurado na porta de seu armário e para a máscara que estava junto com ele, pegando-a em mãos.

Havia sido amor quando a vira, a máscara preta com notas musicais roxas e detalhes prateados a lembravam de seu pai.

Ele é um músico e, pelas inúmeras turnês e datas mal escolhidas pelo seu empresário, quase nunca tivera a chance de ir à um dos aniversários da filha mas, quando ela tinha dez anos, ele fez uma promessa...

No seu aniversário de quinze anos eu certamente estarei aqui então, por esse período de tempo, aguarde...

“Mentiroso” ela pensou. Uma lágrima solitária percorreu todo seu rosto, caindo em uma das notas da bela máscara. Outra apareceu em seguida, e mais uma logo depois...

Seus olhos estavam como cataratas enquanto ela insistia em percorreu todo o rosto molhado com as mãos, em uma tentativa falha de secá-las.

Olá...— a voz soou em sua mente. Ela olhou para os lados um tanto assustada, imaginando que havia ficado louca e desejando que aquilo fosse apenas o som da voz de seu pai do outro lado da porta, dizendo que ficaria tudo bem e que ele compareceria a seu tão esperado aniversário. – Eu sou HawkMoth. Sei como um aniversário pode ser facilmente arruinado pela tristeza de um coração, mas, se você está triste, por que não deixa os outros como você?

— Isso não seria... — ela engoliu em seco, tentando colocar as palavras para fora com esforço. — Maldade?

É claro que não, Mlle Tristesse, é apenas a justiça e... Se me trouxer as pedras de Ladybug e Chat Noir, você poderá possuir essa justiça para sempre. O que acha?

— Não me parece uma oferta ruim — ela declara. Seus sentimentos começaram a desaparecer, um por um, sem parar. — Mas, se me permite, quero fazer isso do meu próprio jeito. Pegarei seus poderes emprestados por um tempo, mas não me dê ordens, sei exatamente o que devo fazer e quando devo fazer.

E quando todos os seus sentimentos sumiram, uma fumaça negra começou a tomar conta de seu ser, mas ela não deixou o quarto. Não até que estivesse tudo pronto.

∞∞∞

Adrien estava feliz.

Feliz por ter feito sua sessão de fotos cedo o bastante para que seu pai permitisse sua saída.

Feliz por ter fugido na noite anterior.

Feliz por descobrir que Marinette não lhe odiava.

E ele nem sabia o por que.

A garota nunca conseguira falar com ele até a noite anterior, quando o loiro sentiu uma espécie de saudade se esvair ao encarar o belo sorriso e as belas safiras que eram os olhos da garota.

Ele estava tão ansioso para sua primeira festa-não-a-negócios e por finalmente ter conseguido conversar com Marinette que não conseguira dormir na noite anterior.

O próprio achava a atitude um tanto estranha, mas, afinal, Marinette sempre se dera bem com todos de sua sala de aula. Seu carisma, sua gentileza e sua graça sempre foram dadas de bom grado para todos, até mesmo para Chloe de vez em quando o que o deixava simplesmente surpreso e inesperadamente triste por ela nunca ser assim com ele.

Nosso pobre gato preto sempre tentava quebrar certos dilemas sobre por que a garota só não era assim com ele, poderia ele ser mais odiado do que a própria Chloe?

Porém todos esses dilemas foram quebrados anteriormente, quando eles ficaram cara-a-cara, sozinhos. Mesmo que ela tivesse falado pouco, ele realmente desejara ter invadido seu quarto em formato de Chat Noir e continuado a conversar com ela a noite toda, mesmo que isso não pudesse ser feito.

Ele era estranho, mas não burro.

Com certeza Marinette o chutaria de lá, mesmo com toda a sua gentileza... Ou não?

Arg, ele não estava com tempo e paciência para pensar sobre isso.

Sem absolutamente nada do que fazer além de ficar jogado na cama esperando o tempo passar, ele foi de uma vez para o banho.

Dentro do box do chuveiro, ele lavava o cabelo com força, tentando clarear as próprias ideias e acordar de uma vez. A festa seria daqui algumas horas , mas ele estava tão apurado para isso que poderia simplesmente vestir seu terno e sair de casa nesse segundo.

Se contendo o máximo possível para demorar e clarear a cabeça, o banho acabou se prolongando bastante, mas infelizmente não durara o suficiente. Suas ideias, pensamentos e fantasias estavam todas misturadas, ele queria falar com Ladybug, mas sabia que ela não sairia por aí a não sei que tivesse uma verdadeira razão para isso.

De toda a forma, ele estava saindo do banheiro apenas de toalha e com a pele levemente avermelhada como resultado da água quente. Chegou em seu quarto, colocou uma cueca boxer preta, pendurou a toalha em seus ombros e se jogou em sua cama.

Por que o tempo não passava?

O modelo apenas queria piscar e se encontrar na festa, como aqueles personagens de filmes que se tele-transportavam de uma cena para outra. Os olhos verdes se fecharam levemente, causando um suspiro alto e uma breve imagem em sua cabeça. Marinette.

A garota estava incrivelmente bonita no dia anterior, deitada ao seu lado, com a pouca iluminação do fim de tarde, ele desejou voltar no tempo... O que estava fazendo?! Ele amava Ladybug, não podia pensar em outra garota, ao menos, não enquanto seu coração pertencia à sua pequena joaninha.

E isso o fez pensar, quem era ela? Qual era a identidade de Ladybug? Será que eles se conheciam? Por que ela não queria que ele soubesse?

Na semana inteira essas perguntas permaneceram em sua cabeça, tanto nos momentos de tédio quando comia sozinho na enorme sala de jantar, nos intervalos apressados entre uma sessão de fotos e outra, quando olhava pela janela do seu quarto durante a noite e esperava ver algum resquício de Ladybug.

Ela era seu refúgio. Na verdade, Chat Noir era seu refúgio. Ser ele mesmo, sem medo de que descubram sua verdadeira personalidade galanteadora, ou as piadas sem graça que fazia apenas para fazer sua amada sorrir, ele amava ser Chat Noir.

Já pensou uma vez no por que de Plag o escolher para ser o herói que protegia toda Paris, e resultava que ele era infeliz. Sem Chat Noir, Adrien era apenas um modelo que nada prestava além de ser "perfeito".

Pff, perfeito, ele odiava essa palavra. Pensou por um segundo como seria se usasse sua verdadeira personalidade perto de pessoas próximas. Eles continuariam amando-o mesmo com toda a imperfeição de Chat Noir, ou o odiaram por ser alguém daquele jeito?

— O que você tanto pensa agora? — Plag perguntou, mesmo que com pouco interesse.

— Nem eu sei... — Adrien declarou, fechando os olhos mais uma vez.

— Se for assim, me veja um pouco de queijo, eu estou com fome — o kwami responde, fazendo Adrien bufar alto.

Bem, outra provável razão, Adrien pensou no momento, poderia ser que o loiro tinha dinheiro o suficiente para duas vidas de queijo. Achou graça do pensamento.

— Certo — o loiro revirou os olhos e se levantou da cama, pegando uma camiseta branca e voltando o olhar para seu amigo. — Vamos "caçar" algum camembert pra você.

O kwami comemorou e ambos desceram até a cozinha. Adrien pegou um pedaço de queijo e depois voltou para o quarto. Sem nada para fazer, decidiu estudar pelas anotações de Marinette, já que as provas começariam logo, logo.

Com esperanças que biologia, francês e matemática pudessem mantê-lo ocupado, passou em torno de 30 minutos revisando a matéria, mas logo percebeu que não conseguiria ficar parado por tanto tempo até que a festa começasse. Ao observar a última página das anotações, viu um desenho que julgou ser muito bonito e que Marinette provavelmente havia feito. Aquilo o fez sorrir, mas o tédio bateu novamente assim que deixou as anotações de lado.

Pensou seriamente em praticar alguns arremessos, mas já tinha tomado banho e não estava a fim de tomar outro. O mesmo valia para treinar esgrima, ou para suas lições já feitas de Chinês, ele estava completamente com tédio.

Começou a brincar no fliperama de seu quarto e, mesmo com toda a angústia da demora, ele jogou até que desse o horário de se arrumar. Extremamente feliz, colocou seu terno preto com uma gravata verde escura e sua máscara preta.

Olhou-se no espelho do quarto e achou que estava levemente parecido com Chat Noir. Não sabendo se isso era bom ou ruim, apenas passou seu perfume que era levemente adocicado e pediu para que o kwami se escondesse no bolso interno do smoking, o que fez sem muito pestanejo.

∞∞∞

Marinette havia passado a madrugada costurando, a tarde dormindo e o começo de noite se arrumando.

Seu cabelo permanecia com o penteado típico, porém, com uma delicada rosa branca metálica como enfeite em um dos lados do penteado. O vestido lhe caíra muito bem, mais justo nos lugares corretos e da forma que ela queria.

Até esse dia só tinha feito para si mesma assessorias e bolsas, o que fez com que se surpreendesse com sua própria capacidade. Sua mãe logo adentrou o quarto junto à Alya, ambas com um sorriso no rosto.

— Filha... Você está linda — a mãe disse, chegando mais perto dela.

— Verdade! Tenho certeza que Adrien vai achar o mesmo — as bochechas da heroína coraram. Alya também estava linda, seu vestido era um tomara-que-caia azul que ia até um pouco abaixo do meio da coxa, exibindo suas pernas quase nunca mostradas. Ele também possuía saia godê é um cinto preto abaixo dos seios, sem contar no colar de pérolas e o salto alto preto. Uma leve maquiagem estava sobre seus olhos e a boca levemente avermelhada.

— Adrien, não? — a Sra. Cheng disse com um sorriso. — Aquele menino que veio aqui ontem?

— Espera, o que? — a amiga perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

— D-depois eu explico, apenas, vamos... — Mari pegou sua máscara vermelha e sua bolsinha, que carregava apenas Tikki e um batom vermelho amarronzado. Elas deram tchau para a mulher e logo saíram à caminho do carro de Alya, já que ir a pé com roupas formais até a Torre Eiffel não seria uma escolha muito boa.

Quando finalmente chegaram no posto de observação da torre, Marinette percebeu-o quanto aquela noite estava bela. Sem que entrassem na parte de dentro da torre, ambas colocaram as máscaras e sorriram.

— Vamos, Mari? — Alya perguntou.

— Pode ir indo na frente, foi ficar aqui um pouquinho... — a morena deu de ombros, sabia o quanto Mari amava a Torre Eiffel e seu posto de observação. Ela adentrou o local e facilmente se perdeu da vista da garota de olhos celestes, que havia voltado para a paisagem noturna porém imensamente clara de Paris.

Ela respirou fundo o ar do começo da noite e correu seu olhar para as pequenas casas no pé da torre. Chat Noir talvez estivesse em um destes telhados, vadiando como sempre fazia. Ou talvez ele estivesse em sua casa, jogado em sua cama e se perguntando por que deixara Ladybug durante uma semana, talvez ele apenas tivesse ido viajar e logo estaria de volta... Ou talvez, apenas talvez, poderia ter se cansado de ser Chat Noir...

Ela negou com a cabeça. Aquele gato poderia até ser meio pirado da cabeça, mas Mari sabia que ele nunca deixaria de ser ele mesmo. Ignorando todo e qualquer pensamento ruim que pudesse se passar por sua cabeça, ela apenas respirou fundo mais uma vez e entrou no local.

A música consideravelmente alta sendo controlada por um DJ num palco, as decorações pretas, brancas e roxas do local, as mesas com comida e as quais eles iriam se sentar na hora do jantar estavam todas bem arrumadas e a pouca iluminação local impedia que as verdadeiras identidades fossem reveladas.

Ela sorriu. Se sentiu livre mesmo estando presa a uma máscara. Ela se sentiu como Ladybug, uma garota corajosa que nada poderia amedrontar. Nem mesmo uma conversa com seu amado Adrien.

Enquanto a música Pity Party tocava, ela começou a andar pelo local, tentando reconhecer quem estava lá. Todos com belos vestidos formais, longos, curtos, de todas as tonalidades e nenhum parecido com o outro. Uma garota de cabelos bicolores, um vestido preto imensamente longo e uma máscara preta com algumas notas musicais subiu ao palco. Mari julgou que ela seria Juleka é isso foi afirmado alguns segundos depois:

— Boa noite, caros amigos! Nessa noite, a oportunidade bate à porta. Quero que cada garoto se vire para a primeira menina à sua direita e dancem, dancem como nunca! — a música continuou e Mari estava totalmente perdida. Em um passo rápido, sua mão direita e sua cintura foram ambas tomadas por uma figura de máscara preta e olhos verdes.

Chat Noir...

— O que faz aqui? — perguntou enquanto seus passos se sincronizavam. A música consideravelmente rápida para uma valsa soava ao mesmo tempo que passos eram dirigidos entre Chat e ela.

— Eu sou apenas um convidado, my Lady, e quanto a você? — perguntou chegando perto de seu ouvido com sua voz rouca, ajudando a pouca iluminação a esconder seu rosto.

— Investigando — inventou-lhe uma desculpa. — O observatório todo plenamente reservado, não duvido que algo dê errado, as coisas nunca são tão perfeitas quanto parecem...

Chat colocou a outra mão na cintura de Marinette e a elevou em uma parte um tanto agitada da música, enquanto soltava um riso gostoso. — Nunca baixa a guarda, não é mesmo?

— Por que a baixaria? — respondeu sorrindo também, enquanto o gato preto aproximava ainda mais seus corpos.

— Você é muito tensa, durante uma música, tente se soltar — a garota relaxou os ombros por um momento, logo retomando a compostura. — Independentemente, estou feliz de vê-la.

— Gato bobo, vale o mesmo para mim, onde você se meteu nos últimos dias?

— Parece que minha dona está finalmente preocupada com seu gatinho de rua...

— Eu sempre me preocupo com você, idiota — ela murmurou quase incompreensivelmente, e dito "quase" pelos corpos praticamente grudados um ao outro e pelo pequeno arrepio que Adrien teve ao ouvir aquilo. Sua lady se preocupava com ele e aquilo sim o fazia feliz.

Ele limpou a garganta, mas logo voltou a falar: — Problemas na vida pessoal, mas deixando isso de lado, a senhorita está meow-ravilhosa esta noite...

Ladybug soltou uma risada bem leve, aquele gato realmente havia lhe feito falta. — Não perde uma, não é mesmo?

— Umas das poucas vantagens de ser Chat Noir são os trocadilhos, não posso simplesmente ignorar isso — ele a ergueu novamente, podendo perceber o sorriso sincero que continuava em seus lábios.

Marinette começou a acariciar os cabelos que estavam perto de sua nuca e fazendo com que, sem querer, um baixo ronrono saísse do fundo de sua garganta. A menina riu novamente e o garoto se surpreendeu. Ele nem estava usando seu miraculous, mas se encontrar com sua Lady lhe significava tanto que alguns de seus fracos da transformação (como agir feito um gato) apareceram levemente. Ele sentiu o cheiro adocicado do perfume de Ladybug e acariciou o pescoço da heroína com seu nariz, na tentativa de sentir melhor o cheiro de chocolate que exalava de seus cabelos e o incrivelmente doce cheiro que sentia dela.

Ah merda, ela o deixava louco.

A menina se arrepiou com o toque leve dos lábios de Adrien sobre seu pescoço. Ele novamente se surpreendeu com a própria atitude, tinha feito aquilo sem nem pensar duas vezes.

— D-desculpe... — declarou ao perceber que a menina estava totalmente paralisada, olhando atrás de si. — L-ladybug?

Ele virou seu olhar para trás e conseguiu ver muitas pessoas sentadas no chão, algumas abraçavam suas pernas e enterravam os rostos entre os joelhos, alguns choravam baixinho e outros tampavam os ouvidos e forçavam os olhos já fechados. Ao observar melhor, Chat percebeu que as saídas estavam, de certa forma, bloqueadas, o que impediria a evacuação, mas estava mais preocupado com Ladybug no momento, que nem havia se movido.

Ele olhou para Juleka, ou melhor, para o sorriso macabro do akuma e começou a chacoalhar levemente a menina paralisada. — Ladybug — sussurrou. — precisamos nos transformar, agora.

A menina acordou de seu transe e se soltou dos braços do gato, correndo para uma área mais isolada da festa.

— Eu sabia que isso aconteceria, Tikki. Transformar, Ladybug! — em sua máscara vermelha algumas bolinhas pretas surgiram. Certo que a máscara estava sendo substituída, mas de cara não parecia isso. Sua roupa se transformou no uniforme vermelho de bolinhas pretas e um yoyo substituiu sua bolsa. Logo ela saiu do banheiro feminino e viu que Chat Noir já havia se transformado e já estava levando a luta com o akuma para um lugar mais isolado, evitando que outras pessoas se machucassem.

Ladybug viu Alya encostada em uma espécie de parede, abraçando suas pernas, chorando e murmurando algumas coisas que não poderiam ser boas. Nino estava do seu lado, ele parecia ainda "sóbrio" dos poderes do Akuma e tentava ajudar a menina com todas as forças. Marinette deu graças a Deus que ele estava lá e seguiu no caminho de Chat Noir, que havia, por alguns segundos, sido lançado para longe.

O akuma lançava raios arroxeadas que, quando atingiam alguém, faziam com que a pessoa se jogasse no chão chorando e gritando, como se uma onda de tristeza e depressão a atingisse.

— Ladybug e Chat Noir, não sabia que haviam sido convidados para a grande festa da Mlle Tristesse! — ela soltou uma risada fina e maléfica. — Parece que a escuridão terá de atingi-los também!

Um raio roxo foi lançado na direção dos heróis que, por pouco, conseguiram desviar. — Pare com isso, Juleka! Por que não está feliz?

A menina pareceu ficar ainda mais irritada, fazendo com que os raios de luz atingissem suas mãos. — Essa seria a primeira! — ela gritou e se aproximou, jogando os poderes neles. — A primeira vez que eu finalmente poderia vê-lo depois de anos! — ela se aproximou ainda mais e sua força aumentou. — Por que eu não estou feliz?! Eu te odeio, Ladybug! Eu odeio a todas essas malditas pessoas felizes, se eu não posso se feliz, ninguém pode! — ela exclamou as duas ultimas palavras elevando seu olhar cor de rosa para os heróis.

Num momento de desatenção, Ladybug quase fora atingida, mas o rumo do raio mudou e quando ela percebeu, Chat estava ao seu lado, jogado no chão, tampando os ouvidos e gritando coisas sem sentido. Ela se assustou. Seu parceiro estava no chão e ela não conseguia se aproximar, pois Mlle Tristesse havia feito uma espécie de campo de força no qual ela não poderia entrar.

Ao contrário de todos os vilões burros que já quase roubaram a miraculous de Chat, Tristesse, sem delonga alguma, pegou a mão do herói caído e retirou seu anel. Os gritos de Adrien ficaram ainda mais altos à medida que a luz esverdeada percorria seu corpo e um pequeno kwami voava de dentro de seu anel.

Ainda não satisfeita, a Akuma continuou, gritando: — Você gostou, Ladybug? Quer descobrir quem este imbecil realmente é? — a menina arrancou a máscara preta do rosto do menino, exibindo a figura de Adrien, gritando e chorando, encolhido no chão. — Parece que seu gato idiota não passa de um inútil agora! — ela o chutou para o lado, sem dó nem pena, rindo da cara do pobre menino. — É isso mesmo que eu gosto! Me deixe absorver sua tristeza! — outra risada maléfica escapou da boca da menina.

Ladybug, ou melhor, Marinette estava perplexa. Durante meses havia lutado lado-a-lado com a pessoa que mais amava e nunca havia percebido.

Ela já o havia beijado...

Deixando esse pensamento de lado no momento, ela jogou seu yoyo pra cima gritando:— Lucky Charm!

Quando a luz avermelhada brilhou revelando uma toalha molhada com estampa de joaninha a menina se fez totalmente irritada.

Desse-lhe paciência esse Lucky Charm! Ela precisava ser rápida e não fazia a mínima ideia do que poderia fazer com uma simples toalha assim do nada.

Olhando para os lados e desviando dos raios, uma ideia lhe veio à mente. Ela lançou seu yoyo nos metais da torre, pulando e voando por cima de Mlle Tristesse, mas antes que ultrapassasse-a, lançou-lhe a toalha na cara. A akuma ficou meio perdida com o impacto, o que fez uma brecha se abrir para que Marinette conseguisse retirar, junto com a toalha, a máscara da menina.

Tristesse cambaleou para trás e caiu no chão, totalmente perdida e abraçando as pernas cobertas por seu vestido longo. Mari quebrou no meio a preta máscara de plástico, revelando a borboleta negra que saia de dentro dela.

Marinette sorriu, por um segundo. — Seu reinado acaba aqui, pequeno akuma. Hora de purificar o mal! — Seu yoyo girou e logo foi de encontro à borboleta, capturando-a e a trazendo de volta para Ladybug. O local onde ela estava se fechou e abriu logo em seguida, liberando agora uma borboleta branca que logo voou para longe. — Adeus, pequena borboleta...

Ela lançou a toalha molhada para cima, e logo uma luz avermelhada percorreu tudo que havia sido destruído e todas as pessoas que haviam sido transformadas, fazendo também que Juleka se levantasse totalmente perdida. Ladybug se aproximou da menina e lhe deu um abraço apertado, acariciando a parte de trás da sua cabeça.

— Sabe, Juleka, sei que as vezes a tristeza tenta te tomar da felicidade, mas não deixe que o mundo mude seu sorriso...

— Lady...bug... o que aconteceu? — ela perguntou ainda chorosa.

— Uma longa história, mas vai passar — essa foi a resposta da heroína. — Por enquanto, aproveite.

Juleka sorriu. Agradecendo à Ladybug, ela saiu do “esconderijo” dos heróis e voltou para onde seus convidados estavam. Como aquele lugar afastado era praticamente nos fundos da festa, ambos estavam sozinhos novamente, pela segunda noite seguida.

Mas, dessa fez, Marinette não era ela e sim Ladybug.

A garota sorriu e pegou a máscara preta e o anel que estavam ambos no chão, se dirigindo para onde o envergonhado garoto estava. — Adrien... Acho que isso é seu...

O loiro subiu o olhar para sua Lady, perplexo. Pela primeira vez, a força de seu miraculous e seus reflexos gatunos não haviam sido o suficiente para proteger nem a si mesmo. Totalmente tomado pela vergonha, esticou o braço para onde Lady estava, e pegou os objetos, enquanto Plag reclamava e se dirigia ao menino também.

— Arg, aquela maldita vilã... Me tirando sem dó nem pena da transformação! Adrien, isso é tudo culpa sua, você parou de... — o kwami virou o olhar para a menina à frente. — Ah, Ladybug, Tikki, boa noite. Agora voltando...

— Você conhece a Tikki? — Mari perguntou, ouvindo seu brinco começar a apitar.

— Faz uns 3000 anos... De toda forma, obrigado por salvar esse panaca — Plag completou. — Agora vamos que você me deve queijo!

— Plag! — Adrien falou, ainda tomado pela vergonha, mas com sua máscara agora. — dois minutos — o kwami deu de ombros e voltou para dentro do paletó. — Ladybug... desculpe. Eu sou realmente um inútil.

— Você não é inútil, Chat — ela sorriu. — Talvez um pouco tonto, mas nunca inútil.

O brinco apitou novamente.

— Ladybug, eu... — Marinette o abraçou, pedindo para que ele ficasse em silencio. Ela ainda não conseguia formular muito bem a idéia que Chat fosse Adrien, mas ela não estava disposta a se entregar como Marinette, não ainda.

— Olha, eu quero que você saiba que agora suas chances de me descobrir estão muito altas, mas eu ainda não estou pronta — ela acariciou novamente os cabelos loiros que tanto amava. Logo depois, ela se levantou e andou até a beirada da torre, subindo na grade de proteção.

Adrien se levantou e correu até sua amada. — Ladybug, esp... — antes que terminasse sua frase, Marinette depositou um leve selar de lábios nos do gato preto e sorriu, se jogando da torre em seguida.

Ela se dirigiu por entre os metais com seu yoyo até chegar no pé da torre. Seu brinco soltou o último som enquanto ela corria para um lugar escuro, se transformando novamente em Marinette. Com o rosto totalmente vermelho, colocou a mão sobre os lábios.

O que estava pensando...?


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Notas finais do capítulo

Sei q o Lucky Charm ficou meio bosta, mas é o que temos pra hj (dias e dias pensando sobre ele)

Esse seria o segundo capítulo da Two Shots que agr virou uma long (ainda to mto feliz, amo escrever sobre Ladybug) e quero saber o que acharam! O que acham que vai acontecer nos proximos, pq as vezes seu comentário pode acabar me dando uma ideia e tal

Bem, para quem quiser ver, assim que é a Mlle: https://www.facebook.com/1667372450158936/photos/a.1667374396825408.1073741828.1667372450158936/1721560104740170/?type=3&theater
Eu que desenhei