Simple like Flowers escrita por BlueLady


Capítulo 8
Capítulo oito - Rejeição


Notas iniciais do capítulo

Ainda não faz parte do chat do face? Lá eu interajo com vocês, além de dar spoilers, atualizações, andamentos e posso pedir suas opiniões ♥
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Eu estou na casa da minha amiga, por isso a demora.
Ela que corrigiu esse capítulo, qualquer erro é culpa dela.
Enfim, capítulo para todos que odiavam o Pierre =D
Não sei mais o que falar, então, bom capítulo!



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O sinal bateu. Era hora do intervalo. Marinette gostaria de estar indo comer com todos os outros, mas ela tinha alguém para conversar. E não era o Nathanael.

― Alya, você pode ir indo na frente, eu tenho que fazer umas... Coisinhas. ― Alya a olhou desconfiada.

― Quer que eu pegue alguma coisa? A fila pode ficar grande.

― Só quero uma salada de frutas. ― Alya concordou. Ela saiu da sala, levemente intrigada.

Nathanael estava sentado esperando, seu rosto corava um pouco cada vez que Marinette dava um passo em sua direção.

Assim que chegou de frente para ele, pronunciou:

― Nath, eu adoraria conversar com você agora, mas acho que teremos mais tempo e será mais agradável na saída lá no pátio, o que me diz? ― Ela sorria. Não tinha como ele negar algo quando ela usava o sorriso.

― C-Claro, é-é uma boa idé-éia. ― Ele pegou suas coisas apressado e saiu da sala, tentando evitar ficar mais vermelho.

Ela o seguia com os olhos até que ele saiu por completo da sala. Seu olhar calmo se transformou em um olhar irritado como uma tempestade em alto mar.

Ela olhou para as carteiras do fundo. Ela sabia que ele ainda estava lá. Andando com passos pesados, ela ficou na frente da carteira dele.

Ele estava com os braços caindo e sua cabeça estava grudada na mesa.

― Pierre. ― Ela chamou, com a voz levemente rouca de raiva. ― Precisamos conversar.

― Sobre? ― Ele falava com uma voz sonolenta.

― Sobre o que você fez ao Chat Noir. ― Ela respondeu como se fosse óbvio.

Ele levantou a cabeça e encarou seus olhos. Os olhos cor de mar do menino cerraram-se um pouco como se ele tentasse se lembrar de algo.

― Ah. ― Ele pareceu lembrar. ― Está falando o que aconteceu no telhado? ― Ele perguntou, levemente irritado.

― Sobre o que mais eu falaria?

― Sei lá, sobre como eu imobilizei aquele coelho salvando 3 heróis? ― Ele disse com sarcasmo.

― Pierre. ― Ela chamou sua atenção. ― Eu estou séria.

― Eu também. ― O olhar duro dela o fez suspirar. ― O que quer saber?

― Por que falou aquelas coisas para ele? Você o fez chorar. ― Marinette falava como se um adolescente malcriado tivesse irritado seu filho de 5 anos.

― Marinette, ― Dessa vez, ele chamou sua atenção. Ele estava sério, porém mais relaxado que o dia anterior ― duas coisas. Primeiro, não fale de um homem desse jeito, não importa quem seja, revelar suas fraquezas desse jeito é como uma facada na honra. Eu não gostaria que uma garota saísse saindo por aí falando que eu chorei, mesmo todo mundo tendo visto. ― A postura rígida de Marinette se abalou um pouco.

― Desculpe, eu... ― Ela tentou se desculpar, mas foi interrompida por Pierre.

― Além disso, eu disse alguma mentira?

― Claro! Você disse que eu era uma garota casada e tinha filhos! E que eu odiava sua personalidade.

― Eu perguntei se ele te aceitaria se você fosse casada ou tivesse filhos. Eu nunca afirmei nada. E eu não leio mentes, Marinette. Eu só falei para ele o que eu via. Tudo que você faz dá indícios que você o odeia.

Marinette soltou seus braços que estavam cruzados em baixo de seu peito. Aquilo a pegou como um choque.

― N-Não é verdade. ― Ela tentava argumentar. Pierre era sempre exemplar nos argumentos, tentar argumentar com ele é o mesmo que perder.

― Não? Marinette, eu vejo nos jornais. Todo dia, ele dá seu melhor por você e você o menospreza. Mesmo assim ele não desiste.

As palavras bateram em Marinette.

― Mari, você mesma disse que aquele é um lado meu, é parte da minha personalidade. Eu não gosto de machucar os outros, mas não consigo evitar. Algumas situações me remetem ao meu passado e eu não consigo controlar. ― A voz dele soava calma, mas ao mesmo tempo, podia-se sentir toda mágoa, incerteza e sofrimento que ele carregava.

― Andar olhando para trás significa bater em um obstáculo futuro. Os obstáculos que passaram não vão te afetar no resto da caminhada, mas o que vem sim. ― Marinette posicionou suas mãos na carteira, apoiando-se e o encarou.

― O problema, Mari, é que eu não estou andando. Estou parado de frente a um obstáculo tão grande que eu não posso passar. ― Os olhos de Pierre brilhavam como se lágrimas fossem cair.

― Então peça ajuda. Ninguém nasce nesse mundo para ficar sozinho. Você tem o Oliver, a Alya, o Adrien, o Nino, você me tem. Não importa o quão grande seja, nós vamos te ajudar a escalá-lo.

Pierre a encarou surpreso. Aquela garota, simples e generosa, escondia uma bela mulher, que sabia o que queria, que era forte, que era o oposto dele. Esconder-se atrás de sorrisos não enganava a todos.

Pierre se levantou. Marinette o seguiu ficando de frente para ele.

― Desistir ou fugir nunca é a solução. ― Ela falou convicta.

― Tem razão. ― Ele concordou. Eles se encararam por longos 5 segundos. Pierre abraçou Marinette.

Embora aquilo tivesse a surpreendido, ela retribuiu o abraço. Ela sabia o quanto aquilo era importante para ele.

Quando ele se separou, Marinette percebeu o sorriso verdadeiro que brotava em seu rosto, aquilo acalmou o coração atordoado de Marinette.

― Eu prometo que vou me desculpar com o Chat Noir. ― Ele falou, a olhando.

Marinette pareceu perceber o quanto Pierre era... masculino. Ele com certeza tinha mais de 1,80. Seus músculos eram duros e fortes. Sua mão era grande... Nesses quesitos, as vezes ele lembrava Adrien.

Ele fez uma cara engraçada, como se tivesse comido algo que não gostava.

― Marinette, temos mais um assunto para conversar.

― E o que é? ― Ela perguntou curiosa.

― Paris não vai se proteger sozinha nessa semana.

Marinette engoliu seco. Estava tão volvida em pensamentos sobre o cão que não percebeu o “pequeno” detalhe.

― O-O que vamos fazer?

― Marinette, eu sinto muito te dizer isso, mas você vai ter que ficar.

― M-Mas e-e C-Chat N-Noir? E-E B-Birdie?

― Marinette, eles podem ficar, mas sem você, eles não podem fazer nada. ― O olhar de Pierre estava mais sério do que o normal.

― M-Mas eles são fortes.

― Não é esse o problema, eu confio na força deles, ok, talvez eu duvide um pouco na força do Chat Noir. ― Recebeu um olhar de reprovação. ― Mas, Mari, só você pode purificar os akumas.

Foi quando Marinette se tocou do quão importante ela era na cidade.

― E-Eu queria tanto ir, não tem outro jeito? ― Marinette olhava com uma cara triste.

Pierre fez uma cara pensativa, Marinette sabia que ele estava pensando em todas as chances possíveis para ela ir. De repente, sua cara se suavizou, como se ele tivesse pensado em algo.

― Talvez tenha uma possibilidade.

― Oh, você está conversando com ela sobre aquilo? ― Oliver entrou na sala com um lanche em mãos. ― Desculpe pelos modos, Marinette, é que eu simplesmente não aguento não comer.

Oliver sabia? Ela estava confusa. Oliver pareceu notar isso.

― Ah, é verdade, eu não te falei quem eu era. ― Ele colocou o lanche na carteira, pegou a mão de Marinette e a beijou. ― Prazer, Birdie.

Marinette arregalou os olhos.

― Você é o Birdie? ― Ela parou para pensar um pouco. ― Faz sentido.

Ele sorriu.

― Pierre já te falou sobre a viagem?

― Eu acho que pensei numa solução, Oliver. ― Pierre falou.

― E qual seria? ― Oliver parecia interessado.

― Eu tenho que ver ainda. 90% de chance de não dar certo. ― Pela cara do Pierre, ia ser difícil.

― Pense pelos 10% que podem dar certo. ― Oliver corrigiu.

Marinette suspirou.

― Eu vou indo antes que perca o intervalo. Até mais tarde! ― Marinette disse saindo da sala.

Ela caminhava pelos corredores. Sentia um aperto em seu coração, seguida por alívio.

Ela realmente queria ir na viagem. Queria mesmo. Relaxar na praia com Alya. Beber sucos exóticos. Ver o Adrien sem camisa. Comer comidas sofisticadas. Ver o Adrien sem camisa. Ver o Adrien sem camisa era uma prioridade.

“Como será o Pierre sem camisa? “ Ela se perguntou. Sua face avermelhou e ela se policiou. “Você só tem olhos para o Adrien, viu?!”

― Marinette? Tudo bem? Parece que você está no mundo da lua. ― Alya falou mexendo a mão na frente de Marinette.

― Alya? Ah, é-é que eu estava pensando sobre a viagem. ― Marinette tentou convencê-la.

― Você não me engana, acha que eu não sei que você estava pensando no Adrien sem camisa? ― Marinette corou. Alya começou a rir.

Marinette foi buscar algo para comer. A fila já estava pequena pelo horário. Ela pegou um lanche simples e um suco. Enquanto ela voltava, pode ver que alguém ocupava um dos lugares livres na mesa.

Era Nino.

Pela cara dos dois, ela sabia que eles estavam em algum clima. Que amiga ela seria se ela interrompesse os dois?

Pensando nisso, comeu sozinha até bater o sinal.

O resto da aula não demorou para acabar. Talvez por que Marinette estava imersa em pensamentos, ela queria saber do seu destino. Queria saber como seguiria sua conversa com Nathanael. Queria saber se iria viajar com seus amigos.

Nath já a esperava sentado em um banco do pátio. Pela sua cara, ele estava nervoso.

― Oi Nath. ― Marinette falou se sentando ao seu lado.

― O-Oi Marinette. ― Ele não continuou a conversa, parecia muito nervoso para isso.

― Sobre o que você queria conversar comigo?

Ele ficou quieto por um instante, parecia lutar uma briga interna.

― Marinette. ― Ele a encarou. ― E-Eu gosto de você. ― Marinette imaginou que seria algo como isso. Porém antes de rejeitá-lo, ele continuou. ― Eu sei que você não gosta de mim, Marinette, mas eu queria te dizer isso, queria que você soubesse o quão importante você é para mim.

Marinette engoliu seco.

― Nath, eu...

― Eu fiquei muito feliz quando você ligou para mim. Meu coração explodia de felicidade. Eu fiquei muito feliz quando eu te beijei no cinema, também. Eu fico feliz com cada simples coisa que você faz por mim, tudo me deixa feliz. Eu queria te deixar feliz também. Eu queria ser o homem que te deixa feliz, mas eu sei que não sou.

Marinette escutava tudo perplexa. Ela significara tanto assim para alguém.

― Eu não sou boa para você, Nath, eu só te faço sofrer. Você merece alguém melhor.

O garoto sorriu.

― Não existe ninguém melhor que você, Marinette, porque você me mostrou esse sentimento. Eu queria te agradecer.

― Eu não mereço tudo isso.

― Claro que merece. Mesmo se não merecesse, eu ia te agradecer do mesmo jeito. ― Ele ficou quieto por um momento. ― V-Você pode me rejeitar?

Marinette não queria fazer isso, Nath era muito bonzinho para isso.

― Sinto muito, Nath, mas já tem alguém que eu gosto. Fico feliz pelos seus sentimentos, mas não posso retribuí-los. ― Ela encarava o chão.

― Obrigado, por tudo. ― Ela se atreveu a olhar para ele. Algumas lágrimas caiam de seus olhos cheios de tristeza, mesmo assim, ele tinha um sorriso no rosto.

Marinette deixou uma lágrima cair também, ela nunca se imaginaria machucando aquele garoto, mas se ela continuasse dando esperança, ele se machucaria mais depois.

Felizmente, ele parecia agradecido, portanto não viraria um akuma.

Ele se levantou e foi embora, limpando suas lágrimas. Marinette ficou ali sentada, pensando em quão cruel ela era.

― Uau, Mari, você é uma arrasadora de corações. ― Pierre se sentou ao seu lado.

― Obrigada pelo apoio. ― Marinette ainda encarava o chão. Pierre percebeu que ela estava realmente mal.

Pierre, delicadamente, a cercou com seus braços e a abraçou.

― Você precisa disso. ― Ela não falou nada, mas no fundo, ela concordava com ele.

E ficaram ali, abraçados.

Porém, eles não imaginavam certo loiro os encarando sem que percebessem.


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Notas finais do capítulo

Acompanhem para receberem novos capítulos. Comentários e Favoritos sempre bem-vindos!
Espero que tenham gostado, eu fiquei muito triste por causa do Nath