Simple like Flowers escrita por BlueLady


Capítulo 17
Capítulo Dezessete - Punição Severa


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, não quero ficar enchendo linguiça aqui, mas eu tive bloqueio criativo, provas, trabalhos, lições, deveres, problemas com garotos e livros muito bons.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/666061/chapter/17

Quase que num susto, Marinette sentou-se na cama. O céu ainda estava escuro, então a garota presumiu que fosse por volta de meia noite.

Se levantou cansada. Sentia dor nas costas e uma leve dor de cabeça. Seu sono não permitia a garota raciocinar sobre como tinha chegado no quarto sendo que estava na varanda.

Desceu as escadas do quarto visando pegar água. Encheu sua garganta com o líquido refrescante e voltou para o quarto.

Só então reparou no relógio.

5:45

Ela se espantou num primeiro momento. Foi só aí que a ficha caiu para todos os acontecimentos.

― Tikki! Tikki! ― Chamou a kawami, que acordou com os olhos pesados.

― ...Marinette? Aconteceu alguma coisa? ― A vozinha fina dele fez Marinette ter dó de tê-la acordado.

― Tikki, eu estava lá em cima, não estava? Como que eu vim parar na minha cama? ― Tikki sorriu.

― Você estava dormindo, Marinette, foi tão fofo. ― Ela começou animada.

― Do que você está falando? ― Marinette tinha medo do que poderia ouvir.

― O Chat Noir. Ele te trouxe aqui dentro e te deixou na cama. E adivinha? Você segurou na mão dele, não o deixando ir.

Marinette a olhava incrédula, mas seu rosto vermelho mostrava o quanto estava envergonhada.

― E-Eu nunca f-faria uma coisa dessas. ― Marinette disse como se fosse algo óbvio, mas ela sabia que era bem possível ter feito algo como isso.

― Bem, você fez. ― Tikki se divertia com o desespero da garota. ― Ele até sussurrou no seu ouvido! Só fiquei triste que não consegui escutar o que ele disse...

― Quer saber, Tikki? Acho que você estava imaginando coisas, vá dormir, são quase 6 horas e eu acordo as 6:30. ― Tikki riu da amiga, mas realmente estava cansada.

Marinette deitou-se na cama, fingindo dormir, mas sua mente estava tão confusa que era impossível para a menina.

Levantou com cuidado e fez o mínimo de barulho possível.

Estava com uma dor de cabeça terrível. Se arrependeu de ter ficado tanto tempo no terraço no dia anterior.

Tomou um banho demorado lavando o cabelo. Queria deixar todas suas incertezas e medos irem embora junto com a água, mas é óbvio que não era possível.

Saiu do banho com uma toalha envolvendo seu corpo e outra enrolando seu cabelo.

Os primeiros raios de sol insistiam em penetrar o quarto da garota pelas frestas das persianas fechadas.

Marinette não queria acender a luz, então preferiu abrir a persiana e deixar a luz ainda adormecida pela noite entrar e consumir todos os espaços de seu quarto.

Por sorte, Tikki não acordara. Abriu as portas de seu guarda-roupa para decidir sua roupa.

― Tikki! ― Ela chamou a Kawami, que entendeu o recado e entrou na bolsa da amiga.

Marinette desceu as escadas com receio de encontrar seus pais.

― Já de pé, querida? ― Sabine perguntou enquanto colocava a mesa do café. O primeiro pensamento que teve foi se o dia anterior tinha sido um sonho e o segundo foi indagar por que diabos sua mãe ainda estava colocando o café se eram 7 horas da manhã.

― Mamãe.... ― Ela não sabia por qual assunto começar. ― Como assim “já de pé? ” ― Perguntou, no fim da escada.

Sua mãe a olhou curiosa, depois teve pena.

― Minha filha está ficando louca... ― Marinette fez uma cara de raiva. ― São 6:30 ainda, querida.

Marinette arregalou os olhos e pegou seu celular para conferir.

6:32

― M-Mas no meu relógio e-eram... ― Sua voz murchou e sua mãe fez uma cara espantada.

― Oh, é verdade, seu relógio está adiantado, perdão por isso. ― Sabine pegou uma xícara e a encheu metade café e metade leite. ― Pense pelo lado bom, querida, você pode tomar café da manhã direito dessa vez. O café está como você gosta.

Sua mãe estava tão carinhosa que Marinette realmente achou que a noite anterior fora um sonho.

― Mamãe. ― Sua mãe a olhou. ― Você não está mais brava? ― Sabine suspirou.

― Querida, eu te amo, você sabe. É claro que você merecia uma bronca pelo o que aconteceu ontem, como sua mãe, esse é o meu dever, não significa que eu gosto disso. ― Ela tirou uma tigela vazia da mesa, a colocando na pia. ― Ficar brava para sempre não vai adiantar nada e só vai piorar as coisas. Acredito que com uma bronca só você aprendeu a lição.

Marinette sorriu para a mãe. Sabine era uma mulher de ouro, definitivamente.

Tomou o café com calma, e de despediu da mãe, indo para a escola.

A brisa batendo em seu pescoço fazia os pelos na nuca da menina arrepiarem-se.

Subiu a escada da escola e passou pela porta.

― Uau, Mari, é você? Que bicho te mordeu para você acordar tão cedo? ― Alya perguntou assim que viu a amiga. Marinette a olhou de cara feia.

― Que eu saiba, eu posso ser pontual também. ― Ela respondeu a amiga, claramente zombando.

― Mas aconteceu alguma coisa, certo?

―... Meu despertador estava meia hora atrasado. ― Marinette teve coragem de contar para a amiga. A risada histérica da menina preencheu seus ouvidos enquanto ela corava.

― ...Marinette... ― Disse entre risadas. ― Só assim mesmo para você chegar cedo.

Marinette sorriu envergonhada. Elas foram em direção da sala de aula, imersas em conversas, tanto que Marinette nem percebeu a garota que chocou com ela.

Algumas folhas voaram, mas a menina logo tratou de pegá-las e se desculpou rapidamente, indo para o lado oposto.

― Quem é ela? ― Mari perguntou, mais por acaso do que para realmente querer saber.

― Acho que é uma garota nova, ela entrou há um mês, mais ou menos. Ela não fala muito, mas dizem que ela é bem inteligente. ― Marinette encarou o caminho que a garota pegou.

― Ah. ― Disse e continuou andando.

Marinette foi bruscamente parada por duas mãos tapando seus olhos.

― Adivinha quem é, Marie. ― Oliver falou e Marinette soltou um sorriso.

―  Oliver! ― Ela se virou, encarando o garoto que sorria para ela. Passou por sua mente como um garoto que estava tão mal podia sorrir tanto e se lembrou de Pierre.

― Bom dia, meninas. Posso acompanha-las até a sala?

― Claro. Nem precisa pedir. ― Alya respondeu.

Eles subiram os primeiros degraus.

― Oliver, o que aconteceu com o Pierre? Por que ele sempre está chegando atrasado? ― Alya perguntou, inocentemente.

Oliver fechou o rosto na hora.

― Ele sempre sai antes, mas eu nunca vi ele por aí antes de bater o sinal. ― Respondeu grosso e tanto Alya quanto Marinette perceberam o ressentimento em sua voz.

Uma melodia suave e gostosa foi ouvida no alto da escada, a dona da voz estava sentada no último degrau, com um sorriso cínico em seu rosto.

― Oh, bom dia, Marinette. ― Ela cumprimentou, com a voz cheia de escárnio. ― Hoje o dia está lindo para ser expulsa, não acha? ― Ela tocou a própria face, onde estava um grande curativo.

Marinette a ignorou, passando direto por ela. Stephanie não esperava realmente por uma reação, mas a carranca de Oliver a deu mais satisfação que qualquer outra coisa naquela manhã.

― O que aconteceu, Marie? Por que ela estava daquele jeito? ― Alya se sentia incomodada por ser sempre a última a saber das coisas, mas conseguiu evitar mais uma briga.

― Digamos que eu bati nela e depois ela bateu em mim. ― Marinette respondeu rapidamente, querendo se livrar daquela conversa. Oliver só escutava, absorvendo todo o tipo de conhecimento que conseguia.

― Assim do nada? Que estranho... ― Alya deu a deixa para Marinette completar.

― Não foi do nada, eu tive um motivo, não é um motivo que explique o que eu fiz, mas é um motivo. ― Alya só a olhou, dando espaço para a amiga continuar. ― Ela deu em cima do Adrien e eu me descontrolei. Foi isso. ― Completou irritada.

― Mari, você não é assim normalmente, não acredito que seja só por isso. ― Alya tinha razão. Uma boa parte da vontade de bater na garota se deve a sua história com Pierre, mas não contaria aquilo para Alya.

― Se me deixa falar, ― Oliver interrompeu. ― Eu acho que ela mereceu. É a maior cobra que eu já vi na vida. Pierre não merecia isso... ― Sua voz foi murchando, mas ele conseguiu manter o olhar inexpressivo. Tanto Alya quanto Marinette sabiam da dor interna que Oliver sentia, mas não sabiam quão forte era.

Entraram na sala. Não haviam muitas pessoas lá dentro, então eles resolveram ficar perto de Oliver em sua cadeira.

Chloe chegou logo depois, com Sabrina ao seu lado, mas nem reparou no trio que cochichavam sobre ela.

― Ás vezes eu tenho dó da Sabrina, não importa o que a Chloe acha, a Sabrina é sua melhor amiga, se ela realmente gosta da menina, deveria tentar ser mais legal. ― Oliver comentou.

― Parece que a Chloe é um monstro sem sentimentos... ― Alya respondeu ao comentário e Marinette concordou com a cabeça.

O sinal bateu e as duas foram se sentar em seus lugares.

Pierre entrou na sala com Stephanie agarrada em seu braço, rindo como se Pierre tivesse contado uma piada.

Marinette olhou a cena com os olhos arregalados. Não conseguiu evitar abrir levemente a boca, chocada.

― Pierre! ― Ela bateu levemente em seu peito, como se não conseguisse segurar a risada.

Marinette nunca ouvira risada tão falsa.

Stephanie se separou de Pierre e se sentou em seu lugar. Pierre se sentou ao lado de Oliver e não o encarou. Oliver não demonstrou qualquer reação, mas Marinette viu ele apertar os pulsos e sentiu sua dor junto com ele.

A professora entrou na sala apressada, querendo logo começar a aula.

― Eu realmente espero que todos os grupos já tenham feito o trabalho que eu mandei semana passada. Não se esqueçam que a entrega é amanhã.

Marinette gelou. Nem se lembrava do trabalho. Olhou suas anotações e viu que realmente tinham um trabalho para fazer. Em grupo. Ela, Alya, Pierre e Oliver.

― P-Professora, com licença. ― Adrien abriu a porta, evenrgonhado por chegar atrasado.

― Adrien, você nunca chega atrasado, o que aconteceu?

Adrien evitou olhar para Marinette, sua face já estava ficando vermelha.

― Fiquei acordado até tarde estudando e acabei perdendo a hora de manhã.

― Sente-se, então, não vamos atrapalhar mais a aula. ― Ela pareceu se contentar com aquela resposta. Rapidamente, Adrien se sentou ao lado de Nino.

Marinette se espantou, não tinha percebido a ausência de Adrien, na verdade, nem procurou por ele.

Quando que seus olhos pararam de buscar Adrien em qualquer lugar que ia?

Não queria admitir, mas sabia a resposta: Desde que Chat Noir entrou na sua cabeça de um jeito que não conseguia mais pensar em outra coisa.

― Mari, você pode hoje depois da aula? Precisamos fazer o trabalho. Pode ser na biblioteca? ― Marinette concordou com a cabeça.

Assim que o sinal tocou, Alya se levantou para falar com os meninos.

Os olhos de Marinette seguiram a garota, mas ela não se atreveu em virar um pouquinho e encarar o rosto de Stephanie.

Voltou a olhar para frente e levou um pequeno susto ao ver os olhos verdes de Adrien a encarando. Ele tinha um sorrisinho debochado na cara, como se a reação da garota tivesse o divertido.

― Voltou para a Terra? Eu te chamei e você nem ouviu.

― D-Desculpe, e-eu n-não ouvi m-mesmo. ― Ela corou de vergonha.

― Eu perguntei como está seu rosto. ― Seu sorriso se tornou doce e ao mesmo tempo preocupado.

― Ah, está bem melhor, obrigada por perguntar. ― Ela sorriu.

― Que bom. ― Ele sorriu mais ainda. ― Mari, o que você acha de... ― Ia terminar, mas a sala foi bruscamente aberta.

― Senhorita Dupain, senhorita Courtois, por favor, me acompanhem até a sala do diretor. ― Marinette engoliu a seco e se levantou com cuidado e lentamente, sentindo os olhares de todos sobre si.

Já Stephanie, parecia leve como uma pluma, com passos delicados e uma feição calma, sabendo que a culpa não era dela.

― Nos falamos mais tarde, Adrien. ― Forçou um sorriso, mas saiu mais tenso do que calmante.

― ...Ok. ― Ele sabia por que ela estava sendo chamada, mas isso não tinha como evitar.

Seguiram o homem até a sala do diretor e Stephanie tinha o sorriso mais cínico que Marinette já vira. Não combinava com seu rosto delicado.

A porta foi aberta e Marinette conseguiu ver seus pais sentados do lado esquerdo e o pai de Stephanie no lado direito.

― Que bom que chegaram senhoritas, e não se preocupe, Senhorita Stephanie, se a senhorita foi realmente agredida, a justiça será feita.

Só então Marinette percebeu a brusca mudança das feições. Agora, ela se assemelhava a um pequeno filhote abandonado pela mãe no nascimento. Assustado e triste.

― Senhorita Marinette, eu realmente não acreditava que faria uma coisa dessas. Agressão a um aluno é inadmissível, mas como é sua primeira vez, isso resultará em uma advertência.

Marinette queria ter suspirado em alívio, mas seu peito ainda estava com apreensão.

― Uma advertência? Minha filha foi agredida e tudo que a agressora leva é uma advertência? Se essa fosse minha escola, a culpada seria expulsa. ― O diretor olhou com os olhos levemente arregalados para o pai da Stephanie.

― Mas senhor, Marinette é uma garota comportada e essa foi sua primeira vez. Expulsá-la assim seria como uma ditadura.

Os pais de Marinette só ouviam a situação, esperando a hora certa para tomar a palavra.

― Eu exijo uma punição mais severa. ― Os olhos do diretor alternaram entre Marinette e o pai de Stephanie.

― Pois bem. ― Ele limpou a garganta. ― Marinette, você não irá mais para a viagem para Cote de Basques.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpe pelo capítulo meio bosta, os próximos serão melhores (Ou não.)