Capítulo 6 - O Casamento

Nothing makes sense
Nothing makes sense anymore
Nothing is right
Nothing is right when you're gone

 

- Então, Hina, está pronta para o grande dia? – Perguntou Ino, enquanto, acompanhada de Konan, entrava no meu quarto.

 

- Não devia perguntar isso à minha mãe? Não sou eu quem vai casar.

 

Finalmente chegara o grande dia de minha mãe.  Eu estava feliz por ela.

 

- Na verdade, eu já perguntei. – Falou Ino, largando uma grande – eu disse grande, grande mesmo – bolsa na minha cama. – E ela disse que está feliz, principalmente por que você está aqui.

 

- Minha mãe é fofa.

 

Havíamos marcado de Ino e Konan irem à minha casa às 15 horas, para podermos nos arrumar, maquiar, fazer o cabelo – Eu insisti em ir ao salão, onde minha mãe deveria estar se dirigindo neste exato momento, mas Ino insistiu que seu dotes ‘cabeleireiros’ humilhariam qualquer profissional. – as unhas, o geral. O casamento seria às 20 horas.

 

- Já conheceu o futuro marido de sua mãe, Hinata? – Perguntou Konan.

 

- Ainda não, ela faz questão de que eu o conheça apenas na hora do casamento. E seus dois filhos também... – Eu disse a última parte receosa. Nem que sejam os garotos mais queridos e fofos do mundo, conviver numa casa com dois garotos praticamente da minha idade não pode ser legal.

 

- Filhos? – Ino sorriu, maliciosa. – Me apresenta seus “nii-san’s”  depois que os conhecer, se eles forem gatinhos.

 

- Hã, claro, claro. Mas a ideia de conviver com garotos na mesma casa não é boa, não.

 

- Deixa disso! – Exclamou Konan. – Temos muito a fazer.

 

- Com certeza! – Falei, tentando me animar com a ideia de que hoje mesmo eu iria dormir em uma casa diferente, com pessoas diferentes.

 

- Por onde começamos? – Perguntou Konan.

 

- É claro que eu trouxe MUITAS coisas que podem e vão nos ajudar. Mas a primeira coisa a fazer é cada uma de nós tomar um bom banho. Vamos começar hidratando a pele e os cabelos. Hinata?

 

- O banheiro é logo ali – apontei para o banheiro de meu quarto. Ele tinha uma grande banheira de hidromassagem, isso deve agradar Ino.

 

- Você não tem vergonha de ficar nua na nossa frente, não é, Hina? – Perguntou Ino.

 

- Não. – Falei.

 

Peguei três toalhas no grande balcão do banheiro, alguns cremes, shampoos e condicionadores. Ino pegou uma bolsa de plástico transparente em tamanho médio, que estava dentro da enorme bolsa que trouxera.

 

Liguei a grande banheira e coloquei um pouco daquele negócio que faz espuma, não sei o nome. Logo a água se misturou com o negócio que coloquei e uma espessa camada de espuma se formou.

 

Ino já estava dentro da banheira. Konan retirou suas roupas e logo depois entrou também. Logo depois foi a minha vez.

 

- Vamos começar, quero que todas estejamos lindas para o maior casamento do ano!

 

- Não exagera, Ino.

 

Depois do banho e das múltiplas dicas de Ino sobre como aplicar os cremes, como usar o shampoo e do cuidado na hora de enxaguar os cabelos, colocamos uns roupões brancos de bolinhas pretas que Ino havia preparado especialmente para nós, diretamente do SPA de que sua mãe era dona, e a toalha estava enrolada nos cabelos.

 

Liguei o meu secador na tomada, enquanto Ino colocava a prancha de cabelos para esquentar.

 

Ino insistiu em fazer o meu cabelo após terminar o seu. Konan já preparava os esmaltes, deixou seu cabelo básico, colocaria alguns acessórios depois. Os cabelos de Ino estavam lindos, ela sempre os usava presos, e agora, soltos e totalmente cacheados – ela fez baby liss no cabelo inteiro, haja paciência – na altura dos seios, ficaram maravilhosos.

 

Ela escondeu o espelho de mim enquanto tratava dos meus cabelos. Eu perguntava sempre para Konan como estavam ficando, e ela sempre dizia a mesma coisa: Lindos.

 

Quando finalmente ficaram prontos, Ino retirou a capa preta que havia colocado no espelho à minha frente.

 

- Ino! Ficaram lindos! – Exclamei. Estavam realmente lindos.

 

Meus cabelos estavam lisos até quase no final, mas as pontas estavam cacheadas, com cachos perfeitos. A franja caia farta, sobre as minhas sobrancelhas. Havia uma presilha delicada, com uma pequena pedrinha de strass na lateral esquerda do cabelo.

 

- Eu sei que sou demais. Agora vamos para as... Unhas!

 

Eu estava começando a ficar animada com a ideia de me arrumar.

 

- Hina, pegue seu vestido, por favor. – Falou Konan. – Das unhas sou eu quem vou tratar.

 

Percebi que elas estavam mais preocupadas em me produzir do que arrumar a si mesmas.

 

- Vocês vão fazer as unhas quando? - Perguntei.

 

- Eu já estou com as unhas feitas. – Falou Konan. – As de Ino farei depois das suas.

 

Olhei para as unhas delas e vi que estavam lindas, pintadas com um lilás claro fazendo degradê para um tom mais escuro da mesma cor.

 

-  É um salão particular! – Comentou Ino. – Enquanto isso eu vou arrumando a maquiagem.

 

Ela pegou uma outra bolsa plástica, desta vez, rosa, e de lá começou a retirar vários produtos: batom, lápis, corretivo, base, pó, sombra...

 

- Hina, coloque as mãos aqui. – Falou Konan, apontando para uma toalha em cima da minha escrivaninha. – Me mostre seu vestido, preciso fazer com que as unhas combinem com ele. – Ela sorriu.

 

- Ali no guarda-roupa, está protegido por uma capa preta. – Falei.

 

Ino se apressou para abrir o guarda-roupa, e de lá retirou meu vestido. Ela já o conhecia, pois me ajudou a escolher na loja.

 

- Esse vestido é tão lindo! Ficou perfeito na Hina quando ela provou. – Disse Ino, mostrando o meu vestido após retirá-lo da capa.

 

- Muito lindo, Hina. Essa cor combina com você.

 

Era um vestido azul claro tomara-que-caia, apertado no busto com uma fita em um tom mais escuro do azul logo abaixo dos seios. Era mais soltinho abaixo da fita. Seu comprimento era até um palmo antes dos joelhos. Ele não tinha muitos detalhes, do jeito que eu gostava. Eu queria comprar um cinza claro do mesmo modelo, mas Ino disse que eu iria parecer uma morta. Acho cinza uma cor tão linda...

 

- Então, vamos logo com essas unhas! Temos a maquiagem para fazer ainda! – Falei, entusiasmada.

 

- Hai!

 

...

 

 

- Otouto, não vai se aprontar para o casamento? Você sabe que vamos ter que chegar antes. Tenho que entrar na igreja com a noiva.

 

- Ainda faltam três horas. Quando faltar uns quarenta minutos eu me arrumo, não demoro tanto como você.

 

- Como quiser. 

 

...

 

- As unhas ficaram perfeitas Konan, tanto as minhas como as de Ino! – Exclamei. Por que todas tinham alguma habilidade especial, menos eu?

 

- Temos que fazer a maquiagem antes que sua mãe chegue do salão, porque depois temos que ajudá-la a se arrumar! – Disse Ino.

 

- Minha tia foi com ela, e vai vir aqui para ajudar, também.  – Eu falava da mãe de Neji.

 

- Além disso, não precisamos nos apressar muito. Falta bastante tempo para começar e maquiagem sai fácil. – Falou Konan, calma.

 

- Maquiagem sai rápido – começou Ino. – Mas a minha maquiagem, a ‘super special makeup by Yamanaka Ino’ não sai tão fácil.

 

- Eu trouxe alguns acessórios da loja da minha mãe. – Comentou Konan. – Tem bastante pulseiras, brincos e tudo mais. Ela disse que foi uma ‘cortesia da casa’.

 

- Temos que ser as estrelas do casamento! – Disse Ino, colocando as mãos para cima, fechadas em punhos.

 

- Então vamos logo com isso, super estrela do casamento.

 

- Ok. Sente-se ali – ela apontou para a minha cadeira de rodinhas em frente à penteadeira –esta estava cheia dos mais diversos exemplares de marcas de cosméticos, tanto os meus como os de Ino.  - Vamos começar colocando uma cor nesse seu rostinho pálido, mas não antes de corrigir essas olheiras tenebrosas! – Isso me ofendeu.

 

Após encher meu rosto de base, corretivo, pó e blush, Ino foi enfrentar a dúvida cruel de qual cor seria a sombra, e eu não sentia mais meu rosto.

 

- Não sei se coloco a sombra azul clara para combinar com o vestido, ou este prateado luminoso aqui... Poderia ser também esta um pouco mais escura... Ah! Me ajudem, meninas!

 

- Azul não – começou Konan. – Ela já está muito azul.

 

- É verdade. – Falei, olhando-me no espelho disfarçadamente.

 

- Azul eliminado.

 

- Tem que ser uma cor que destaque os olhos dela. – Disse sabiamente Konan. Sim, tinha que destacar. – Acho que o prateado.

 

- Sim, o prateado. – Falei. Eu queria o prateado desde o começo, mas resolvi deixá-las decidir.

 

Ino logo passou a sombra sobre minhas pálpebras. Depois, resolveu por passar lápis de olho preto e rímel. O batom deixaríamos para perto da hora de ir.

 

- Pode abrir os olhos e se ver no espelho agora.

 

Quando abri os olhos, meu Deus!

 

- Ino, ficou ótimo! – Exclamei. Eu não me reconhecia ali, eu estava totalmente diferente de como costumava estar.

 

- Eu sei que sou demais, eu sei. Agora vou fazer a make em Konan para depois fazer em mim. – Ela se apressou em fazer.

 

Konan ficou maravilhosa, a maquiagem que Ino fez combinou perfeitamente com o vestido lilás que ela usaria.

 

- Só eu não sei fazer nada de interessante aqui. – Sussurrei. Nenhuma delas ouviu.

 

Depois de quase prontas – faltando apenas colocar a roupa – minha mãe chegou, junto com minha tia e a costureira, que daria os últimos toques no vestido. Anda de roupão, fomos para o quarto dela para ajudar.

 

- Dona Akane, dona Akane! A senhora, perdão, a senhorita tem que ficar ma-ra-vi-lho-sa! Seu cabelo está lindo, e a maquiagem também. – Ino exclamou, aproximando-se de minha mãe.

 

- Hoje é o seu dia, mãe.

 

- Tem que ser especial, Akane-san. – Disse Konan.

 

- Obrigada, meninas.

 

A costureira fez minha mãe colocar o vestido, enquanto dava os últimos toques.

 

Era um vestido lindo: tinha alças finas e era apertado no busto, com várias rendas e detalhes. A saia era longa, com armação, também com bastante rendas e detalhes florais, principalmente na barra. Era totalmente branco. Minha tia colocava um colar em minha mãe, de pérolas. Combinou perfeitamente com o vestido. Usava um brinco e algumas pulseiras, também. [N/A: péssima descrição, gomenasai T_T]

 

- Que vestido perfeito! – Falou Ino, chegando mais perto e beliscando algumas partes do tecido.

 

Depois de quase uma hora, finalmente minha mãe estava completamente pronta. Estava parecendo uma boneca.

 

- Falta pouquíssimo tempo para começar! – Gritou Ino, histérica.

 

- Não se preocupe querida, é normal a noiva chegar atrasada. – Disse minha tia.

 

- Vamos nos trocar então? – Perguntou Konan.

 

Logo estávamos prontas. Eu usava, junto com o meu vestido azul-claro, uma sandália prateada de salto alto e fino, várias tiras e uma flor pequena em uma delas. Também usava alguns acessórios.

 

Konan estava vestindo um lindo vestido lilás, comprido e de amarrar no pescoço. Tinha algumas flores delicadas em vermelho na barra. O sapato – invisível – era de salto fino, da mesma cor do vestido.

 

Já Ino vestia um tubinho verde-água, simples e tomara-que-caia. Tinha uma fita no decote, da mesma cor, e no canto havia uma flor, também da mesma cor. O vestido ia até um pouco antes dos joelhos. Usava uma alta, dourada, que combinava com seus diversos acessórios.

 

- Garotas, que inveja, estão maravilhosas! – Comentou mamãe. – Vão arrasar na festa!

 

- Mas esta noite é sua – Falou minha tia, pegando nas mãos de minha mãe. – E quem vai arrasar será você, Akane.

 

- É isso aí. – Falou a costureira, piscando para nós. – O motorista já está chegando.

 

- Então, vamos!

 

...

 

- Eu estou tão nervosa! – Exclamou mamãe.

 

- Calma, vai dar tudo certo.

 

Estamos chegando na igreja. Um dos filhos do futuro marido da mamãe, provavelmente o mais velho, vai estar esperando na porta para levá-la até o altar. Eu vou sentar com as minhas amigas em algum lugar da igreja. Finalmente vou conhecer o marido de minha mãe, e os filhos dele! Ai...

 

Quando o motorista estacionou em frente à bela igreja, que estava decorada por fora e por dentro, vi apenas dois garotos de costas, usando ternos pretos comuns. Um deles estava espiando a igreja, o outro se virou ao ouvir a porta do carro ser aberta, e veio andando em direção a nós, puxando o garoto que estava com ele.

 

Espera aí... Acho que eu já vi esses dois em algum lugar...

 

- Itachi?

 

- Oi Hina. – Ele sorriu pra mim.

 

- O que você está fazendo aqui? – perguntei, mesmo achando que sabia a resposta.

 

- Ora, eu vim pegar a sua mãe pra levar no altar para ela casar com o meu pai. Você não sabia? – ele sorriu de lado.

 

O outro garoto – que logo reconheci ser Sasuke – estava tão assustado quanto eu. Nós dois olhávamos para Itachi de uma forma ao mesmo tempo com raiva e ao mesmo tempo assustados. Ouvi risinhos baixos das meninas. Elas já sabiam!

 

- ITACHI! – Gritamos, eu e Sasuke, juntos.

 

- Por que não me contou que ela é filha de Akane-san?

 

- Por que não me contou? – Perguntei.

 

- Eu pensei que você já sabia. – Ele mentiu, super convincente.

 

- Eu não quero morar com esse... idiota!

 

- Idiota é a mãe! – Sasuke exclamou, furioso, colocando as mãos na cabeça. Ele bufou, irritado.

 

- Viu, mãe? Ele te chamou de idiota.

 

- Ora, vocês já se conhecem... Que bom... – Falou mamãe, dando um sorrisinho amarelo.

 

- Ah Hina, pense, você vai ter a mim para alegrar os seus dias! – Falou Itachi.

 

- E vocês não me contaram nada, suas traíras. – Eu disse, um pouco mais calma, virando-me para as garotas.

 

- Na verdade, só Sasuke e você que não sabiam ainda, Hinata. – Disse Konan.

 

- Vamos logo com isso, antes que o meu pai desista. – Disse Itachi. – Opa, brincadeira, Akane-san. Ele não vai desistir, não. – Completou, quando viu o nervosismo de minha mãe aumentar ainda mais.

 

Mamãe deu uma última ajeitada na aparência, e passou um dos braços em volta do de Itachi.

 

- Hina, Sasuke, garotas, deixei lugares reservados pra vocês junto com o Deidara e o resto ali mais para o meio das fileiras. – Sussurrou Itachi.

 

Entramos rapidamente, e, ao vermos Deidara acenando do meio da igreja com um enorme sorriso no rosto, seguimos até ele. Eu ainda estava tensa com a situação de morar com os dois garotos mais lindos do colégio, sendo um totalmente retardado e louco e o outro, idiota, irritante e arrogante. Sasuke parecia estar pior.

 

Konan sentou-se ao lado de Deidara, e eu percebi que tinha muita gente ali: Deidara, Gaara, Neji – que automaticamente veio sentar-se ao meu lado direito -, Hidan, e algumas outras pessoas.

 

Konan acenou para um casal – provavelmente, os seus pais – que estava mais para frente na igreja.

 

Olhei para o altar e vi um homem de bom porte, cabelos negros e olhos da mesma cor. Estava usando um terno cinza escuro. Era um homem muito bonito.

 

Percebi que Sasuke estava sentado ao meu lado esquerdo, olhando para o seu pai.

 

O pianista começou a tocar a clássica música de casamento, enquanto Itachi entrava vagamente com minha mãe. Ela estava sorrindo abertamente, e eu percebia que finas lágrimas de emoção desciam de seus olhos.

 

- Como é o nome de seu pai? – Perguntei baixinho para Sasuke. Eu iria tentar conviver com ele de uma forma mais amigável, isso seria melhor para mim e para todos.

 

Ele me ignorou. Ô garoto arrogante!

 

- Uchiha – ouvi Neji falar, alto o suficiente para que apenas Sasuke e eu ouvíssemos. – Ela te fez uma pergunta.

 

Sasuke fechou os olhos e respirou fundo, depois virou-se para mim e respondeu.

 

- Uchiha Fugaku. – Ele deu uma última olhada para Neji, e voltou a olhar para frente.

 

Olhei para ele. Não era o fim do mundo, ele não pode me odiar tanto para tratar todos a sua volta daquele jeito, só porque vai ter que dividir o mesmo teto comigo. Por que ele estava agindo assim?

 

- Não é por sua causa. – Ele falou, adivinhando a minha pergunta, ainda olhando para frente, mas agora sem aquela máscara de arrogância e impertinência que ele costumava usar. Ele realmente era lindo quando não estava daquela forma.

 

- Então por que...?

 

- Isso não interessa a você.

 

Mamãe já tinha chegado ao altar, e estava ajoelhada ao lado de Fugaku, ouvindo as palavras do padre. Resolvi prestar atenção no casamento, em vez de ligar para o humor de Sasuke. Mas eu confesso que estava preocupada com ele. Ele tinha um olhar tão... triste.

 

- ... Até que a morte os separe?

 

- Aceito. – Disse mamãe.

 

- Então, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

 

Foi o beijo mais lindo que eu havia visto nos últimos tempos. Era um beijo apaixonado, cheio de sentimentos. Mamãe estava super feliz, dava pra perceber de longe.

 

- Fugaku-san pegadoooooor!

 

Quando ouvi isso, lancei um olhar de pura reprovação ao Deidara, enquanto ouvia alguns risinhos dos presentes no salão.

 

Fugaku e mamãe já estavam saindo da Igreja para ir ao clube onde seria a festa.

 

- Hina, Sasuke-chan, vamos indo pro clube também.  – Disse Itachi, me puxando com o braço esquerdo, enquanto puxava Sasuke com o direito.

 

- Ei! – exclamou Sasuke, soltando seu braço. – Eu não preciso disso. Posso muito bem andar sozinho. E não me chame de Sasuke-chan.

 

- Pode me soltar, também. – Falei.

 

Ele sorriu de canto, e, quando estávamos saindo da igreja, depois de quase vazia, uma forte dor me atingiu abaixo do seio esquerdo. Cai de joelhos, a dor não parava. Soltei um gemido baixo.

 

- Hinata! HINATA! – Itachi gritava, abaixando-se e ficando de frente para mim. – Hinata, você está bem? O que aconteceu?

 

- T-tudo bem, foi só uma dorzinha passageira. – Falei, tentando levantar me apoiando na grande porta da igreja. Algumas poucas pessoas que ainda estavam ali observavam com curiosidade.

 

- Deixa que eu te levo no colo até o carro.

 

- Não precisa Itachi, eu estou bem. Arigatou.

 

A dor passava lentamente, nada que eu não pudesse aguentar. Mas ele insistia.

 

- Sasuke, segure-a daquele lado que eu a seguro deste. – Ele falou. Logo, sem perceber, eu estava com os braços em volta do pescoço dos dois.

 

- Ei, nada disso, Itachi. Eu estou bem, já disse.

 

- Mas...

 

- Itachi, se quiser levá-la, faça isso sozinho. Você está me irritando. – Disse Sasuke, se afastando em direção do carro de Itachi.

 

Fiquei pasma. Ele poderia não ser tão mal-educado! Seria um pouco melhor de conviver com ele se seu humor estivesse melhor.

 

...

 

Logo chegamos ao salão de festas, que já estava cheio. Quando minha mãe me viu, correu em minha direção, junto com seu marido.

 

- Filha!

 

- Parabéns, mãe. – Dei um abraço demorado nela. – Você está linda.

 

- Obrigada, meu amor. Este aqui é Fugaku. – Ela apresentou. – Esta é a minha filha, Hinata.

 

- Muito prazer. – O homem estendeu a mão para mim, eu a apertei e sorri. – Sua filha é linda. – ele comentou com mamãe. – Teve a quem puxar.

 

- Ahh, eles não formam um lindo casal? – Perguntou Ino, observando os dois se beijarem.

 

Olhei para os lados e vi que todos os meus amigos que estavam na igreja antes já dançavam, comiam e conversavam. Konan e Deidara estavam dançando uma música lenta, bem coladinhos. Que liiiindos!

 

- Filha, por que não dança uma música com Itachi? E depois com o Sasuke? – perguntou mamãe, super entusiasmada. – Quero que vocês tenham um bom relacionamento.

 

- Tudo bem. – Respondi, mas apenas para a primeira pergunta. Eu não iria dançar com o Uchiha mal-educado.

 

- Vamos Hina, vai começar uma música nova. – Itachi me puxou, e pude ver Fugaku e mamãe sorrindo.

 

- Eles já se conheciam? – Perguntou Fugaku.

 

- Sim, querido, já são amigos e nem sabíamos direito. – Mamãe o beijou.

 

Começou a tocar outra música lenta, e percebi que o repertório seria cheio delas. Itachi me abraçou de surpresa para dançar.

 

- Pelo jeito vai ter muita música lenta aqui hoje. – Ele falou, adivinhando meus pensamentos. Nós apenas nos movíamos de acordo com o ritmo, aquilo nem parecia uma dança. Mas estava tão bom...

 

- Você dança bem... – Deixei escapar.

 

- Podemos chamar isso de dança? – Ele perguntou, divertido.

 

Eu apenas sorri de canto. Era tão bom ficar daquele jeito com ele que não percebi o tempo passar.

 

- Você tem um cheiro tão bom... – Ele sussurrou em meu ouvido, e eu senti um leve tremor correr pelo meu corpo. Não falei nada, apenas me abracei mais a ele para esconder meu rosto super vermelho. – Hinata, eu...

 

Ele ia falar alguma coisa, mas, sempre tem que chegar alguém para interromper.

 

- Minha vez, Itachi. Vocês já dançaram três músicas inteiras.

 

- Que droga, Sasuke! Bem agora que ele ia falar alguma co... – Opa! Não era pra isso ter saído alto. Ai, que vergonha, meu Deus!

 

- Sasuke, seu idiota! Eles estavam no maior clima! – Gritou Ino.

 

Mamãe ria de tudo, ao longe.

 

- Eu não quero dançar com você. – Falei, simplesmente.

 

- Ahh, mas vai dançar. – Ele puxou meu braço e meu corpo se chocou contra o dele. Me separei rapidamente. 

 

- Ei, não a machuque! – Falou Itachi, já se aproximando.

 

- Tudo bem, eu vou dançar uma música com você. Mas depois me deixe em paz. – Desisti de lutar contra ele. Se ele queria dançar, tudo bem, eu iria dançar.

 

Ele me abraçou como Itachi para dançar, mas com um pouco mais de delicadeza. A música era lenta, novamente.

 

- Por que quis dançar comigo? – Perguntei.

 

- Porque não quero ficar sem computador. Meu pai é rígido, ele seria capaz de lançar o computador pela janela se eu não dançasse com você. – Ele riu de leve, um sorriso lindo.

 

- Por que aquilo tudo antes? Eu não tenho culpa de tudo o que está acontecendo, acho. – Abaixei a cabeça em seu peito. Eu estava com vontade de chorar, mas não sabia muito bem o motivo.

 

- Se você manchar minha camisa nova, acho que eu bato em você.

 

- Você não respondeu a minha pergunta.

 

- E nem vou responder. – Ele falou com arrogância.

 

Levantei a cabeça, já irritada com aquela arrogância toda, e falei, olhando no fundo de seus olhos:

 

- Eu odeio você! – Eu sei que estava parecendo super infantil e tudo mais, mas ninguém estava olhando naquela hora, mesmo.

 

- Não odeia, vejo isso em seus olhos. – Ele sorriu de canto para mim.

 

- Seu idiot... -  Eu levantei a mão para dar um tapa na cara dele.

 

- Na verdade, sou eu quem odeia você. - Ele segurou minha mão antes de ela alcançar seu rosto  e sussurrou em meu ouvido.

 

Ah, isso já bastava pra mim. Me separei dele ainda no meio da música e fui rapidamente ao banheiro. Com certeza minha maquiagem havia borrado com as lágrimas que eu havia deixado cair enquanto dançava com ele.

 

...

 

Quando voltei ao salão, vi uma multidão de mulheres reunidas em um espaço, e minha mãe com o buquê nas mãos, preparando-o para jogá-lo. Ino estava entre elas, gritando feito uma louca. Deidara também.

 

- Sai daqui Deidara, é só para mulheres! – Falou Konan, que também estava entre a multidão.

 

Eu estava passando por trás da multidão rapidamente, pois não queria pegar buquê nenhum. Não estava com humor suficiente para isso, e nem queria casar tão cedo. Foi quando minha mãe jogou e alguém que estava passando em minha frente o pegou, mas na mesma hora jogou para trás, na minha direção. Eu o peguei por reflexo, e já estava me preparando para me livrar dele, mas era tarde demais.

 

- Olha, ela pegou o buquê! – Exclamou Ino.

 

- Pode ficar com ele se quiser. – O soltei no chão e continuei o meu caminho. Eu não estava de bom humor, e minha cabeça doía.

 

Avistei Itachi acenando para mim um pouco mais a frente, e tentei caminhar até ele, mas não consegui, por que tudo começou a girar e, logo, eu não consegui ver e nem sentir mais nada.

 

...

 

Pov’s Itachi.

 

Hinata foi abrindo os olhos devagar. Ela realmente ficava linda quando estava desmaiada.

 

– I-Itachi? O que aconteceu?

 

- Você desmaiou na festa. Sua mãe me falou que você não almoçou direito, e Konan me disse que não comeu nada à tarde e nem à noite. Tem que se alimentar bem, mocinha. – Pisquei para ela.

 

- Ai, que vergonha. – Ela colocou as mãos no rosto.

 

- Sasuke achou que você estava morta e fez boca-a-boca com você.

 

Ela arregalou os olhos.

 

- Itachi, retardado, se for inventar coisas sobre mim faça isso quando eu não estiver por perto, ou você pode acabar se arrependendo. – Falou Sasuke, saindo do banheiro apenas de toalha. Ele não estava muito a fim de ficar naquela festa, então, voltou comigo e Hinata para casa.

 

- Vou anotar isso. – Ri ironicamente. -  Você está bem, Hina?

 

Ela olhava fixamente para o corpo de Sasuke. Isso me irritou. Se eu precisava ficar semi-nu para ganhar a atenção dela, eu podia fazer isso.

 

- Terra chamando Hinata!

 

- Ah! Eu estou bem sim, desculpa. – Seu rosto corou. Ela ficava linda assim também. – Onde estão mamãe e Fugaku-san?

 

- Eles devem estar na festa, vão passar a noite em um hotel e amanhã embarcam para o Havai. – Respondi, brincando com o cabelo de Hinata. Eu enrolava uma mecha em meu dedo indicador, quando ela levantou-se de súbito e sentou-se na cama.

 

- E onde estamos agora?

 

- Estamos no quarto de Sasuke, na sua nova casa.

 

 

Fim do Capítulo 6.