I Love You, Idiot! escrita por Hazy


Capítulo 11
Festa do Pijama – Parte II – "Eu...


Notas iniciais do capítulo

... tenho nojo de você."

O nome do capítulo não coube inteiro, por isso terminei aqui. xD

Nesse capítulo terá bastante músicas de The Gazette.

POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS FINAIS.

Nelas há duas coisas importantes. :*

Boa leitura. xD



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Festa do Pijama – Parte II (Final) – “Eu... tenho nojo de você.”

 

Gomen nee, ato sukoshi

Anata no namae

To namida sette


Perdoe-me

Pouco a Pouco...

Seu nome estará sempre em minha mente...


Guren – The Gazette

 

Pov’s Hinata


- Ino, estamos indo! – Gritou a dona Hikari, se aproximando da porta com seu marido. Os dois iriam a uma festa de onze anos de casado de um amigo da família. – Os cubinhos de pão e os morangos estão na geladeira, assim como o chocolate derretido e a mistura dos queijos nas panelas. Só precisará acender a réchaud e seu fondue estará pronto.

 

( Nota: Fondue (fundida) é um prato de origem suíça. Consiste basicamente em uma mistura de queijos, e os acompanhamentos, principalmente o pão, devem ser mergulhados no Fondue. Há também fondue de chocolate – acompanhado de frutas como o morango - e fondue de carne. Réchaud é uma fonte de calor pouco intenso, colocada sob a panela onde está o fondue para que as pessoas se sirvam diretamente. )

 

- Ok mãe, eu sei o que devo fazer. Boa festa para vocês, e se tiver brigadeiro, tragam que eu adoro, ok? – Ino sorriu para os pais.

 

- Não é uma festa infantil, querida. – Sua mãe soltou um riso leve. – Tchau garotas, e juízo. Voltamos de madrugada, provavelmente.

 

- Não precisa de preocupar com isso, dona Hikari. Podem demorar o quanto quiserem! – Falou Tenten, provocando risos.

 

A mãe de Ino apenas sorriu e saiu com o seu marido, abaixo de um guarda-chuva grande que os protegeria da chuva até chegarem ao carro que estava estacionado em frente a casa.

 

Estávamos na sala do andar de baixo, conversando animadamente sobre alguns assuntos bobos, enquanto passava algum clipe de uma música qualquer na televisão. Konan não parava de falar que estava na cara que Tenten tinha algum interesse em Neji. Eu não havia percebido isso, e Tenten apenas negava, desconcertada. Ino discutia com Temari, que insista em dizer que o irmão era um porco em casa e que deixava as cuecas escondidas em baixo da cama e do travesseiro em vez de lavar. Ino defendia o surfista a qualquer custo, afirmando o quanto ele era fofo e tinha um cabelo lindo.

 

- Aliás, quando eu morrer, pelo amor de Deus, peçam para que arrumem o meu cabelo antes de me enterrar. Imagina passar uma eternidade com os cabelos desarrumados? – a loira tagarelava.

 

- Seus cabelos vão feder e ficarem pretos de tão sujos embaixo da terra, Ino. – Konan alfinetava. – Vão perder todo o brilho e ‘vida’.

 

- Que pesadelo! Vamos parar com isso.

 

Elas conversavam sobre ‘n’ assuntos, mas eu não conseguia parar de pensar na história que Ino havia me contado há algumas horas atrás. Eu estava morando, habitando o mesmo lugar que o mesmo cara que havia destruído seu coração por completo na época. E eu ainda me sentia atraída por ele em algumas ocasiões, como quando ele saía do seu banheiro ou de seu quarto só de toalha, ou quando andava pela casa sem camisa. Eu não podia duvidar que ele era realmente lindo. E de acordo com o que Ino falou, eu posso estar em perigo.

 

 

Eu só gostaria de saber os motivos. A morte de sua mãe não podia ter deixado-o daquele jeito, fazendo-o agir como age. Não é para tanto... Não é mesmo? Deve haver algum motivo mais lógico para isso... Afinal, o que ele ganha conquistando garotas, transando com elas e depois as dispensando? O falecimento da mãe não é motivo concreto... Não é. E se for apenas por isso, acho que nunca mais conseguiria olhar para a cara dele.

 

Eu havia tomado uma decisão: eu faria de tudo para descobrir o verdadeiro motivo daquilo tudo.

 

 - Hinata... Hina! – Virei meu rosto rapidamente ao escutar o chamado de Konan. Ela e as outras garotas olhavam para mim, confusas. – É a décima vez que eu estou lhe chamando.

 

- Gomen, Konan. Eu estava viajando em pensamentos. – Expliquei, e era verdade. – O que é?

 

- Por que você não pega a sua guitarra e toca alguma coisa pra gente? – Ela sorriu, e me olhava com expectativa, acompanhada das outras garotas.

 

- Claro. – Forcei um sorriso. – Por que não?

 

Andei rapidamente até o quarto e tirei a minha guitarra do plástico molhado e da capa.

 

- Que linda a sua guitarra, Hinata! – Exclamou Temari. Minha guitarra era branca com alguns desenhos confusos na cor preta. Haviam alguns detalhes em prata. – Eu tenho um baixo, mas só toco há um ano. Não sei quase nada. – Comentou.

 

- Há quanto tempo você toca, Hina? – perguntou Tenten.

 

- Comecei a aprender quando tinha dez anos. Era divertido, eu mal conseguia segurar o instrumento direito. – Ri brevemente com a lembrança.

 

- Seis anos então! Você deve saber bastante coisa. – Falou Konan.

 

- Eu adoro cantar, mesmo que a minha voz não seja muito boa. – Disse Ino. – Você sabe algum solo, Hina?

Liguei a guitarra.

 

- Sei, de algumas músicas. – Comecei a tocar uma música qualquer do Slipknot, mas Ino me interrompeu.

 

- Eu conheço a música, e gosto, mas meu inglês é péssimo e eu quero cantar. – Falou rapidamente, rindo em seguida. – Sabe alguma de alguma banda J-rock que eu conheça? – Perguntou.

 

- Droga, ela vai cantar. – Sussurrou Temari para Tenten ao meu lado.

 

- Tampem bem os ouvidos! – Konan gritou.

 

- Há-Há-Há, muito engraçado. – Ino puxou uma mecha do cabelo de Konan,e esta praguejou. Limitei-me a rir.

 

- The Gazette, pode ser? – Perguntei. Ino e as outras sorriram largamente.

 

- Eu a-mo The Gazette! – Exclamou a loira, e as outras apenas assentiram. – Sabe tocar Cassis? – Foi a minha vez de assentir. – Com solo e tudo?

 

- Aprendi a tocar Cassis no ano passado. Levei muito tempo para aperfeiçoar a música, mas acho que consigo sim. – Sorri. Eu adorava os guitarristas de The Gazette. Eu me inspirava muito no Aoi, e principalmente no Uruha para aprender as músicas da banda e, às vezes, até compor.

 

- Então vamos lá! – Konan e Tenten tamparam os ouvidos com uma expressão de pavor no rosto, mas logo destamparam ao receberem um olhar intimidador de Ino.

 

Comecei a fazer o solo do início. Ino acompanhava com a cabeça. Ela cantou o início da música com os olhos fechados, sentindo o som. Sua voz não era tão ruim, as meninas estavam exagerando. Pelo menos era isso o que eu pensava até ela chegar à parte antes do refrão. Sua voz havia desafinado totalmente e estava alta e estridente. Apenas piorou quando o refrão começou. Eu tentava ao máximo tocar certo, mas a voz de Ino estava fazendo a minha cabeça arder. Quando chegou na parte do solo que Uruha fazia, o melhor e mais difícil solo da música, me concentrei o quanto pude, ainda com a cabeça girando e os ouvidos zunindo. Fiz o solo e as meninas escutavam, impressionadas. Resolvi por finalizar a música ali mesmo, antes que Ino voltasse a cantar.

 

- Q-que tal buscar o Fondue? Estou com fome, são quase nove horas, nee?

 

As garotas concordaram rapidamente e Ino foi buscar, com a ajuda de Tenten.

 

- Minha cabeça dói... – Falei, meio tonta.

 

- Nós já estamos acostumadas, mas ainda assim é torturante. – Comentou Temari.

 

Elas me pediram para tocar o solo da música Sweet Child O’Mine de Guns N’ Roses, e eu toquei, com alguma dificuldade. Foi um dos últimos que eu havia aprendido.

 

Escutamos um grito vindo da cozinha. Um grito alto e estridente, que tinha uma forte semelhança com a voz de agora há pouco.

 

- O que está acontecendo? – Perguntei ao chegar na cozinha, acompanhada de Konan e Temari.

 

Ino estava abraçada a Tenten. As duas tinham um olhar exageradamente apavorado em direção à janela.

 

- T-tem alguma c-coisa ali... Com os o-olhos vermelhos e...

 

Andei até a janela e a abri. Algumas gotas de chuva adentravam a cozinha, mas eu nem liguei para isso. Aquela história eu já conhecia.

Olhei para baixo e visualizei os culpados. Puxei duas cabeleiras para cima, uma loira e outra preta.

 

- Deidara e Itachi. São apenas eles. – Mostrei-os para Ino, que os olhava com surpresa. Os dois praguejavam pelo plano não ter dado certo e, talvez, de dor por eu estar puxando os fios sem dó alguma.

 

- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou Tenten, furiosa.

 

- QUE IDEIA FOI ESSA DE NOS ASSUSTAR? – Ino andou em direção a eles, os puxando pelos cabelos para dentro da casa.

 

- Ai! Me solta, e ainda tem gente lá fora! – Reclamou Deidara.

 

Olhei para fora novamente, e depois para os lados. Sasuke estava encostado na parede da casa, na chuva, fitando o céu. Os cabelos encharcados estavam grudados à sua face, e a roupa colada ao corpo, novamente destacando seus músculos. Me perdi em seu abdômen por um tempo, e quando percebi, ele me fitava.

 

- Perdeu alguma coisa? – Perguntou com um sorriso sarcástico.

 

- N-não. – Respondi, constrangida. Logo a história de Ino veio a minha cabeça, e eu desviei o olhar que antes fitavam seus olhos.

 

- Sasuke! Entre! – Gritou Ino. Parecia que ela já havia resolvido as coisas com os garotos.

 

Dei espaço e o Uchiha pulou a janela, cumprimentando as garotas.

 

...

 

- E então, vão explicar tudo direitinho agora, o porquê de terem vindo parar aqui? – Perguntou Ino, com as mãos na cintura. Ela havia dado um tempo para que os garotos tomassem um banho – pois estavam encharcados -, e ainda emprestou algumas roupas de seu pai, que ficaram meio estranhas, mas eram melhores que as roupas molhadas.

 

- Bem – começou Itachi. – Tudo começou quando fomos jogar futebol... Começou a chover, mas encerramos a partida apenas depois dos noventa minutos. E o nosso time ganhou do time da rua de baixo. – Ele sorriu, convencido.

 

- Resolvemos parar numa lanchonete para comemorar, só nó três, pois alguns foram para casa antes que a chuva aumentasse, e Gaara, Hidan e um garoto que acabou de se mudar para a casa ao lado da de Hidan chamado Shikamaru foram visitar Neji. Shikamaru disse conhecer Neji pela internet. – Continuou Deidara.

 

- Shikamaru? Ele é bonito? – Perguntou Temari, visivelmente interessada.

 

- Você não espera que eu responda, nee? – Deidara girou os olhos.

 

- Continuando – prosseguiu Itachi. – A chuva só aumentou e quando percebemos já estava noite. A casa mais próxima era a sua, Ino, então resolvemos vir para cá quando o dono da lanchonete nos expulsou de lá, alegando que iria fechá-la.

 

- Nós ouvimos uns gritos vindos daqui no caminho, e pensamos que tinha alguém morrendo. – Sasuke se pronunciou pela primeira vez, irônico. – Mas constatamos que era Ino cantando.

 

- Muito engraçado, Uchiha. – Ino batia os pés insistentemente no chão, inquieta.

 

- E o que vocês pretendem fazer agora? – Perguntou Konan.

 

- Oras, vamos dormir aqui. Não tem como voltar pra casa agora. Já liguei pra minha mãe. – Disse Deidara, despreocupadamente.

 

- Nem a pau! – Tenten esbravejou. – É uma noite apenas para garotas. Ga-ro-tas.

 

- Então, nós somos ga-ro-tas. – Itachi afinou a voz e mexeu nos cabelos. – Vamos conversar, amigas!

 

- Droga. – Praguejou Ino.

 

 No fim acabamos por aceitá-los, depois dos inúmeros pedidos e demonstrações idiotas de Itachi e Deidara. Sasuke se mostrava alheio à situação, com os olhos fixos em alguma coisa na cozinha.

 

- Ah! Vou buscar o fondue logo.

 

- Fondue? Opa! – Exclamou Itachi. – Deixa que eu te ajudo, loira.

 

Logo os dois voltaram com uma panela grande de fondue. Colocaram a Réchaud sobre a mesa de centro da sala – que estava envolta por almofadas -, e a panela em cima dela. Ino voltou à cozinha e logo chegou com um prato de cubinhos de pão e garfos especiais. Todos se sentaram em volta da mesa e apreciaram a comida.

 

- Caralho – Deidara começou, com a boca cheia. – Esse troço é muito bom. Diz pra dona Hikari que ela tá de parabéns!

 

- Foi o meu pai quem fez. – Comentou Ino, dando de ombros. – Vamos assistir um filme? Depois tem o Fondue de chocolate como sobremesa.

 

Escolhemos um filme de terror, com muito sangue jorrando de corpos mortos e detonados. Ino e Tenten soltaram vários gritos durante o filme, enquanto Temari, Konan, os garotos e eu apenas assistíamos. Deidara soltava alguns gritinhos idiotas apenas para torrar a paciência da loira e da morena de coques.

 

Quando terminou o filme, fomos comer o Fondue de chocolate. Enquanto comíamos, Tente sugeriu que eu tocasse mais algumas músicas de The Gazette.

 

- Eu posso cantar! – Sugeriu Ino.

 

- NÃO! – Gritamos em coro. Ino fechou a cara.

 

- Hina, por quê você não canta? Deve conhecer a letra tão bem quanto as notas. – Falou Temari.

 

- Ah, minha voz não é boa. Não sirvo para cantar. – Comentei.

 

Senti o olhar de Sasuke sobre mim; um olhar de reprovação.

 

- Você cantar bem. – Ele sorriu de lado. – Eu já escutei você cantar.

 

Todos olharam para ele, surpresos, menos Ino. Ela apenas balançou a cabeça em reprovação.

 

- Eu não vou cantar. Posso tocar, mas não irei cantar. – Encerrei o assunto.

 

- Cante você então, Sasuke. – Falou Itachi. – Você curte The Gazette. Deve saber as letras.

 

- É! – Havia agora entusiasmo na voz de Ino.

 

Sasuke balançou a cabeça negativamente.

 

– Não é você que tem aquela bandinha que participa todos os anos do festival na escola, desde a sétima série? – Ela continuou. – Não é você o vocalista?

 

Quando Ino falou as palavras ‘sétima série’, eu me lembrei do que ela havia falado. A mãe de Sasuke falecera nesse ano. Senti um friozinho passageiro na barriga.

 

- Tudo bem. – Sasuke se deu por vencido.

 

Deidara vez uma dançinha idiota de comemoração.

 

- Que música? – Ele perguntou.

 

- Eu sei tocar Silly God Disco, Shiver, Distress and Coma...

 

- Distress. – Ele decidiu, por fim.

 

Comecei a tocar, sentindo os olhares focados em mim.

 

Quando Sasuke começou a cantar... Bem, eu não pensei em mais nada depois daquilo. Fechei os olhos, ouvindo sua voz que soava sensualmente no ambiente. Ele sabia a letra de cor, não desafinava um tom sequer. Me perdi tanto no som de sua voz que não percebi quando a música terminou – mesmo que eu estivesse, automaticamente, tocando – e várias palmas e assovios inundaram o local.

 

- Vocês fazem uma boa dupla. – Deidara sorriu. – Que tal trocar o guitarrista da sua banda? O Ichigo não toca nem metade do que a Hina toca.

 

- É mesmo, você ouviu ela tocando o solo? – Perguntou Itachi, entusiasmado.

 

- Ouvi! Foda, cara!

 

Apenas revirei os olhos.

 

- Você toca bem. – Sasuke me fitava.

 

- V-você canta bem...

 

- Eu sei.

 

- Ele não perdia uma chance, mesmo! Garoto convencido. – Falou Konan.

 

Conversamos mais um pouco e até tocamos mais algumas músicas. Itachi cantou uma vez, mas sua voz era níveis e níveis inferiores à voz de Sasuke. Conversamos e rimos bastante, foi realmente uma noite divertida. Eu até esqueci, por alguns momentos, de todos os problemas que ocupavam a minha cabeça.

- Que tal irmos dormir agora? Está tarde e eu estou exausto e com sono. – Sugeriu Itachi.

 

- Eu concordo. – Disse Ino. – Nós, garotas dormiremos no meu quarto. Vocês podem ocupar o quarto de hóspedes, lá tem dois beliches.

 

Eu fui uma das últimas  a escovar os dentes, no banheiro que ficava próximo à lavanderia. Konan ocupava o banheiro de Ino e os garotos esperavam.

 

Quando eu estava indo em direção ao quarto de Ino, uma mão forte me parou, segurando meu ombro. Sasuke me fitava profundamente. Ele aproximou o rosto do meu e sussurrou em meu ouvido:

 

- Boa noite, Hinata. Sonhe comigo.

 

Permaneci estática por alguns segundos, enquanto ele entrava no banheiro, um sorriso malicioso ocupando seus lábios. Um tremor percorreu o meu corpo.

 

Foi tão bom sentir seu hálito quente contra a minha pele, a textura macia de seus lábios roçando o lóbulo da minha orelha e a mordendo de leve... Sentir seu cheiro. Então deduzi uma coisa: ele estava me provocando. E isso era perigoso. Muito perigoso.

 

...

 

Pov’s Sasuke

 

Acordei de madrugada para tomar uma água. Lembrei que não havia bebido nada desde a lanchonete; havia apenas comido aquele fondue, e apenas o de queijo. Eu não gostava muito de chocolate.

 

Fiquei pensando no que havia acontecido nesta noite. Hinata tocava bem, e percebi que eu estava quase concluindo os meus objetivos. Ela estava começando a se atrair por mim, eu podia ver isso na forma como ela me olhava... Mas seu olhar também continha medo.

 

Quando eu sussurrei em seu ouvido, percebi que o seu corpo tremeu levemente. Ela poderia bancar a garota forte e independente, mas por dentro era como todas as outras. Eu só não entendia o medo...

 

- Quem é? – ouvi uma voz feminina perguntar. Estava escuro, então provavelmente ela não poderia me enxergar, já que eu estava de costas.

 

- Sou eu. – Me virei e pude ver os olhos perolados me fitando. O medo e a atração novamente presentes ali. Pousei o copo onde eu havia bebido a água, agora vazio, sobre a mesa e cruzei os braços, fitado-a.

 

Ela abriu a geladeira e pegou uma garrafinha de água gelada, logo caminhando em direção ao quarto de Ino. Deveriam ser umas três da madrugada, e o Sr. E Sra. Yamanaka ainda não haviam chegado.

 

- Não consegue dormir? – Perguntei antes de ela sair da cozinha.

 

Hinata virou-se para mim e fitou-me, surpresa.

 

- Na verdade eu acordei, apenas. Estava com sede.

 

- Eu também. – Dei de ombros.

 

Era a minha chance.

 

Quando ela estava chegando perto da porta aberta de cozinha, segurei o seu pulso e virei seu corpo de frente ao meu, imprensando-a contra a parede fria.

 

- O... O que você p-pensa que está fazendo? – Ela perguntou, tentando transmitir raiva, mas não conseguiu. Ela suspirou quando eu levei os meus lábios ao seu pescoço, distribuindo pequenos beijos na região e sentindo o seu cheiro.

 

- Você lembra de ontem, Hinata? – Perguntei, fazendo uma trilha de fogo até chegar a sua orelha direita, lambendo a extensão, vendo-a se arrepiar. – Eu quero terminar... Você não deixou que eu a beijasse. Você me impediu. Mas eu a quero, Hinata.

 

Eu sabia que ela só precisava de um beijo meu para que seus sentimentos se confundissem. A possível raiva que ela diz sentir por mim vai se transformar em algo oposto; diferente. Eu precisava conquistá-la.

 

- Me solte...

 

- Você também me quer. Eu vejo isso em seus olhos.

 

...

 

Pov’s Hinata

 

- Você também me quer. – Ele sussurrou sensualmente, com uma voz rouca contra o meu ouvido, para depois ficar com o rosto a milímetros do meu. Eu entrava em pânico ali mesmo, mas aquele hálito quente... Aqueles lábios, eu sentia um desejo inevitável de tocá-los.  - Eu vejo isso em seus olhos. – E então, ele acabou com a distância entre nós.

 

Senti seus lábios selarem os meus num beijo calmo. No início eu tentei resistir, mas acabei correspondendo. Eu poderia finalmente sentir seu gosto. Naquele momento, fechei os meus olhos e esqueci de tudo. Ele logo pediu passagem com a língua, e eu cedi, deixando-o explorar a minha boca, cada cantinho.

 

Uma de suas mãos estava na minha cintura, e a outra apertou uma de minhas nádegas, me fazendo arfar baixo. Rodeei o seu pescoço com um dos braços, enquanto o outro estava em suas costas, acariciando-as, logo subindo até os cabelos de sua nuca e os puxando de leve.

 

Adentrei a sua boca com a língua, explorando aquela cavidade quente e úmida por completo, gravando o seu gosto. As línguas se encontravam em uma dança ritmada, em uma batalha onde não havia um vencedor. Eu precisava de ar, mas não podia parar o beijo naquele momento. Eu não queria. O beijo logo se tornou sôfrego e quente. Eu deixei um gemido baixo escapar por entre a minha boca quando ele mordeu o meu lábio inferior de leve, quebrando o contato. Minha face estava corada e quente, devido a excitação e falta de ar.

 

Respiramos e logo ele atacou os meus lábios novamente. Não parecia disposto a parar tão cedo. Eu estava prestes a corresponder, quando finalmente a minha cabeça resolveu funcionar e eu me dei conta do que estava acontecendo ali.

 

O empurrei forte, fazendo-o cambalear e quase cair. Eu o olhava com os olhos arregalados, e ele me fitava, confuso.

 

Eu havia perdido a noção do perigo.

 

As palavras de Ino passavam rapidamente pela minha cabeça, junto com a sua expressão de dor. As imagens, as cenas que eu havia imaginado enquanto ela contava a sua história... Sasuke iludindo-a... Ela apaixonada loucamente por ele... Ele destruindo o seu coração.

 

“Ele vai tentar de novo, de novo e de novo, até conseguir.” – Suas palavras vieram a tona em minha mente. “Não deixe que ele faça isso com você, Hinata. Ele pode estar tentando se aproveitar de você, como fez comigo e com muitas outras garotas.”

 

Eu estava atônita. Como podia ter sido tão burra?

 

- Hinata, o que aconteceu? – Ele tentava se aproximar de mim, e eu estendi os braços num gesto defensivo.

 

- Não me toque. – Falei, com dificuldade.

 

...

 

Pov’s Sasuke

 

- Não me toque. – Ela falou.

 

O que havia acontecido? Nós estávamos no maior amasso agora há pouco... Eu havia conseguido beijá-la, e ela correspondeu. E agora isso? Ela me afasta e me impede de tocá-la?

 

- Hi-... – Eu não consegui completar a frase, apenas senti o gosto do ferro invadindo a minha boca.

 

Ela havia me batido. O tapa foi forte, e suas unhas arranharam o meu rosto, cortando-o e arrancando sangue dali, que escorreu até a minha boca.

 

- Por que fez isso? – Perguntei, incrédulo. Seu rosto estava tomado pelo medo e pela repulsa.

 

- Ino me contou, Uchiha. Ela me contou! – Ela parecia querer gritar, mas sua voz não saía. E eu agradeci, não era uma boa hora para acordar alguém - Eu não vou deixar você fazer comigo o que fez com ela. Você não vai me conquistar, não vai fazer com que eu me apaixone por você e não vai transar comigo. E não vai me destruir depois.

 

Ino havia contado. Eu pedira a ela o silêncio, mas ela havia contado.

 

Claro, ela não era burra. Defenderia Hinata assim como defendeu Konan, Temari e Tenten.

 

Minhas chances agora eram quase nulas, sendo que ela tinha total conhecimento... Mas eu havia conseguido beijá-la, havia conseguido despertar desejo e excitação da parte dela. E ela correspondera.

 

Ela se aproximava de mim novamente, e eu permanecia estático, parado.

 

- Você não vai me contar? - Ela me olhou, agora sem expressão. - Você não vai me contar o motivo de ter feito isso com ela, e agora tentar comigo?

 

Eu continuava estático, sem falar nada. Ela suspirou.

 

- Uchiha... – Eu estava concreto de que ela não me chamaria mais pelo primeiro nome. – Eu... tenho nojo de você.

 

Eu permaneci ali, de pé, olhando ela virar as costas e sair. Passei a mão no corte que ela havia provocado em meu rosto, e percebi que ainda sangrava. E eu sentia uma profunda raiva agora.

 

Eu definitivamente desistira do plano de tê-la e largá-la depois... Algo não me deixava prosseguir.

 

Eu só não entendia uma coisa...

 

Eu não gostava dela. Ela havia entrado na minha vida sem mais nem menos, e ainda estragara os meus planos. Havia se revoltado contra mim no seu primeiro dia na escola, enquanto noventa e cinco por cento das garotas corriam atrás de mim. Ela me provocava, me irritava profundamente. Ela havia chutado a minha virilha e agora batia em meu rosto. Eu praticamente a odiava. Mas então...

 

Por que aquelas palavras doeram tanto em mim?

 

Fim do capítulo.

 


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Notas finais do capítulo

Pois bem... Vocês ganharam o que queriam: rolou algo. Não podemos duvidar que a Hinata entrou em pane total quando se deu conta do que acontecia, mas ela gostou, não gostou? E agora, como o Sasuke vai sair dessa?

Desistir daquele plano de tê-la para si e depois jogá-la fora, como ele fez com outras garotas ele já desistiu. Mas esse beijo, de alguma forma, mexeu com ele.

E a Hina, como vai lidar com a situação de agora em diante?

O próximo capítulo que eu vou postar será ainda nessa semana, até domingo, pelo menos, mas será especial apenas sobre o que está acontecendo com o Neji e seus pais.

Por favor, qualquer erro me avisem, poiseu comecei a escrever esse capítulo às 23h e terminei agora, às 02:25 da madrugada, só pra postar pra vocês. Então não betei.

Sugestões, críticas?

Espero que tenham gostado, jaa :*