Slytherin Flowers escrita por tsukuiyomi


Capítulo 11
Capítulo 10 - União


Notas iniciais do capítulo

Depois de um mês, eis-me aqui! Sério, foi difícil pra caramba escrever essas 11 páginas de Word (capítulo mais longo da fic, eita!). Eu sabia o que queria, mas pra escrever foi... Acabei agora, em um surto de inspiração. (vcs não sabem o quanto me dói não postar às 15:00 exatas ou mais tarde aaha)

Sem contar que eu fiquei meio ocupada. Estou revisando a história, acrescentando algumas coisas e corrigindo os erros de português que eu vejo. No momento, só revisei até o capítulo 4. Não é necessário ler de novo, não mudou nada que influencie a história (ao meu ver), mas eu preferi, acho que a qualidade dos capítulos aumentou. E, sério, tem capítulo que eu acrescentei umas 1.000 palavras, acho que o 3.
Enfim, hoje eu percebo que o jeito que eu comecei a história (o prólogo) não foi o melhor, porque eu simplesmente joguei o que aconteceu sem narrar direito e odiei isso. Eu devo editar, acrescentar cenas, e quando eu fizer aviso, ok? Mas vai demorar ahahahaha

Obrigada aos favoritos de Apenas Mais Uma Mari Da Vida e Joice Uzumaki (socorro, amo Naruto!!!). Os comentários de alhene malfoy, Annie Herondale (socorro, amo TMI), nimbusflamel, NathyMarinho, sandrinha, Bela_Cristina, Dani S, Ashley Weasley Potter, Dianna Fall e Manga Albina foram lindíssimos, obrigada ♥ .

Espero que gostem. Boa leituuuura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/665010/chapter/11

— Não acho que precise, Potter.

A resposta fez com que James franzisse o cenho, embora estivesse se perguntando se já não devia ter se acostumado com tamanho mau humor constante. A questão era que ele realmente precisava estar ali, tinha tido uma ideia para resolver a questão com Albus de uma vez por todas sem muitas complicações, porém precisava da ajuda de Flora para pô-lo em prática.

Flora não tinha a intenção de expulsar James dali, na verdade até ouviria o que ele tinha a dizer. Mas anos de implicância não somem do dia para a noite e ela não podia perder a oportunidade de irritar James. Ou ao menos tentar, já que ele recuperou-se de sua descompostura momentânea rapidamente, dando um sorrisinho de lado e continuando a comer o croissant que tinha roubado dela. Tal atitude deixou Flora mais desconfortável com a situação, porque teve que pegar outro para comer. Aproveitou-se da oportunidade de olhar a massa enquanto a partia com os dedos para evitar encarar James.

James percebia algumas pessoas ao redor olhando para eles sem disfarçar a curiosidade, e ele não poderia culpá-los por desacreditarem estar vendo tal cena incomum. Decidindo ignorar àqueles fofoqueiros, James fixou sua atenção em Flora, que parecia entretida comendo. Percebendo a aparente falta de interesse dela, ele permitiu-se suspirar enquanto deixava o silêncio reinar entre eles por alguns momentos.

Era estranho estar diante da sonserina depois do ocorrido no dia anterior. Mesmo após horas de reflexões em uma noite de sono quase totalmente perdida, ele não se encontrava nem um centímetro mais perto de descobrir as motivações que levaram Flora a beijá-lo. A única hipótese que passara por sua cabeça fora a de que eles sofriam de algum tipo de atração um pelo outro e tal ocorrido foi inevitável. Mas James costumava ouvir esse tipo de coisa de sua tia Luna, e nunca acreditou muito, então se recusava a levar aquilo a sério, já que somado com o fato de que nunca reparara daquele jeito na Salexto antes, era impossível que Flora sentisse algo parecido.

Tudo bem que eles eram adolescentes, mas James tinha um código: ele não beijava garotas que odiava e tinha quase certeza que Flora tinha um código parecido com relação aos garotos. Alguma coisa muito errada acontecera com os dois para que caíssem na loucura de se aproximarem a menos de um metro e a se atracarem um no outro. A estranheza ainda não saíra totalmente de James, e isso fazia com que ele se sentisse a pessoa mais dramática do mundo. Afinal era só um beijo, não era?

— O que você quer, Potter?

Flora cansou de esperar James sair do mundo da Lua, já que o rapaz tinha entrado em um silêncio profundo cinco minutos atrás e ela já até tinha acabado de comer nesse tempo. James voltou à realidade. Os olhos de Flora demonstravam franca curiosidade, e ele procurou quais palavras usar para explicar o que queria de forma simples.

— O Albus não falou comigo ainda. — Introduziu o assunto e percebeu Flora demonstrar mais interesse. James podia não gostar dela, mas admitia que ela sempre esteve com Albus e isso chegava a lhe irritar algumas vezes, já que tal coisa parecia retirar seu espaço como irmão mais velho e delegá-lo à Flora, na versão feminina, é claro.

— Não tem nem 24 horas que o Albus levou o maior susto da vida dele. Dê a ele um pouco de tempo.

James era uma pessoa apressada e admitia aquilo, então era de sua natureza não gostar muito da resposta que Flora deu. No entanto, ele seria capaz de segurar a ansiedade se soubesse que tal coisa ajudaria Albus, só que James também conhecia bem o irmão que tinha e sabia que Albus nunca falaria com ele se James não o fizesse. Ele continuaria protelando e ignorando a situação, esperando que por algum milagre as pessoas esquecessem. Albus odiava complicações e costumava ignorar os problemas para que se resolvessem sozinhos, o total oposto de James, que gostava de resolver tudo logo e carregar a realidade de volta à rotina.

­— Não sei se é uma boa ideia. — Ele respondeu, passando uma seriedade que surpreendeu Flora e fez com que prestasse maior atenção. — O Albus não vai falar comigo por um tempão se eu não for até ele. E a minha família toda já está sabendo, quanto tempo você acha que os meus primos e Lily vão aguentar sem perguntar nada a Albus para não deixá-lo desconfortável?

— Como assim a família toda já está sabendo? — As sobrancelhas loiras de Flora se ergueram ao ouvir o pequeno discurso, e ela lançou a James um olhar avaliativo.

James pôde sentir as bochechas esquentando antes de responder. Flora escondeu um sorrisinho ao assistir a pele pálida adquirindo o leve tom de rosa. O Potter pareceu hesitar antes de responder à pergunta:

— Eu queria poupar Albus do... Trabalho. E fofocas correm rápido, por enquanto só a minha família sabe, mas quanto tempo você acha que vai demorar para Hogwarts inteira descobrir?

— Mas eu avisei para Julian não contar a ninguém! — Protestou Flora, inconformada.

— Eu sei, mas as paredes têm ouvidos. — James fez uma cena cômica ao levantar a mão esquerda e bater com o dedo indicador nas orelhas. Dessa vez Flora não conseguiu esconder o sorriso, ou apagá-lo antes que James notasse. No entanto, ele não disse nada sobre e ela agradeceu por isso.

Flora pousou o queixo sobre as mãos, os cotovelos apoiados na mesa e inclinou o pescoço para o lado enquanto refletia sobre o que acabara de ouvir. James esperou esse tempo pacientemente, como uma recompensa por tê-la feito esperar nos seus devaneios de minutos atrás. Flora sentia-se sendo observada e tal coisa fez com que soltasse o cabelo de trás das orelhas para esconder o rosto. James divertiu-se com aquela atitude.

— E o que você sugere?

Se James estava ali, era porque tinha um plano para solucionar as coisas de uma vez por todas. Flora não estava acostumada a ver de perto James pondo em prática alguma ideia muito mirabolante, mas suspeitava que ele tivesse muitas, já que ao longo dos anos escapara de muitas encrencas em Hogwarts. E Flora sabia disso porque tinha acesso às detenções de alunos, aos avisos e as notificações aos pais. James tinha muito menos anotações do que realmente deveria ter, o que indicava que era um articulador nato, sempre pronto para executar suas artimanhas. Ela ainda se lembrava do dia em que entrou para o cargo de Monitora-Chefe e fora organizar as fichas dos alunos e surpreendera-se com o escasso registro do Potter. Ela não sabia como ele tinha feito aquilo até aquele momento, mas não facilitou a vida de James desde o início do sétimo ano, o que fez com que a lista de ocorrências dele aumentasse consideravelmente, e o comportamento dele na escola fosse melhor.

— Eu meio que pensei num jogo de Quadribol. — Antes que Flora tivesse oportunidade de protestar, coisa que ele tinha certeza que ela já tinha aberto a boca para fazer mesmo que não pudesse ver seu rosto, James continuou a falar rapidamente: ­— Deixa eu explicar, ok?

Flora ficou em silêncio, indicando que estaria ouvindo sem dizer nada até que ele terminasse. Quando acabou, ela encarou James de um jeito tão penetrante que ele ficou sem graça. As sobrancelhas franzidas em estranheza indicavam que ela não tinha imaginado que ele pensaria em algo assim, e a falta de protestos indicava que considerava a ideia.

James ficou esperando ela falar alguma coisa, no entanto, Flora apenas continuou o observando por alguns minutos, antes de girar-se no banco, passando as pernas por cima dele e levantar-se em silêncio. O Salão tinha enchido nesse tempo em que eles estiveram conversando, e o tumulto das conversas e do vaivém de alunos impedia as pessoas de prestarem muita atenção neles. Quase ninguém se importou com a movimentação de Flora.

— Vamos resolver isso então, Potter.

James ficou surpreso quando ouviu a voz dela, e agradeceu mentalmente por Flora ter rompido o aparente voto de silêncio. Ele gesticulou com as mãos para demonstrar que não tinha entendido muito bem o que ela quis dizer e depois fez uma pergunta muda.

“Resolver o quê?” Flora conseguiu ler em seus lábios, antes de perguntar a si mesma como podia ter achado que James tinha um pouco de cérebro. Aparentemente, pensar naquele plano tinha esgotado sua capacidade.

Revirando os olhos, ela puxou James da mesa pelos braços, fazendo-o segui-la de maneira pouco coordenada até a saída do Salão.

♔♔♔

— Por Merlin, já falei que não quero te ajudar a treinar Quadribol hoje mil vezes, Flora!

Flora ignorou os resmungos de Albus mais uma vez, enquanto eles andavam em direção à saída da Sala Comunal da Sonserina, que encontrava-se cheia de alunos e conversas, num barulho infernal que levou caretas aos rostos dos dois amigos. Flora estava embrulhada em sua capa, e em dois grossos suéteres de lã, o que a fazia se sentir um disforme boneco de pano. Albus não estava muito melhor, usando até mesmo um gorro na cabeça.

— Olha o frio que está fazendo, quem joga Quadribol assim?

Flora lançou um olhar feio a Albus e a seus questionamentos. Essa era uma coisa que a irritava nele, e mesmo que fossem amigos há anos, sentia vontade de esganá-lo toda a vez que ele a enchia de perguntas. Mas ela sabia que ele tinha esse direito, afinal já estavam no fim da tarde e a temperatura era baixa, o que não motivava ninguém a sair do castelo.

Se Albus soubesse o trabalho que Flora tivera só para conseguir convencer a diretora a deixar aquela quantidade de pessoas ir até o campo de Quadribol, ele não estaria reclamando tanto. Mas ele ainda não podia saber, porque achava que apenas ele e Flora estariam lá, com ele a ajudando a melhorar seus arremessos defendendo o gol. Lutando contra o mau humor crescente que Albus demonstrava e que estava começando a contagiá-la, Flora colocou um sorriso no rosto e disse para o melhor amigo:

— Não vai custar nada. Vai ser rápido, eu prometo!

Albus pareceu ceder, e continuou a fazer o caminho em silêncio. Eles já estavam nos corredores do castelo, andando devagar em direção à saída principal. Flora levava a sua vassoura apoiada nos ombros, mas entregou-a a Albus para que pudesse prender os cabelos. Ele começou a balançá-la de um lado para o outro, distraído. Albus não trazia a própria vassoura para a escola, então tinha que pegar algumas das vassouras que ficavam no armário do vestiário.

— Você pode me dizer o porquê de tudo isso? Você diz que quer treinar o arremesso, mas eles já são sensacionais...! — A voz de Albus estava mais tranquila, sem a agressividade anterior por ter sido tirado de seus deveres para ir até o campo de Quadribol. Flora não ficou desconfortável com o elogio, como ficaria se outra pessoa o fizesse. Albus sempre fazia questão de colocar Flora para cima, e ela levou anos para aceitar aquilo sem achar constrangedor.

Eles estavam chegando ao campo de Quadribol, então Flora absteve-se de uma resposta verbal e apenas deu de ombros.

Assim que pisaram no espaço verde, uma confusão de pessoas surgiu na visão deles. Flora sempre soube que a família de Albus era grande, mas era a primeira vez que via todos os que ainda estudavam na escola realmente reunidos em um único espaço. Era confuso olhar para tanta gente de cabelos ruivos, mesmo que nem todos seguissem essa característica. O cabelo de Roxanne se destacava no meio de tanto vermelho, sendo castanho e cacheado de um jeito sensacional. Flora reparou nisso porque ela foi a primeira a se atirar em cima de Albus.

A surpresa estampada no rosto do amigo foi cômica, seus olhos verdes se arregalaram ao extremo enquanto ele recebia o abraço e olhava por cima do ombro da prima para os outros parentes. Eles somavam quase quinze¹ e estavam todos lá. Flora teve a impressão de ver os olhos de Albus lacrimejarem ao ver tantos rostos sorridentes.

Flora e James tinham passado todo o tempo antes das aulas daquele dia procurando os primos dele para avisar sobre o que aconteceria no campo de Quadribol. Quase não conseguiram e chegaram um pouco atrasados em suas aulas, mas no fim toda a família de Albus ficou sabendo, além de Scorpius, Lorcan e Lysander, que eram quase da família também, segundo James.

Contra todas as expectativas, James e Flora conversaram bastante. Mesmo que fosse sobre um objetivo definido e não uma conversa casual, eles mantiveram diálogo por vários minutos sem discutir uma única vez, apenas trocando ideias. Chegaram a um acordo que não era muito diferente do plano inicial de James, que consistia em chamar todos os primos de Albus para uma partida de Quadribol naquele dia.

Eles passaram o dia esperando que as aulas se encerrassem e encontram-se nos intervalos para discutirem pequenos detalhes, como a aprovação da Diretora e levar ou não comida. Até mesmo Flora ficou entediada com as aulas e não conseguiu prestar atenção em muita coisa. Foi difícil esconder toda a movimentação de Albus, mas ela sentiu a colaboração da família de James de perto, todos dispostos a ajudar.

No começo, Flora demorou a assimilar como aquilo poderia ajudar, mas James foi paciente ao explicar a ela que era uma tradição em sua família e que eles sempre se reuniam para jogar. Era uma coisa que simbolizava a união da família, e organizar aquilo após terem descoberto que Albus era gay tinha o objetivo de mostrar que eles aceitavam o primo como ele era e não tinham problemas com aquilo.

Era uma coisa bem sentimental e Flora ficou envolvida naquela energia da família enquanto um por um eles iam abraçando Albus ou dando tapinhas na cabeça dele. Lorcan também era abraçado, mesmo que estivesse com as bochechas coradas pelo excesso de contato.

Antes de ver aquela cena, Flora tinha considerado aquilo tudo um exagero. Afinal, para ela era uma situação perfeitamente normal e não havia nada demais em Albus estar namorando Lorcan, então não era necessária toda aquela reunião. Foi difícil até mesmo para James explicar aquilo para ela ao longo do dia, mas Flora percebia agora, ao olhar para a interação familiar, que era natural para eles serem carinhosos. Se algum deles tinha algum problema, eles fariam de tudo para resolvê-lo. Se Albus estava se sentindo amedrontado ou apreensivo, eles fariam qualquer coisa para que ele não ficasse, até mesmo estarem ali num dia extremamente frio, se preparando para subir as céus em um momento de muita ventania.  

Ela sentiu um estranho calor no peito ao perceber que não havia exagero nenhum nisso.

Flora prestou maior atenção quando foi a vez dos irmãos cumprimentarem Albus. Lily Luna parecia especialmente delicada naquele dia, vestindo um grosso casaco cor de pêssego e com um cachecol branco no pescoço. Veio saltitando em direção a Albus, transbordando animação e rindo. Albus não tentou mostrar-se sério, rindo junto a ela.

Os primos pareceram subitamente interessados no campo de Quadribol. Flora percebeu Scorpius ali, chamando algumas pessoas para buscar as vassouras reservas junto com ele, que tinha a chave do armário por ser o capitão do time. Ele perguntou se Flora queria acompanhá-los, mas ela negou o convite.

O restante das pessoas, que ficou no mesmo lugar, se uniu em um grupo para remexer em uma grande quantidade de coisas que estavam sobre uma toalha estendida no chão. Eram alguns pratos cheios de comida e doces, coisas provavelmente contrabandeadas das cozinhas ou cedidas pelos elfos domésticos.

De qualquer maneira, estava óbvio que eles estavam tentando deixar Albus e James em paz para conversarem. O irmão mais velho aproximou-se de Albus de forma um pouco hesitante e Albus pareceu nervoso, e a cena estava deixando Flora curiosa para ver como aconteceria. Sentindo-se bisbilhoteira, mas incapaz de resistir à tentação, Flora deu discretos passos em direção a eles, cantarolando uma música trouxa qualquer para disfarçar. Encontrou sua vassoura no chão, Albus provavelmente tinha deixado cair na emoção do momento. Eles não prestaram atenção nela.

— Albus...

— Não precisa falar nada, James. — Albus cortou, constrangido, a fala que o irmão tentou iniciar. Ele sentia-se de repente criança de novo, quando James o encarava daquela maneira. Mesmo que não fosse muito responsável, James tinha um olhar analítico e observador demais.

James riu, amenizando o clima tenso que se instalara entre eles e caminhou até as arquibancadas, lançando a Albus um olhar que indicava que ele queria que o acompanhasse. Albus o fez e sentaram-se lado a lado, olhando para o extenso campo as suas frentes.

Com aquela movimentação, Flora parou de se mexer e deu-se conta do quão intrometida estava sendo, balançando a cabeça e deixando de prestar atenção neles. No entanto, como era a única parada sozinha no campo, acabou atraindo a atenção dos irmãos para si.

— Ela te ajudou com isso? — A pergunta de Albus não pegou James de surpresa, ele já esperava por ela. Sabia que Albus deduziria aquilo, já que nem em um milhão de anos ele sozinho conseguiria convencer a Diretora a deixar que eles se reunissem no campo.

— Sim. — Confirmou James, explicando seus motivos em seguida. Albus sorriu.

— E por que você não pediu ajuda à Rose?

James ficou sem respostas, enquanto Albus abafava o riso. A verdade é que o grifinório não tinha pensado naquilo. Não que não considerasse a prima capaz de ajudá-lo, mas quando pensou no plano, a primeira pessoa a quem pensou em pedir ajuda foi Flora. Ele não gostava dela, então era estranho que tivesse feito isso, sendo que sua prima agora também era Monitora-Chefe e também podia convencer McGonagall.

— Não sei... Talvez, quando pensei nisso, ela estivesse tão associada com você que veio primeiro em minha cabeça. — A resposta de James veio acompanhada de um tom brincalhão pouco real. James não era muito bom em disfarçar o que sentia, então Albus finalmente percebeu o quão James estava magoado com aquilo tudo.

Albus voltou a pensar que James tinha um olhar franco demais. E foi por isso que, quando recebeu um olhar evidentemente traído do irmão no dia passado, achou que ele estava decepcionado com Albus. E ele não suportava aquilo, aquele olhar que recebeu do irmão talvez tivesse sido a pior parte do desenrolar da situação. Mas agora, depois de receber aquela maravilhosa surpresa vinda do irmão e da amiga, Albus percebia que tinha interpretado o olhar errado.

James não estava decepcionado com ele por namorar Lorcan, James estava decepcionado com ele porque Albus não tinha lhe dito.

— Eu queria te contar —, disse Albus após alguns minutos de silêncio. Os dois ainda observavam os movimentos de Flora, que tinha se sentado na arquibancada a uma distância considerável das outras pessoas.

Sua fala chamou a atenção de James de volta para si. A expressão de James transparecia dúvida. Albus sorriu sem mostrar os dentes, um sorriso de desculpas.

— Eu queria —, repetiu com mais firmeza. — Mas eu fiquei... Não vou mentir para você, James. Eu fiquei com medo da sua reação.

James abriu a boca para falar, mas pareceu repensar a atitude e só respondeu depois de um minuto de silêncio.

— Foi o que Flora me disse. Sabe? Até entendo, sinto muito que tenha feito você se sentir assim.

Albus ficou um pouco surpreso com a nova informação. James e Flora tinham conversado sobre aquilo? Ele nunca poderia imaginar. Ele admitiu para si mesmo que tinha sido um grande erro esconder aquilo do irmão, e que ele deveria ter ficado mesmo chateado, visto que Flora sabia e ele não.

— Não é culpa sua... Eu que sinto muito. Devia ter contado. Não vou mais esconder as coisas de você. — Prometeu Albus, os dois um pouco constrangidos por terem que falar daquelas coisas. — Mas... Quando que você falou com a Flora disso? Hoje? ­

Albus não seria capaz de conter a curiosidade. E agora que já tinha se acertado com o irmão, mesmo que com poucas palavras, e percebido que nenhum de sua família estava contra ele, sentia-se mais tranquilo e queria desviar o assunto logo, para que tudo voltasse finalmente ao normal.

— Ontem, antes da sua amiga louca me beijar. — Esclareceu James, parecendo encabulado de repente.

Levou algum tempo para que Albus processasse o que James tinha acabado de dizer, ele virou o pescoço em direção a Flora de forma brusca, antes de voltar a olhar para James e repetir o processo, apontando de um para o outro com uma cara de babaca que James achou irritante.

Percebendo que Flora tinha mantido a boca fechada e não contado para ninguém, ele sentiu-se o ser mais estúpido do universo por falar as coisas sem pensar. Se tivesse ficado quieto, o assunto sumiria muito mais rapidamente, já que só Flora e James saberiam.

— Impossível, não dá pra acreditar nisso! — Albus parou de apontar para eles, balançando a cabeça e olhando para o céu sem estrelas, descrente.

Antes que James pudesse mandar Albus esquecer daquilo, Scorpius e o resto dos primos voltaram de sua expedição ao vestiário trazendo as vassouras. Eles tiveram que pegar as da Grifinória também. Scorpius jogou a chave em direção a James quando se aproximou. O garoto segurou-a com facilidade antes de enfiá-la nos bolsos.

As pessoas começaram a se amontoar em um grupinho, debatendo quem iria jogar e quem só iria querer assistir.

Flora fitava a cena de longe, não se sentindo à vontade para ir até lá. Quando planejou aquilo com James, não tinha pensado no momento em que teria que interagir com eles. Sentia-se mais — por mais ridículo que aquilo fosse soar ­­— segura ali, apenas olhando a interação familiar e sentindo um ínfimo sentimento de inveja bem escondido em seu coração. Ela colocou a vassoura, que antes estivera em seu lado, em cima do colo enquanto organizava as cerdas com as mãos. Queria jogar Quadribol, mas não iria se aproximar, pois se sentia uma peça não pertencente a um quebra-cabeça naquele instante. Contentou-se em olhar melancólica para os lados enquanto remexia nos cabelos, desconfortável.

Alguém deu duas batidinhas em seu ombro, e Flora virou-se rápido, um pouco assustada por não ter percebido a aproximação, antes de constatar que era Rose. Ela tinha as sobrancelhas arqueadas e colocou as mãos na cintura enquanto olhava Flora de cima.

— O que você está fazendo aí? Nós já vamos repartir os times.

E Flora percebeu que, se em uma semana, aprendera a suportar Rose por causa da Monitoria, naquele momento passou a gostar muito mais dela. Sendo puxada em direção aos outros pela mão esquerda e segurando a vassoura com a mão restante, sentiu-se feliz como há muito não lembrava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹ James S., Lily L., Rose, Hugo, Fred II, Roxanne, Molly II, Lucy, Dominique, Louis, Scorpius, Lorcan, Lysander (Uuuufs!) Acho que não esqueci ninguém...

Erros? Avisem :) Me ajuda muito na revisão.

Sim, eu demoro mais a passar o tempo. É uma falha minha que tenho dificuldades em corrigir. O próximo ainda é assim, mas depois eu acho que encerro essa parte da fanfic e corro mais na linha do tempo. (Que aliás é outra coisa que eu tenho que fazer pra essa fic, gzuz!).

Eu adorei escrever a parte sobre a família Weasley/Potter, sério :D E eu amei o fim do capítulo, owwwwn.

Twitter: @MorangoLunar Falem comigo!

Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Slytherin Flowers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.