Lucky Star escrita por Sugar High Unicorn


Capítulo 1
Capítulo Único - Lucky Star


Notas iniciais do capítulo

Hey divos desse site ^^

Como eu disse na minha primeira fic: "Essa ideia veio na minha mente, e mesmo não sendo uma das minhas melhores fics escritas, achei legalzinha e resolvi postar."

Mas dessa vez a maldita ideia não saia mesmo da minha cabeça, então tive que escrever. Essa é uma One-Shot, mas já está brotando uma continuação na minha cabeça, e ela vai ser escrita separada.

*OBS: Meu conhecimento de Star Trek é limitado aos dois filmes lançados e pesquisas no google (quando n tô com preguiça), então por favor se tiver algo que não se encaixa, vai na onda kkk

Enfim, espero que gostem:



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Sirena andava calmamente pelo corredor da Starfleet Academy que levava à sala de xenolinguística avançada, os dois livros que utilizaria já em mãos, assim como seus fones de ouvido para prática de pronunciação, não que ela precisasse. Era a melhor da turma.

A parte curiosa era que, mesmo sendo completamente Nerd, como sua amiga Fenya colocava, ela ainda estudava o tempo todo, a maior parte nem sendo sobre o que aprendia na academia. Sirena tinha sede de conhecimento e fome de aprendizado, ambos a impulsionando a aprender tudo o que podia no menor tempo possível só para poder aprender um pouco mais, e ela amava isso.

Outra coisa incomum eram suas emoções. Desde pequena, sempre sentiu tudo intensamente, seu amor e seu ódio transparentes em suas expressões. Sua mãe dizia que ela era especial, mas às vezes era inconveniente. Ela aprendeu, um tempo depois, a controlar essas emoções de modo que não tomassem completamente o controle, mas ainda estivessem ali presentes, a auxiliando em suas decisões.

Claro, esses dois fatos e as orelhas pontudas a faziam ser intrigante, embora ela sempre usasse seus cabelos negros sobre as mesmas, que eram escondidas sob uma prótese redonda normal, por insistência de sua mãe. Depois de tudo que a mesma fez por ela em toda sua vida, ela não podia rejeitar esse pequeno pedido, mesmo que às vezes incomodasse um pouco.

Além de todas essas dificuldades, ela era bastante sensível ao toque, principalmente em suas mãos, o que a obrigava a fazer uso de luvas quase sempre quando em público. Todas essas “esquisitices” não lhe rendiam muitos amigos, mas ela era feliz como era e estava satisfeita com sua amiga Fenya, uma Trill*, embora tivesse que expulsar algum homem ou mulher da cabine que dividiam ao menos duas vezes por mês.

– Alô, terra para Sirena! – Ela saiu de sua mente quando percebeu Fenya estalando os dedos em frente a seu rosto – Onde estava, garota?

– Pensando sobre o teste – Sirena responde, com um suspiro – É amanhã, estou nervosa.

– É bom que esteja, é o Kobayashi Maru – Ela comenta – Se não for bem, adeus título de capitã.

– Você sabe que não estou estudando para pilotar uma nave, Fenya – Ela revira os olhos

– Eu não tenho como saber para o que você estuda, pegou mais de quatro cursos específicos para terminar em quatro anos, deve querer ser presidente da federação – Fenya brinca, fazendo a garota sorrir.

Ela havia entrado na academia com dezoito anos, Na Academia são ensinados todas as ciências, história, geografia, filosofia, direito e conhecimentos gerais tanto da Terra como dos planetas membros da Federação. Além dessas matérias, há como se especificar em vários cursos, como ela tem se empenhado em completar Engenharia, Xenolinguística, Medicina, Pilotagem, Navegação e Comando Tático, além de manter variados estudos e projetos extracurriculares à academia, como suas aulas de Piano, cursos de culinária (incluindo programação de replicadores para reproduzir ingredientes que mais se assemelhem aos próprios quando frescos), e algumas aulas de autodefesa que começou a frequentar depois de um incidente em seu terceiro mês na academia sobre o qual não gostava de falar.

– Seis cursos, Fenya – Ela corrige – E não é assim tão difícil, só preciso coordenar meus horários e diminuir algumas horas de sono que realmente não fazem diferença.

– Resumindo, você é uma gênia mirim, não precisa esfregar na cara – Ela riu – Mudando de assunto, acho melhor nos apressarmos, Xenolinguística começa em três minutos.

– De acordo – Sirena sorri e a segue para a classe.

Essa é uma das classes favoritas da garota, e não só por ela ser a primeira da classe, isso claramente não tinha nada a ver... Mas era realmente satisfatório.

***

– Recebemos um sinal de socorro da USS Kobayashi Maru – Fenya se virou para ela do ponto de comunicações da sala de simulação – A nave perdeu a potência e a Frota Estelar nos mandou resgatá-la, capitã – Ela piscou para Sirena.

Sirena sorri levemente, para então se concentrar no problema em mãos.

– Ótimo, adentrar zona neutra – Comandou Sirena.

– Duas naves klingons adentraram a zona neutra e estão travando armas em nós – Um dos outros voluntários para a simulação avisou.

– Preparar para ativar escudos em caso de sinal de ataque – Avisou Sirena – Prosseguir.

– Mais quatro naves klingons travando armas em nós, capitã – O rapaz começava a parecer nervoso

– Avançar, escudos levantados ao meu comando.

– Duas naves iniciando disparo – Outro informou

– Escudos a 50% - Ela ordenou

– Feito

– Eles estão bloqueando o resgate ou só nos cercando?

– Há uma nave bloqueando o resgate.

– Escudos a 43%. Todas as naves estão atirando, capitã – O rapaz avisou

– Mantenha assim. Redirecionar energia para as naves de escape, 30% da energia para ativar armamentos, mais dez para as naves médicas. - Ela disse. Eles pareceram confusos, mas obedeceram de mesmo modo.

– O que exatamente está fazendo? – Fenya questiona baixo, embora ainda seja audível.

– Eu não sou estúpida, sei que não sobreviveremos ao teste – Sirena constata – Enviar tripulação e médicos às naves de escape e naves médicas – Diz mais alto.

– Então vai se entregar, é isso? – Sua amiga parece indignada

– Você ainda não me conhece, Fenya? – Sirena sorri de lado, embora o teste a esteja colocando a beira do stress. Embora ela saiba que não é real, todo o ambiente é parecido com o que ela pretende frequentar após se formar e isso a deixa nervosa, além de que várias pessoas dependerão dela, mesmo se ela não for capitã de uma nave.

– Escudos em 22% e descendo – Informam

– Qual o modelo das naves? – Ela pergunta de repente

– Qual a relevância disso? – Um dos internos reclama, nervoso.

– Modelo? – ela pergunta a outro

– É uma nave de guerra klingon modelo 45C76-K de 2245 – Um dos voluntários, que ela reconhece parecer bem jovem para estudar na academia, responde. Ela assente vendo os cachos do garoto balançarem quando ele se vira novamente para sua tela.

Sirena fecha os olhos por um momento, acessando sua memória. Modelo 45C76-K... Ahá!

– Capitã, escudos a 15%!

– Redirecionar toda a energia restante da nave para os canhões de fótons e turbina, manobrar 60 graus em mergulho e mirar exatamente dois centímetros ao lado da abertura de descarga da nave, em todas as naves – Ela diz. Eles se surpreendem, mas assentem – Ao meu comando.

– Escudos em 10%!

– Agora!

Ela observa enquanto a nave mergulha e engaja em tiros contra as naves klingons, que são pregas de surpresa por um momento.

– Liberar naves médicas e de escape, rota AYD3, redirecionar as naves médicas para a Kobayashi Maru e em seguida abrir fogo com toda a força – Sirena diz e respira fundo em seguida, se recostando na cadeira e fechando os olhos novamente.

O que seria normalmente já bastante emocionalmente estressante, para ela é quase tortura. Há vezes que amaldiçoa o que sua mãe diz serem suas características “especiais”. A adrenalina em seu sistema é inebriante e, mesmo que seja um sentimento causado pelo medo de falhar em sua simulação, é bem-vindo no momento.

– Escudos em 2%, capitã. Estamos sendo abatidos – Um dos rapazes diz, resignado.

Ninguém passa o teste, já deviam ter se acostumado.

– Continuar atirando até que desabilitado – Ela diz, abrindo os olhos – Engatar curso de colisão com a nave bloqueando a Kobayashi Maru.

– Nave abatida – Uma voz diz no alto-falante após alguns segundos e ela percebe que perdeu.

Fenya corre para perto de Sirena assim que a simulação é desativada, segurando suas mãos por sobre as luvas pretas.

– Tudo bem? – Ela questiona.

– Tanto quanto possível – Sirena sorri tristemente, mas aliviada.

– Isso foi impressionante – A voz vem com um forte sotaque russo e do cadete que ela identificou como “cachinhos”, o gênio de navegação mais jovem da academia.

– Eu perdi – Sirena constatou

– Metade da tripulação escapou, e embora algumas naves médicas tenho sido abatidas, ainda alguns da Kobayashi Maru foram resgatados – Ele ofereceu solidariamente – Não muitos pensariam no que pensou ou fariam o que fez.

– O curso lógico de ação é salvar o máximo de pessoas possível – Ela contrapôs

– Bem, você é uma das únicas pessoas a fazer isso – Ele sorri para mim – Pavel Chekov.

– Sirena Raynes – Ela aperta a mão do rapaz com um sorriso, e então se vira para Fenya, e logo o olha novamente – Aceita nos acompanhar para uns drinques?

– C-claro

Ela fingiu não notar o vermelho nas bochechas do garoto.

Fenya não foi tão sutil.

***

– Como foi a aula? – Fenya estava deitada em sua cama, a coberta sobre o corpo e levemente vermelha, cabelos bagunçados.

– Levemente irritante – Sirena respondeu, frustrada. Ela retirou suas botas e se jogou sobre a cama

– Sério, o que houve? – A outra questiona.

– Eu estava no laboratório do sensor de longo alcance. Estava rastreando o quadrante Andoriano por pura curiosidade, e estava a caminho de outro sistema solar quando captei um chamado de emergência – Sirena explicou – Eu teria avisado alguém, mas Uhura tomou frente em minha bancada.

– Que vaca – Fenya murmura

– Eu não a culpo por tentar tomar meu crédito, já percebeu o quanto ela tenta impressionar a todos? Sinceramente, se ela houvesse pedido eu lhe passaria a pesquisa – Sirena revira os olhos – No fim ela descobriu que uma armada klingon havia sido destruída. 47 naves. Foram atacados por uma nave romulana de proporções incomuns.

– Uh, interessante – Fenya respondeu

– Ok, onde ele está? – Perguntei – Ou é ela dessa vez?

– Sirena, eu me sinto ofendida que você...

– Pode sair do banheiro! – Sirena exclama, logo a porta se abre revelando um Jim Kirk corado, vestindo somente sua calça de uniforme, visto que a blusa, ela notou, estava debaixo da cama – Ei! Eu vi você saindo do quarto da Uhura algumas horas atrás!

– Mundo pequeno – Ele deu um sorrisinho barato.

Sirena simplesmente levanta uma sobrancelha, se mantendo deitada na cama.

– Então... – Ela o olha – Você vai embora logo ou...

– Nah, estou evitando o Bones – Ele disse. Ela não reconhece o nome, mas dá de ombros.

– Pois bem – Suspirou – Ao menos façam silêncio, preciso pensar.

– Não é em fazer aquele teste novamente, certo, Sirena? – Fenya questiona

– Talvez

– O Kobayashi Maru? – Kirk questiona, se sentando na cama de Fenya.

– É, eu o fiz alguns dias atrás – Diz Sirena – Falhei miseravelmente.

– Você salvou mais da metade da sua tripulação e bastante da USS Kobayashi – Fenya retruca – E sabe muito bem que ninguém passa aquele teste. Ele é invencível.

– Não acredito em cenários invencíveis – Fala por fim – Quando se aceita a possibilidade de que não se pode vencer de alguma forma, se é mais suscetível a má performance, o que por si só causa a falha. E sempre se pode vencer de algum modo.

– Eu concordo totalmente – Kirk afirma, parecendo realmente interessado – Soube que você é uma gênia de computação. Eu tenho um projeto...

– Diga – Sirena levanta um pouco os lábios, sorrindo quase imperceptivelmente.

– É quebra de regras – Ele avisa. Ela sente seu estômago se revirar levemente em ansiedade. Ela havia gostado da adrenalina que experimentara no dia do teste, mesmo que tenha perdido e estivesse sob pressão, e queria realmente sentir aquilo novamente.

– E o que é a vida sem um pouco de risco?

***

– A frota estrelar nos mando resgatá-la, capitão – Sirena sorri de lado ao terminar a frase de Uhura. Ela sinceramente não entendia a presença da morena no local, já que ela estava assinada para a base de comunicação pelo próprio Kirk.

Eles mesmos escolhem sua tripulação, e quando não, uma é assinada para eles. Ela não tinha muito a quem recorrer em seu teste, mas Kirk parecia ter alguns colegas. Ela viu Chekov em uma das cadeiras e se perguntou se ele havia se voluntariado novamente ou fora pedido pelo capitão. Provavelmente o primeiro, ele parecia um tanto tímido para andar com Kirk.

– Essa é minha garota – Kirk piscou para Sirena, que revirou os olhos com um sorrisinho de lado. Durante a semana que passaram ajustando os planos, eles haviam até se tornado bons amigos, mesmo se flertar viesse como respirar para Kirk. Ele simplesmente não podia evitar.

O resto do teste foi como sempre, até o sistema parar e reiniciar. Então Kirk ordenou que atirassem nas naves e com um torpedo em cada, todas viraram lixo espacial. Sirena sorriu novamente ao ver o choque dos observadores na cabine a cima deles.

Aquilo havia valido a pena.

***

– Essa seção foi convocada para solucionar um problema. James T. Kirk, à frente – Almirante Barnett ordenou, fazendo com que Sirena arregalasse os olhos. Não podia ser sobre o teste, até porque não a chamaram – Evidências foram apresentadas a este Conselho sugerindo que violou o código de conduta ética referente ao Regulamento 17.43 da Frota Estelar – Ele continuou falando – Tem algo a dizer?

Sirena prendeu a respiração em seu lugar.

– Sim – Kirk disse – Acredito ter o direito de ver meu acusador.

Os olhares se direcionaram a Comandante Spock, que se levantou de seu lugar e ajeitou seu uniforme discretamente, de modo que podia ser considerado intimidador.

– À frente, por favor – O almirante pediu. Spock se aproximou – Comandante Spock, um dos nossos mais distintos graduados. Ele programou o exame Kobayashi Maru nos últimos 4 anos – Continuou – Comandante.

– Cadete Kirk, você instalou uma sub-rotina no programa, que alterou as condições do teste – Ele disse em seu maneirismo Vulcano.

– Protesto – Sirena se levantou

– Isto não é uma corte marcial, senhorita Raynes – Almirante Barnett diz, exasperado.

– Acho que seria de relevância informar que o Kirk não performou o ato sozinho e seria injusto que ele seja julgado pelo fato de não terem conseguido rastrear a falha de programação até mim, Almirante – Sirena constata, do modo mais digno possível.

– Sirena Raynes, à frente – O Almirante declara.

– Você é uma idiota – Kirk declara assim que ela se encontra ao seu lado.

– Então estamos no mesmo barco, James – Sirena disse com um sorrisinho de lado.

– Certo... – Kirk revirou os olhos – Onde exatamente quer chegar, Comandante?

Ele usa a palavra comandante com desdém, mas aparentemente se passa despercebido.

– Em linguagem acadêmica, vocês trapacearam – Barnett esclarece.

– Não consigo ver lógica na ação da Srta. Raynes, visto que sua pontuação foi de fato uma das mais elevadas no teste – Spock diz

– Sinceramente, eu queria ver no que dava – Sirena sorriu levemente – A reação da escola, conselho e programador. É uma boa adição para meu estudo de psicologia.

– Arriscando sua credibilidade acadêmica? – Spock levanta levemente uma das sobrancelhas, que é o máximo de incredulidade que um Vulcano aparenta poder demonstrar.

– O que é a vida sem um pouco de risco? – Ela pisca, se sentindo atrevida, a adrenalina ainda em seu sistema.

– Farei uma pergunta que acredito sabermos a resposta – Kirk diz, interrompendo – O teste em si é uma trapaça. Você o programou para ser invencível.

– Você exclui a possibilidade de derrota – Spock constata

– Não acredito em derrota – Kirk declara, e então olha para sirena, que sorri brilhantemente para ele, orgulhosa – Uma colega me disse que quando se aceita a possibilidade de que não se pode vencer de alguma forma, se é mais suscetível a má performance, o que por si só causa a falha. E sempre se pode vencer de algum modo.

– Eu não acredito que decorou isso – Sirena murmurou, mas como havia um microfone ao lado, ainda foi audível.

– Mesmo que este seja um argumento válido, você falhou em entender a lição principal.

– Esclareça-me – Kirk sugere.

– Você, mais que todos, devia saber que um Capitão não trapaceia a morte.

– Eu, mais que todos? – Kirk pergunta baixo, parecendo realmente afetado. Aquilo foi golpe baixo.

– Seu pai assumiu o comando da nave antes de ser morto em ação – Spock esclarece, parecendo alheio à sua total falta de respeito e tato para com Jim.

– Acho que não gostou de eu ter passado – Foi a resposta um pouco infantil, mas realista, de Jim.

– Não compreendeu o objetivo do teste – Spock contradiz

– Esclareça-me novamente.

– O objetivo é experimentar o medo. O medo perante a morte certa – O Comandante explica – Aceitar esse medo e manter o seu controle e o da tripulação. É a qualidade esperada em todo Capitão da Frota Estelar.

Nesse momento, antes que qualquer coisa pudesse ocorrer, um interno trouxe um PADD para o Almirante Barnett. Ele o olhou e logo pareceu mais agitado.

– Recebemos um chamado de socorro de Vulcano – ele avisa – Com a frota principal no Sistema Laurenciano, os cadetes devem se apresentar no hangar 1 imediatamente. Dispensados.

Todos começaram a sair, e Sirena vê Leonard McCoy se aproximar dela e de Kirk.

– Quem era o bastardo de orelhas pontudas?

– Não sei, mas gostei dele – Leonard comenta

– Ele é um dos professores em Xenolinguística, na parte de identificação de anomalias sônicas e aplicação de habilidades em simulações – Sirena diz – Nyota vive babando por ele.

– Quem é Nyota? – Kirk pergunta, mas um resposta não vem, visto que a garota já fora para o local designado.

– Também gostei dela – McCoy comenta, enquanto eles vão para o hangar.

É, Kirk pensa, eu também.

***

– Gaila, USS Farragut! Petrovsky, USS Antares! Claire, USS Newton! Vyne, USS Odissey! Sirena, USS Farragut! Blake, USS Wolcott, Yona, USS Hoot! Uhura, USS Farragut! Fenya, USS Enterprise! Boa sorte – A mulher terminou de ler e Sirena logo se direcionou para sua nave. Ela sinceramente esperava ficar na Enterprise, mas imaginou que depois do que fez no teste tinha sorte de ao menos ser designada a alguma nave.

– Isso vai ser incrível! – Ela ouviu uma Orion comentar, passando perto dela, com um sorriso entusiasmado no rosto. Ela podia contestar sobre a gravidade da situação, mas sinceramente o frio no pé de sua barriga a impedia de não concordar. Finalmente uma aventura!

Assim que entrou na nave, foi assinada à posição de Navegadora na ponte. Fez todas as programações necessárias e então aguardou pela dobra a comando do capitão, que não veio.

– Sr. Kevin? – O capitão perguntou

– Parece haver algo errado...

– Permita-me – Sirena se levantou e foi até lá, desativando o freio manual – Pronto.

– O-obrigado – O rapaz responde nervosamente. Ela volta a se sentar lhe lançando um leve sorriso de conforto e então entram em dobra.

– Há mais detalhes da missão? – Sirena pergunta

– A telemetria detectou uma anomalia na zona neutra que se assemelhava à uma tempestade elétrica no espaço. Logo depois, a Frota Estelar recebeu um sinal de socorro do Alto Comando Vulcano devido à atividades sísmicas. - O capitão esclarece

– Posso ter acesso ao relatório sobre a tempestade? – Ela pediu. O capitão estranhou, mas ainda assim garantiu o acesso.

Sirena sabia que havia algo de errado assim que ouviu o ocorrido. Logo acessou o relatório e comparou à tese do Capitão Pike sobre o ocorrido à vinte e três anos atrás. Ela não comentava muito sobre isso, mas admirava as ações do capitão e por essa razão também aproveitara sua chance numa amizade com James Kirk, que provou, mesmo não sendo nada como descreviam o pai, valer a pena se ter por perto.

– Sr. Estamos nos encaminhando direto para uma armadilha – Ela avisou. O capitão a olhou, irritado. O homem não era dos mais pacientes.

– Já teve suficiente atenção hoje, Srta. Raynes – ele diz, por fim.

– Me ouça, essa mesma anomalia já aconteceu uma vez – Ela insiste – E eu capitei uma mensagem klingon ontem contatando um ataque Romulano ao planeta-prisão deles, destruindo 47 naves de guerra.

– Não tenho tempo para isso, cadete! – Ele insiste.

Sirena se estressa, levantando-se e dando um golpe nos nervos do capitão, o fazendo desmoronar na cadeira. Que se ferrem as regras, ela não quer que seus companheiros morram!

– Escudos para cima, alerta vermelho, e me obedeçam se não quiserem morrer assim que sairmos de dobra – ela ordena. A primeira oficial somente assente, lhe dando razão, e se sentando na cadeira do capitão, em seu lugar.

– Chegada em Vulcano em 5 segundos – Anunciaram – 4, 3, 2...

Os destroços os cercando foram o maior choque para eles, que não esperavam por isso, menos Sirena.

– Manobras evasivas! – A capitã ativa, que era a primeira oficial, ordenou.

– Entendido!

– Srta. Raynes, auxilie os cadetes – ela ordena, colocando Sirena para fazer algo útil.

Ela sente algo em sua barriga por não ter sido referida como cadete, e logo coloca a mão na massa.

– Devíamos auxiliar na evacuação – Sirena sugere, eles são atingidos logo em seguida.

– Descer ao planeta! – A capitã ordena, logo obedecem.

Eles conseguem desviar dos tiros da enorme nave romulana e adentrar a atmosfera. Logo se empenham em resgatar o máximo de Vulcanos possível. Com o transporter e suas comunicações desativadas temporariamente por razão desconhecida, eles tem de fazer a evacuação manualmente.

Em poucos minutos conseguiram evacuar várias pessoas, e então notam que a perfuratriz que viram ao longe saindo da nave romulana fora desativada. Com o transporter novamente funcionando, eles eficientemente transportam mais Vulcanos para a nave. Quando o planeta começou a entrar em colapso, eles se retiraram, procurando uma melhor rota por entre as montanhas.

– Espere! – Sirena pediu, se retirando para a sala do transporter. Ela praticamente expulsou o rapaz que estava lá e encontrou os sinais que havia visto na ponte. Ela percebeu que com o relevo rapidamente cedendo, a mulher não sobreviveria. Logo, ajustou o transporter para o local que ela passaria durante a queda, logo que ela caiu, o raio transporter a capturou. Ela observou enquanto a humana caía na cabine do transporter, inconsciente.

Ela logo correu até lá, checando-a por feridas ou traumas, mas não havia nada. Somente desmaiara, então. Sirena recolheu a mulher em seus braços e se direcionou para a ponte.

– Esta é Amanda Grayson – A capitã disse – Esposa do Embaixador Sarek.

– Então que bom que consegui ativar o transporter a tempo, não? – Sirena sorri de lado, desafiadoramente, se apressando para a ala médica que não fora desabilitada pelo torpedo que lhes acertou anteriormente.

Assim que colocou a mulher sob cuidados médicos, ela se direcionou para a ponte. O capitão havia acordado.

– Oras, sua... como ousa! – Ele exclama, se aproximando dela

– Devo alertar que minha intervenção salvou a vida de todos nessa nave e não seria recomendável me punir, ou completarei um formulário de reclamação sobre assédio de pessoal – Sirena diz baixo enquanto o encara nos olhos.

O homem hesita e após alguns segundos respira fundo, indo para a cadeira em que estava anteriormente. A volta para a base foi lenta, visto que o torpedo romulano havia danificado o motor de dobra. Após dois dias em velocidade máxima e sem utilização da dobra até o segundo dia após Sirena e os engenheiros haverem concertado o motor, eles estão de volta à base.

Eles estão “estacionando” quando Sirena se retira para a ala médica a fim de procurar Amanda Grayson. Ela havia estado inconsciente por todo o período e Sirena esperava poder fazer algo a respeito disso. A encontrou na mesma maca que a havia deixado dois dias antes, logo se aproximando.

A mulher não parecia pálida ou desnutrida, somente dormindo. Sirena respirou fundo e tirou suas luvas, tocando no braço da mulher em seguida. Ela podia sentir a energia dela, mas havia algo errado. Navegando pela mente dela, logo encontrou o problema. Um trauma seria realmente difícil de se resolver com a medicina, e ele a impedia de acordar, então contra seus princípios médicos ela fez uso de sua mente e se empenhou em resolver o problema, fortalecendo a energia da mulher com a sua.

– Spock! – Foi a primeira exclamação que a mulher soltou assim que acordou alguns minutos depois. Ela se sentou num impulso, respirando rápido.

– Sra. Grayson, preciso que respire fundo e se acalme – Sirena se aproximou – você está bem.

– Amanda – Ela diz. Sirena a olha, inclinando a cabeça – Me chame de Amanda, querida.

– Uh, claro, S... Amanda – Sirena responde – Pode me chamar de Sirena, então. Estávamos nos retirando de Vulcan assim que evacuamos o máximo de pessoas que conseguimos, por sorte pude configurar o transporter para intercepta-la durante a queda.

– Onde estamos? – Ela questiona, olhando em volta.

– Na ala médica do USS Farragut, aportados na base da Frota Estelar – ela esclarece – vim busca-la para nos retirarmos, acredito que ficarão felizes em vê-la.

– Sim, sim – Amanda sorri abertamente – Claro.

Ela tenta se levantar, mas em alguns passos Sirena nota sua dificuldade.

– Se posso servir de auxílio... – Ela oferece. Amanda aceita e se apoia um pouco nela, facilitando muito mais seu andar.

Elas desembarcam da nave e são levadas até uma grande área aberta onde aparentemente todos os Vulcanos resgatados estavam sendo registrados pelas autoridades locais. Amanda aparentemente avistou alguém com quem queria falar, já que logo estavam seguindo em direção a um grupo de pessoal com uniformes da Frota.

– Spock – Ela chamou, o grupo logo dando espaço para que Spock a visse, e Sirena viu pela primeira vez o Vulcano expressar uma emoção quando seus olhos de repente lacrimejaram. Amanda se soltou de Sirena para se lançar em um abraço com Spock.

– Mãe – Spock disse, e Sirena franziu o cenho. O comandante era meio-humano? Essa era nova.

Eles logo e soltaram e o Vulcano parecia novamente recomposto. Amanda sorria de orelha a orelha.

– Como? – Spock questionou

– Graças a essa jovem, Sirena – Ela volta a se apoiar em Sirena – Ela foi capaz de reprogramar o transporter para interceptar minha queda enquanto o USS Farragut se retirava do planeta. Acredito que ela seria um vantajoso acréscimo à tripulação da Enterprise.

Sirena sorriu levemente para a mulher, e então sentiu alguém a abraçar, fazendo com que Amanda voltasse a se apoiar em Spock.

– Kirk – Sirena reconheceu, retribuindo o abraço. Logo ele a soltou.

– Você está viva – Ele diz.

– Espero que sim, ou deve ter algo muito errado aqui – Ela sorri para ele, que ri baixo. Ele então arregala os olhos para a mulher ao lado de Spock – Mas ela... não...

– A Srta. Raynes fez um admirável trabalho no USS Farragut e foi capaz de interceptar a queda de minha mãe, um fato pelo qual sou altamente grato – Spock constata.

– Isso foi um elogio? Eu acho que foi – Kirk levanta uma sobrancelha

Sirena corou, novamente. Kirk riu.

– Srta. Raynes? – Ela se virou para dar de cara com o almirante Barnett – Necessito que venha comigo.

– Claro, Sr. – Ela assente e o segue. Logo é direcionada a uma sala onde vê o Capitão Pike sentado numa cadeira, atrás da mesa branca no lado direito da sala.

– Sente-se, Sirena – Ele pede, e logo Barnett se retira, a deixando a sós com o Capitão. Ele então se move e sai de trás da mesa, revelando estar numa cadeira de rodas – Como pode ver, estou desabilitado e não posso seguir como capitão.

– Sinto muito por isso, Sr. – Sirena diz, com sinceridade. Era terrível a quantidade de perdas que sofreram em menos de um dia.

– É temporário, mas mesmo assim estarei passando meu cargo a outra pessoa – Ele diz – Agora... o que acha de trabalhar na USS Enterprise?

Fim... Será?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?

Aceito críticas construtivas :)

Beijos de algodão doce!

—Unicorn

Trill*= Os Trill são uma espécie alienígena humanóide nativos do planeta Trill, localizado no quadrante alfa. Os Trill formam dois grupos biologicamente diferentes, humanóides Trill com um conjunto de manchas negras que correm a partir da frente ao pé, e a outra entidade é um tipo de verme ou gastrópode chamado simbionte que entra num hóspede humanóide e produz um relacionamento mutuamente benéfico. (a Fenya é uma himanoide, não hospedeira)

OBS: Sim, eu mudei um pouco o Kobayashi Maru para ir na fic (se bem que nunca exatamente vimos o teste no filme, e como meu conhecimento é limitado a ele, não acho que tenha mudado e sim completado o bendito teste)

2º OBS: Devem ter visto que tenho uns probleminhas em escrever na 3ª pessoa e às vezes passo para a 1ª sem perceber. Tentei corrigir todos os erros, mas se ainda tiver algum, por favor ignorem.